Há uma expressão que uso, nas conversas com amigos benfiquistas, sobre aqueles negros anos entre 94 e 2005. “O nosso Vietname, é como eu chamo a esses anos de frustrações, derrotas e humilhações.
A geração mais nova só ouviu falar disso, e não sabe o que doeu. E eis que, em 2017, vamos com quatro campeonatos seguidos no nosso bandulho. Um regalo. Uma impossibilidade, se nos falassem disso durante esse período trágico do nosso clube.
O exercício festivo que proponho é o de reavivar a memória dos leitores do Red Pass para esses tempos, até para que tenham todos, a cada momento, a noção exacta dos tempos gloriosos que estamos a viver no nosso clube.
Comparemos, com a decência de não incluir na comparação craques que por aqui passaram nesses anos de horror, mas que estavam à altura do nosso clube. Tiveram o azar que cá estarem nessa altura, fazendo deles parte de nós, neste sentido: foram vítimas inocentes: João Vieira Pinto, Michel Preud’Homme, Karel Poborsky, Nuno Gomes, Robert Enke, por exemplo.
Mas olhemos para os outros. Craques lendários da caderneta dos cromos mais difíceis, sabe Deus debaixo de que pedra vieram. E comparemos com os craques superiores que temos hoje.
Bossio/Ederson – Ora o que é que temos aqui? O argentino chegou ao Benfica e logo no primeiro jogo, na apresentação com o Bayern de Munique, deu um frango muito maior que o seu imponente metro e noventa e quatro. Ficou apresentado. Uma espécie de Roberto antes do tempo, Bossio foi um expoente do Vietname benfiquista e compará-lo com Ederson é até cruel, para os dois. Ederson é o melhor guarda-redes do mundo, pelo menos está em campo com ar disso, e tem tal confiança em si, nas capacidades da equipa e na necessidade de promover o futebol espetáculo, que pode dar-se ao luxo de dar uma barraca aos três minutos de jogo em Alvalade, e depois esperar calmamente que o sueco que tem à sua frente, e que vai ser seu companheiro de quarto nos estágios do unaitid faça a sua magia. Se já existisse, com a idade que tem hoje, nos anos 90, Ederson teria sido guarda-redes e médio, dada a capacidade de colocar a bola na frente. Eu acredito que ele continuará a fazer assistências para golo para os nossos avançados, mesmo a jogar noutro campeonato qualquer. Já Bossio, coitado, tem de contentar-se em comprar uma assinatura e ver os jogos da Premier League, lá na Argentina, mentindo aos amigos, olhando para Ederson na televisão e dizendo: “le ensine todo.”
Mas nós é que sabemos.
Rojas / Nelson Semedo – Ainda vamos no lateral direito, e acabo de perceber que isto vai ser um rolo compressor de paródia e regabofe. Naquela negra Quinta-feira, 25 Novembro de 1999, Rojas exerceu marcação cerrada sobre Karpin, que o cerrou ao meio várias vezes, fazendo dele um pobre número de magia em que o truque estava tão à vista que, a dada altura, veio Gustavo Lopez para o seu lado. Rojas só não chorou porque desconfio que nem percebeu bem o que lhe aconteceu. Nélson Semedo é o melhor lateral direito do mundo, ou vai ser um dia destes. Faz três ou quatro maratonas em cada jogo, tem um tempo de corte e uma técnica que farão Rojas pensar, tarde demais, que escolheu a profissão errada.
Ronaldo / Luisão – Brasileiros, defesas centrais. A semelhança acaba aí. Quando digo ao meu filho que nós tivemos um Ronaldo no Benfica, ele abre muitos os olhos de espanto. É então que realizo o que quero dizer com essa revelação, arrependo-me e mudo de assunto. Ronaldo tinha a rapidez da minha bicicleta de infância, tal como ela está hoje: num ferro velho qualquer, toda torta e sem uso possível. Parecia, tal como a maioria daqueles jogadores, que não percebia bem o que lhe estava a acontecer, mas era bom rapaz. Esse parece ter sido, muitas vezes o requisito para jogar naquele Benfica. Isso ou simplesmente ir ali a passar na Avenida General Norton de Matos e dar um pontapé numa lata ou numa pedra.
