Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Red Pass

Rumo ao 38

Red Pass

Rumo ao 38

Premier League 2015/16: Clube a Clube

Premier-League-2015-image.jpg

 

Pela terceira época seguida, o mais encantador campeonato de clubes do mundo tem transmissão na Benfica TV. Todos contra Mourinho que promete defender o título conquistado à segunda tentativa, como de costume. Cerca de 500 milhões de libras gastos em reforços, um mercado sempre animado por Manchester City, Manchester United ou Liverpool. E ainda falta tanto para o fecho das transferências.

A estreia do Bornemouth, os regressos do Watford e Norwich, a luta pela europa, a sobrevivência no fundo da tabela, num campeonato onde todos podem ganhar a todos.

Os portugueses que entram nesta aventura: José Fonte e Cedric no Southampton, Tiago Illori e João Teixeira no Liverpool, Éder no Swansea e Rony Lopes no Manchester City.

Os olhos já postos entre o boxing day e o novo ano, enfim, o encanto da Premier League que começa este fim de semana e que conta com as seguintes equipas:

 

ARSENAL

season-preview-arsenal_3327467.jpg

Entradas: Petr Cech (Chelsea)

Saídas: Semi Ajayi (Cardiff), Abou Diaby (Marseille), Carl Jenkinson (West Ham United), Ainsley Maitland-Niles (Ipswich), Ryo Miyaichi (St Pauli), Lukas Podolski (Galatasaray), Dan Crowley (Barnsley), Wojciech Szczesny (Roma), George Dobson (West Ham)

 

A conquista da Charity Shield foi a primeira vitória de Wenger sobre Mourinho em Inglaterra. É a melhor maneira de começar uma época em que os gunners são candidatos ao título, como quase sempre, apostando tudo na manutenção de um onze competente sendo que reforçaram a defesa da sua baliza com Petr Cech. Depois do 3º lugar e de uma vitória na Taça de Inglaterra, Wenger quer atacar o título contando com a armada atacante prometedora formada por Ramsey, Ozil, Sanchez e Giroud, apoiada por Cazorla, já em grande forma, e Coquelin. Na defesa Mertesacker e Koscielny garantem estabilidade, enquanto a dupla Bellerin, Monreal deverão explorar os flancos.

 

Craque: Alexis Sanchez

Chave: Petr Cech

 

 

ASTON VILLA

season-preview-aston-villa_3327469.jpg

Entradas: Scott Sinclair (Manchester City), Micah Richards (Manchester City), Mark Bunn (Norwich City), Idrissa Gueye (Lille), Jordan Amavi (Nice), Jordan Ayew (Lorient), Jose Angel Crespo (Cordoba), Rudy Gestede (Blackburn), Jordan Veretout (Nantes)

Saídas: Darren Bent (Derby County), Enda Stevens (Portsmouth), Andreas Weimann (Derby County), Matt Lowton (Burnley), Ron Vlaar (released), Yacouba Sylla (Rennes), Antonio Luna (Eibar), Shay Given (Stoke City), Fabian Delph (Manchester City), Christian Benteke (Liverpool) 

 

Desde 1969/70 que o Aston Villa não marcava tão poucos golos no campeonato, apenas 31. Se pensarmos que quase metade foram apontados por Benteke podemos começar por ver o drama que espera os adeptos da segunda maior cidade inglesa. Tim Sherwood vai tentar tirar a equipa das aflições do fim da tabela onde tem vivido nos últimos anos. O Aston Villa chegou à final da Taça de Inglaterra em Maio e é esse caminho positivo que quer seguir. Para isso viraram-se para o mercado francês onde recrutaram quatro reforços que se juntam aos experientes Sinclair e Micah Richards vindos do Manchester City para dar consistência à equipa. Da armada francesa, o destaque vai para Jordan Ayew, vindo do Lorient, que será o novo avançado. Sherwood deverá apostar em Guzan na baliza, Crespo, Richards, Clark e Amavi na defesa, Gueye, Westwood e Gil no meio campo, deixando o apoio a Ayew para Sinclair e Grealish. Há que contar ainda com Agbonlahor.

 

Craque: Jack Grealish

Chave: Micah Richards

 

BORNEMOUTH

season-preview-bournemouth_3327471.jpg

Entradas: Artur Boruc (Southampton), Adam Federici (Reading), Joshua King (Blackburn), Christian Atsu (Chelsea), Tyrone Mings (Ipswich), Sylvain Distin (Everton)

Saídas: Ian Harte, Darryl Flavahan, Mohamed Coulibaly, Joe Partington, Miles Addison (all released), Ryan Fraser (Ipswich), Brett Pitman (Ipswich), Jayden Stockley (Portsmouth), Josh McQuoid (Luton)

 

É a estreia do Bournemouth na Premier League e não há quem possa ficar indiferente a esta ascenção romântica. Há seis anos o clube corria o risco de cair nas ligas amadoras por problemas financeiros, hoje estreia-se entre os maiores. O herói local é o jovem treinador Eddie Howe, 37 anos, que esteve nas subidas emblemáticas e aceita agora comandar os "cerejas" entre os grandes. A época passada foi de sonho, ganharam o Championship, foram a equipa que fez mais golos no total de todas as competições em Inglaterra e traz o segundo estádio mais pequeno de sempre para a Premier League, o Vitality Stadium com capacidade para 11 mil espectadores.

Grande expectativa para ver como o goleador Callum Wilson, marcou sempre mais de 20 golos nas últimas épocas, se adapta à Premier. Olhos postos também no internacional escocês Matt Ritchie que tem sido a estrela da companhia desde os tempos da League 1. Para dar experiência à equipa chegam Boruc para a baliza, o veterano Distin e Mings recrutado ao Ipswich. Atsu traz muitas promessas do Chelsea e Joshua King vai tentar confirmar a qualidade mostrada no Blackburn.
O Bournemouth pode aproveitar um começo de calendário favorável para somar pontos e simpatia na sua estreia.

 

Craque: Matt Ritchie

Chave: Tyrone Mings

 

CHELSEA

season-preview-chelsea_3327475.jpg

Entradas: Asmir Begovic (Stoke), Radamel Falcao (AS Monaco), Nathan (Atletico Paranaense).

Saídas: Christian Atsu (Bournemouth), Lewis Baker (Vitesse), Patrick Bamford (Crystal Palace), Izzy Brown (Vitesse), Petr Cech (Arsenal), Didier Drogba (Montreal Impact), Gael Kakuta (Sevilla), Tomas Kalas (Middlesbrough), Filipe Luis (Atletico Madrid), Josh McEachran (Brentford), Mario Pasalic (AS Monaco), Marco van Ginkel (Stoke).

