O futebol é tão popular pelas emoções que nos dá. O futebol do Benfica é um caso ainda mais sério. O facto do futebol do Benfica ganhar um jogo não significa paz no reino da águia. Não é assim tão simples. Nunca foi, nunca há de ser. O facto do Benfica estar a ser treinado por um homem que pegou numa equipa destroçada a 7 pontos do líder e ter desatado a ganhar jogos não quer dizer que a nação benfiquista o considere consensual. Ganhar 25 jogos no menor espaço de tempo, ter ganho todos os jogos para a Liga fora da Luz desde Janeiro, apresentar o melhor ataque e melhor defesa, não são um seguro anti contestação. Porque, lá está, no universo vermelho não chega ganhar. É preciso ganhar a jogar à Benfica.
Isto tudo junto faz com que o Benfica seja um clube sempre em constante discussão e com uma exigência superior.
Por isto, os benfiquistas ao chegarem à Luz nesta 4ª feira à noite para o nono jogo da Liga NOS mostravam logo descontentamento com a relva. E com a chuva que ia piorar a relva. Depois são conhecidas as equipas e mais uma hora de discussão global. Porquê Jardel? Samaris e Gedson? Chiquinho e Vinicius?
Os grupos de WhatsApp enchem-se de indignações e previsões, nas bancadas discute-se se são os melhores jogadores ou não. A desconfiança sempre a reinar. A impaciência de uma multidão que não quer só ganhar, exige futebol de gala.
Ninguém quer saber se o Portimonense vem com uma compacta linha de 5 defesas e com a lição bem estudada quanto à rotação interior do jogo do Benfica. Mesmo com a equipa de Folha a mostrar atrevimento nas saídas e com jogadores de qualidade a ameaçarem a baliza do Benfica, as bancadas não se impressionam. Depois, Anzai tem uma grande oportunidade mas Odysseas voltou a ser determinante, tal como em Tondela, e estava lá quando tinha de estar.
Entretanto, o Benfica chega ao golo por André Almeida e festeja com Veríssimo que treina as bolas paradas. O Benfica marca bem de bola parada apesar disto também já ter sido tema de profunda reflexão em canais como o 11, por exemplo.
O Benfica a ganhar, a relva a aguentar e o Porto a empatar na Madeira. Ao intervalo os sorrisos voltaram à Luz. A disposição dos benfiquistas no estádio melhorou em meia parte de um jogo.
A boa disposição alastrou-se ao balneário do Benfica e a equipa volta para uma segunda parte à... Benfica.
Samaris e Gabriel no meio estiveram bem, Cervi com o bom entendimento do costume com Grimaldo que assinou uma exibição espectacular. Gedson beneficiou da noite inspirada de André Almeida e Chiquinho justificou a titularidade e mostrou que pode ser perfeitamente uma solução para jogar a segundo avançado. Vinicius bisou e com enorme qualidade de finalização.
Uma goleada por 4-0 depois de um empate do Porto com o Marítimo, uma exibição com momentos empolgantes e o Benfica isolado na liderança do campeonato transformam uma 4a feira cinzenta numa bela noite de outono.
E de repente, a relva já não é problema, o Vinicius já não é caro, o Chiquinho já não é dúvida, o Odysseas já não é intranquilo, Lage afinal sabe o que está a fazer e no sábado é para confirmar isto tudo.
O futebol vive destes contrastes, um jogo que parece perdido pode acabar em euforia como se viu no Liverpool - Arsenal que aconteceu ao mesmo tempo deste Benfica - Portimonense. Mas o futebol do Benfica não é só contrastes, é mudança de semblante e estados de espírito de jogo para jogo, de uma primeira parte para uma segunda parte, do fim de semana para o meio da semana. E ainda bem que é assim.
Enquanto todos percebermos que o mais importante no final do dia é termos ficado com os 3 pontos, tudo o resto se resolve. O treinador assume que só ganhar não chega, gosta do apoio dos adeptos o jogo todo e sabe ouvir as exigências no fim e até concorda que é preciso jogar à Benfica. Quando tudo acontece, ganhar a jogar à Benfica, todos ficamos aliviados. Nem é felizes, reparem, é aliviados. Porque sabemos que não se atingiu a perfeição por um resultado gordo, uma exibição agradável e a liderança isolada na Liga. A maratona é muito longa, isto é só uma noite de Outono, a nossa meta é um Maio bom. Mas quando tudo funciona como queremos sentimos que estamos todos a ser Benfica. Esta harmonia é rara e valiosa, motiva por dentro e assusta os de fora. Sentir que podemos ter muitas noites assim é o que faz o futebol do Benfica ser fascinante. Saibamos nós vivê-lo e compreendê-lo.
