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Red Pass

Rumo ao 38

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Rumo ao 38

Benfica do Vietname Vs Tetra por Pedro Ribeiro

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Há uma expressão que uso, nas conversas com amigos benfiquistas, sobre aqueles negros anos entre 94 e 2005. “O nosso Vietname, é como eu chamo a esses anos de frustrações, derrotas e humilhações.

A geração mais nova só ouviu falar disso, e não sabe o que doeu. E eis que, em 2017, vamos com quatro campeonatos seguidos no nosso bandulho. Um regalo. Uma impossibilidade, se nos falassem disso durante esse período trágico do nosso clube.

O exercício festivo que proponho é o de reavivar a memória dos leitores do Red Pass para esses tempos, até para que tenham todos, a cada momento, a noção exacta dos tempos gloriosos que estamos a viver no nosso clube.

Comparemos, com a decência de não incluir na comparação craques que por aqui passaram nesses anos de horror, mas que estavam à altura do nosso clube. Tiveram o azar que cá estarem nessa altura, fazendo deles parte de nós, neste sentido: foram vítimas inocentes:  João Vieira Pinto, Michel Preud’Homme, Karel Poborsky, Nuno Gomes, Robert Enke, por exemplo.

Mas olhemos para os outros. Craques lendários da caderneta dos cromos mais difíceis, sabe Deus debaixo de que pedra vieram. E comparemos com os craques superiores que temos hoje.

 

Bossio/Ederson – Ora o que é que temos aqui? O argentino chegou ao Benfica e logo no primeiro jogo, na apresentação com o Bayern de Munique, deu um frango muito maior que o seu imponente metro e noventa e quatro. Ficou apresentado. Uma espécie de Roberto antes do tempo, Bossio foi um expoente do Vietname benfiquista e compará-lo com Ederson é até cruel, para os dois. Ederson é o melhor guarda-redes do mundo, pelo menos está em campo com ar disso, e tem tal confiança em si, nas capacidades da equipa e na necessidade de promover o futebol espetáculo, que pode dar-se ao luxo de dar uma barraca aos três minutos de jogo em Alvalade, e depois esperar calmamente que o sueco que tem à sua frente, e que vai ser seu companheiro de quarto nos estágios do unaitid faça a sua magia. Se já existisse, com a idade que tem hoje, nos anos 90, Ederson teria sido guarda-redes e médio, dada a capacidade de colocar a bola na frente. Eu acredito que ele continuará a fazer assistências para golo para os nossos avançados, mesmo a jogar noutro campeonato qualquer. Já Bossio, coitado, tem de contentar-se em comprar uma assinatura e ver os jogos da Premier League, lá na Argentina, mentindo aos amigos, olhando para Ederson na televisão e dizendo: “le ensine todo.”

Mas nós é que sabemos.

 

Rojas / Nelson Semedo – Ainda vamos no lateral direito, e acabo de perceber que isto vai ser um rolo compressor de paródia e regabofe. Naquela negra Quinta-feira, 25 Novembro de 1999, Rojas exerceu marcação cerrada sobre Karpin, que o cerrou ao meio várias vezes, fazendo dele um pobre número de magia em que o truque estava tão à vista que, a dada altura, veio Gustavo Lopez para o seu lado. Rojas só não chorou porque desconfio que nem percebeu bem o que lhe aconteceu. Nélson Semedo é o melhor lateral direito do mundo, ou vai ser um dia destes. Faz três ou quatro maratonas em cada jogo, tem um tempo de corte e uma técnica que farão Rojas pensar, tarde demais, que escolheu a profissão errada.

Ronaldo / Luisão – Brasileiros, defesas centrais. A semelhança acaba aí. Quando digo ao meu filho que nós tivemos um Ronaldo no Benfica, ele abre muitos os olhos de espanto. É então que realizo o que quero dizer com essa revelação, arrependo-me e mudo de assunto. Ronaldo tinha a rapidez da minha bicicleta de infância, tal como ela está hoje: num ferro velho qualquer, toda torta e sem uso possível. Parecia, tal como a maioria daqueles jogadores, que não percebia bem o que lhe estava a acontecer, mas era bom rapaz. Esse parece ter sido, muitas vezes o requisito para jogar naquele Benfica. Isso ou simplesmente ir ali a passar na Avenida General Norton de Matos e dar um pontapé numa lata ou numa pedra.

Luisão é o nosso capitão, e custou um milhão de euros (rir a bom rir), quando o fomos buscar ao Cruzeiro. Mais de 500 jogos depois, compará-lo com o nosso Ronaldo é estar a comparar CR7 com, digamos, Paulo Nunes, outro portento que tivemos.

 

King / Lindelof  - Oremos. King foi um bloco de cimento que encontrámos, ao sol do Algarve, e achámos que era boa ideia, até termos percebido que betão não tem mobilidade e os avançados podem sempre dar a volta, ou jogar à parede, só para reinar. Lindelof é o futuro melhor central do mundo, é jogador de futebol mesmo, corta, faz passes, marca golos de livre, enfim. King jogou apenas meio jogo pelo Benfica. Foi meio jogo a mais. Lindelof estreou-se numa altura quem que ninguém o conhecia, tal como ninguém conhecia o King. Mas as semelhanças acabam aí. Lindelof segue a linhagem de um Schwarz, um Thern, um Magnusson. King é aquele logotipo Galucho que aparece em veículos pesados. Como foi possível, no clube do Rei Eusébio, ter existido este outro King?

 

Escalona / Grimaldo – Ora bem, Escalona é um daqueles nomes que, só por si, representam uma era. Pesaresi lê isto e pensa: porquê Escalona e não eu? Ou um El El Hadrioui. Ou mesmo Steve Harkness, hoje provável segurança de um bar de má fama na Inglaterra profunda. Tudo artistas de grande calibre futebolístico que vestiram o manto sagrado. (Aplicar Betadine na ferida)

Escalona veio do Colo-Colo, mas não tinha nível nem para um Colinho-Colinho. Ainda o despachámos, numa manobra negocial de um nível só comparável às manobras de um Eliseu numa Tetra Vespa, para o River Plate. Mas eles., lá em Buenos Aires, demoraram 2 jogos a perceber aquilo que, na Luz, levámos 11 jogos a perceber: era féze, na lateral esquerda. Já Grimaldo esteve a estagiar em Revestimento de Seixal, amadurecendo durante um ano, até se revelar em todo o seu esplendor, de tanino magnifico e excelente final, a cruzar para o golo ou a marcar livres como se fosse Playstation. Fomos sacá-lo a Barcelona, quando se distraíram e não estavam a olhar, e agora fazem fila para pagar bom dinheiro por ele. Ainda não tinha nascido e já corria mais, jogava mais, era melhor em tudo do que Escalona jamais pode sonhar. Repare-se bem na diferença: de Escalona a Grimaldo. Não é outro nível, só. É outro clube, outro mundo, outro universo. Com Escalona a linha lateral era de cal. E só a bola magoava mais.

 

Uribe / Salvio – Uribe chegou em Janeiro de 2000 e estreou-se com um golo contra o Sporting, de livre directo, na Luz. Também o Sabry fez isso uma vez em Alvalade, e nem por isso deixou de ser um flop. Uribe parecia que era grande jogador, mas só o cabelo era realmente impressionante. Já Sálvio, sendo pequenino, tem um hábito que mostra o quão enorme consegue ser. Todos os anos é operado. Já é um tique. E volta sempre em grande, decisivo, assobiado mas amado, aquela correria e passe letal em Vila do Conde…Uribe nem a treinar contra os infantis, vendados e encharcados em Atarax, conseguiria tal coisa. Consta que Mourinho, quando chegou à Luz, olhou para Uribe e pô-lo a treinar a lateral-esquerdo, porque Escalona estava lesionado. (riso nervoso) Não deu. Não dava. Não podia dar nunca.

 

Jamir / Fesja – Jamir vinha do Botafogo e, no Benfica de Paulo Autuori (calma, isto piora), estreou-se nas Antas num jogo da Supertaça. Actuou num meio campo benfiquista com Bruno Caires e Calado ao seu lado (eu avisei). Fesja faria o lugar desses três jogadores e ainda daria uma ajuda preciosa à dupla Ronaldo/King lá atrás. Mas, na altura, olhando para o plantel do Benfica, pensar num super jogador como Fesja, era acreditar em seres sobrenaturais, e nós já tínhamos esgotado esse filão na fé cega em coisas impossíveis quando tivemos um sul coreano no ataque, com Leónidas a extremo esquerdo e Taument na direita. Jamir aviou Panduru num treino, o que só lhe fica bem. Mas foi o seu momento mais útil ao nosso clube, e, mesmo assim, não chega. Ah Fesja teria transformado Panduru em fertilizante, até aí leva vantagem.

 

Chano / Pizzi – Chano já tinha 93 anos quando chegou à Luz e foi-lhe dada a camisola Dez. (Pausa)

Pizzi veio do Atletico de Madrid e teve de amargar até ser o Platini de Bragança que é hoje. Naquele Benfica dos anos 90, Pizzi seria 10, 6, 8, 7, 9…e melhor em todos os casos. Os mais antigos, como eu, lembram-se de elogiar “A técnica”, a “visão de jogo”, a “experiência” de Chano. Todos sabemos que eramos nós a negar a dura realidade. Era um trapo com estilo, e mesmo assim melhor que Michairidis, Tahares, Tavares, Michael Thomas, Paulos Almeidas e outros quejandos. Quando Pizzi tiver a idade de Chano, daqui a sessenta e tal anos, ainda será muito melhor do que era o velho Chano, a quem, sabiamente, um consócio chamava, no Terceiro Anel para quem o queria ouvir: “Não é Chano, é chanato!”

E pensar que havia malta a mandá-lo calar.

 

Sabry/ Cervi – Num feliz jogo de palavras, costumo repetir que “este Franco, Cervi”, de cada vez que o pequenino argentino faz uma das suas habilidades. Sabry nunca serviu. Mas parecia. Meteu aquela na gaveta, estragando a festa ao Sporting. Mas levava muito tempo a compor os atacadores das chuteiras.

Era aquele tipo que fintava 23 jogadores num treino de conjunto, mas não saia do mesmo sítio, aparecia o voluntarioso Marchena que lhe dava uma piedosa porrada que o rasgava todo, ia tudo para o duche, perdíamos no domingo seguinte e acabava por ser aborrecido. Cervi é um talento puro, na linha dos extremos argentinos baixinhos capazes de fazer magia e, ainda assim, serem consequentes. Sabry nem a palavra consequente percebia e não era porque era egípcio. Era das golas levantadas, que lhe tiravam o pouco discernimento. No entanto, no terceiro anel, chegámos a pensar que este extremo, comprado ao Paok depois de os termos eliminado (prospeção afinadíssima, muito própria daqueles tempos), ia ser o novo Chalana. Ou pelo menos o novo Carlitos. O novo Ailton, vá. O novo Luis Carlos? Não, não, não. Não mesmo.

 

Martin Pringle / Jonas – Ah ah ah, cabrão do carteiro.

 

Tote / Mitroglou – Fez-nos chorar de nervos desde o primeiro dia, quando apareceu na manchete de um jornal desportivo, já na altura infalível na capacidade de surpreender e encantar, “Totti no Benfica”. Era Tote. O cabelo fazia crer que tinha feito parte dos amigos do Verão Azul, mas, na verdade não tinha, nunca teve, pedalada para o Benfica. Veio do Real Madrid, jogou sete vezes, no campeonato, no Benfica e marcou cerca de …zero, zero golos, foi isso. Marcou uns na Taça de Portugal ao Amora, parece. Ninguém se lembra. Disse, um dia, numa entrevista, que não rendeu na Luz por causa de Jupp Heynckes, que lhe tirou “a ilusão toda”. Era de facto uma ilusão. Mitro é o nosso Deus grego, de ar imperturbável em todas as circunstâncias. Tote só diria “because I like it” quando perguntado porque passava tanto tempo no restaurante do nosso Barbas. E mesmo assim naquele inglês espanhol, ao nível da sua capacidade goleadora. Mitroglou 2017, Tote 1999. Já viram como tudo mudou?

 

O Benfica é Tetra Campeão. E caminha seguro para o Penta. Os anos 90 foram uma espécie de gastrite, em que os sintomas se prolongaram mais do que era suposto, deixando o clube desidratado, fraco e sem discernimento. Felizmente recuperámos e somos aquilo que somos. Saibamos dar valor, porque quem viveu os anos 90 na velha Luz chegou a pensar que a luz ia apagar-se.

Um Manto Sagrado Vindo dos Anos 80

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Por esta altura na década de 80 o que mais desejava era ter uma prenda que me parecia sempre inalcançável. Sonhava todos os anos, falo de 1980 a 1989, em receber, quase que como por magia, uma camisola do Benfica. Mas não era uma camisola qualquer. Queria a camisola oficial, como se dizia na altura. Pode parecer estranho nos dias de hoje que já tivéssemos vivido num tempo em que o clube não tinha uma grande loja onde vendesse a camisola da equipa de futebol mas aconteceu. O objecto do manto sagrado era de tal maneira cobiçado que todos nós víamos a grande , e única, oportunidade de ter um quando se invadia o relvado no final das épocas. A loucura atrás dos jogadores era tanta que as camisolas acabavam completamente rasgadas. Ninguém conseguia exibir no dia a seguir uma camisola inteira, mostravam-se pedaços orgulhosamente guardados após árduas lutas.

 

Nas lojas de artigos desportivos em Lisboa havia camisolas do Benfica para venda mas nem se podia chamar aquilo de réplicas. Eram tentativas de aproximar ao que a Adidas fazia. Isto explica alguns fenómenos daquela década. A atracção que todos os miúdos que gostavam de futebol tinham por camisolas de clubes estrangeiros, por exemplo. Sempre que um adulto viajava pela Europa conseguia facilmente comprar camisolas dos maiores clubes que conhecíamos das competições europeias. Era mais fácil vermos equipamentos do Real Madrid, Bayern, Liverpool, etc, nos jogos de rua do que de clubes portugueses. Lá fora já havia sensibilidade para a venda de equipamentos e o cuidado com os pormenores porque já havia fortes patrocínios nas principais equipas. Por cá, até foi o Porto o primeiro a ter e a causar alguma inveja entre nós. A camisola azul e branca com Revigrés na frente era o que mais se aproximava ao que víamos no estrangeiro.