Luisão é o nosso capitão, e custou um milhão de euros (rir a bom rir), quando o fomos buscar ao Cruzeiro. Mais de 500 jogos depois, compará-lo com o nosso Ronaldo é estar a comparar CR7 com, digamos, Paulo Nunes, outro portento que tivemos.
King / Lindelof - Oremos. King foi um bloco de cimento que encontrámos, ao sol do Algarve, e achámos que era boa ideia, até termos percebido que betão não tem mobilidade e os avançados podem sempre dar a volta, ou jogar à parede, só para reinar. Lindelof é o futuro melhor central do mundo, é jogador de futebol mesmo, corta, faz passes, marca golos de livre, enfim. King jogou apenas meio jogo pelo Benfica. Foi meio jogo a mais. Lindelof estreou-se numa altura quem que ninguém o conhecia, tal como ninguém conhecia o King. Mas as semelhanças acabam aí. Lindelof segue a linhagem de um Schwarz, um Thern, um Magnusson. King é aquele logotipo Galucho que aparece em veículos pesados. Como foi possível, no clube do Rei Eusébio, ter existido este outro King?
Escalona / Grimaldo – Ora bem, Escalona é um daqueles nomes que, só por si, representam uma era. Pesaresi lê isto e pensa: porquê Escalona e não eu? Ou um El El Hadrioui. Ou mesmo Steve Harkness, hoje provável segurança de um bar de má fama na Inglaterra profunda. Tudo artistas de grande calibre futebolístico que vestiram o manto sagrado. (Aplicar Betadine na ferida)
Escalona veio do Colo-Colo, mas não tinha nível nem para um Colinho-Colinho. Ainda o despachámos, numa manobra negocial de um nível só comparável às manobras de um Eliseu numa Tetra Vespa, para o River Plate. Mas eles., lá em Buenos Aires, demoraram 2 jogos a perceber aquilo que, na Luz, levámos 11 jogos a perceber: era féze, na lateral esquerda. Já Grimaldo esteve a estagiar em Revestimento de Seixal, amadurecendo durante um ano, até se revelar em todo o seu esplendor, de tanino magnifico e excelente final, a cruzar para o golo ou a marcar livres como se fosse Playstation. Fomos sacá-lo a Barcelona, quando se distraíram e não estavam a olhar, e agora fazem fila para pagar bom dinheiro por ele. Ainda não tinha nascido e já corria mais, jogava mais, era melhor em tudo do que Escalona jamais pode sonhar. Repare-se bem na diferença: de Escalona a Grimaldo. Não é outro nível, só. É outro clube, outro mundo, outro universo. Com Escalona a linha lateral era de cal. E só a bola magoava mais.
Uribe / Salvio – Uribe chegou em Janeiro de 2000 e estreou-se com um golo contra o Sporting, de livre directo, na Luz. Também o Sabry fez isso uma vez em Alvalade, e nem por isso deixou de ser um flop. Uribe parecia que era grande jogador, mas só o cabelo era realmente impressionante. Já Sálvio, sendo pequenino, tem um hábito que mostra o quão enorme consegue ser. Todos os anos é operado. Já é um tique. E volta sempre em grande, decisivo, assobiado mas amado, aquela correria e passe letal em Vila do Conde…Uribe nem a treinar contra os infantis, vendados e encharcados em Atarax, conseguiria tal coisa. Consta que Mourinho, quando chegou à Luz, olhou para Uribe e pô-lo a treinar a lateral-esquerdo, porque Escalona estava lesionado. (riso nervoso) Não deu. Não dava. Não podia dar nunca.