Muita concentração para este exercício: voltemos ao minuto 65 deste jogo. Tentem imaginar uma sensação melhor, uma emoção maior, na vossa vida do que aqueles 10 segundos entre a recepção de Rafa na grande área, o disparo para o 2-1 e a maneira como festejaram a reviravolta.
Não há nada superior a isto, pois não?
É por isto que o futebol do Benfica tem tanta importância na nossa vida.
Para trás tinha ficado uma hora de agonia e sofrimento.
Sair da Luz e voltar à vida é ter de explicar a familiares ou amigos que o resultado final foi 5-1 mas que nesta tarde durante uma hora sentimos o mundo perto de desabar. Ninguém entende fora do contexto certo.
O Portimonense de Folha jogou muito bem, não caiu na tentação do anti jogo, esteve a ganhar e assustou a sério Bruno Lage e os seus seguidores.
As culpas do Benfica não fáceis de decifrar. Será ansiedade, medo de falhar, pressão extra pelo pouco que falta jogar, alguma coisa se está a passar com as entradas do Benfica nos últimos dois jogos.
O que não é atacável é alma e a determinação com que a equipa responde quando o quadro é negro. Aqueles cinco minutos em que Rafa nos resgatou da depressão ao alivio foram absolutamente mágicos. Poucas vezes se viu, sentiu, viveu um ambiente assim na Luz. 60 mil adeptos em êxtase numa explosão colectiva de raiva e acreditar nos seus que fez tremer todo o estádio. O Benfica empatou e a Luz entrou em erupção. No 2-1 ouviu-se um festejo tão ensurdecedor que fez lembrar as melhores celebrações da antiga Luz. Ao nível de um golo ao Steaua ou Marselha. Sem exageros.
Foi de tal maneira libertador que a equipa arrancou para mais uma épica goleada. Uma série de golos até como que a compensarem todo o sofrimento que tinha ficado para trás e que já ninguém se recorda.
Não vale a pena virmos para aqui dizer o óbvio que é ter de evitar sofrimentos. Num mundo ideal o Benfica começava todos os jogos a ganhar e chegava ao intervalo com um 4-0. Bruno Lage e os jogadores lá saberão como preparar a viagem a Vila do Conde. Uma coisa certa, nos Arcos os benfiquistas lá estarão em peso preparados para sofrer e carregar a equipa para mais uma vitória. Nem é nada de novo naquele estádio, certo Raúl?
Hoje o jogo resolveu-se na 2ª parte, a baliza Grande da Luz cumpriu o seu destino e todos temos um resto de fim de semana bem melhor.
Faltam dois jogos. São os dois para ganhar. A montanha russa de emoções deste sábado vai dar lugar a um vazio e ansiedade própria de quem vai começar tudo do zero de novo no próximo fim de semana.
Ao contrário do que a imprensa generalista e especializada quer fazer passar, eu não sou nenhum criminoso incendiário. Não bastava o enorme "cabeção" que levava ao sair do estádio com a miserável passagem do Benfica pelo Algarve, ainda tive que atender chamadas e responder a sms que davam conta de uma bancada a arder. Precisamente, aquela onde estive a ver o jogo. Meus amigos, se não sabem distinguir umas tochas acesas no chão entre cadeiras e um incêndio, então não são os adeptos que são incendiários, são vocês todos que são uns idiotas. Os que fazem as notícias, os que as passam e os que as engolem. Se querem preocupações com fogos no Algarve vão fazer alguma coisa pelas vítimas de Monchique e arredores. Cambada de hipócritas.
Ainda na sequencia da negra noite, depois do jogo o único momento bom foi rever e saudar gente boa que é movida pelo Benfica, do sul ao norte, porque o regresso a casa foi um pesadelo de dezenas e dezenas de quilómetros de nevoeiro cerrado pela A2.
