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Red Pass

Rumo ao 38

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Paços de Ferreira 0 - 2 Benfica: Não Recuamos Nem 4 Centímetros!

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Diz o GPS que são 682 quilómetros passados na estrada num só domingo para ir de casa a Paços de Ferreira ver o Benfica e regressar. É uma viagem repetida, já fui à Capital do Móvel várias vezes noutros anos e à medida que a idade avança torna-se cada vez mais complicado explicar o que nos move nestas maratonas só para ver um jogo de futebol.

Acordar cedo num domingo, pensar no local onde se almoça, chegar lá a horas, enfrentar nevoeiro denso que nos lembra outras viagens bem menos agradáveis, parar o carro ainda longe do estádio, passar pelas condições miseráveis de entrada no recinto, ficar numa bancada descoberta e sempre com ar de provisória. Nada disto parece apetecível. Mas depois, já no lugar atrás da baliza ao vislumbrar aquelas camisolas vermelhas de mangas compridas a entrarem no verde relvado do outro lado do estádio, começar a identificar os jogadores um a um, esboça-se um sorriso e pensa-se com orgulho, ora aqui está a razão para estar às 17 horas de dia 26 de Janeiro a 341 quilómetros de distancia da minha casa. 

 

O almoço é um pretexto para nos juntarmos com outros benfiquistas, colocar as conversas e discussões em dia e, claro, comer bem. Desta vez, fomos ao Telheiro em Paços de Ferreira. Comeu-se bem mas não foi inesquecível. Lá está, valeu mais pelo convívio do que pela gastronomia.

Na bancada mais reencontros. Recordar outros tempos, outros jogos, outras histórias e o tempo passa mais depressa. De repente, já estamos na hora de começar o jogo. A mesma rapidez com que a noite cai sobre o Estádio Capital do Móvel. O cenário das casas estendidas pelo cenário verde visível para lá das bancadas deu lugar ao escuro e ao frio do norte. 

Começava assim a 2ª volta do campeonato, num terreno de uma equipa que luta para não voltar para a 2ª divisão e que não perdia, nem sofria nenhum golo há quatro jogos. 

O Benfica vinha de uma magnifica série de 17 triunfos seguidos fora da Luz a contar para o campeonato. Queria dar seguimento à vitória no derby e começar a segunda metade da Liga NOS da melhor maneira à procura de fazer o que tem feito sempre nos últimos anos, uma segunda metade de temporada melhor do que a primeira. 

Um Benfica na máxima força sem lesões a atrapalhar. Rafa começa como titular, Chiquinho foi para o banco. O efeito de Alvalade manteve-se na exibição de Rafa. Exibição autoritária do Benfica de olhos postos na baliza do Paços e com pressa de chegar à vantagem.

Dois topos do estádio vestidos de vermelho a gritarem Benfica de um lado para o outro, uma equipa empolgada com o apoio, qualidade individual e colectiva. O Benfica a ameaçar fazer o 0-1 até que Vinicius descobre Pizzi na área e festeja-se o primeiro golo. Sentimento de alivio por ver a bola lá dentro e logo a seguir o mundo parado porque a equipa de arbitragem acha que é fora de jogo. Corrida aos telemóveis para consulta ao público do sofá. Várias respostas a dizer que é impossível ser fora de jogo. A decisão é tomada pelo árbitro, fora de jogo. Revolta na bancada. Ninguém fica convencido. Vem a explicação por sms: está adiantado 4 centímetros. QUATRO CENTÍMETROS?!? Isto é brincadeira. 

Então mas a empresa que fornece a tecnologia do VAR não disse que há uma margem de erro de 5 centimentros? Andamos a anular golos por supostos 4 centímetros? 

Ok, isto noutros tempos seria um duro golpe e podia trazer desconfiança à equipa e às bancadas. Mas não a este Benfica das 17 vitórias seguidas fora de casa. Começamos tudo de novo. Apoio na bancada, paciência na circulação de bola, procura dos craques que podem resolver isto e aparece Rafa, pois claro. Entrada em corrida na área, viragem à esquerda, para o lado de dentro sem fazer sinal, jogador do Paços ultrapassado e na cara do guarda redes remate certeiro com pinta de interrogação: e agora também faltam 4 centímetros ou já podemos festejar?

Rafa é que é o verdadeiro campeão de inverno, o seu regresso é um reforço notável para equipa. 

 

Ao intervalo voltámos ao tema VAR. Então conseguiram ver os 4 centímetros e sobre uma falta sobre Rúben Dias na área não houve análise? Parece que as comunicações do VAR não funcionaram durante 22 minutos. Para nosso azar, estavam óptimas no golo anulado e inexistentes no penalti sobre o Rúben. Ai futebol português...