Jamir / Fesja – Jamir vinha do Botafogo e, no Benfica de Paulo Autuori (calma, isto piora), estreou-se nas Antas num jogo da Supertaça. Actuou num meio campo benfiquista com Bruno Caires e Calado ao seu lado (eu avisei). Fesja faria o lugar desses três jogadores e ainda daria uma ajuda preciosa à dupla Ronaldo/King lá atrás. Mas, na altura, olhando para o plantel do Benfica, pensar num super jogador como Fesja, era acreditar em seres sobrenaturais, e nós já tínhamos esgotado esse filão na fé cega em coisas impossíveis quando tivemos um sul coreano no ataque, com Leónidas a extremo esquerdo e Taument na direita. Jamir aviou Panduru num treino, o que só lhe fica bem. Mas foi o seu momento mais útil ao nosso clube, e, mesmo assim, não chega. Ah Fesja teria transformado Panduru em fertilizante, até aí leva vantagem.
Chano / Pizzi – Chano já tinha 93 anos quando chegou à Luz e foi-lhe dada a camisola Dez. (Pausa)
Pizzi veio do Atletico de Madrid e teve de amargar até ser o Platini de Bragança que é hoje. Naquele Benfica dos anos 90, Pizzi seria 10, 6, 8, 7, 9…e melhor em todos os casos. Os mais antigos, como eu, lembram-se de elogiar “A técnica”, a “visão de jogo”, a “experiência” de Chano. Todos sabemos que eramos nós a negar a dura realidade. Era um trapo com estilo, e mesmo assim melhor que Michairidis, Tahares, Tavares, Michael Thomas, Paulos Almeidas e outros quejandos. Quando Pizzi tiver a idade de Chano, daqui a sessenta e tal anos, ainda será muito melhor do que era o velho Chano, a quem, sabiamente, um consócio chamava, no Terceiro Anel para quem o queria ouvir: “Não é Chano, é chanato!”
E pensar que havia malta a mandá-lo calar.
Sabry/ Cervi – Num feliz jogo de palavras, costumo repetir que “este Franco, Cervi”, de cada vez que o pequenino argentino faz uma das suas habilidades. Sabry nunca serviu. Mas parecia. Meteu aquela na gaveta, estragando a festa ao Sporting. Mas levava muito tempo a compor os atacadores das chuteiras.
Era aquele tipo que fintava 23 jogadores num treino de conjunto, mas não saia do mesmo sítio, aparecia o voluntarioso Marchena que lhe dava uma piedosa porrada que o rasgava todo, ia tudo para o duche, perdíamos no domingo seguinte e acabava por ser aborrecido. Cervi é um talento puro, na linha dos extremos argentinos baixinhos capazes de fazer magia e, ainda assim, serem consequentes. Sabry nem a palavra consequente percebia e não era porque era egípcio. Era das golas levantadas, que lhe tiravam o pouco discernimento. No entanto, no terceiro anel, chegámos a pensar que este extremo, comprado ao Paok depois de os termos eliminado (prospeção afinadíssima, muito própria daqueles tempos), ia ser o novo Chalana. Ou pelo menos o novo Carlitos. O novo Ailton, vá. O novo Luis Carlos? Não, não, não. Não mesmo.
Martin Pringle / Jonas – Ah ah ah, cabrão do carteiro.
Tote / Mitroglou – Fez-nos chorar de nervos desde o primeiro dia, quando apareceu na manchete de um jornal desportivo, já na altura infalível na capacidade de surpreender e encantar, “Totti no Benfica”. Era Tote. O cabelo fazia crer que tinha feito parte dos amigos do Verão Azul, mas, na verdade não tinha, nunca teve, pedalada para o Benfica. Veio do Real Madrid, jogou sete vezes, no campeonato, no Benfica e marcou cerca de …zero, zero golos, foi isso. Marcou uns na Taça de Portugal ao Amora, parece. Ninguém se lembra. Disse, um dia, numa entrevista, que não rendeu na Luz por causa de Jupp Heynckes, que lhe tirou “a ilusão toda”. Era de facto uma ilusão. Mitro é o nosso Deus grego, de ar imperturbável em todas as circunstâncias. Tote só diria “because I like it” quando perguntado porque passava tanto tempo no restaurante do nosso Barbas. E mesmo assim naquele inglês espanhol, ao nível da sua capacidade goleadora. Mitroglou 2017, Tote 1999. Já viram como tudo mudou?