Antes do jogo, tudo certo, tudo bem.
Ir ver o Benfica a Portimão a meio de uma semana de trabalho equivale a fazer esforços e sacrifícios só para vermos a nossa equipa ao vivo. Ao contrário do que a Liga de clubes pensa, o sucesso de um estádio cheio numa gelada 4ª feira à noite não tem nada a ver com a vaidade e soberba que o Pedro Proença mostra em todas as suas intervenções públicas. O estádio de Portimão está cheio APESAR da organização da Liga. APESAR de marcarem os jogos tarde a más horas, APESAR de tratarem os adeptos mal dentro e fora do estádio. Percebam isso, não se vangloriem de um campeonato que deve é um exemplo do que não deve ser uma organização. Basta dizer que saímos de Portimão sem saber datas e horas da próxima deslocação.
Depois o clube Benfica também tem de perceber que ninguém está ali aquela hora, num dia de trabalho, metendo folgas, férias, adiando compromissos e deixando as famílias para segundo plano, por causa de um dirigente, de um treinador ou de algum jogador. Nada disso. Os que estão ali, estão pelo Benfica. Já foi assim naquela noite fria em que os adeptos quiseram estar no primeiro jogo do ano numa inédita deslocação à Trofa. Curiosamente, o jogo de ontem leva-me precisamente para essa época do Quique Flores, a mesma derrota por 2-0 e o mesmo sentimento de impotência perante uma ideia de jogo falida.
Mesmo sabendo que a equipa joga mais mal que bem, mesmo sabendo que a aposta nesta equipa técnica tem estado por um fio, ou por uma derrota, os adeptos lá estavam. Quem critica no conforto do sofá nunca vai entender o sentimento de quem faz tudo por estar lá.
O que aconteceu em campo foi o chamado desastre à espera de acontecer. Ontem foi o ponto final da tal retoma que fez de Dezembro um mês vitorioso e que deixou no jogo com o Braga uma clara ilusão imediatamente contrariada em mais um apuramento na Taça da Liga sofrido e envergonhado.
Exibição desastrosa do Benfica. Desfocados, desconcentrados, vencidos e sem soluções externas.
Não há desculpas para um jogo assim que simbolicamente marca o arranque do ano 2019. Só faço uma ressalva ao Jonas que me pareceu mal expulso.
De resto, nem há ponta por onde pegar. Uma letargia que se estendeu às bancadas onde até os adeptos pareciam conformados com o triste espectáculo. Parecia que estava tudo à espera de uma noite assim.
Mas não é bem assim. Nós quando tomamos a decisão de juntar um grupo e viajar de Lisboa ao Algarve, a ideia nunca é voltar com este sentimento de tristeza e depressão. Por isso, é que combinamos encontros e reencontros, nos sentamos à mesa a comer, a beber e a partilhar histórias e opiniões entre várias gerações de benfiquices. Somos sempre muito bem recebidos e tratados no Algarve. Desta vez, o repasto foi em Pêra no pequeno e acolhedor restaurante Boa Onda. Muitos e bons petiscos, variada carne e aguardente de figo. Procurem que vale a pena.
Depois há momentos de prazer que ninguém nos tira, esplanada com cerveja e aquele sol algarvio que até no inverno parece verão. As conversas sempre à volta do mesmo. Isto ninguém compra, ninguém explica, ninguém troca.
O resto é um jogo a que estamos sujeitos. Inesperado não foi, desagradável e inaceitável é sempre que o Benfica perde.
Na viagem para Lisboa vinha a pensar nas coincidências do futebol. O primeiro jogo de Rui Vitória no Benfica foi no Algarve e correu mal. Simbolicamente este último jogo foi na mesma região e o sentimento de azia é igual.
Segunda viagem ao Algarve esta época, coisa rara nas épocas futebolísticas nas últimas décadas. Encontro com benfiquistas do sul que nos encaminharam para uma experiência gastronómica que merece ser destacada a abrir a crónica.
Dizer que não se come bem, a não ser franguinho da Guia, e o atendimento no Algarve não é simpático tem aqui uma forte oposição.
Em Boliqueime existe um restaurante chamado O Lavrador que tem uma decoração bem rústica e com um espaço bem aconchegante com duas lareiras a aquecerem a sala.