 

Mourinho voltou a cumprir a promessa de vencer a Liga ao segundo ano. Acertou em cheio nos reforços e aproveitou a qualidade do plantel para construir uma equipa que dominou o campeonato do principio ao fim. Apenas sofreu 4 derrotas em todas as competições, John Terry fez todos os jogos da Liga, um feito só ao alcance de Gary Pallister em 1992/93 e ainda ganhou a Taça da Liga. Apesar de ter perdido a Charity Shield na abertura da época, Mourinho parte como grande favorito à conquista do título. Não perdeu nenhuma das peças chave da equipa, deixou Cech partir porque tem Courtois e aposta na recuperação de Falcao.A garantia de um onze tipo de muita qualidade que será algo como: Courtois, Ivanovic, Chaill, Terry e Azplilicueta, Matic e Fabregas, Willian, Oscar e Hazar, com Diego Costa na frente. Apesar dos grandes e milionários reforços dos rivais, o Chelsea parece sólido na defesa do título.

 

Craque: Eden Hazard

Chave: John Terry

 

CRYSTAL PALACE

season-preview-crystal-palace_3327476.jpg

Entradas: Yohan Cabaye (PSG), Patrick Bamford (Chelsea, loan), Alex McCarthy (Reading), Connor Wickham (Sunderland)

Saídas: Lewis Price, Owen Garvan, Peter Ramage, Stephen Dobbie, Jerome Thomas (all released)

 

Há um ano os adeptos do Crystal Palace temeram o pior com a inesperada partida do treinador Tony Pulis em cima do arranque da temporada. Na verdade seguiram-se tempos complicados que levaram à saída do sucessor Neil Warnock. Em desespero os dirigentes do clube londrino foram buscar Alan Pardew ao Newcastle, ele que enquanto jogador tinha sido herói quando apurou o Palace para a final da Taça em 1990 com um golo ao Liverpool. Pardew volta a ser herói porque tirou o Crystal Palace dos lugares de descida e terminou em grande estilo com um tranquilo 10º lugar. No entanto não se esperam tempos calmos, a luta será grande e a equipa terá de voltar a ser incrivelmente eficaz nas bolas paradas, foram os mais produtivos: entre cantos e livres fizeram 19 golos! O contra ataque é a arma preferida de Pardew que em 12 vitórias apenas 4 foram conquistadas em casa.

No mercado atacaram Bamford por empréstimo do Chelsea e que brilhou no ataque do Middlesbrough, e criaram grandes expectativas ao resgatarem Cabaye ao PSG, um reencontro com Pardew que se prevê muito produtivo e valioso para a luta que aí vem. Assim o 11 das águias deverá ser Speroni, Ward, Dann, Delaney e Souare, Ledley, Cabaye e Puncheon, Bolasie, Bamford e Zaha.

 

Craque: Yannick Bolasie

Chave: Yohan Cabaye

 

EVERTON

season-preview-everton_3327477.jpg

Entradas:  Tom Cleverley (Manchester United), Gerard Deulofeu (Barcelona)

Saídas: Antolin Alcaraz (released), Sylvain Distin (AFC Bournemouth)

 

Depois de uma temporada decepcionante, Roberto Martinez quer aproveitar o facto de não ter jogos europeus para voltar a colocar os azuis na primeira metade da tabela. Sem grandes mexidas no plantel até agora, os adeptos do Everton vivem dias de agitação porque sabem que a qualquer momento as jóias da equipa podem sair. John Stones é dos jogadores mais cobiçados em Inglaterra e McCarthy não lhe fica atrás. Caso aconteçam as vendas terão de ir ao mercado até ao fim de Agosto.

Para já, se não houver surpresas, o Everton apresenta um 11 muito interessante. O eterno Howard na baliza, e um quarteto defensivo do melhor que há na Premier, Coleman e Baines a darem muita profundidade nas alas, além de marcarem golos de bola parada e não só, e a dupla maravilha de centrais, Stones e Jagielka. No meio campo Barry e McCathy, Deulofeu, o miúdo de ouro Barkley e Mirallas a apoiarem Lukaku na frente.

O calendário não ajuda a um começo fulgurante mas há qualidade para brilhar.

 

Craque: Romelu Lukaku

Chave: John Stones

 

 

LEICESTER

season-preview-leicester_3327479.jpg

Entradas: Christian Fuchs (Schalke), Robert Huth (Stoke), Shinji Okazaki (Mainz), N'Golo Kante (Caen), Yohan Benalouane (Atlanta)

Saídas: Chris Wood (Leeds), Esteban Cambiasso (free)

 

O Leicester passou toda a época nos últimos lugares da tabela e poucos acreditavam que poderiam evitar a descida. Numa recta final alucinante e milagrosa, o treinador Nigel Pearson conseguiu a proeza de manter as raposas entre os grandes. A maior surpresa veio depois, Nigel Pearson foi despedido e entrou para o seu lugar o veterano Claudio Ranieri.

Pior que a saída de Pearson, devido a escândalos extra futebol segundo a imprensa inglesa, é a partida de Esteban Cambiasso, o esteio do meio campo azul. Agora Ranieri terá uma tarefa muito complicada para resolver. Foi ao mercado buscar jogadores que dão garantias atrás como Fuchs ou Huth e à frente como Okazaki que brilhou na Bundesliga pelo Mainz. Mas no meio continua a sentir-se a falta do argentino. O 11 deverá ser Schmeichel, Wasilewski, Huth, Morgan e Fuchs, Mahrez, King, Drinkwater e Schlupp, Vardy e Okazaki, havendo ainda Ulloa e Kramaric para o ataque. A ver se a equipa dos Kassabian consegue a manutenção outra vez.

 

Craque: Jamie Vardy

Chave: Robert Huth

 

LIVERPOOL

season-preview-liverpool_3327481.jpg

Entradas: Christian Benteke (Aston Villa), Adam Bogdan (Bolton), Nathaniel Clyne (Southampton), Roberto Firmino (Hoffenheim), Joe Gomez (Charlton), Danny Ings (Burnley), James Milner (Man City)

Saídas: Sebastian Coates (Sunderland), Steven Gerrard (Los Angeles Galaxy), Glen Johnson (Stoke), Brad Jones (Released), Raheem Sterling (Man City), Rickie Lambert (West Brom)

 

Como será a vida em Anfield Road depois de Steven Gerrard? Para já, Brendan Rodgers responde com nova investida forte e milionária no mercado. Veremos se acertada. Além da saída do capitão, o Liverpool vendem Sterling por mais de 40 Milhões de euros ao Manchester City. Há lugares emblemáticos para preencer, portanto. A conhecida flexibilidade táctica de Rodgers tem vários jogadores para continuar a ser implementada. Há grandes esperanças que Benteke seja aquilo que Balotelli nunca foi, além das enormes expectativas em ver como funciona Firmino com Coutinho, Ings no reforço do ataque, Clyne para o corredor direito e , claro, James Milner conseguirá conquistar o meio campo dos reds? Várias questões que se tiverem respostas positivas podem lançar o Liverpool para o top 4 mas se não resultarem pode ser uma promessa adiada à imagem de Markovic.

Espera-se uma equipa não muito diferente desta: Mignolet, Clyne, Skrtel, Sakho e Moreno, Can, Milner e Henderson, Firmino e Coutinho no apoio a Benteke.

 

Craque: Philippe Coutinho

Chave: Christian Benteke

 

MANCHESTER CITY

season-preview-man-city_3327482.jpg

Entradas:  Enes Unal (Bursaspor), David Faupala (Lens), Raheem Sterling (Liverpool), Patrick Roberts (Fulham), Fabian Delph (Aston Villa)

Saídas: Scott Sinclair (Aston Villa), James Milner (Liverpool), Dedryck Boyata (Celtic), Angelino (New York City FC, loan), Micah Richards (Aston Villa), Karim Rekik (Marseille), Stevan Jovetic (Inter Milan), Olivier Ntcham (Genoa, loan), Enes Unal (Genk, loan)

 

O terror dos mercados atacou em Liverpool e Birmingham, chegam Sterling e Delph ao mais luxuoso plantel da Premier. O problema é o do costume, conseguirá Manuel Pellegrini construir um 11 equilibrado e sólido para recuperar o título e ir mais além na Champions League? Argumentos não faltam, sobra qualidade no plantel do City que dá para fazer duas equipas para lutar em qualquer campeonato. Na semana que começa a temporada inglesa ainda se especula muito sobre possíveis reforços para os citizens mas para já os vice campeões já podem mostrar uma equipa com obrigação de ganhar qualquer jogo: Hart, Zabaleta, Kompany, Mangala e Clichy, Touré e Delph, Nasri, Silva e Sterling a apoiar o intratável Aguero. A ameaça número 1 a Mourinho mora aqui. Curiosidade para ver se a promessa portuguesa Rony Lopes terá lugar nas opções de Pellegrini.

 

Craque: Sergio Aguero

Chave: Raheem Sterling

 

MANCHESTER UNITED

season-preview-man-utd_3327484.jpg

Ins: Memphis Depay (PSV), Matteo Darmian (Torino), Bastian Schweinsteiger (Bayern Munich), Morgan Schneiderlin (Southampton), Sergio Romero (Sampdoria)

Outs: Tom Cleverley (Everton), Ben Amos (Bolton), Tom Thorpe (released), Saidy Janko (Celtic), Nani (Fenerbahce), Will Keane (Preston, loan), Robin van Persie (Fenerbahce)

 

Depois da autêntica viagem na montanha russa que foi a primeira época de Van Gaal em Old Traford que fez Di Maria como vitima, novo ataque milionário ao mercado para tentar melhorar o 4º lugar alcançado e honrar o regresso à Europa após um ano de ausência. As novas apostas do holandês são promissoras mas as saídas foram de peso, Van Pesie, Cleverley ou Di Maria (ainda não oficializado), podem deixar marcas. Van Gaal quer olhar para a frente e o futuro dos red devils pode ser brilhante se as estreias de Depay, Schweinsteiger, Darmian e Schneiderlin tiverem o impacto imediato desejado. Rooney e Mata agradecem e podem fazer sonhar os adeptos com o regresso aos títulos, Espera-se ver um onze base composto por De Gea, Darmian, Smalling, Jones e Shaw, Schweinsteiger, Schneiderlin, e Herrea, Depay, Mata e Rooney. Promissor.

 

Craque: Wayne Rooney

Chave: Memphis Depay

 

NEWCASTLE

season-preview-newcastle_3327485.jpg

Entradas: Georginio Wijnaldum (PSV Eindhoven), Aleksandar Mitrovic (Anderlecht), Chancel Mbemba (Anderlecht)

Saídas: Jonas Gutierrez, Ryan Taylor (both released), Adam Campbell (Notts County), Remie Streete (Port Vale), Sammy Ameobi (Cardiff), Adam Armstrong (Coventry), Freddie Woodman (Crawley)

 

Em Newcastle é a vez de Steve McClaren tentar levar a equipa para a primeira metade da tabela. O treinador que falhou a subida à Premier com o Derby e que tem uma carreira de alguns altos, como o título holandês pelo Twente, e muitos baixos momentos, destaque para a desastrosa passagem pela Selecção inglesa, quer provar a sua qualidade. Terá de lidar com um ambiente muito complicado fora de campo, das bancadas há sempre contestação à Direcção, e tentar organizar uma equipa sólida no meio de tantas nacionalidades diferentes. A saída do herói Gutierrez não ficou bem a quem manda no Newcastle que tentará compensar com um investimento forte no mercado. Esperam-se grandes proezas  do trio contratado entre a Bélgica e a Holanda, Wijnaldum, Mitrovic e Mbemba.

McClaren deverá apostar nos seguintes 11: Krul, Janmaat, Coloccini, Taylor e Haidara, Tiote e Colback, Cabella, Wijnaldum e Sissoko no apoio a Mitrovic. Tem que melhorar o 15º lugar da última época.

 

Chave Georginio Wijnaldum

Chave: Rolando Aarons

 

NORWICH

season-preview-norwich_3327486.jpg

Entradas: Graham Dorrans (West Brom), Youssouf Mulumbu (West Brom), Robbie Brady (Hull City), Andre Wisdom (Liverpool, loan), Jake Kean (Blackburn, loan). 

Saídas: Cameron McGeeham (Luton Town, undisclosed), Mark Bunn (Aston Villa, free), Carlton Morris (Hamilton, loan), Sam Kelly (Port Vale), Remi Matthews (Burton, loan).

 

O regresso dos canários à Premier League pode ter um começo tranquilo se aproveitarem o calendário favorável de inicio. O jovem treinador Alex Neil promete dura luta pela manutenção e atacou o mercado nas últimas semanas com critério. A grande atracção do Norwich será o jovem Nathan Redmond de quem se espera uma época de afirmação para seguir para patamares mais elevados. A equipa base dos amarelos andará perto deste 11: Ruddy, Wisdom, Martin, Bassong e Olsson, Johnson e Tettey, Redmond, Hoolahan e Brady, Jerome na frente. Estádios coloridos com a presença dos adeptos do Norwich, são uma certeza.

 

Craque: Nathan Redmond

Chave: Robbie Brady

 

SOUTHAMPTON

season-preview-southampton_3327511.jpg

Entradas: Steven Caulker (QPR, loan), Jordy Clasie (Feyenoord), Juanmi (Malaga), Cuco Martina (Twente), Cedric Soares (Sporting), Maarten Stekelenburg (Fulham, loan)

Saídas: Artur Boruc (Bournemouth), Nathaniel Clyne (Liverpool), Cody Cropper, Jos Hooiveld, Dani Osvaldo, Omar Rowe, Jake Sinclair (all released), Morgan Schneiderlin (Manchester United), Sam Gallagher (MK Dons, loan), Jake Stephens (Middlesbrough, loan).

 

Há um ano temia-se que as vendas milionárias de jogadores e treinador que tinham feito do Southampton a revelação da época desse lugar a uma temporada negativa. Ronald Koeman não só não desiludiu como ainda conseguiu a melhor pontuação e classificação do clube na Premier League, 60 pontos no 7º lugar.

Este ano a história repete-se e os adeptos dos Saints vêem vários craques a partirem. A resposta de Koeman no mercado parece ser certeira com a contratação de Jordy Clasie, seu jogador no Feyenoord, Caulker, Stekelenburg ou Cedric. Depois de termos visto Mane apontar um hat trick em menos de 3 minutos, ou assistirmos à impressionante veia goleadora em dois jogos em que o Southampton fez 5 golos numa só parte, é de esperar mais espectáculo este ano da equipa de José Fonte. Koeman deverá usar a seguinte equipa: Stekelenburg, Cedric, Fonte, Caulker e Bertrand, Clasie, Wanyama e Davis, Tadic, Mane e Pelle. Destaque ainda para a jovem promessa inglesa após grave lesão, o avançado Jay Rodriguez.

 

Craque: Dusan Tadic

Chave: Sadio Mane

 

STOKE

season-preview-stoke_3327512.jpg

Entradas: Jakob Haugaard (Midtylland), Philipp Wollscheid (Bayer Leverkusen), Joselu (Hannover 96), Marco van Ginkel (Chelsea, loan), Shay Given (Aston Villa), Glen Johnson (Liverpool), Ibrahim Afellay (Barcelona), Moha El Ouriachi (Barcelona). 

Saídas: Thomas Sorensen, Wilson Palacios, Andy Wilkinson (all released), Steven Nzonzi (Sevilla), Asmir Begovic (Chelsea), Robert Huth (Leicester), Jamie Ness (Scunthorpe).

 

O Stoke de Mark Hughes é um clube sobrevivente, duro e batalhador. Conseguem campanhas tranquilas e até já tentam apresentar um futebol mais atraente em alternativa aquele mais guerreiro que lhes vale pontos preciosos. As chegadas de Joselu, Van Ginkel, Afellay e Ouriachi deverão dar um maior perfume ao futebol dos potters. Depois do 9º lugar a ideia é melhorar e continuar tranquilos pelo meio da tabela sem surpresas. Hughes deverá apostar em: Butland, Johnson, Shwacross, Muniesa e Pieters, Whelan e Van Ginkel, Bojan, Adam e Afellay, Diouf na frente.

 

Craque: Bojan Krkic

Chave: Ibrahim Afellay

 

SUNDERLAND

season-preview-sunderland_3327513.jpg

Entradas: Sebastian Coates (Liverpool), Younes Kaboul (Tottenham), Jeremain Lens (Dynamo Kiev), Adam Matthews (Celtic)

Saídas: El-Hadji Ba (Charlton), Santiago Vergini (Getafe, loan), Connor Wickham (Crystal Palace), Jordan Pickford (Preston, loan).

 

Dick Advocaat conseguiu garantir a permanencia nos últimos cinco jogos do campeonato. Na primeira liga e no banco do Sunderland. Não se espera muito melhor para esta época onde o objectivo é só o de não descer. Na época passada o Stoke viu muitos ponto fugiram após estarem em vantagem nos jogos mas também garantiram 9 pontos só com empates a zero, o que não é grande cartão de visita como espectáculo. A chegada de Lens alegra os adeptos que sabem que viverão mais uma temporada de luta com o seguinte 11: Pantiilimon, Matthews, Coates, Kaboul e Van Aanholt, Larsson, Cattermole e Gomes, Defoe, Fletcher e Lens.

 

Craque: Jermain Defoe

Chave: Jeremain Lens

 

SWANSEA

season-preview-swansea_3327514.jpg

Entradas: Andre Ayew (Marseille), Eder (Braga), Kristoffer Nordfeldt (Heerenveen), Franck Tabanou (St Etienne), Oliver McBurnie (Bradford). 

Saídas: David Cornell (Oldham), Jazz Richards (Fulham), Alan Tate, Gerhard Tremmel (both released), Kenji Gorre (ADO Den Haag, loan)

 

Grande trabalho que Garry Monk está a apresentar no País de Gales à frente do Swansea. Conseguiu ficar no 8º lugar com uma proeza a saltar à vista, venceu os dois jogos em casa e fora com Manchester United e Arsenal. Foi a 3ª equipa a conseguir este feito na mesma época. As expectativas são de melhorar esta excelente classificação continuando a revelar jogadores de qualidade para o futebol inglês. O reforço sonante é Ayew vindo do Marselha e há a curiosidade de ver o português Eder a ser utilizado. O onze será: Fabianski, Rangels, Fernandez, Williams e Taylor, Ki, Shelvey e Dyer, Sigurdsson, Ayew e Gomis.

 

Craque: Gylfi Sigurdsson

Chave: Andre Ayew

 

TOTTENHAM

season-preview-tottenham_3327515.jpg

Entradas: Kevin Wimmer (Cologne), Kieran Trippier (Burnley), Toby Alderweireld (Atletico Madrid)

Saídas: Jordan Archer (Millwall), Cristian Ceballos, Bongani Khumalo (both released), Paulinho (Guangzhou Evergrande), Lewis Holtby (Hamburg), Etienne Capoue (Watford), Younes Kaboul (Sunderland), Benjamin Stambouli (Paris Saint Germain), Vlad Chiriches (Napoli), Grant Ward (Rotherham, loan), Alexander McQueen (Carlisle)

 

Mauricio Pochettino teve uma estreia positiva em White Hart Lane ficando às portas do desejado Top 4. Deverá melhor a performance nos jogos em casa onde perdeu muitos pontos, assim como terá de construir uma defesa bem mais sólida para evitar sofrer tantos golos como na época passada. Precisa que Kane confirme a excelente época passada onde rendeu 24 pontos directos ao Tottenham e marcou mais de 30 golos em todas as competições. Já não se via nada assim desde Gary Lineker!

Sem gastar o mesmo que os maiores rivais, Pochettino deverá acertar um onze reforçado na defesa com: Lloris, Walker, Alderweireld, Vertonghen e Rose, Mason e Bentaleb, Lamela, Eriksen e Chadli, Kane na frente.

A equipa de Eric Dier é candidata aos primeiros lugares da tabela.

 

Craque: Harry Kane

Chave: Toby Alderweireld 

 

WATFORD

season-preview-watford_3327516.jpg

Entradas: Giedrius Arlauskis (Steaua Bucharest), Valon Behrami (Hamburg), Steven Berghuis (AZ Alkmaar), Miguel Britos (Napoli), Etienne Capoue (Tottenham Hotspur), Jose Holebas (AS Roma), Jose Manuel Jurado (Spartak Moscow), Allan Nyom (Granada), Sebastian Prodl (Werder Bremen), Matej Vydra (Udinese), Sebastian Prodl (Werder Bremen).

Saídas: Jonathan Bond (Reading), Lewis McGugan (Sheffield Wednesday), Diego Fabbrini (Middlesbrough), Juanfran (Deportivo, loan), Uche Ikpeazu (Port Vale, loan).

 

Aqui está algo que se parece com uma missão impossível para o nosso conhecido Quique Flores. As duas últimas subidas do Watford à divisão maior foram seguidas de regressos ao segundo escalão. Será uma dezena de novos reforços suficiente para mudar este destino? O Watford subiu mas tem sido um cemitério de treinadores, quatro nos últimos tempos. Quique terá de convencer os dirigentes até ao natal já que na altura das festas o calendário é bem duro para os amarelos. Não é fácil adivinhar um onze base com tantas novidades mas aqui vai a aposta: Gomes, Nyom, Prodl, Cathcart e Holebas, Capoue e Behrami, Berghuis, Abdi e Jurado, Deeney na frente.
Seria uma surpresa ver harmonia nesta equipa nas primeiras semanas de competição.

 

Craque: Troy Deeney
Chave: Etienne Capoue

 

WEST BROM

season-preview-west-brom_3327517.jpg

Entradas: James McClean (Wigan), James Chester (Hull City), Rickie Lambert (Liverpool)

Saídas: Graham Dorrans (Norwich City), Alex Jones (Birmingham City), Kemar Roofe (Oxford City), Youssouf Mulumbu (Norwich City), Chris Baird (Derby County), Jason Davidson (released), Alex Palmer (Kidderminster, loan), Wesley Atkinson (Notts County), Donervon Daniels (Wigan), Bradley Garmston (Gillingham).

 

Tony Pulis tem uma missão clara, manter o West Brom entre os grandes mais uma vez. Vão para a 6ª temporada seguida na Premier, sendo que o segredo do sucesso tem sido a veia goleadora de Berahino e uma defesa muito bem organizada que não sofreu golos em 16 jogos. Melhor só o Chelsea.

Sem grandes movimentações no mercado, o destaca vai para a chegada de Lambert, o West Brom vai tentar repetir a receita eficaz para chegar a Maio com mais uma missão bem cumprida. O onze: Foster, Dawson, Chester, Lescott e Brunt, Morrison, Fletcher, Yacob e Gardner, Berahino e Ideye.

Craque: Saido Berahino

Chave: Brown Ideye

 

WEST HAM

season-preview-west-ham_3327520.jpg

Entradas: Darren Randolph (Birmingham City), Pedro Obiang (Sampdoria), Dimitri Payet (Marseille), Angelo Ogbonna (Juventus), Carl Jenkinson (Arsenal, loan), Manuel Lanzini (Al-Jazira, loan), George Dobson (Arsenal)

Saídas: Dan Potts (Luton Town), Paul McCallum (Leyton Orient), Carlton Cole, Guy Demel, Jussi Jaaskelainen, Nene (all released)Stewart Downing (Middlesbrough)

 

O West Ham já vai lançado na nova época porque tem jogado as primeiras eliminatórias da Liga Europa graças a um sorteio de Fair Play da UEFA. Com um novo treinador, em ano de despedida do seu estádio e mitico bairro, com as expectativas em alta, o West Ham apostou forte no mercado para esta temporada. Payet e Ogbonna são os craques mais sonantes que Slaven Bilic vai procurar por a render numa equipa que tão boa conta deu de si na última época. Veremos os hammers a alinharem com Adrian, Jenkinson, Ogbonna, Reid e Cresswell, Noble, Kouyate e Obiang, Payet, Valencia e Sakho. Espera-se que Carrol tenha uma época longe de lesões para ser aposta forte de Bilic na frente.

 

Craque: Aaron Cresswell

Chave: Dimitri Payet

Premier League Começa a 14 de Agosto

Um Inglaterra já está tudo marcado para a nova época. Já há calendário que podem consultar aqui.

Primeira jornada:

Aston Villa v West Ham United 15:00 Villa Park

Blackburn Rovers v Everton 15:00 Ewood Park

Blackpool v Wigan Athletic 15:00 Bloomfield Road

Bolton Wanderers v Fulham 15:00 Reebok Stadium

Chelsea v West Bromwich Albion 15:00 Stamford Bridge

Liverpool v Arsenal 15:00 Anfield

Manchester United v Newcastle United 15:00 Old Trafford

Sunderland v Birmingham City 15:00 Stadium of Light

Tottenham Hotspur v Manchester City 15:00 White Hart Lane

Wolverhampton Wanderers v Stoke City 15:00 Molineux

Factos do Liverpool - Benfica


Benfica e Liverpool entraram oficialmente em competição, esta época, precisamente no mesmo dia: 16 de Agosto. O primeiro jogo de ambas as equipas para os campeonatos foi há 235 dias. Desde então, o relógio não parou de contar os minutos de jogo. O encontro desta quinta-feira, da segunda mão dos quartos-de-final da Liga Europa, será o 49.º jogo que o Liverpool realiza esta temporada; para o Benfica significa a 48.ª partida do calendário.

Faz sentido falar em cansaço? Faz, e de que maneira. O treinador do Benfica, Jorge Jesus, tem-se queixado disso nos últimos dias. "Senti nos jogadores alguma fadiga muscular. Não sei até que ponto vamos poder dar resposta à intensidade de jogo que o Liverpool vai implementar", disse, após o jogo de segunda-feira, contra a Naval. Ontem, na conferência de imprensa de antevisão da visita a Anfield, voltou ao tema: "O que mais preocupa é a recuperação que não tivemos. Se tivéssemos mais 24 horas, teríamos outro andamento. Há jogadores que vão estar no limite do risco de lesões por causa da intensidade do jogo".

Os receios de Jorge Jesus são legítimos. Cumpridas 25 jornadas do campeonato, mais os jogos acumulados na Liga Europa, Taça da Liga e Taça de Portugal, os dez jogadores de campo da provável equipa titular dos "encarnados" esta noite jogaram em média 2825,9 minutos. David Luiz é o campeão do tempo de jogo, com 3665 minutos (2765 nas provas nacionais e 900 na Liga Europa).

Mas o adversário desta noite não está folgado, antes pelo contrário: os dez jogadores que deverão acompanhar o guarda-redes Reina esta noite acumulam uma média de 2946,6 minutos de jogo - mais 120,7 minutos que o Benfica. Os reds já disputaram 33 jornadas no campeonato, para além das partidas na fase de grupos da Liga dos Campeões, Liga Europa, Taça de Inglaterra e Taça da Liga inglesa. Com 4083 minutos, Carragher é o mais castigado de todos. Será que vai correr logo à noite?

fonte Público

Destino Anfield Road – Um dia de sonho (Parte 2)



São 19h40, os putos da bandeira da Champions já estão no meio campo, as equipas prestes a entrar, o estádio já está completamente cheio, e eu estou ali mesmo! Estou a viver o sonho de estar no Anfield Road, e a apoiar o meu Benfica. O coração bate mais depressa.
Nas colunas do estádio ouvem-se uns acordes conhecidos… Ora aí está, é a música que todos queremos ouvir ao vivo, o momento mágico de que todos os amantes da bola conhecem, mas poucos já sentiram na pele. A expectativa é tão grande como foi ouvir os primeiros acordes de Paul McCartney em Lisboa há dois anos.
A canção começa lenta, os cachecóis começam a aparecer ao alto e na horizontal, a letra começa a ser clara. Tudo em crescendo, tudo em segundos. Está a chegar a parte do refrão, a nossa bancada tenta ensaiar um cântico de réplica, poucos aderem.
E aqui vamos nós à parte que vai subir:
Walk on, through the wind,
Walk on, through the rain,
Though your dreams be tossed and blown.
Walk on, walk on with hope in your heart

Nesta altura já estava arrepiado, e num instante eis Anfield na sua potência máxima:
And you'll never walk alone,
You'll never walk alone

Pronto, não resisti! Agarrei no meu cachecol do Benfica, ergui-o e juntei-me aquele momento mágico, todo arrepiado, e de olhos molhados também cantei:
You'll never walk alone !

