Saviola agradece a Luís Filipe Vieira e aos adeptos na hora da saída O Sport Lisboa e Benfica e o jogador Javier Saviola chegaram a acordo para a rescisão de contrato. Em declarações à Benfica TV, o argentino deixou uma mensagem aos adeptos: “A mensagem, acima de tudo, que quero deixar é de agradecimento aos adeptos, que tiveram sempre muito respeito por mim e muita paixão em relação ao futebol com o qual os podia brindar."
Aos 29 anos e com uma carreira invejável, na qual se destacam as conquistas de Liga Europa, campeonato de Espanha, Liga portuguesa, Mundial sub-20 e medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas, Javier Saviola enriqueceu o seu currículo com o prémio de A BOLA para melhor jogador do campeonato passado. «Uma honra», disse.
- Que significa para si conquistar o troféu de A BOLA para o melhor jogador do campeonato de 2009/2010? - Em primeiro lugar quero agradecer ao jornal A BOLA por esta distinção, que é muito importante para mim, especialmente por ter sido o meu primeiro ano em Portugal e depois de ter chegado a um clube tão grande como o Benfica. Na verdade estou mesmo muito feliz. Mas este prémio também é dos meus companheiros e do treinador e quero por isso partilhá-lo com toda a equipa, que me ajudou a chegar onde cheguei. É uma alegria muito grande para mim.
- Considera poder dar ao Benfica ainda mais do que aquilo que deu na liga passada? - Sim, sim, sim, sem dúvida alguma. Tenho muito mais para dar, muito mais futebol, pois estou a começar a sentir-me melhor e entendo que devemos sempre progredir em vez de ficarmos agarrados ao passado. O futebol vive do presente. É preciso continuar sempre a trabalhar, há sempre que continuar a lutar por saber que estamos num clube muito grande, por saber que as pessoas pedem sempre títulos.
- Tem vontade de ficar muitos anos no Benfica? - [risos] Sim, sim, oxalá, se bem que a vida de um jogador nunca se sabe. Mas, sim, claro que gostava. Vivo um presente bonito e muito bom no clube e espero que possamos partilhar mais momentos juntos, estar com estas pessoas que me têm tratado tão bem e com o clube, que me deu tanto.
- Javier Saviola sucede a Lucho González, antigo médio do FC Porto, mas também argentino, na conquista deste prémio de A BOLA. Tem um valor especial? - Devo dizer que tenho uma relação muito boa com ele, damo-nos muito bem e é um enorme jogador. Na época passada, quando soube que havia sido ele o eleito como melhor jogador da temporada 2008/2009, fiquei muito contente, mais a mais quando sabemos todos muito bem o que Lucho significa como jogador. O facto de ter ganho a edição passada e agora ter sido eu a vencer este prémio deixa-me muito orgulhoso.
- Está em Portugal há ano e meio. Encontrou o que esperava? - Estou muito contente, tanto na vida futebolística como na vida pessoal. A minha família também está muito feliz, as pessoas tratam-nos muito bem, o Benfica sempre se portou muito bem comigo. Quando estamos bem na vida pessoal isso nota-se no nível futebolístico. E neste momento estou feliz em ambas as vertentes.
"Ao longo da carreira encontrei vários tipos de adeptos. Dos fanáticos de Sevilha, aos low profile do Mónaco. Mas como também já referi, não encontrei nenhuns com a genuína paixão dos benfiquistas. É quase inexplicável. Sente-se olhando fundo nos olhos das pessoas. Sente-se nas manifestações espontâneas nas ruas, nos restaurantes, no estádio. Sente-se nas cartas que recebemos (...). Quem já passou pelas mesmas situações - em países diferentes, com clubes diferentes e adeptos diferentes - sabe distinguir claramente os sentimentos. Aqui é distinto. Garanto!."
"O Benfica é um clube muito especial. Não digo isto para ser politicamente correcto ou conquistar o coração de quem quer que seja. Aliás, antes de vir para Portugal, posso confessar que desconhecia em absoluto esta grandeza. O Benfica foi-me conquistando e convencendo com factos. É daqueles clubes que te surpreende dia após dia. Quando conto isto a alguns colegas de outros clubes eles estranham. Como é que alguém que passou pelo Real Madrid ou Barcelona se pode surpreender? A explicação é simples. O Real ou o Barça são como teatros gigantescos e nós, os jogadores, somos os actores principais de uma grandiosa encenação. No Benfica é outra coisa, mais ligada ao sentimento, ao povo, à paixão. Vem das raízes, é genuíno.” “Os adeptos conseguem transmitir-nos exactamente o que lhes vai na alma. Sentimos essa força na pele. (...). Cheguei a dizer ao Jorge Jesus: "Mister, isto nem no Madrid! O mesmo já tinha acontecido no estágio da Suiça. No meio das montanhas, num local que nem vem no mapa, havia centenas de benfiquistas a apoiar-nos. Após o primeiro treino liguei à minha mãe e disse: "Mãezita, este clube é impressionante!"
Chega o final da época e surgem sempre algumas dúvidas sobre o futuro dos jogadores mais influentes da equipa. No seu caso, porém, diz que os benfiquistas não se devem preocupar quanto a uma eventual saída. «Não vejo razões para sair. Sinto-me bem no Benfica e também acho que as pessoas estão satisfeitas com o meu trabalho. Quando digo que no final de uma época tudo se avalia é porque no futebol vive-se muito o presente e de um momento para o outro as coisas podem mudar. Mas gosto de estar cá e quero continuar», vincou. in A Bola
O avançado argentino do Benfica, Javier Saviola, foi eleito jogador do mês de Dezembro da Liga, sucedendo a João Tomás, do Rio Ave, no prémio atribuído pelo Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF).