João Carvalho faz uma recepção magistral já em plena área do Vitória. Perto da linha de fundo rodopia sobre adversários e num ápice mágico fica virado para dentro de campo podendo assistir na perfeição Seferovic que fez golo. Toda a magia de João Carvalho aconteceu ali à minha frente a uns metros da nossa bancada. Lembrei-me logo daquela roleta do Miccoli contra o Beira Mar na Luz. Também à minha frente.
Porque é que vi as duas? Por sorte? Não. Por convicção. Por exemplo, o que me fazia ir ver um Beira Mar à Luz na altura do Miccoli? O italiano nunca foi campeão pelo Benfica, nunca ganhou nada pelo Benfica, que me lembre. Mas faz parte do imaginário dos adeptos aquele momento mágico contra o Beira Mar. Quantos estavam na Luz? Estavam aqueles que consideravam que era digna a sua presença num jogo oficial do Benfica.
Tal como ontem no Bonfim. Aquela bancada reservada a visitante estava mais bem composto do que em 80% dos jogos para o campeonato que ali se disputam.
Já não contava para nada? Está bem, e então? Quantas vezes em tantos anos que acompanhamos o Benfica já vimos jogos oficiais do Benfica que não contavam para nada? Eu vi muitos. E vivo bem com isso.
O que não entendo é a pergunta: Tu foste a Setúbal?!
Fui. E vi o Ruben Dias a marcar um golo pelo Benfica. Aquele momento que esperava há vários anos depois de o ver evoluir em todos os escalões de formação que a BTV acompanhou. Ontem foi noite do menino cumprir o seu destino. Gostei muito de estar lá para o aplaudir. Tal como aplaudi a magia do João. Momentos que já valeram a viagem.
Por muito que queiram convencer-me que nós, os que fomos ao Bonfim, é que somos os malucos, não vão conseguir.
Hoje em dia tudo é muito claro. Há uma realidade simples e clara, ir ao estádio e ver a equipa de que gostamos. Depois, há outra realidade, bem mais popular actualmente, que é ficar agarrado às televisões, às redes sociais, às notificações dos smartphones e reagir euforicamente ao maior e mais vergonhoso ataque de sempre concertado entre dois clubes e a maior parte da comunicação social contra o Benfica.
Sim, nós comprámos os jogadores do Rio Ave, sim nós comprámos cinco, ou mais jogos, nos últimos anos. E a seguir vão descobrir que comprámos o Bryan Ruiz, e o Marega e todos os jogos dos últimos 4 campeonatos e corrompemos todas as 12 competições que vencemos das últimas 16 em disputa. Isto enquanto o Sporting soma mais não sei quantos campeonatos ganhos por magia e o Porto vence o prémio nobel da gestão desportiva da UEFA. Eu vivo bem com isto tudo porque prefiro ir ao Bonfim ver o João Carvalho e o Ruben Dias a brilharem num jogo que não conta para nada. Porque vou com a mesma vontade com que fui ver o Basileia na Luz. É a mesma motivação que me fez ir a Vila do Conde ver o Benfica no tal jogo que nós comprámos. Tive oportunidade de ver como foi fácil vencer esse jogo.
Enquanto tiver vontade de ir ver os jogos, vivo bem com isto tudo. O João Carvalho entende-me.
Por alturas da conquista da Taça de Portugal em Maio deixei aqui um recado a todos os benfiquistas que viraram costas à cerimónia da entrega da taça. Pedi que nunca se cansem de vencem. Nunca desprezem a conquista de um troféu. Nunca deixem de festejar um triunfo do Benfica numa competição. Nunca pensem que será sempre assim ou que é fácil.
Isto aconteceu a meio deste ano e nunca me passou pela cabeça voltar aqui ao assunto. Muito menos para mudar o foco para jogadores.
Sim, desta vez a mensagem para os jogadores. Isto é o Benfica e aqui ninguém se pode cansar de ganhar. Somar triunfos e títulos nunca pode ser aborrecido nem um problema, tem que ser a normalidade do clube. Noites más todos temos, jogos de desfecho injusto podem acontecer, surpresas desagradáveis em jogos que não era suposto perder fazem parte do futebol. Agora, achar que a tarefa está concluída antes de tempo ou deixar o destino em mãos alheias é inaceitável. Hoje tenho que pedir aos jogadores que representam o clube, não se cansem de vencer. Não se cansem de jogar finais, não se cansem chegar mais longe. Isso não faz sentido.