O cicerone Luís tem enorme orgulho nos produtos caseiros e serve chouriças, queijo amanteigado e seco, torresmos divinais e outras iguarias que davam logo um belo almoço. Mas são só entradas para abrir apetite ao cabrito em forno de lenha e polvo à lagareiro. Tudo impressionantemente bom. Sobremesas regionais e um medronho do outro mundo.
Tão satisfatório que o bom do Luís propôs colocar a disposição duas carrinhas para nos levar dali ao estádio e trazer de volta após o jogo. E como tudo acabou bem em Portimão voltámos à carga no Lavrador pela madrugada fora. Lulas, javali, costeletas de porco preto. Enfim, um dia inesquecível. Malta do Algarve, em Boliqueime há ouro. Não hesitem.
De alma e estômago bem aconchegados e envolvidos no mar vermelho que invadiu o estádio do Portimonense nada melhor que começar o jogo com o golo de Cervi e ficar na frente do marcador. Uma óptima forma de regressar a Portimão tantos anos depois para o campeonato.
Jogo a correr bem mas com o Portimonense a mostrar que não ia ser uma noite descansada.
Na 2ª parte um momento de pânico com a saída de Jonas. Primeiro sinal negativo da noite. Segue-se o golo do empate e de repente o encanto da viagem ao Algarve perde-se nas bancadas.
Por falar em bancadas, vamos lá esclarecer aqui algo que não considero chocante, antes entendo como normal.
O jogo está empatado, a perda de pontos no horizonte e, de repente, umas filas abaixo na bancada onde estou oiço alguém histérico e claramente feliz a gritar: Portugal ganhou o Europeu!
Recordo que faltavam poucos minutos e o Benfica estava a perder pontos.
Se uns minutos antes uma entidade superior me pedisse para escolher entre o Benfica ganhar 3 pontos e Portugal um Europeu de futsal, não havia um segundo de hesitação para escolher os 3 pontos.
Mas isto não é nada contra o futsal, que aproveito para elogiar e salientar o papel dos jogadores do nosso Benfica. É que se me perguntassem se preferia os 3 pontos ou acabar com a fome no mundo, eu preferia ganhar em Portimão, obviamente. Para mim, é esta a ordem lógica da vida.
Posto isto, chegou a vitória do Benfica na recta final. Meu querido Cervi, marcou a abrir e cobrou aquele livre directo ali na minha frente em forma de poema e pintura clássica ao mesmo tempo. Que maravilha. E no fim Zivkovic eleva o nosso fim de semana para contornos épicos. Até abriu o apetite apesar do que foi ingerido ao almoço.
Jogo muito complicado, muito boa réplica do Portimonense, campo bem difícil onde os triunfos têm que ser muito trabalhados.
Grande vitória do Benfica. Precisamos de recuperar Jonas e pensar em ganhar ao Boavista porque a nós ninguém nos dá nada. Estamos na luta.
Que o Portimonense se mantenha por cá muitos anos, o Algarve merece jornadas destas.
Por alturas da conquista da Taça de Portugal em Maio deixei aqui um recado a todos os benfiquistas que viraram costas à cerimónia da entrega da taça. Pedi que nunca se cansem de vencem. Nunca desprezem a conquista de um troféu. Nunca deixem de festejar um triunfo do Benfica numa competição. Nunca pensem que será sempre assim ou que é fácil.
Isto aconteceu a meio deste ano e nunca me passou pela cabeça voltar aqui ao assunto. Muito menos para mudar o foco para jogadores.
Sim, desta vez a mensagem para os jogadores. Isto é o Benfica e aqui ninguém se pode cansar de ganhar. Somar triunfos e títulos nunca pode ser aborrecido nem um problema, tem que ser a normalidade do clube. Noites más todos temos, jogos de desfecho injusto podem acontecer, surpresas desagradáveis em jogos que não era suposto perder fazem parte do futebol. Agora, achar que a tarefa está concluída antes de tempo ou deixar o destino em mãos alheias é inaceitável. Hoje tenho que pedir aos jogadores que representam o clube, não se cansem de vencer. Não se cansem de jogar finais, não se cansem chegar mais longe. Isso não faz sentido.