 

Era preciso fazer mais e aumentar o resultado na 2ª parte para ficarmos a salvo de surpresas indesejadas. A atacar para a nossa baliza, à semelhança do que acontece nos jogos da Luz, o Benfica pressionou e chegou mesmo ao 0-2. Desta vez, Rafa ofereceu o golo a Vinicius e em pouco tempo ficam com as contas mais equilibradas entre ofertas para golo na dupla de avançados. 

Depois, foi tempo de Odysseas brilhar, já o tinha feito na 1a parte com uma grande defesa junto ao poste esquerdo e voltou a estar bem numa bola rasteira. Estamos em plena 2ª volta do campeonato e Odysseas sofreu 6 seis golos. Em 13 jogos não sofreu nenhum. Que época!

Confortáveis com o resultado e com menos bola foi possível perceber que Ferro voltou ao seu melhor. Cervi continua em alta rotação, Gabriel voltou a encher o campo e Weigl... Bem, Weigl precisa de um espaço só para si.

Quando voltamos a pensar o que nos pode ainda motivar para ir ver jogos destes ao vivo temos que juntar à lista esta opção: ver Julian Weigl ao vivo. 

Tive a felicidade de ver os quatro jogos de Weigl nos estádios e vou afirmar isto sem hesitar: o alemão é um jogador de se ver na bancada. Não é jogador de televisão nem resumos. Tem que ser visto ao vivo. Não é pelos 90% de acerto de passes, é pelo posicionamento, pelo equilíbrio que dá com e sem bola, é pela leitura de jogo e por vê-lo a quebrar linhas de passe imaginárias em série. Foi o melhor em campo, é um reforço brutal para o futebol do Benfica. E depois tem aquele sorriso desarmante na hora de festejar o segundo golo a olhar para a nossa bancada. 

 

O tempo passa, o Benfica está a ganhar, está confortável no jogo, entram Adel e Seferovic e sente-se que vem aí mais golo. Só não aconteceu porque o suíço resolveu homenagear Bryan Ruiz em vez de ter feito o 0-3. Prefiro golos, Sef. 

 

A naturalidade com que a equipa assume a responsabilidade de ganhar sem facilitar, de somar novos registos e recordes a uma caminhada épica deixa-me muito motivado para o que falta desta maratona. 

A despedida à equipa a pedir o 38, os agradecimentos dos jogadores com aquele sorriso do dever cumprido, a ligação bancada - relvado é o que nos dá força para uma pequena seca ao frio para sair daquela miserável bancada e percorrer a pé mais de um quilometro até ao carro. A viagem de regresso é feita com o mesmo entusiasmo. Porque o segredo destas jornadas está no benfiquismo que une cada um dos passageiros. Mais velhos, mais novos, homens, mulheres, todos unidos pelo amor a um clube. As horas passam rápido porque é uma excelente maneira de colocar a conversa em dia. 

Uma merecida paragem no Manjar do Marquês, em Pombal para o último prazer do dia, comer aquele arroz de tomate com filetes, panados ou pasteis de bacalhau. Depois até casa é um instante. 

Chegar a casa com sentimento do dever cumprido e pensar: tenho de voltar a ver o Weigl a jogar. 

Que tempos maravilhosos para se ser do Benfica. Mais uma viagem, mais um capítulo de benfiquismo preenchido de forma riquíssima neste longo livro que vamos escrevendo enquanto cá andarmos. E que nunca tenhamos como certo o dia de amanhã nem o sucesso do Benfica. É preciso aproveitar todos os novos dias, como se percebe com o chocante desaparecimento do lendário Kobe Bryant e é preciso lutar pelo Benfica bem sucedido. Todos os dias enquanto cá andarmos. 

Benfica 5 - 0 Paços de Ferreira: Então, E Se...

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Quis o "sorteio" da Liga 2019/20 que, caprichosamente, duas das três equipas que subiram à primeira divisão começassem a competição contra os primeiros dois classificados da última temporada. Para o Estádio da Luz avançava o campeão da 2ª Liga que manteve uma boa parte do seu experiente plantel e reforçou-o. Para o Porto ficava o clube que vinha do 3º escalão directamente para a Liga NOS e que tinha de fazer uma equipa em pouco mais de um mês.

As previsões começaram, os prognósticos sucediam-se. Passou a ser banal começar frases por "Então, e se ...". 

Então, e se o Benfica vier "morto" lá do torneio dos "states" e chegar ao Algarve e perder a Supertaça para os rivais de Lisboa? É que o Sporting não vai perder ninguém até lá e se está a reforçar. Aposto que o Bruno Fernandes só sai depois de ganhar ao Benfica. 