Não sei se pode ser considerada como uma pequena traição o facto de ter cantado com os adeptos adversários, mas a verdade é que andei anos para sentir isto, não resisti.
O efeito é tremendo, sai tudo tão certinho, tão alto, com tanta alma que as estruturas da bancada à nossa volta vibravam!
Foram os minutos mais emocionantes que me lembro de passar num estádio antes do jogo começar. Nem o hino nacional durante o Euro 04 me fez sentir isto.
Ainda ecoavam os aplausos do grande momento, e as equipas já estavam alinhadas no relvado lado a lado.
Ia começar o jogo, a nossa bancada explode num apoio impressionante à equipa como que a mostrar aos ingleses que podemos não cantar tão certinhos, mas temos pedalada para eles, com cânticos bem mais directos, empolgantes e curtos.

Primeira parte

Começa a partida. Ia mentalizado para passar os 15/20 minutos mais sufocantes dos últimos tempos, sabia que era essencial não sofrer golos na primeira metade da primeira parte. Nunca pensei é que a primeira consulta ao cronómetro instalado no The Kop fosse registada pelos meus olhos aos … 40 segundos!
Exacto, 40 segundos de jogo e já eles estavam doidos a correr para a baliza onde estávamos a ver o jogo! Olhei para a cara de alguns dos nossos jogadores e senti que também eles estavam apreensivos. E as bancadas cada vez cantavam mais e mais alto. Era demais, parecia uma força extra a empurrar os vermelhos contra a nossa bancada.
Bolas cruzadas de lado, de trás, por cima, remates de longe, cantos, bolas ao poste. Meu deus, o meu coração vai sair pela boca se isto não acalma.

Por outro lado, sempre que a bola passava para o meio campo deles, sentia-se confiança em Simão, Nuno Gomes, Geovanni e Robert. Estavam a tentar atacar apoiados e até começavam a levar a bola à baliza do The Kop.
O tempo ia passando. Beto ia fuzilando Moretto, comentei passado uns minutos, em tom irónico, que o jogo já parecia mais controlado depois termos secado o … Beto! Pelo menos não ameaçou mais o nosso guardião.
Há o remate do Geo à trave, a recarga do Simão foi fraca. Mas a jogada encheu de moral (ainda mais) a nossa bancada, os ingleses acusaram o toque, e pela primeira vez senti que nós estávamos a cantar mais alto, e com mais convicção do que eles.
A nossa defesa estava brilhante, sentiam o nosso apoio nas costas e iam dando tímidos sinais que íamos ter grande noite.
Cada vez conseguíamos ter o Moretto mais descansado, que entretanto faz defesa maravilhosa com os pés a evitar a explosão de alegria de Anfield.

Geo está lá longe a chatear um deles, ganha a bola e dá para Nuno Gomes, este entrega a Simão. O capitão está descaído para a nossa esquerda, tem ali à frente uns 3 defesas, todos nós estamos com ele e percebemos o que ele ia fazer: Vai Simão, papa esses gajos, finta para a direita. Isso!! Mais um bocadinho… Chuta, Simão! CHUTA… e… GOLOOOOOOOOOOOOOOOOO!
Nos instantes em que a bola saiu do pé de Simão e bateu nas redes de Reina, nós vimos bem de frente o arco da bola e o monumental golo que nos levou à loucura!
Agarro-me ao Almeida, a gritar: LINDOO! Vejo o Amorim a saltar para os nossos braços, também o Tio João rejubila. Estou nas nuvens, sinto lágrimas de alegria!
Que momento!!
A partir dali não havia ninguém naquela bancada que não acreditasse na passagem.
Continuámos a sofrer, a ver o Liverpool tentar empatar, mas a confiança estava no máximo, a alegria escapava-nos pela voz, pelos saltos, pelos gritos de apoio ao nosso Benfica.

Intervalo

Intervalo e estamos a ganhar. Desço até ao wc. Pelo caminho vejo e cumprimento muitos companheiros de bancada de sempre. Os do costume também ali estavam.
Perto do bar bebia-se para retemperar energias, e aguentar a garganta apta para mais apoio. Ouvem-se os primeiros cânticos originais da noite, com base na mesma melodia do , já famoso, Our Eagle is bigger than Your BirD:


Sozinho José Cid é melhor que os Beatles
Sozinho José Cid é melhor que os Beatles
Sozinho José Cid
Sozinho José Cid
Sozinho José Cid é melhor que os Beatles

Ou ainda:
Para levar o Simão são 40 milhões
Para levar o Simão são 40 milhões
Para levar o Simão
Para levar o Simão
Para levar o Simão são 40 milhões

Estava lançado o mote para mais 45 minutos de emoções forte

Segunda Parte



Começa a segunda metade, e agora atacamos para a nossa baliza. Costuma dar sorte. Ainda no passado sábado os nossos golos foram na nossa baliza.
A tensão volta a subir, os de vermelho parecem diabos à solta, estão possuídos, correm que se fartam e querem desesperadamente meter a bola na baliza lá ao fundo.
Anderson e Luisão parecem dois monstros sagrados, aparecem em todo o lado, desfazem tudo o que os ingleses constroem, cortam tudo. O Luisão sorri para o Crouch, como que a dizer: Não te digo para cresceres e apareceres, porque altura já não te falta. Mas ainda estás muito verdinho, e isso lá na nossa capital não é nada bom.


Eles atacam, atacam, mas o tempo passa e a malta começa a perceber que o SLB está calmamente a controlar o jogo lá atrás. Está tudo controlado. É ver o Fowler e o Cissé a entrarem, e tudo a ficar na mesma.
Quando vemos Karagounis e Micolli a entrar em acção, sentimos que não vamos perder o jogo. E o pessoal assim que o italiano entrou, gritou bem alto: MI MI MICOLLI! Adivinhava-se.
O tempo passava lento, mas ia passando. Os lances de aperto são alguns, o susto de um golo que não foi, os nervos de ver as faltas todas marcadas contra nós, tudo ia acumulando cá dentro.


Até que chegam os últimos 10 minutos, e é evidente o desespero de jogadores e adeptos do campeão europeu. Os contra golpes do Benfica eram cada vez mais perigosos, o Nuno atrapalhou-se numa bola que o Léo-Maradona podia ter marcado…
Tudo bem, eles não marcam é o que se quer.