Não é aceitável deixar o Portimonense voltar ao jogo depois de uma vantagem de dois golos. Como disse o Jonas, não é aceitável deixar o adversário jogar à vontade. Havia um objectivo para cumprir, não eram só os 3 pontos, era necessário também fazer golos e criar pressão nas outras equipas.
O Benfica vinha de uma bela exibição no campeonato, começa o jogo na Luz a vencer com um bonito golo, chega ao 2-0 e tem tudo para fazer do último jogo na Luz em 2017 uma digna despedida.
Inexplicavelmente, na segunda parte a equipa eclipsou-se!
Todos os jogadores do Benfica precisam de renovar a ambição a cada jogo. Tem sido assim, pelo menos, nos últimos quatro anos. Hoje não era noite para facilitar. Mais de 20 mil adeptos disseram presente nas bancadas numa 4ª feira à noite antes do Natal. As escolhas de Rui Vitória foram no sentido de levar muito a sério a partida e, por isso, só aconteceram 3 alterações de campo mais o guarda redes. Nada fazia prever um final tão amargo mas foi o que aconteceu.
Há pouco mais de um mês o Benfica recebeu o Braga na Luz para o arranque do campeonato. O Benfica vinha da conquista da Supertaça e conquistou os três pontos contra o Braga.
Repito, pouco mais de um mês depois e o contexto futebolístico está virado ao contrário. O Benfica volta a receber o Braga na Luz mas em luta para inverter um ciclo negativo que teima em manter-se.
Rui Vitória sentiu necessidade de lançar novas caras, novos nomes e algumas estreias no clube, como foi o caso de Krovinovic. Também tentou inovar na organização táctica da equipa.
Júlio César voltou à baliza, Eliseu, André Almeida, Jardel e Ruben Dias, na defesa. Depois, Filipe Augusto e Samaris, com Krovinovic mais à frente e Gabriel na direita, Rafa na esquerda e Raul na frente de ataque.
O mais interessante é que a equipa respondeu de forma positiva, tomou conta do jogo, mostrou vontade e chegou ao 1-0 por Raul.
O que é misterioso é o que se passa depois. Uma espécie de apagão colectivo progressivo que vai deixando a equipa apática a assistir à reacção do adversário até este chegar ao golo. Foi assim com o Portimonense, CSKA e Boavista. Muito estranho.
Dá ideia que psicologicamente a equipa não está estável, sinais mais evidentes à medida que chegamos perto do final do jogo e não se vê objectividade no ataque. Jonas podia ter dado a vitória mas André Moreira negou-lhe o golo e há uma jogada de Gabriel pela direita que é interrompida por fora de jogo inexistente e que dava golo. São pormenores que podiam ter mudado a história do jogo.
As coisas não estão a sair a bem mas hoje viu vontade de mudar o rumo dos acontecimentos, seja pela aposta em novos jogadores, seja pela escolha táctica, seja pela maneira como se chegou à vantagem.
É verdade que o ciclo é delicado mas falamos de três jogos seguidos para três competições completamente diferentes. Marcámos passo em todas elas mas não é o mesmo do que estar três jogos sem ganhar para o campeonato.É uma fase má que a equipa precisa de ultrapassar e hoje voltou a contar com a ajuda dos seus adeptos.
(Fotogaleria: João Trindade)
24160 que foram dignificar uma competição tratada aos pontapés pela Liga de Clubes. Que justificação dá a Liga para este Grupo ter o seu primeiro jogo depois da 9 da noite e até há pouco tempo nem se saber bem quando é que se disputava o outro encontro. Que competição é esta que tem um calendário completamente baralhado, o Porto adiou o seu jogo por alma de quem?! Um grupo que era para ter o Real mas que foi afastado para entrar o Belenenses que, por sua vez, trocou de lugar com o Portimonense como parceiro de Benfica e Braga. Isto é tudo surreal mas 24160 quiseram acompanhar a sua equipa numa competição que apenas o Benfica costuma prestigiar.
24160 que percebem o momento mau que a equipa atravessa e fizeram um esforço por vir ao estádio aproveitando os preços dos bilhetes baratos.
24160 num jogo de abertura da Taça da Liga na Luz deve ser um recorde, costumamos ser menos.
24160 nas bancadas não chega a ser metade da lotação do estádio e, por isso, temos sempre de perguntar pela outra metade. Parece-me que a equipa precisa do apoio dos seus adeptos mais do que nunca.
Valentes 24160, mereciam mais felicidade naquele último tiro do Jonas.
Que tudo volte ao normal no sábado com o Paços de Ferreira, já noutra competição.
Para encarar esta meia final da Taça CTT, o Benfica deu todos os sinais de levar tudo muito a sério. A competição, o adversário e o compromisso em dar mais um passo para a final e defender um título que tem sido seu.
Os 11 escolhidos eram os mais rodados, com a novidade do regresso de Eliseu na esquerda, a opção de Carrillo com Salvio nas alas e o ataque entregue a Jonas e Rafa. Portanto, quanto à maneira como o Benfica começou o jogo não há muito a apontar.
A exibição na primeira parte foi aceitável, fez-se o que se pedia, posse bola, controlo do jogo e chegar à vantagem. Ou seja, chegámos ao intervalo numa normalidade absoluta. E é bom que a normalidade, actualmente, no Benfica seja isto.
Depois, vem uma 2ª parte que não tem explicação. Podemos falar em desconcentração, facilitismo no sub consciente, abordagem com excesso de confiança, a falta de Fejsa mas nada vai explicar realmente aqueles 15 minutos em que a equipa passa de uma vantagem normal para um resultado negativo de 3-1!
Algo que tendencialmente não fazemos nestes jogos é olhar para o outro lado. O Moreirense teve muito mérito na forma como acreditou, como foi à luta e como conquistou um autêntico vira minhoto no marcador. Aproveitou a desorientação do Benfica e conquistou uma vitória muito merecida. Por isso, parabéns ao Moreirense por este inesperado mas justo apuramento.
Preocupante no Benfica estas quedas num buraco negro que custam pontos e eliminatórias. Esta época já todos sentimos isto em Nápoles, na Turquia e contra o Boavista. Já são demasiadas vez que vemos a equipa entrar num abismo durante meia parte do jogo sem explicação aparente. É que não consigo apontar à equipa falta de determinação ou irresponsabilidade na abordagem ao jogo, porque ao intervalo estava tudo dentro da normalidade. São uns 15 - 20 minutos de apagão colectivo que devem ser dignos de estudo. Preocupante, repito.
Tal como aqui disse nos jogos que acabei de referir em cima, estou sempre pronto para aceitar os momentos inesperados do futebol, a nosso favor fico contente, contra nós fico revoltado. É esta a vida de um adepto de um clube de futebol. É importante não fazer disto o maior drama de sempre, como também é importante não ignorar o que se passou aceitando só que se tratou de um capricho do deuses do futebol.
Do ponto de vista pessoal, ao contrário do que oiço depois destes jogos que não nos correm bem, sinto-me muito mais confortável por ter ido ao estádio ver o jogo do que se tivesse ficado no sofá. A viagem de regresso dá para repor as ideias enquanto fazemos centenas de quilómetros debatendo com amigos o que se passou. Acho mais saudável, apesar de terem sido viagens estranhamente desconfortáveis, as piores que fiz entre Lisboa e o Algarve, devido a um temporal que só deu tréguas durante os 90 minutos de jogo. Dos cinco dias que chove no Algarve, tínhamos que levar com um deles em dia de jogo do Benfica.
Como tantas vezes desabafo por aqui, vale sempre a pena cometer estas pequenas loucuras porque salva-se sempre o encontro com amigos de outras paragens, neste caso o repasto num restaurante perto do estádio escolhido pelo benfiquista A.N. que nunca falha nas, infelizmente, poucas ocasiões que podemos ver o Benfica no sul.
Gosto muito de coerência nestas coisas do futebol. Exijo mesmo. Quem me lê na última década neste acompanhamento aos jogos do Benfica sabe que sempre disse que a Taça da Liga é para se levar a sério. Sempre. Por isso, podem encontrar no arquivo as crónicas a todos os jogos que o Benfica fez durante a última década nesta competição. A grande maioria dessas crónicas são relatos de jogos que testemunhei ao vivo. Na Luz não falhei um único.
Assim, permitam-me que evoque a coerência entre o interesse demonstrado e a indignação demonstrada pelos adeptos benfiquistas após a 2ª derrota do clube em 10 edições da prova. Sim, a 2ª derrota. Perdemos em Setúbal em 2007, numa noite bem fria no Bonfim, e voltámos a perder agora. Durante 10 anos não perdemos nenhum jogo na Taça da Liga. Acabámos eliminados em Braga mas no desempate por penaltis. Ora, em todos estes anos nos jogos no Estádio da Luz nunca vi grande interesse dos adeptos nos nossos jogos. Na maioria das partidas tivemos assistências abaixo das 20 mil pessoas. Talvez, o grau de cobrança após uma segunda derrota numa década nesta prova deva ser revisto, porque parece-me que o clube tem levado muito mais a sério esta competição que os próprios adeptos e os números confirmam este facto.