Não é aceitável deixar o Portimonense voltar ao jogo depois de uma vantagem de dois golos. Como disse o Jonas, não é aceitável deixar o adversário jogar à vontade. Havia um objectivo para cumprir, não eram só os 3 pontos, era necessário também fazer golos e criar pressão nas outras equipas.
O Benfica vinha de uma bela exibição no campeonato, começa o jogo na Luz a vencer com um bonito golo, chega ao 2-0 e tem tudo para fazer do último jogo na Luz em 2017 uma digna despedida.
Inexplicavelmente, na segunda parte a equipa eclipsou-se!
Todos os jogadores do Benfica precisam de renovar a ambição a cada jogo. Tem sido assim, pelo menos, nos últimos quatro anos. Hoje não era noite para facilitar. Mais de 20 mil adeptos disseram presente nas bancadas numa 4ª feira à noite antes do Natal. As escolhas de Rui Vitória foram no sentido de levar muito a sério a partida e, por isso, só aconteceram 3 alterações de campo mais o guarda redes. Nada fazia prever um final tão amargo mas foi o que aconteceu.
Noite bem atípica no Estádio da Luz neste regresso do campeonato a casa.
Na teoria era um compromisso interessante para fazer alguma mudanças na equipa, arrancar uma boa exibição, voltar às vitórias e gerir as expectativas para a estreia europeia que se segue.
Na prática foi tudo ao contrário. A equipa que veio da divisão secundária esta época fez uma exibição muito personalizada e colocou problemas até ao fim.
Rui Vitória manteve o sector defensivo, voltou a chamar Lisandro para o lugar de Jardel. Mas depois optou por apostar em Samaris no lugar de Filipe Augusto, Zivkovic no lugar de Sálvio, mantendo o resto da equipa. O grego ainda não tinha sido chamado depois de cumprir o castigo e o sérvio vinha moralizado da chamada à sua selecção.
O problema é que quando acaba a primeira parte do jogo a pergunta que se fazer era apenas e só: que apatia é esta?
Uma primeira parte cheia de nada que decepcionou os mais de 50 mil adeptos que marcaram presença numa 6a feira à noite na Luz. Não era esta a resposta que se pedia após um empate, após o fecho de mercado e após os compromissos das selecções.
(Fotogaleria João Trindade)
Para agravar tudo isto, aos 11' da segunda parte, o Portimonense chega à vantagem depois de várias ameaças. Ali o desacerto da equipa de Rui Vitória parecia ainda maior. As entradas de Salvio, Filipe Augusto e Raul Jimenez durante a 2ª parte mostravam bem o desespero vindo do banco a tentar equilibrar a equipa e também a dar mais força atacante.
Felizmente, a reacção ao golo sofrido parecia terminar com a apatia geral. Penalti sobre Salvio, respectiva expulsão de Hackman e golo de Jonas. Dezoito minutos depois, quando o desespero nas bancadas já passava para dentro de campo, André Almeida tira da manga um número nunca visto, remate tenso com corte na bola que a levou a efectuar um trajecto tão invulgar quanto lindo. Só parou dentro da baliza de Ricardo Ferreira. Nem me interessa se foi intencional, se foi sem querer, se foi sorte. Azar não foi, de certeza.
Parecia estar feito o mais complicado. Puro engano. Apatia voltou. O Portimonense deu tudo na fase final e chegou mesmo ao golo antes dos 90 minutos. Seria o 2-2 perto do fim do jogo.
Enquanto metade do estádio lamentava a apatia defensiva e a outra fazia contas no relógio a ver se dava para fazer o 3-2, a última maravilha do desporto nacional, o VAR, indica ao árbitro que a jogada do golo dos algarvios começa com um fora de jogo.
Ou seja, há um ano, com este sistema, não tínhamos cedido pontos ao Vitória FC.
Por outro lado, este VAR que há umas semanas anulou um empate ao Estoril em Alvalade foi muito elogiado. Hoje, já percebi, trata-se de um escândalo.
Acabou o Benfica por vencer mas a exibição deve servir para profunda reflexão de dentro para fora.
Valeu pela vitória e pela recordação da última visita do clube de Portimão à Luz para campeonato, empate. Que tenha sido um bom resultado numa noite má e nada mais que isso.