Olha… Aí vem o Simão… ANDA! Chuta. Espera, não chutes. Cruza… NÃO! Dá para o lado… ISSO! Vá Beto, força, faz como na primeira parte mas acerta na baliza… Xiii… Ah BOA!!! FOI PARA O MICOLLI… A bola está mesmo aí, miudo!!! CHUTAA… GOLOOOOOOO GOLAÇOOOOOOO QUE GOLÃO!!!!!!!!!!!!
Momentos de loucura total, delírio colectivo naquele cantinho de Anfield, entre a baliza de Reina e a bandeira de canto. Era o paraíso ali na nossa frente. Na nossa frente, não. Onde estávamos também era o paraíso!! Não me acordem, estou a ter um sonho lindo!
Até ao fim mal olhei para o relvado, andei de abraço em abraço, cantei, pulei, e olhava à volta para ver a reacção dos adeptos da casa.
E aí voltou a magia. Dei comigo a olhar para o The Kop completamente vermelho e branco, cachecóis estendidos e o Youll Never Walk Alone outra vez entoado com a mesma alma, apesar de estarem a levar 2 secos!
Estes gajos estão prestes a largar a Taça dos Campeões e cantam, aplaudem e ainda incentivam em busca do 1-2! Impressionante!

Depois dos 90 minutos

O jogo acaba, a festa é rija, os jogadores vêem até nós agradecer e festejar, enquanto os , ainda, campeões europeus saem debaixo de uma salva de palmas estrondosa!
Mas o melhor estava para vir. Os nossos rapazes depois de agradecerem o nosso apoio, viram-se para a saída e aceleram o passo para o balneário. São (somos) surpreendidos por uma monumental salva de palmas por parte de todos os adeptos do Liverpool. Completamente inesperado, o acto levou a que os jogadores do clube português abrandassem o passo e lentamente sairam retribuindo com aplausos e respeito.
Nunca tinha visto nada assim.
Como se não bastasse, ao abandonarem as bancadas todos os reds aplaudiram a nossa bancada, mostrando alguns cachecóis do Benfica e desejando sorte para o futuro.
Respondemos com orgulho e num gesto espontâneo levantámos ao mesmo tempo os nossos cachecóis e cantámos Youll Never Walk Alone. Foram minutos de emoção, com aplausos de parte a parte. Inesquecível!!

À saída do estádio estavam dezenas de adeptos, sobretudo miudos, à nossa espera só para nos apertarem a mão, pedirem cachecóis nossos e dizerem que tinhamos de ganhar a competição, porque segundo eles: “Quem bate o Liverpool, tem que ser campeão!”.
Foi neste ambiente que fomos para os autocarros que nos levariam até ao aeroporto.
Tudo correu sem o menor problema.
Aborrecido mesmo, só o tempo que tivemos para chegar ao avião e levantar vôo. Eram 48 autocarros a deixar adeptos no aeroporto, para 8 aviões.
Lá se esperou, já com o cansaço a sentir-se no corpo, mas a satisfação de termos vivido um dia assim não nos fazia largar o sorriso.
Era 1h e 40 da manhã quando começámos a viagem de regresso. Muito sono, algum descanso, mas sempre boa disposição.

Essa figura que ficou com o nome de Fifi confessou a um companheiro nosso que adorava saber quem era, afinal , esse tal de … Fifi!
Por volta das 4 da manhã aterramos em Lisboa, a malta começa a animar-se, e fica tudo em alta moral quando sabemos que vamos chegar primeiro que a equipa! Lindo! Já não havia muita esperança de os encontrar, pois a equipa embarcou uma hora antes de nós.
Foi mais uma sensação daquelas para não esquecer, a chegada ao átrio principal do aeroporto. Descer a última rampa e dar de caras com uma multidão em extâse para lá dos vidros é qualquer coisa de transcendente! Páro, fico de frente para centenas de adeptos aos saltos, eufóricos, vejo as grandes bandeiras da maior claque do nosso clube, sempre presentes! Abro o meu cachecol comprado horas antes e que dizia Liverpool-Benfica, levanto-o e mostro lá para fora. A reacção é de doidos, já vejo tochas acesas, e oiço os cânticos familiares. Arrepiante.
Apesar da falta de inteligência de alguns PSP’s que nos queriam fazer sair dali antes da equipa chegar, lá conseguimos ficar e receber os nossos heróis.



Foi um final fabuloso, vim ao lado do Luisão até cá fora, ele perguntou se tínhamos ido lá e ficou encantado com o nosso apoio. O Nuno Gomes, o Léo, O Micolli, todos simpáticos e emocionados com a recepção. Fiquei ao pé de toda a comitiva até entrarem para o autocarro. Senti-me um deles. Sou um deles! Foi por eles, e pelo enorme simbolo que o autocarro exibe bem ali na minha frente, que fui e vim a Liverpool no mesmo dia.
Amo o Benfica, adoro o Liverpool.

Destino Anfield Road – Um dia de sonho (Parte 1)

Recupero hoje o meu testemunho publicado no Terceiro Anel em Março de 2006 desejando a todos que vão agora a Liverpool que tenham a mesma felicidade que eu tive.


A motivação faz milagres. São 7h15 da manhã de 8 de março, quarta-feira, e já estou com o meu amigo Amorim a levantar dinheiro perto de casa. Começo a pensar na dificuldade que é sair da cama todos os dias da semana para ir trabalhar, do esforço que é preciso fazer para chegar ao local de trabalho às 9h. No entanto hoje saltei da cama às 6 e meia sem a menor dificuldade e com energia redobrada, mesmo só tendo dormido umas três horinhas.

A longa espera até ao grande dia

Só dormi 3 horas porque a ansiedade era enorme na noite que antecedia a viagem. Era o culminar de meses de espera em que todos os dias se pensava como seria a tal ida a Inglaterra.
Tudo começou na manhã do sorteio dos 1/8 de final da Liga dos Campeões. O desejo concretizou-se, e a partir daí nunca mais saiu do pensamento o embate com o Liverpool.
O momento em que paguei a viagem, ainda longe de saber o resultado da Luz, foi a primeira altura de satisfação. Feitas todas as sondagens só o amigo João Almeida avançou sem hesitações para a aventura. É natural, apesar de partilharmos o amor benfiquista, temos a mesma admiração pelo Liverpool FC. O sogro dele, outro João, também marcou passagem. Já éramos 3.
Depois a noite em que levantámos o bilhete do jogo, grande excitação receber aquele rectângulo mágico, e a certeza que íamos estar com os nossos de sempre a cantar no mítico Anfield Road.
A partir daí foi gerir a ânsia à medida que o dia 8 se aproximava. Pelo meio várias noites de loucura sempre a acompanhar o Benfica, sempre de volta da mesma paixão.

A partida

Bela sensação esta de caminhar na nossa rua vestindo as cores do Benfica enquanto nos dirigimos para o táxi. Os olhares sorridentes das pessoas que esperam o autocarro para o trabalho, dos condutores que nos fazem sinais de aprovação e o adivinhar do pensamento do pessoal que nos olha: “grandes malucos, vão para Inglaterra ver o jogo”, tudo me enche de satisfação.
Um taxista que nos deseja sorte e diz ser encarnado, deixa-nos rapidamente na entrada do aeroporto. Aí percebemos que houve malta a acordar bem mais cedo do que nós, as filas para levantar os bilhetes do avião eram enormes e imóveis!
Lá nos juntámos ao mar encarnado que dava uma cor linda à entrada principal do nosso aeroporto.
Chega o João Almeida, o último, porque o tio João já lá estava bem mais adiantado na fila. Estavam reunidos quatro benfiquistas com o mesmo nome. Bonito. O Amorim foi o último a comprar a viagem, depois do jogo da primeira mão decidiu juntar-se. Logo ele simpatizante do Manchester United. Mas aposto que passou a ver o Liverpool com outros olhos.
A vontade de seguir viagem era enorme, a demora em dar os bilhetes era desesperante. Fomos nos entretendo a dar entrevistas à TVi. Uma bonita repórter pede para falar connosco, e nós acedemos:


TVi: Expectativas para o jogo, que resultado espera?
J.G.: Vamos perder. (ar de espanto da jornalista) Vamos perder 2-1, e o nosso golo só aparece nos descontos e em fora de jogo.

