Demorou mais do que era suposto mas o golo italiano acabou mesmo por aparecer a 10' do intervalo por Cassano e arrancado a ferros. A equipa de Trapattoni não facilitou e quis prolongar a enorme festança que os seus adeptos faziam nas bancadas de Poznan. Prandelli resolveu mudar o sistema táctico e apresentou um 4-1-3-2 que contemplou Di Natale a titular ao lado de Cassano. Na Irlanda Duff assinalou o 100º jogo com a braçadeira de capitão.
Durante muito tempo o 1-0 era suficiente para a Itália vencer o grupo e já se sabe que é o que lhes basta para gerirem a situação. No entanto ainda houve tempo para mais um grande momento Balotelli que entrou para o lugar de Di Natale e no último minuto fez um belo golo de costas para a baliza e agarrado por O'Shea. De imediato levantou-se olhou para o banco e ia deixar alguns recados bonitos quando Bonucci lhe tapou a boca. A Itália segue para os 1/4 de final e tem argumentos fortes para discutir com os restantes 7 apurados. Uma palavra para a Irlanda que sendo a equipa mais fraca do torneio foi a que trouxe os melhores adeptos e apesar da expulsão aparatosa de Andrews deixa sempre uma imagem de simpatia contagiante.
Sejamos directos, nunca a Espanha esteve tão perto de voltar a casa como hoje. Valeu-lhes Casillas e Wolfgang Stark, o árbitro alemão que lhes perdoou dois penaltis. Del Bosque voltou a apostar em Torres mas mudou de ideias à medida que o tempo passava e o empate mantinha a Croácia na luta do apuramento. Lançou Fàbregas e Jesus Navas que acabou por ser o autor do único golo em jogada inventada por Fàbregas e Iniesta. A Croácia merecia mais. Slaven Bilić apostou no 4-5-1 sacrificando Jelavic de maneira a contra atacar sempre que podia a posse de bola espanhola e a estratégia ia funcionando com Modric em grande plano mas o guarda redes do Real Madrid segurou as pontas. Numa altura em que Bilić já apostava tudo com Jelavic em campo a Espanha chegou à vitória e venceu o jogo e o grupo. Mas ficou um sabor a injustiça no ar, pelos 2 penaltis não marcados e porque o treinador croata merecia outra sorte. Deixa saudades a Croácia.
A Espanha levou a sério esta oportunidade de mostrar as garras após o empate inaugural com a Itália e o resultado foi histórico. Del Bosque cedeu à opinião da imprensa e apostou num ponta de lança, Torres a titular e Fàbregas no banco. A Irlanda de Trapattoni preparava-se para cerrar fileiras e adiar o mais possível o golo dos campeões da Europa e do Mundo mas não aguentaram mais de 4 minutos. A Espanha fez o seu golo mais rápido num Europeu construindo a partir daí a sua vitória mais folgada em fases finais de Europeus chegando a um 4-0, resultado inédito na história de todos Europeus realizados até hoje! Torres respondeu com grande classe à aposta e mostra estar de volta à grande forma de outros tempos áureos da Roja. Silva e Fàbregas fizeram o resto numa vitória fácil e importante para a Espanha.
Diga-se por curiosidade que um empate 2-2 entre Espanha e Croácia apura ambas as selecções para a fase seguinte.
Mais um jogo bom de ser seguido neste Euro. Ambas as equipas vinham de resultados positivos e por isso os treinadores repetiram os 11 da estreia. Uma 1ª parte bem aberta embora com poucas oportunidades de golo. Pletikosa, joga no Rostov, foi a figura do jogo ao negar o golo com categoria com duas defesas vistosas mas depois não foi capaz de deter um soberbo livre directo de Pirlo que assim é o 1º italiano a marcar em 2 europeus diferentes (tinha marcado em 2008).
Na 2ª parte Bilic ajustou a sua equipa fazendo entrar Pranjić e beneficiando do tradicional recuo dos italianos assim que se vêem a ganhar. Foi com justiça que Mandžukić fez a igualdade chegando-se à frente na lista de artilheiros e igualando Suker como melhor marcador croata em Europeus. Com este empate as contas ficam complicadas no grupo C sendo que Espanha e Croácia até podem empatar no último jogo e passarem as duas. A ver vamos.
No jogo com melhor ambiente nas bancadas até agora, Balcãs e irlandeses fizeram tremenda festa à volta do jogo, a Croácia deu espectáculo de futebol atacante com o 4-4-2 de Slaven Bilic, o treinador rock n'roll deste Euro, a funcionar em pleno resultando num claro 3-1 que podia ter sido bem mais dilatado. O grande Trapattoni, com 72 anos é o técnico mais velho presente num Euro, respondeu como pôde e chegou a sonhar quando viu a sua equipa fazer o empate num lance de bola parada onde Sean St Ledger, joga na 2ª Divisão inglesa no Leicester, marcou.
Mas a Irlanda não tem argumentos defensivos sólidos para um futebol tão dinâmico como o da Croácia. Madzukic, do Wolfsburg, bisou.
Entrou em campo o detentor do título e no clássico com a Itália tivemos o melhor jogo do torneio até agora. Grande partida de futebol com os italianos a responderem com rigor táctico defensivo e rápidos contra ataques à famosa posse de bola espanhola baseada nos craques do Barça. A Itália chegou à vantagem numa enorme jogada de Pirlo a desmarcar Di Natale, entrou para o lugar do desinspirado Bolatelli. Respondeu David Silva com uma assistência magnífica para Fabregas fazer o empate. Jogo aberto até ao fim ao contrário do que seria de esperar quando temos italianos em campo mas esta Itália promete um belo euro.