Ah, e se o Benfica perde a Supertaça aquilo abana tudo, ficam nervosos e podem perder pontos na estreia em casa. Olha que neste milénio o Benfica já teve muitos arranques aos soluços. Isto até dava uma boa capa para o jornal O Jogo.

Entretanto, o Porto começa no Minho com o Gil Vicente que teve de ir comprar um plantel novo e está a meio de uma eliminatória europeia. Vai correr tudo bem.

Curiosamente, não li, nem ouvi, ninguém lançar a seguinte suposição: então, e se o Benfica ganhar a ICC, chegar ao Algarve e golear o Sporting na conquista da Supertaça, voltar a golear na estreia da Liga e partir para a jornada 2 já com 3 pontos de avanço para o Porto? 

Não lembrava a ninguém, pois não?

A estreia num campeonato é sempre um momento simbólico muito esperado por adeptos e jogadores. Mais de 62 mil (!) benfiquistas encheram a Luz para o arranque da Liga. Depois da vitória na Supertaça, a ambição e o optimismo, que já vinha reforçado de Maio, aumentaram. A vontade de voltar a ver a equipa atinge níveis de inquietação geral. Além de tudo isto, enquanto a equipa está a aquecer chega do Minho a notícia da derrota do Porto. 

A resposta do Benfica? 5-0 ao Paços de Ferreira. 
Mas 5-0 com vários sinais para serem decifrados. Samaris regressou à equipa com a ausência de Gabriel. Nuno Tavares voltou a jogar à direita. Mais do que uma interessante solução, o miúdo hoje baralhou as contas todas aqueles que o apontavam como um erro de casting de Lage. Um golo, duas assistências. Já vi estreias piores na Liga.

Por falar no golo de Nuno Tavares, queria agradecer, sinceramente, ao Paços de Ferreira a troca de campo que obrigou o Benfica a jogar para sul primeiro. Foi da maneira que vi na perfeição o golaço de Nuno Tavares na Baliza Grande. Que momento inesquecível.

O sinal mais interessante desta goleada é que me parece que a equipa do Benfica até aparenta ainda estar longe do patamar de qualidade de jogo ideal. Há muito para melhorar. Mas com uma exibição normal, sem deslumbrar, o Benfica consegue ganhar por 5-0. Com Bruno Lage as goleadas voltaram a fazer parte dos hábitos de campeonato da equipa. 

Último sinal interessante, Carlos Vinicius apresentou-se na Luz com um golo à ponta de lança. Estrear a marcar, o que se pode pedir mais a um avançado?

Depois da conquista da Supertaça, começámos a grande maratona até Maio da melhor maneira. Com a ambição de sempre, com a vontade do costume, pelo Benfica. 

Benfica 2 - 0 Paços de Ferreira: O Regresso Às Origens

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Entre amigos de sempre, companheiros de bancada, mantenho uma espécie de competição interna de mostrar quem é que não perde um jogo oficial do Benfica na Luz há mais tempo. Eles sabem quem são. Aqueles que se conseguem rir destas parvoíces e destes pormenores. Gente com quem podemos dizer o número de jogos que não vimos na nova Luz e as respectivas justificações para as ausências. Dá sempre para várias horas de tertúlia e algumas risadas.

Geralmente, os motivos são sempre de força maior. Motivos profissionais ou escolares, celebrações familiares ou de amigos, nascimentos ou lutos. 

Era aqui queria chegar. Esta época vi pela primeira vez a Taça da Liga na Luz. Isto porque em Setembro tive que quebrar a corrente de não falhar um jogo na Luz que já tinha alguns anos a fio. Casamento de sobrinhos no Algarve. O Benfica bateu o Rio Ave e a boda foi um sucesso. Tudo bem. 

Tive que mudar a conversa na competição para quantos jogos para a Liga, Taça de Portugal ou Europa é que falhaste nos últimos anos. 

Hoje, foi um dia triste para um desses amigos. Um companheiro de bancada. De bancadas, da Luz, dos pavilhões, dos estádios por esse país fora e até por essa europa fora. Um benfiquista daqueles com quem estamos sempre a aprender, exigente, dedicado e sempre pronto a defender o clube até ao limite. 

Em dia de jogo do Benfica comunicou que perdeu o pai. um dos golpes mais duros que a vida tem para nos dar. Depois de lhe mandar um abraço pensei logo se ele iria ao jogo. Não há choque nenhum em pensar nisto nesta hora, é o maior tributo que lhe posso fazer. 

O Benfica cumpriu a sua parte. Venceu o segundo jogo no seu grupo na Taça da Liga e está perto de voltar à Final Four da competição. Mesmo com várias alterações na equipa, o Benfica ganhou com tranquilidade e naturalidade. Longe dos sustos e da exibição desastrada que se tinha visto com o Arouca para a Taça de Portugal. A comparação é legitima, os adversários são ambos da segunda divisão. O Paços de Ferreira, treinado pelo rei das subidas, Vítor Oliveira, podia tentar uma surpresa na Luz. Foi este treinador que afastou o Benfica há um ano nesta prova. 

Os golos de Seferovic e João Félix deram segurança à equipa que tentou ter sempre o jogo controlado e estar longe de sofrer sobressaltos. 

Apenas 17 mil benfiquistas acharam que o jogo era digno da sua presença. Aplaudiram a equipa no fim.

Entre esses 17 mil adeptos, lá estava o R.S. na bancada. Num dos dias mais tristes da sua vida, teve o consolo de ver o seu Benfica a jogar. Ainda recebeu a camisola do Jonas porque o Benfica tem pessoas que o humanizam. Não foi só esta vitória e este jogo que foi para ti, o Benfica está sempre lá para os dedicados como tu. Como tu estás para o Benfica. Isto só está ao alcance de alguns, no entanto, é esta grandeza que faz deste clube o mais amado do país. Às vezes é bom voltar às origens para se entender isso. 

Paços de Ferreira 1 - 3 Benfica: Nem o anti Jogo do Veríssimo Resistiu à Revolta dos Campeões!

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Que jornada épica de benfiquismo. Depois da ida ao Algarve, há duas semanas, regresso às viagens até ao norte do país. 

Comecemos pela parte mais pessoal que é a viagem entre amigos. Saída de Lisboa pelo meio dia e paragem combinada para um almoço de sábado que abria muitas expectativas. Desta vez, o destino foi Palmaz. Antes de Oliveira de Azeméis e pelos caminhos tortos entre árvores junto ao rio Caima. Em Palmaz, a recepção entusiasmada, amigável e carinhosa que as gentes do norte tão bem sabem proporcionar. O restaurante Café Convívio tem uma belíssima vista e uma oferta gastronómica maravilhosa.

O vinho verde à pressão e o tinto da casa, ambos muito eficazes na arte de acompanhar pratos que merecem um lugar de destaque na nossa vida só por existirem. Carne de Vitela do outro mundo, daquela que se desfia quanto cortamos e com um sabor incrível, um polvo à lagareiro dos melhores que já provei e um bacalhau, que confesso envergonhadamente que não cheguei a provar tal foi o tratamento que dei à Vitela e ao polvo. 

Dezenas de benfiquistas à mesa, em Palmaz, distrito de Aveiro, a deliciarem-se com a gastronomia local, a conversarem sobre o que os une nesta vida, gente que vem um pouco de todo o lado, amigos do dia a dia, aqueles que só vemos por causa do Benfica, companheiros que conhecemos por causa destes convívios, outros que são do norte e até um grupo motivado pela despedida de um companheiro que vai ter que abdicar destes dias históricos por força de ir viver para o outro lado do mundo, um grande abraço ao J.M.. 

 (clicar para ver mais)


Com o objectivo de almoço cumprido, a viagem entre Palmaz e Paços de Ferreira fica fácil de fazer. Passa num instante aqueles quilómetros até à Capital do Móvel. 

Chegar cedo, ainda com a luz do dia, ir conviver até ao espaço de restauração junto ao Estádio, na prática falo de uma concentração de roulotes, reencontros com mais benfiquistas, beber umas cervejas, conversar, sentir o nervosismo do jogo a chegar. 

O Estádio Capital do Móvel, para mim será sempre Mata Real, cresceu e modernizou-se bem. Três bancadas cobertas, uma nova e para meu azar, outra de condições precárias que é sempre onde tenho de ficar. 

 

Vamos ao jogo. 

Começou mal. A entrada do Benfica não foi convincente a entrega dos jogadores do Paços estava no nível máximo oposto do que vimos os do Estoril fazer a meio da semana e adivinhou-se logo muitas dificuldades para o Benfica.

Para complicar mais o cenário, o Paços de Ferreira faz um golo construído pelo lado esquerdo da defesa do Benfica, que tem sido o sector mais promissor.

Com o Paços a ganhar, o Benfica a não conseguir impor o seu jogo, com a bola longe da área do Paços começou a apareceu um terceiro elemento no jogo que me surpreendeu pela lata evidenciada.

Quem me lê sabe que raramente perco muito tempo com árbitros. Pois bem, hoje sou obrigado a dedicar um bom trecho a este Veríssimo.