Quando o Benfica aparece com a Shell na camisola foi a loucura. Um orgulho porque sentíamos o clube a ficar moderno. As voltas que o mundo dá... Passados vários anos e alguns patrocínios depois vemos que se chegou a andar em guerra com o marketing do clube por causa do azul da TMN ou os quadrados coloridos da PT. É sinal que a exigência continua a ser uma boa base de orientação dos benfiquistas.

 

Voltando aos anos 80, nunca consegui ter a tal desejada camisola oficial. Tive algumas que eram só parecidas e até valiam logo reprimendas dos companheiros de jogo na rua. As crianças são muito cruéis e dizem tudo sem filtros. Quando apareci a jogar com uma camisola a dizer Fnac no parque de estacionamento do centro comercial Fonte Nova, ouvi das boas. Não era adidas portanto não fazia sentido usar aquilo. Deixei de usar.

 

O futebol progrediu em Portugal, de repente passámos a estar ao nível do topo europeu no que diz respeito a qualidade de estádios, de exploração de marketing e patrocínios. Hoje qualquer pessoa pode comprar a camisola oficial do Benfica. A primeira e a segunda. A adidas ou a réplica mais barata na megastore do Benfica. Deixou de ser um desejo impossível. Passou a ser um capricho caro mas concretizável. Perdeu-se a magia. Já não há invasões de campo atrás das camisolas, agora os jogadores atiram para a bancada quando estão bem dispostos ou oferecem aos putos das cartolinas à boca do túnel. Não é pior nem melhor, é diferente.

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 Esta época comprei a camisola oficial branca. Tinha saudades de um manto sagrado assim, simples e tradicional. Gosto de o vestir mas ainda penso naquela camisola adidas vermelha, com o símbolo antigo da marca, o número às riscas branco nas costas, o emblema antigo na frente e a Fnac com o A em modo de estrela. Há pouco tempo o Benfica passou a vender réplicas destas camisolas dos anos 80. Finalmente. Mas ainda não é bem a mesma coisa, falta o logo da adidas.

 

Foram precisos muitos anos para alinhar várias amizades sólidas e o Benfica é sempre um importante dominador comum. Por causa deste blog tive a sorte de começar a conhecer mais de perto alguns profissionais que sempre admirei da rádio, da televisão, da música, do futebol, do jornalismo, etc. Autênticas referências que se tornaram acessíveis por causa do Benfica. É esta também a magia de pertencer à tal família benfiquista.

Uma das pessoas que mais tinha receio de conhecer era o Pedro Ribeiro. Sempre gostei da boa disposição dele, dos relatos de futebol, da apresentação de concursos e no Curto Circuito, das piadas ribeirinhas, dos comentários de futebol no canal de desporto e , claro, do enorme trabalho à frente da Rádio Comercial. Tinha receio que acontecesse aquilo que leva os ingleses a dizerem: never meet your heroes.

Ora, o Pedro é tudo aquilo que mostra profissionalmente e ainda mais atento, sensível e amigo quando permite uma amizade mais próxima. Já me tinha surpreendido numa parceria com a minha irmã quando me ofereceram um manto sagrado de Cardeuz autografado pelo plantel, e com outras ofertas sempre desarmantes.

Este Natal fica marcado pela chegada à minha mão da camisola vermelha da adidas com fnac na frente e o número 5 atrás. O Pedro Ribeiro surpreendeu-me assim com a oferta da camisola mais desejada desde infância. O ciclo agora fica completo, posso arranjar uma moldura para guardar tão valioso manto sagrado. Só quem é da nossa geração pode perceber a emoção e alegria que é receber algo assim. O Pedro sabe e é daquelas pessoas que não luta só pela sua felicidade porque só está realmente feliz quando vê os seus felizes.

Queria partilhar este oferta tão especial com os benfiquistas, e não só, que seguem as minhas prosas porque tenho a certeza que muitos deles compreendem e partilham estas emoções de gestos tão especiais.

Bom Natal, Viva o Benfica!

Pedro Ribeiro Em Semana de Derby na BTV

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Em semana de derby o Pedro Ribeiro foi à BTV falar de Benfica. Vale a pena partilhar a hora do Uma Semana do Melhor onde falou do Benfica de agora, do inevitável onze dos anos 80, do Liverpool de Dalglish e de Klopp, das camisolas brancas, de referências, histórias de outros derbys, do ruído e de como é bom ser benfiquista.