Após pausa da repórter, visivelmente baralhada, e certamente desconhecedora do facto que aquele resultado nos servia, resolveu avançar para o Almeida:


TVi: E o senhor, que espera do jogo?
J.Al.: Só acrescentar ao que o meu amigo disse que o golo vai ser ao colo...

Tudo isto com ar muito sério.
Lá foi a moça procurar depoimentos mais efusivos e que servissem para encher o jornal da tarde da estação. À nossa volta as gargalhadas já eram muitas.
Até à entrada do avião vi muitas caras conhecidas de amigos que já não via há tempos. Todos com o mesmo sorriso, todos com a mesma esperança.

Viagem para Liverpool

Finamente prontos para partir, perto das 9 e meia da manhã uma avião carregado de benfiquistas, hospedeiras de cachecóis e a presença de figuras conhecidas como Abel Xavier ou António Oliveira.
São duas horas e vinte minutos de expectativa, alguns cânticos ensaiados após a mensagem do comandante Gonçalves que desejou a nossa vitória.
Imagem bonita vista da janela do avião antes da aterragem, passámos mesmo por cima dos dois estádios da cidade de Livepool. Impressionante proximidade entre Everton e Liverpool.
Tudo correu bem na chegada, polícias simpáticos e educados na recepção, e rápida ligação entre avião e autocarro que nos levava para o centro da cidade.

Passeio no centro da cidade

No percurso aeroporto Jonh Lennon - Albert Dock começamos a fazer as primeiras amizades. Começam-se a revelar os grupos de adeptos mais humorados. O alvo da chacota foi o guia português que a Cosmos destacou para acompanhar os adeptos. Rapaz simpático mas com um discurso com muitos pormenores que lhe foram fatais. Em poucos minutos ganhou a alcunha de... Fifi! A partir daí o Fifi foi o alvo de todas as piadas. Sentados nos últimos bancos do autocarro, foi como regressar aos tempos de liceu das viagens de estudo. Tudo bem, boa disposição no ar.


Tínhamos 4 horas por nossa conta. Lá fomos a pé em busca de pubs e de locais emblemáticos. Paragem no primeiro pub para beber umas cervejas, levantar dinheiro e ir à procura do emblemático Cavern. Um polícia deu-nos a indicação que precisávamos, e pelo meio confessou que estava a torcer por nós porque era londrino e do Chelsea. Agradecemos.

Cavern

Emocionante estar à porta do Cavern! Claro que já não é o mítico local onde os Beatles tocaram 292 vezes, mas há a magia das fotos expostas. Um inglês canta no palco temas dos fab four, isto até o bar ser tomado pelos imensos benfiquistas que iam invadindo o centro de Liverpool. Em pouco tempo os cânticos de apoio ao Glorioso ecoavam pelo Cavern, isto com adeptos do Liverpool rendidos à nossa fé.
Depois uma passagem pela loja dos Beatles, em que o Almeida me foi buscar antes que eu desgraçasse as minhas libras todas, fomos comer o inevitável hamburguer do Burguer King na companhia de mais benfiquistas, claro.
A seguir ao almoço o encontro da praça onde estão as lojas oficiais de Everton e Liverpool. Entrei só na do Liverpool, claro.
Única desilusão desta viagem, a camisola encarnada do Liverpool estava esgotada. Tentei compensar a decepção comprando cachecóis lindos daqueles clássicos só com riscas de duas cores. Mais umas t-shirts, o cd dos cânticos do Kop, e umas lembranças para amigos. Senti-me um puto perdido numa loja de brinquedos.
Já carregados da loja do Liverpool, lá caminhámos para o regresso ao autocarro.

A caminho do estádio

Às 17h20 começou a viagem para o estádio, ambiente já bem animado levou a que as piadas ao amigo Fifi fizessem rir todos os adeptos.
Muita chuva, céu escuro, marcaram o ambiente até Anfield. Passar ao lado da entrada principal no meio dos adeptos da casa é emocionante, ver que a maior parte deles acenava em vez de insultarem fazia adivinhar uma recepção diferente daquilo que sempre acontece quando jogamos fora.
A caminhada a pé do parque dos autocarros até à entrada do estádio foi uma festa. Uma mar encarnado. Éramos muitos, e dava para tudo. Cantar, mostrar orgulhosamente os nossos cachecóis e até parar nas bancas para comprar pins e cachecóis alusivos ao grande jogo.
A entrada é feita de modo espectacular. Rápida, organizada, e com uma revista aos sacos e à roupa impressionante. O polícia que me revistou foi de uma simpatia desarmante, pediu desculpa por ter que abrir os sacos, foi perguntando se a viagem correu bem, se íamos logo a seguir ao jogo para casa, se estava bom tempo em Lisboa, enquanto fazia o seu trabalho de forma exemplar. Para os que costumam andar nestas coisas, como eu que ainda no passado sábado estive na Reboleira a ver o Benfica, não deixa de ser impressionante a diferença entre cá e lá.
Entrada na porta do estádio, ida ao wc, e finalmente a subida às escadas que davam acesso às bancadas.

Anfield Road

É subir as escadas e ficar completamente rendido à beleza das bancadas de Anfield! Um momento para não esquecer. Finalmente, ali estava o The Kop mesmo à minha frente. Lindo, imponente, histórico, já se sentia o cheiro da história do futebol inglês e europeu naquelas cadeiras.
O nosso sector encheu depressa. Éramos uns 3 mil. Estava tudo doido, tudo empolgado por estarmos num sector do Anfield Road. A reportagem da RTP estava ali à nossa frente, sempre que entrava em directo a malta cantava. O Riise não joga e passou à nossa frente. O Zenden também passou e acenou ao ouvir aplausos.
Até à hora do jogo só se ouvia Benfica.
E de repente, a quinze minutos de começar o jogo o estádio encheu, o ambiente aqueceu, e a nossa alma tremeu. Tremeu com os primeiros cânticos de Anfield. Maravilhoso aquilo que os ouvidos registam. O Almeida olha para mim, aponta para a bancada central onde estão os vips ingleses, e pergunta:
-É suposto estes gajos aqui na central também cantarem?!

Pois é, em Anfield não se canta só no topo do Kop. Daí só vem o mote para todo estádio cantar a uma só voz canções de arrepiar, com uma força que faz vibrar toda a estrutura do estádio!