Já me aconteceu sair de estádios com aquela sensação inútil de ter sido prejudicado pela arbitragem. Já aconteceu a todos os adeptos de futebol, acho eu. O que nunca me tinha acontecido foi sentir que estava ali um tipo que, teoricamente, só tinha de ser isento, mas que tirou a noite para gozar com a minha cara. 

Falo do sorriso com que olhava em volta enquanto o Rafael Defendi perdia tempo a bater todo o tipo de bolas paradas, por exemplo. Aliás, o brasileiro acabou o jogo sem ver um cartão amarelo e conseguiu tirar bastante tempo útil de jogo. Por falar nisso, há alguém que tenha acesso ao tempo útil desta partida, quantos minutos houve de futebol na Mata Real? 

O Veríssimo conseguiu amarelar Zivkovic aos 16 minutos mas precisou de mais de uma hora para mostrar um cartão a um jogador do Paços, isto apesar da reincidência faltosas.

O Veríssimo deu um show de bem gozar connosco na 2ª parte. Consegui esquecer-se de levar o spray da marcação de faltas, fez de tratador de relva, arranjando um pedaço na área do Benfica enquanto Varela esperava para bater um pontapé de baliza, chamou um GNR para dentro do relvado, não me lembro de ter visto tal coisa até aqui, andou preocupado a recolher objectos do relvado para depois ir entregar na linha, punha a conversa em dia com os jogadores do Paços enquanto esperávamos um eternidade pela marcação de faltas, dialogava imenso fazendo o jogo estar parado em vez de se preocupar em ter a bola a rolar, mostrou estar perdido em algumas paragens quando já nem sabia como devia recomeçar o jogo, teve problemas com as comunicações, com o apito e com os auriculares. Bolas duvidosas na área do Paços esbracejava logo com vigor abanando a cabeça para ninguém ter ideias de ir ver se houve mão ou não. 

Enfim, como dizia o companheiro R.S. ao meu lado, foi a primeira vez que tivemos direito a um árbitro a fazer anti jogo! Nunca tinha visto tal coisa. Não me esquecerei.

  (clicar para ver mais)

Estou convencido que foi precisamente na atitude do Veríssimo que começou a reviravolta do Benfica. Uma equipa de futebol pode desmoralizar por perceber que não está nos seus dias, por sentir que do outro lado o adversário está intransponível mas nunca fica indiferente ao sentir que estão a gozar com o seu trabalho. E como tudo estava a ser demais começou a sentir-se que era preciso apertar. As duas bancadas nos topos do Estádio estavam pintadas a vermelho e também fizeram o seu papel, empurrar a equipa de uma forma arrepiante. 

Falta só expor a parte que falta nesta miserável jornada de futebol. A atitude dos jogadores do Paços de Ferreira. Nem falo do pobre coitado Micael, que é só um frustrado mal educado e esquecido. Falo da obsessão com que os castores passaram a não querer jogar descobrindo todas as formas possíveis de parar o jogo. Aí ajudados pelos apanha bolas, por imbecis que atiravam bolas para dentro de campo com o jogo a decorrer, mesmo à terceiro mundo, e por um público absolutamente triste, sem identidade e que só está ali disfarçado de adepto do Paços quando na verdade são quase todos portistas fanáticos e anti benfiquistas primários. Daí mostrarem os cinco dedos no final da partida, daí até gritarem Porto, dentro e fora do estádio. Pobre e coitado clube com adeptos sem personalidade nem ligação local. É um passatempo a tentar roubar pontos a um rival, nada mais que isso. Não consigo respeitar um clube com uma alma tão vendida, lamento.

 

O nosso Benfica reagiu à campeão. Estava difícil Jonas fazer o que sabe. Esteve perto mas foi preciso esperar pelo minuto 72 para soltar toda a revolta acumulada. Aliás, não deu para soltar tudo. Foi só um festejo rápido a sentir que o melhor vinha a seguir. 

Todos sentimos na bancada que ia acontecer reviravolta, que depois de mais de uma hora a ficar com o coração mais gelado que os pés, o que é obra derivado daquele frio polar de Paços, chegava o momento do Tetra Campeão explodir com tudo à volta, anti jogo, palhaçadas, verisssimos, e pobres de espírito. O Capitão Luisão deu o mote fora do banco a incentivar o povo que nunca lhes vira costas, Raul já tinha entrado para revolucionar aquele ataque, Sferovic também já lá estava dentro, Jonas estava mortinho para activar aqueles dois vulcões vermelhos atrás das balizas e aos 88', no auge da podridão do anti-jogo abençoado pelo Veríssimo, Seferovic entrega a bola ao Pistolas que dispara e entrega-se a todo um festejo cheio de classe mesmo ali à nossa frente. O vulcão rebentou, o banco explodiu de alegria e correu para os titulares, os antis sentiram a força que os faz odiarem tanto o Benfica, a bancada central começou a ficar despida por gente cabisbaixa que não aguentou sentir a fúria da revolta dos campeões. 

