Javi García viu confirmada hoje a suspensão de dois jogos que havia sido proposta aquando da instauração de um processo sumaríssimo.
A Comissão Disciplinar da Liga apreciou o recurso do Benfica e acabou por decidir-se pela manutenção do castigo ao jogador, pelo pontapé no defesa Valdomiro, agressão que passou despercebida ao árbitro Elmano Santos no jogo da 17.ª jornada, entre Benfica e V. Guimarães.
Javi García vai ficar de fora nos jogos com o Leixões (fora) e P. Ferreira (na Luz), jogos da 21.ª e 22.ª jornadas, respectivamente.
Javi García tem sido uma das agradáveis surpresas da época no Benfica, que está a efectuar um arranque de temporada muito positivo. O médio espanhol, em entrevista ao uefa.com, abordou a importância do treinador Jorge Jesus nos resultados obtidos pela formação "encarnada" até ao momento, falou da adaptação ao Benfica e a Portugal, além de ter revelado o desejo de representar a principal selecção do seu país, depois de ter dado nas vistas ao serviço das diversas selecções jovens. O centrocampista de 22 anos, que trocou o Real Madrid CF pelo emblema lisboeta no Verão passado, apontou ainda os objectivos para a Liga portuguesa e UEFA Europa League, numa fase em que as "águias" se preparam para receber o Everton FC.
uefa.com: O Benfica tem apresentado um futebol bastante atractivo e com resultados à vista. Na sua opinião, quais são os principais factores que contribuem para isso?
Javi García: Essencialmente trabalho. Temos trabalhado muito nos treinos. O grupo está muito unido, cada um sabe o que tem de fazer, e isso nota-se no campo. Acho que há uma boa dinâmica, mas sobretudo a humildade de reconhecer que estamos no início do caminho, e que só pensando jogo a jogo e enfrentando cada desafio como se fosse o último das nossas vidas podemos alcançar os objectivos propostos.
uefa.com: Qual a importância do treinador Jorge Jesus nos resultados alcançados pela equipa na presente época?
Javi García: O grupo tem trabalhado muito bem, e volto a dizer, todos sabemos o que temos de fazer. Isso, naturalmente, deve-se muito ao nosso treinador. É muito persistente, atento a todos os detalhes, tacticamente muito exigente, o que significa que todos os treinos são muito fortes. Mas só com trabalho se conseguem alcançar resultados!
uefa.com: O Benfica participa na fase de grupos da recém-criada UEFA Europa League. Quais as expectativas da equipa nesta prova?
Javi García: Como em qualquer competição queremos acabar em primeiro, neste caso no lugar cimeiro do nosso grupo, para passarmos à fase seguinte. O próximo jogo com o Everton vai marcar um pouco a definição da classificação. Vamos lutar por conquistar os três pontos. É evidente que poderíamos ter saído de Atenas com outro resultado [sobre a derrota, por 1-0, na segunda jornada, ante o AEK Athens], mas o futebol é isto mesmo, e agora vamos ter de garantir a vitória frente ao Everton. Vai ser um jogo difícil, mas estamos confiantes.
uefa.com: E no campeonato? Pensa que este poderá ser o ano do Benfica?
Javi García: Penso que sim, temos de pensar que sim. Mas repito o que disse no início, estamos apenas no início, as coisas têm-nos saído bem, mas temos de ter a consciência de que ainda falta muito campeonato e que não nos podemos distrair. Os adeptos estão muito felizes e o grupo está empenhado em dar essa alegria aos adeptos. Tem sido impressionante a maneira como os adeptos nos tem apoiado!
uefa.com: Agarrou a titularidade e as boas exibições sucedem-se. Sonha com uma chamada à selecção de Espanha?
Javi García: Não há nenhum jogador que não sonhe em representar o seu país. Eu não sou excepção. Quero um dia fazer parte da selecção principal, mas estou consciente que é muito difícil. Há muitos bons jogadores a querer e a ambicionar o mesmo que eu, por isso o que digo é que o mais importante é continuar a fazer um bom trabalho no Benfica, fazer o maior número possível de jogos, e depois logo se verá.
uefa.com: Chegou há pouco tempo a Portugal e ao Benfica. Qual a imagem que tem do país e do clube?
Javi García: Quando aqui cheguei, sabia que o Benfica era um grande da Europa, mas não conhecia a 10 por cento a sua realidade, as suas instalações. A verdade é que fiquei muito surpreendido pelo que encontrei e pelo que representa para a maior parte dos portugueses. A nível de infra-estruturas está ao nível dos melhores clubes do mundo, no que toca à sua história é sem dúvida o maior clube português e, finalmente, a nível dos seus adeptos são verdadeiramente surpreendentes e incondicionais no apoio à equipa! Portugal não é muito diferente de Espanha. Lisboa, que conheço melhor, é uma óptima cidade, muito bonita, tem a praia próximo, o que é uma diferença grande quando comparada com Madrid.