O Benfica é Tetra Campeão. E caminha seguro para o Penta. Os anos 90 foram uma espécie de gastrite, em que os sintomas se prolongaram mais do que era suposto, deixando o clube desidratado, fraco e sem discernimento. Felizmente recuperámos e somos aquilo que somos. Saibamos dar valor, porque quem viveu os anos 90 na velha Luz chegou a pensar que a luz ia apagar-se.
O Conversas à Benfica é um projecto do Sérgio Engrácia. Trata-se de um ideia muito simples e eficaz, convidar um benfiquista para uma sessão de conversa sem filtros com ele. Tudo gravado e depois partilhado no YouTube. Tive a honra de ser o primeiro e por isso partilho aqui a primeira sessão. Bom para se ver e ouvir num domingo, por exemplo.
Mas o mais importante é que subscrevam o canal, sigam as actividades e ofereçam todo o carinho a esta iniciativa.
Em semana de derby o Pedro Ribeiro foi à BTV falar de Benfica. Vale a pena partilhar a hora do Uma Semana do Melhor onde falou do Benfica de agora, do inevitável onze dos anos 80, do Liverpool de Dalglish e de Klopp, das camisolas brancas, de referências, histórias de outros derbys, do ruído e de como é bom ser benfiquista.
Há uma nova inciativa chamada #partilhamosfutebol que é apoiada pela Samsung que me parece muito interessante. Histórias contadas na primeira pessoa sobre paixão futebolística.
Foi com prazer que aceitei o desafio e o resultado desta colaboração pode ser lido em #partilhamosfutebol - A necessidade de estar na Luz. Em jeito de remate de letra. Espero que gostem. Obrigado pelo convite.
António José Conceição Oliveira, jogou como médio durante 13 épocas ao serviço do Benfica tendo feito 395 jogos e marcado 24 golos. Começou a carreira de treinador de futebol como adjunto no Benfica, onde foi treinador principal por 3 vezes 1987/1989, 1992/1994 e 2000/2002, tendo conquistado 3 títulos, 2 campeonatos e 1 Taça de Portugal. Orientou o Benfica em 217 partidas com 128 vitórias, 57 empates e 32 derrotas. A 4 de Fevereiro de 1989 foi feito Comendador da Ordem do Mérito.
Para nós, é o Toni. Figura maior do nosso clube, comunicador nato sempre disponível para falar do nosso Benfica. Frontal, realista, preocupado e muito emotivo. O generoso Toni deu-me a honra de fechar esta iniciativa que recorda o ano de 2014 e lança 2015 no horizonte do Benfica.
O Benfica em 2014
Qual o jogo deste ano que nunca esquecerás e porquê ?
Foi o clássico com o Porto para o Campeonato em Janeiro naquela semana que vivemos uma das maiores perdas com a morte de Eusébio. A vitória por 2-0 foi um passo de gigante para a equipa passar a jogar mais e melhor, embalando para uma grande temporada em Portugal e também na Europa. Foi o jogo que marcou a viragem no futebol do Benfica.
Das largas dezenas de golos marcados, qual o que mais festejaste ?
O golo do Lima contra a Juventus na Luz que nos abriu a porta da final e dava uma grande oportunidade de conquistar um título europeu.
E dos poucos sofridos qual foi o que te custou mais a encaixar ?
Os penaltis de Turim. Não só pelos falhanços mas, sobretudo, pela forma como foram defendidos. Tive pena que o Cardozo não parasse logo antes de marcar para vermos o Beto a chegar primeiro à bola do que ele.