E como o 1-2 fez cair a máscara a duas equipas que só se preocuparam em não jogar ainda houve tempo e espaço para Rafa fechar tudo em delírio com 1-3.

Rafa vem pela nossa esquerda, vira para dentro, está enquadrado com a baliza e antes de rematar oiço um companheiro na bancada já a festejar: "Mereces tanto, Rafa"! Rafa chuta para o meio da baliza e marca. Se isto não vale um dia inteiro na estrada, ficar em pé gelado 90 minutos e ficar sem voz, então nada vale a pena.

Isto é o Benfica. Sei que poucos entendem, entendo que muitos invejem mas ninguém pode achar que consegue parar esta forma de viver só porque não gosta. 

Poucas coisas sabem melhor que aquela sandes de leitão da Área de Serviço da Mealhada no triunfante e cansado regresso a casa. Sim, é preciso pedir um empréstimo bancário para pagar um repasto daqueles ali mas sabe pela vida.

Seguem-se dois jogos na Luz. Façamos a nossa parte.

 

 

Benfica 2 - 0 Paços de Ferreira: A Fase com Fejsa é Sempre Boa

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 Hoje a questão era entre ganhar ou ganhar. O Benfica tinha de manter o caminho imaculado nos jogos em casa no campeonato e com isso regressar à normalidade das vitórias após estreias em falso na Europa e na Taça CTT, a que se somou uma inesperada derrota no Bessa.

Respirar fundo e preparar um onze que desse garantias de uma noite tranquilo com três pontos conquistados, era tudo o que os benfiquistas pediam para esta primeira noite de outono no Estádio da Luz neste sábado.

 

Júlio César aproveitou a oportunidade aberta na Taça da Liga a meio da semana para reconquistar a titularidade natural na baliza do Benfica. Almeida manteve-se à direita, Luisão voltou a encontrar ao seu lado o jovem Ruben Dias e Grimaldo está a regressar aos bons desempenhos na esquerda da defesa.

 

Depois o mais importante, Fejsa regressa à equipa e é logo outra dinâmica. Isto com Fejsa é quase começar a ganhar o jogo. Pizzi continua a subir de forma na sua posição e nas alas houve oportunidade para Zivkovic brilhar mais à direita, como tanto gosta, e Cervi pela esquerda.

Na frente, a dupla desta época, Jonas e Seferovic.

 

 ( Fotogaleria de João Trindade)

 

Curiosamente, os golos nascem destas duas últimas duplas. Zivkovic assistiu Cervi, Seferovic assistiu Jonas.

A história do jogo fez-se mais dos golos falhados do que dos golos marcados. Numa noite mais inspirada e de acerto, o Paços de Ferreira saía da Luz como mais uma, das muitas, goleadas que tem no historial de encontros com o Benfica.

 

Mas para o contexto do jogo hoje o mais importante era mesmo vencer e sentir confiança na equipa.

Acham mesmo que com um guarda redes com a carreira de Júlio César, com Fejsa a titular, com Pizzi a subir de forma, com dois alas daquela qualidade e um avançado da classe de Jonas, o Benfica está morto e enterrado?

A mim não me parece que seja assim.

Hoje não foi brilhante mas foi bom. A resposta está dada e até já se recuperaram pontos a um dos rivais.

É este o caminho.

E nós, melhor do que ninguém, conhecemo-lo muito bem.

Que tenha sido a viragem de uma fase má porque com Fejsa a fase é sempre boa.

Paços de Ferreira 0 - 0 Benfica: Nulidade

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 Jogos fora do Benfica, um eterno desafio. Ver em casa ou ir atrás deles? Cada um de nós tem a sua maneira de os viver. Todas válidas, claro.

Penso que se este blog tem algum reconhecimento entre benfiquistas devido ao facto de quem lê acabar por se rever em alguns relatos que aqui partilho. É natural, gostamos todos do Benfica e queremos todos vivê-lo, daí que coincidam muitas vezes as maneiras como nos manifestamos.

Eu, podendo, prefiro sempre estar no estádio onde o Benfica joga. O principio básico desta ideia é muito simples, odeio ter que ver um jogo do meu clube na televisão. Sinto-me preso, inútil e impotente. Irrito-me muito mais, seja por causa dos comentários, que acho que são sempre anti-Benfica, seja por causa das realizações que insistem em repetir mil vezes um lance mesmo com o jogo a decorrer o que nos faz perder partes do desafio. O ecrân é pequeno para um jogo do Benfica que é aquele momento em que a nossa vida pára, em que só temos olhos para o jogo. Sinto que é redutor ver isso através de uma televisão. Isto para já não falar da maneira como o vivemos. Sempre preocupados em não fazer figuras tristes, não dá para cantar bem alto e de pé, não dá para começar de uma lado para o outro porque o campo de visão fica curto. Enfim, já perceberam a ideia.