Quanto à felicidade dos rivais nem comento porque aí a coerência cora de vergonha.
No Benfica é sempre para ganhar, é o que tenho defendido, é por isso que faço questão de estar nos estádios em todas as competições oficiais sempre que possível. Contava com um domingo de festa a sul, estou chateado com esta inesperada derrota mas continuo a dizer que aprecio mais a coerência. Uns dias para reflectir e começar a pensar na deslocação ao Bonfim.
19.ª Jornada: Vitória FC - SL BENFICA, Segunda-Feira, 30 de Janeiro, 21 horas (Sujeito a alteração se formos à Final da Taça da Liga), SPORT TV
20.ª Jornada: SL BENFICA - Nacional da Madeira, Segunda-Feira, 6 de Fevereiro, 19 horas, (Sujeito a alteração se formos à Final da Taça da Liga), BENFICA TV
21.ª Jornada: SL BENFICA - Arouca, Sexta-Feira, 10 de Fevereiro, 20h30, BENFICA TV
22.ª Jornada: SC Braga - SL BENFICA, Domingo, 19 de Fevereiro, 20h15 SPORT TV
23.ª Jornada: SL BENFICA - CD Chaves, Sexta-Feira, 24 de Fevereiro, 20h30, BENFICA TV
24.ª Jornada: CD Feirense - SL BENFICA, Sábado, 4 de Março, 20h30, SPORT TV
25.ª Jornada: SL BENFICA - Belenenses, Segunda-Feira, 13 de Março, 20 horas, BENFICA TV
26.ª Jornada: Paços de Ferreira - SL BENFICA, Sábado, 18 de Março, 20h30, SPORT TV
Ao ver o jogo de hoje lembrei-me de um livro sobre Bill Shankly e de uma passagem em que ele dizia com piada:
"There are only two sides in Liverpool. Liverpool and Liverpool reserves."
Parece-me que é o que se está a passar no futebol português. As duas melhores equipas, pelo menos na Taça CTT, são o Benfica e as "reservas" do Benfica. Este reservas com aspas muito realçadas.
Voltar a Guimarães depois do triunfo para o campeonato e mudar a equipa quase toda, só resistiram Pizzi e André e Nelson, para voltar a fazer uma exibição tranquila, segura com nova vitória é uma proeza que merece todos os elogios. Isto porque os jogadores mudam mas a cara do futebol encarnado é a mesma.
A primeira parte do Benfica foi tudo o que se pedia, marcar e procurar resolver o jogo mesmo sabendo que o empate era suficiente para atingir o objectivo principal. Mas para não se por a jeito, a equipa procurou com toda a seriedade garantir o apuramento e ficar longe de critérios de arbitragem ou dos factores de sorte e azar.
Rafa arranjou um penalti para Pizzi falhar mas depois apareceu Gonçalo Guedes possuído para bisar e colocar o Benfica na desejada Final Four do Algarve. Boas exibições de Zivkovic, a deixar cada vez mais água na boca, Rafa, que tem de marcar golos urgentemente, e Carrillo que procurou entrar na história do jogo com sucesso.
Ver o jogo na RTP trouxe uma grande vantagem para nós benfiquistas, pudemos ouvir os nossos adeptos a puxar incansavelmente pela equipa e até deu para ver grandes planos da bancada benfiquista. Estão a ver, Sport Tv ?
A postura competitiva do Benfica é impressionante e não é de hoje. É das maiores mais valias do clube nos últimos anos, a motivação com que a equipa do Benfica ataca todas as competições onde entra, seja a Taça da Liga, seja a Liga dos Campeões. Isto é que é à Benfica. Assim fica mais fácil inscrever o nosso nome entre os finalistas e os vencedores das várias provas. É disto que é feito o Glorioso!
O valor e a validade do plantel do Benfica é de realçar agora que estamos a meio da temporada. A passagem pela fase de grupos da Taça CTT foi um sucesso só possível por existir um plantel equilibrado. O problema é que o mercado está aberto e muita coisa pode mudar neste mês, mas até aqui já ninguém pode tirar o mérito do caminho feito.