Juntando as duas meias épocas vividas em 2014, qual é o "11" ideal do ano ?
Oblak, Maxi, Luisão, Garay, Siqueira, Sálvio, Fejsa, Enzo, Gaitan, Lima e Rodrigo.
De olho em 2015
Jorge Jesus, é para renovar ou já chega e no verão venha outro. Quem?
É para renovar. Mas importa saber se estará preparado para uma missão muito diferente do que tem sido até aqui. Terá que fazer mais com menos em tempos de vacas magras. Terá que aproveitar jovens da formação, embora tenha razão quando diz que não há campeões só com formação, por isso o papel dos scoutings será mais importante do que nunca para um novo ciclo que se adivinha muito complicado. Jesus já deu provas da sua competência, profissionalismo e lealdade para com o Presidente com quem se identifica perfeitamente, tem todas as condições para continuar o seu trabalho no clube.
O Mercado de Transferências em Janeiro vai ser um pesadelo ou em Fevereiro estamos muita fortes ?
Saiu o Enzo, como se esperava, e sobram Nico Gaitán, Maxi e Salvio como potenciais alvos dos clubes europeus mais abonados. Mais do que esperar algum reforço significante, torço para que nenhum destes três saia e que o dia 31 de Janeiro chegue bem depressa.
Guardas férias para Maio de maneira a festejares à vontade curando ressacas em casa ou não estás assim tão confiante ?
Por natureza sou um pessimista e esta almofada de 6 pontos não me deixa nada confortável, mesmo porque ainda nem se completou a primeira volta do campeonato! Mas acredito numa boa segunda parte de temporada e que a equipa vai melhorar o seu nível de jogo. O essencial é vencer o campeonato, claro que a Taça da Liga também é para ganhar, e para isso o Benfica ainda terá muito que lutar, ser humilde para manter esta vantagem. Quero muito festejar o Bi Campeonato do Benfica em 2015!
Para começarmos bem o ano, recebemos a visita de um homem que tem alguma piada mas exibe como melhor e maior qualidade o facto de ser do Benfica.
Para abrir 2015 temos o Champion Ricardo Araújo Pereira.
O Benfica em 2014
Qual o jogo deste ano que nunca esquecerás e porquê ?
Benfica, 3 - Porto, 1, para a Taça. Na altura em que ia sair de casa para ir para o estádio fui confrontado com uma pequena emergência familiar. Como é que a família ainda não percebeu que não pode meter-se em emergências em dia de jogo, não sei. Tive de ir à farmácia comprar material para o curativo e acabei a ver o jogo pela televisão. Quando o Siqueira foi expulso, decidi que o Benfica precisava que eu estivesse lá na segunda parte. Assim que o árbitro apitou para o fim da primeira parte, fui para o estádio. Cheguei antes do início da segunda. E o resto é História. A tática do JJ, as substituições, o esforço daqueles 10 rapazes - tudo isso foi importante, claro. Mas decisivo foi o facto de eu ainda ter chegado a tempo de ver a segunda parte.
Das largas dezenas de golos marcados, qual o que mais festejaste ?
Lima contra a Juventus. Maxi passa para Enzo. Enzo passa para Ivan Cavaleiro, que deixa passar para Lima. E Lima chuta já fortemente pressionado por Maxi que, depois de ter feito o passe inicial, queria chutar também.
E dos poucos sofridos qual foi o que te custou mais a encaixar ?
O último penalty do Sevilha. Foi esquisito participarmos numa competição e não a ganharmos. Tive alguma dificuldade em compreender o conceito.
Juntando as duas meias épocas vividas em 2014, qual é o "11" ideal do ano ?
Presença assídua na Benfica TV, coleccionador de cromos do futebol português e internacional, grande conversador, já foi meu companheiro de programa por várias vezes e no Lanças Apontadasdesta semana vai acontecer mais uma vez. Pedro F. Ferreira, no RedPass.