Só que não dá para ir sempre, pelas mais variadas razões. Mesmo assim, nos últimos largos anos tenho tido a felicidade de ver a maioria dos jogos fora da Luz.

Esta introdução serve para contextualizar algo mais forte e além do jogo. É que estas viagens ao fim de uns tempos tornam-se autenticas jornadas de benfiquismo. Não querendo entrar em pormenores privados lanço a seguinte a questão: de que maneira é que eu ia acabar a ser recebido pela família de um amigo, e companheiro destas jornadas, com outros compinchas na distante aldeia de Chelo, do município de Penacova?

Antes do jogo, passar uma tarde à mesa a comer leitão, beber vinho de qualidade superior e conviver com gerações mais novas e mais velhas sempre com o Benfica como fio condutor das conversas.

Ir a Paços de Ferreira e voltar para dormir na zona de Coimbra. Repetir o almoço, agora com uma incrível chanfana, e apreciar uma paisagem natural, respirar ar puro e depois viajar de volta.

A resposta à questão anterior é simples: por causa do Benfica.

A conclusão é interessante, nós andamos atrás do Benfica e vamos construindo amizades para a vida. Vamos semeando carinho em vários grupos de amigos unidos pelo benfiquismo. Vamos vivendo, conhecendo novos cantinhos do nosso país, aproximamo-nos de gente que tem o mesmo amor que nós e que, geralmente, gosta tanto de conversar como de gastronomia.

A enorme vantagem disto é que a maioria destas jornadas acaba bem, com vitórias do Benfica. Das poucas vezes que a nossa equipa não corresponde e nos deixa abatidos, sentimo-nos em família e torna-se um pouco menos doloroso a passar a desilusão.

Esta é uma forma de agradecer a todos os que vão fazendo parte destas viagens e aos desconhecidos que ainda sentem vontade de dar uma palavra de conforto antes ou depois dos jogos.

Neste particular, e isto foi tudo para chegar aqui, quero deixar aqui um enorme abraço a uns benfiquistas de Fafe que ontem depois do jogo me surpreenderam de forma bem original.

Estava eu sozinho à espera junto ao carro do pessoal que ia seguir viagem de Paços de Ferreira para Coimbra quando oiço chamarem pelo nome. João Gonçalves do RedPass! Gonçalves, tu continua a escrever sobre o nosso Benfica. Vamos ser campeões! Olha, tu é que vais ficar com a bola do jogo, tens de levar contigo a bola. E depois escreve que a malta de Fafe te ofereceu a bola.

Nisto, atiraram mesmo a bola. Não me perguntem como é aquele pessoal saiu do estádio com uma bola. Não faço a menor ideia. Mas resolvi aceitar e trouxe mesmo a redondinha comigo que vou guardar com carinho. Obrigado, pessoal!

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A grande desilusão no relvado

Sobre o jogo apetece-me começar por perguntar: mas, afinal, o que é que foi aquilo?!

Antes do confronto directo com o rival que luta connosco pelo título de campeão, eu esperava uma vitória. Sofrida, com muita luta, muita entrega mas uma vitória.

Casa cheia, bancada nova inaugurada, topos completamente vermelhos, o mini estádio da Luz instalado na Capital do Móvel.

Tudo o que não esperávamos era uma exibição completamente apagada do Benfica. Fiquei com a bomba do Eliseu que o poste devolveu na memória e o lance do Jonas no final do jogo. Mais nada!

A equipa não apresentava alterações significativas mas a produção individual foi uma desilusão total, principalmente dos homens que costuma desequilibrar e resolver. Zero à direita com Salvio, zero à esquerda com Zivkovic. Pizzi, Jonas e Mitroglou nunca estiveram perto de de resolver o problema que a postura defensiva do Paços de Ferreira criava.

Se aquela bomba do Eliseu não entrou, então era preciso esperar um rasgo de génio daqueles jogadores que tornam o nosso plantel acima da média. Infelizmente, não me lembro de uma única jogada que me fizesse sonhar com uma finalização mágica.

 

Claro que o Paços teve mérito na forma como defendeu mas não é aceitável que o Benfica apresente tamanha apatia numa altura tão decisiva da época. A esperança de uma mudança vinda do banco de suplentes também terminou depressa. Nem Rafa, nem Raul, nem Cervi, alteraram nada.

