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Red Pass

Rumo ao 38

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Vizela 1 - 2 Benfica: Lembram-se de Gabigol?

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As chegadas do Benfica aos 1/8 de final da Taça de Portugal nos últimos anos têm sido tão penosas que deviam ser alvo de estudo profundo. Já são várias as noites cinzentas que o Benfica acumula nesta primeira fase da prova. Foi aflitivo com o Real Sport Clube, com o 1º de Dezembro, com o Olhanense, com o Vianense, isto para nomear só alguns jogos em que a única boa recordação que ficou foi o apuramento. Passou a ser regra uma vitória de serviços mínimos nestes jogos mas, desta vez, a equipa baixou ainda mais a produção e esteve a perder desde os 6 minutos com uma equipa do terceiro escalão que jogou a maior parte do tempo com menos um jogador. 

O problema destes jogos não é só trazer à memória estas eliminatórias sofridas, o principal problema é levantar o fantasma de Gondomar. Ou mesmo do Varzim dos tempos de Fernando Santos. São tempos que não queremos reviver. 

Já mencionei a eliminatória com o Olhanense. Voltemos a Outubro de 2017. O que nos recordamos desse jogo da Taça de Portugal no Algarve com a equipa de Olhão? Que ganhámos por 1-0 com golo de Gabriel Barbosa. 

Como os ciclos no futebol são irónicos. Em 2017, Gabriel Barbosa mesmo resolvendo esse jogo para o Benfica era olhado com desconfiança pelos adeptos e pela imprensa. O empréstimo do Inter de Milão não resultou. 

Dois anos depois, o Benfica continua a ter muitas dificuldades nesta fase da Taça de Portugal e o Gabriel voltou a ser Gabigol.  Aquele jogo com o Olhanense será sempre o jogo em que o Gabigol marcou pelo Benfica. 
Este jogo com o Vizela será sempre aquele que o Benfica resolveu no final na mesma noite em que Gabriel Barbosa vencia a Libertadores treinado por Jorge Jesus que também teve a sua dose de jogos complicados na Taça de Portugal com o Benfica. 

Vale a pena elogiar o Vizela pela exibição, pela luta que deu, pela forma como se bateu mesmo com menos um, por ter recebido o Benfica na sua casa sem mudar para uma estádio maior. O Vizela deixou uma imagem muito boa do seu futebol e da ambição e jogar num nível superior. 

O Benfica preocupa. Depois do jogo sofrível nos Açores com o Santa Clara, a equipa voltou à competição e repetiu a má exibição. Ao intervalo perdia em Vizela, tal como perdia nos Açores. 

Tal como foi importante com o Santa Clara não perder o foco nos três pontos, hoje era importante garantir o apuramento. E só isso é que se aproveitou desta noite. O apuramento foi conseguido mas a exibição do Benfica foi assustadora. 

Costuma dizer-se que depois quando estamos no Jamor para jogar a final ninguém se lembra destas noites mas para lá chegarmos é preciso jogar muito mais. 

O objectivo mínimo foi cumprido, agora é olhar para a frente e pensar no jogo em Leipzig. E à primeira vista é uma deslocação nada confortável. 

Benfica 4 - 0 Vizela: Jonas a Bisar, Zivkovic a Assistir

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Quem viveu a emoção dos jogos na Luz durante a década de 80 tem sempre um ponto em comum que o aproxima de outros benfiquistas. Quando se faz uma listagem de jogos de outros tempos é com regularidade que vem à baila o nome do Vizela. Quem viu na Luz esse jogo em 1985 gosta sempre de o lembrar por ter sido contra um adversário raro. O Vizela marcou o arranque do campeonato 1984/85, o Benfica venceu por 1-2 na jornada 1. Depois, na 2ª volta, o Vizela foi à Luz e acabou por ser goleado por 5-1.

Ficou na memória colectiva as cores da equipa de Vizela. Camisola azul clara e calções brancos. Ainda hoje é a segunda parte de qualquer conversa que recorde esse jogo este equipamento. Isto porque na altura o jogo mais popular entre os miúdos era o Subbuteo. Comprar a equipa do Vizela era boa ideia porque essa equipa dava para fazer de Vizela, Amora, Alcobaça e até Belenenses ou Manchester City. Tudo equipas que andaram nas divisões maiores naquela altura.

 

Serve esta introdução para explicar o meu desapontamento por perceber que 30 anos depois o Vizela trocou aquele belo equipamento por uma réplica do FC Porto! Quem souber quando é que se deu esta triste mudança que me explique e argumente.

 

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O jogo foi encarado com a determinação do costume, não há jogos fáceis, nem competições secundárias. No Benfica é sempre para ganhar e , por isso, foi com facilidade que o Benfica construiu uma goleada natural e tranquila. Tudo certo na abordagem ao jogo, tudo óptimo nos 6 pontos somados em 2 jogos da Taça CTT. É o que se pede.

 

Notas importantes deste primeiro jogo de 2017, Jonas a titular, a bisar e a mostrar que está pronto para ajudar nesta segunda metade de época. Zivkovic com 3 assistências, uma bela exibição e um pé esquerdo a pedir mais protagonismo na equipa principal. E ainda o regresso de Lisandro aos golos, sempre importante o central argentino.

De resto, ninguém se lesionou, a equipa aproveitou para manter o bom ritmo e o hábito de vencer.

 

Jonas e o pé esquerdo de Zivkovic mereciam mais do que 19 mil pessoas na Luz mas nem mesmo o preço muito reduzido dos bilhetes convenceu os benfiquistas a irem à bola. Ficaram a perder todos os que não testemunharam ao vivo aquele livre de Jonas.

É preciso ir a Guimarães carimbar a passagem para fase final da Taça da Liga, o trabalho em casa está feito. E bem feito.

Começa bem 2017.