O Benfica em 2014
Qual o jogo deste ano que nunca esquecerás e porquê ?
O Benfica - FCP, logo no início de Janeiro, pelo que representou de confiança para a equipa e pela homenagem a Eusébio. Foi tudo à Benfica.
Das largas dezenas de golos marcados, qual o que mais festejaste ?
O primeiro golo do Lima contra o Olhanense, no jogo do Título.
E dos poucos sofridos qual foi o que te custou mais a encaixar ?
O golo da Juventus na Luz, na meia-final da Liga Europa.
Juntando as duas meias épocas vividas em 2014, qual é o "11" ideal do ano ?
Júlio César, Maxi, Luisão, Garay, Suqueira, Sálvio, Samaris, Enzo, Gaitan, Lima e Rodrigo.
De olho em 2015
Jorge Jesus, é para renovar ou já chega e no verão venha outro. Quem?
Jorge Jesus é para renovar. Nem imagino qualquer outro cenário.
O Mercado de Transferências em Janeiro vai ser um pesadelo ou em Fevereiro estamos muita fortes ?
O mercado de Janeiro servirá para tentar fazer um equilíbrio extremamente difícil e poucas vezes conseguido: fazer dinheiro e aumentar (pelo menos, não perder) a competitivas do plantel.
Guardas férias para Maio de maneira a festejares à vontade curando ressacas em casa ou não estás assim tão confiante ?
Sou um optimista por opção e exerço essa opção com muito prazer. Como tal, confio que temos todas as condições para festejar aquele que considero o grande objectivo: ser campeão.
É o autor da biografia do melhor basquetebolista português, Carlos Lisboa, editada há poucas semanas. Juntamento com Fernando Arrobas, lançou recentemente o livro Plantel Glorioso que sucede a outra publicação, 110 Histórias à Benfica. É editor do blog Benfiquistas Desde Pequeninos e partilha aqui a sua visão de 2014.
O Benfica em 2014
Qual o jogo deste ano que nunca esquecerás e porquê ?
Há vários jogos que nunca esquecerei. A ter que referir apenas um, Benfica-porto, 2ª mão das meias-finais da Taça de Portugal. Era a derradeira hipótese do porto conquistar algum título em 13/14, Siqueira expulso a meio da 1ª parte, 1-2 na eliminatória a termos que marcar dois golos com 10 e demos a volta. Se, daqui a uns anos, verificarmos que o Benfica recuperou a hegemonia do futebol português, que fique registado que foi este jogo que marcou a viragem.
Das largas dezenas de golos marcados, qual o que mais festejaste ?
Enzo Perez, 2-0 ao Sporting. Não só por ter sido um excelente golo na sequência de várias oportunidades desperdiçadas e ter assegurado uma vitória que, praticamente, garantiu a conquista do campeonato, mas também por estar em Luanda e não ter estado na Luz, sendo o único Benfica - Sporting que não vi ao vivo desde miúdo.
E dos poucos sofridos qual foi o que te custou mais a encaixar ?
Benfica - Sporting 1-1, 3ª jornada 14/15. Custa muito não ganhar um derby em que fomos superiores porque o nosso guarda redes deu um frango e, pior do que isso, não me surpreender.
Juntando as duas meias épocas vividas em 2014, qual é o "11" ideal do ano ?
Nota importante: O peso das conquistas em 13/14 é superior ao das expectativas de conquistas em 14/15, logo esta escolha é enviesada. Por exemplo, acredito que o Júlio César e o Jonas em nada ficam a dever ao Oblak e Rodrigo, respectivamente.
De olho em 2015
Jorge Jesus, é para renovar ou já chega e no verão venha outro. Quem?
Renovar, mesmo que não sejamos campeões. Se o J.J.quiser sair, apostaria no Rui Vitória. Conhece a realidade nacional, está identificado com o Benfica, tem um percurso consistente e bem sucedido, com recursos limitados, num clube em que há pressão dos adeptos.