Correu mal, foi mesmo uma desilusão. Os jogadores, a equipa técnica e os dirigentes devem sentir o mesmo.

 

(Fotogaleria: João Trindade)

 

Aqueles segundos após o apito final são do pior que o futebol tem para nos dar. Parece que o mundo se abate sobre a nossa cabeça ali mesmo. Aqueles instantes em que os jogadores saem cabisbaixos e os adversários festejam não fazem sentido nenhum. Não foi para aquilo que saí de casa de manhã e fiz centenas de quilómetros. Não foi para um nulo que estive ali 90 minutos de pé a cantar e a puxar pelo Benfica. É uma sensação horrível. Será que não era melhor estar em casa naquele preciso momento? A ideia de passar mais um dia com companheiros de luta, naqueles segundos, parece parva. Só apetece ir para casa.

Mas depois respira-se fundo, o tempo começa a passar e vamos arranjando maneira de lidar com a desilusão? Como e com quem? Como sempre, com os mesmo de sempre. Discutindo o jogo, conversando sobre o que está mal e imaginar como poderemos dar a volta. Temos direito a isso, vivemos muito para isto e gostamos de ter as nossas opiniões.Faz parte da nossa vida.

Lembrei-me logo que antes daqueles 3-6 em Alvalade, senti o mesmo que em Paços de Ferreira. Isto é cíclico no futebol. Nem está tudo mal quando não se ganha, nem está tudo bem quando se ganha. A menos que se percam muitos jogos seguidos, e aí está mesmo tudo mal, ou que a equipa esteja a golear e a resolver facilmente os jogos todos, e aí está tudo maravilhosamente bem.

 

Já falei da distante época de 1993/94 mas vamos para um ciclo bem mais presente. Espero que este 0-0 seja o mesmo que foi aquele 0-0 na época passada na Madeira com o União. Naquela noite achei que tínhamos entregue o título. Ontem convenci-me que oferecemos a liderança do campeonato. Fizemos por isso.

Depois do empate com o União, o Benfica reagiu bem. Espero que depois de Paços de Ferreira aconteça o mesmo.

 

O bónus veio quase 24h depois quando o Porto não fez melhor e manteve tudo na mesma. Temos que aproveitar esta milagrosa oportunidade para mostrarmos o quanto queremos este tetra. Temos de ganhar o clássico.

Sobre o melhor 11 a apresentar neste momento tenho dúvidas, sobre a qualidade individual no plantel nem por isso. Temos várias opções que têm de ser bem aproveitadas.

Esta passagem pela Mata Real foi decepcionante mas agora falta menos um jogo e acabou por ficar tudo igual em relação ao rival. Acho que a paragem na Liga acaba por ser positiva para o Benfica, é preciso recarregar baterias para o derradeiro assalto ao título.

Nós vivemos para estar com o Benfica, sabemos que estas desilusões fazem parte de um processo que queremos vencedor. Por isso, cada vez somos mais e desejamos melhor.

 

Benfica 1 - 0 Paços de Ferreira: Entrada Certa na Taça da Liga

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 Não era pedir muito mas era essencial para a boa disposição de passagem de ano. Depois do Natal, o último jogo do ano no Estádio da Luz merecia uma audiência digna e os adeptos corresponderam. Convenhamos que para um jogo às 21h15 da Taça da Liga, mais de 30 mil pessoas nas bancadas não foi nada mau.

Um ano tão fantástico como o de 2016 merecia uma última vitória do Benfica para o tornar ainda mais especial. E o Benfica cumpriu, estreia na Taça CTT com três pontos conquistados e uma vitória a fechar o ano.

Não foi uma exibição de sonho, não aconteceu um resultado inesquecível mas este 1-0 serve perfeitamente para fazer a ligação entre o Natal e o Ano Novo com toda a tranquilidade, sem euforias e seguindo o caminho do sucesso.

Houve a curiosidade de ver Celis e Jardel no onze inicial e sentir o regresso de André Horta e mais uns minutos de Jonas.

O golo de Cervi deu sentido a esta última partida de 2016, um ano que vamos recordar durante muito tempo.

Entramos no novo ano com todos os objectivos intactos.

 

 (Fotogaleria de João Trindade)

 

Agora, vem aí a abertura de mercado, um calendário intenso e temos de estar preparados para um ritmo alucinante. As bancadas da Luz perceberam o momento e compensaram a equipa com um apoio emocionante no final do encontro, sinal que estamos todos mais juntos do que nunca e essa é a maior força do Benfica. Unidos, a olhar para dentro e a a dar todo o apoio à equipa porque não nos cansamos de ganhar e querer mais.

Venha 2017.