O Mercado de Transferências em Janeiro vai ser um pesadelo ou em Fevereiro estamos muita fortes ?
Somos o Benfica!
Guardas férias para Maio de maneira a festejares à vontade curando ressacas em casa ou não estás assim tão confiante ?
Somos os principais candidatos ao título. Nas restantes competições também, mas são provas a eliminar, nunca se sabe.
A Everything is New dá-nos música o ano todo, às vezes organiza concertos à mesma hora que joga o Benfica deixando o autor deste blog nervoso com as datas. Mas a culpa é do futebol, porque por Álvaro Covões os jogos do Glorioso eram sempre isolados do resto para que não perca nada.
Qual o jogo deste ano que nunca esquecerás e porquê ?
A meia final europeia na Luz, Benfica - Juventus.
Das largas dezenas de golos marcados, qual o que mais festejaste ?
Golo do Lima aos 84 minutos no Benfica 2 - 1 Juventus.
E dos poucos sofridos qual foi o que te custou mais a encaixar ?
O último golo do de penalti Sevilha na final...
Juntando as duas meias épocas vividas em 2014, qual é o "11" ideal do ano ?
Jorge Jesus, é para renovar ou já chega e no verão venha outro. Quem?
Renovar! Incutiu uma rotina de vitórias a nível nacional e de excelentes campanhas europeias que o Benfica já não conhecia há uns anos antes da chegada dele. Tem algumas falhas, principalmente em valorizar a formação, mas descobre grandes jogadores que são vendidos por valores elevados um ou dois anos depois.
O Mercado de Transferências em Janeiro vai ser um pesadelo ou em Fevereiro estamos muita fortes ?Basicamente iguais. Vamos perder o Enzo mas voltam os lesionados e pode entrar algum reforço.
Guardas férias para Maio de maneira a festejares à vontade curando ressacas em casa ou não estás assim tão confiante ?
É voz marcante da elegante Rádio Marginal e também pode ser ouvida pela irreverente Radar. Longe vão os tempos da rebelde Super FM na Torre das Amoreiras mas o amor pelo Benfica mantém-se. Catarina Pereira revê o ano e lança 2015.
O Benfica em 2014
Qual o jogo deste ano que nunca esquecerás e porquê ?
Do lado positivo : a última vitória no Dragão. Um jogo bem pensado, onde a razão se sobrepôs ao coração.
Do outro lado, o menos positivo vá! : a derrota no final da última edição da Liga Europa.
Das largas dezenas de golos marcados, qual o que mais festejaste ?
Uns de forma mais efusiva, outros mais contidos (depende muito do ambiente ao meu redor) mas um golo é um golo carago!
E dos poucos sofridos qual foi o que te custou mais a encaixar ?
Os da última final da Liga Europa.
Juntando as duas meias épocas vividas em 2014, qual é o "11" ideal do ano ?
Oblak, Maxi Pereira, Luisão, Garay, Siqueira, Matic, Enzo, Gaitán, Salvio, Rodrigo e Jonas
De olho em 2015
Jorge Jesus, é para renovar ou já chega e no verão venha outro. Quem?
Jorge Jesus conseguiu vencer em todas as frentes nacionais, depois de ter sido obrigado a reformular a equipa no início do ano. Pode não ser consensual, e alimentar a discórdia entre os insatisfeitos, mas por mim já tinha renovado sim.
O Mercado de Transferências em Janeiro vai ser um pesadelo ou em Fevereiro estamos muita fortes ?
Inevitavelmente devemos perder um ou dois jogadores, mas à semelhança da última época, acredito que J. J. vai conseguir dar a volta ao texto
Guardas férias para Maio de maneira a festejares à vontade curando ressacas em casa ou não estás assim tão confiante ?
Maio é um mês com muitas datas a celebrar É sempre bom quando podemos festejar em grande, independentemente do mês a decorrer