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Red Pass

Rumo ao 38

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Fernando Santos, do Loser à Estrelinha de Campeão

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A passagem de Fernando Santos pelo Benfica nunca é recordada pelas derrotas de chapa 3, como as do Bessa e Glasgow, por exemplo, nem por uns 60 minutos europeus do pior que já se viu em Montjuïc, nem por uma eliminação da Taça de Portugal no campo de um clube da 2ª divisão, nem pela compra de Freddy Adu, nem por uma derrota no Dragão em que não foi capaz de fazer a última substituição antes de sofrer o 3-2 no final do jogo por Bruno Moraes, por exemplo.

A passagem de Fernando Santos pelo Benfica ficou marcada pelo despedimento ao fim do primeiro jogo na 2ª época, acto que o Presidente já veio reconhecer como precipitado. E a partir daqui a tendência é recordar o azar das bolas que não entraram com o Espanhol na Luz, do futebol positivo a espaços e de ter lutado pelo campeonato até ao último jogo.

Ainda bem que é assim. Fernando Santos deve ser uma excelente pessoa e por isso os dirigentes e adeptos preferem ver a sua passagem pela Luz por um lado positivo. Infelizmente, eu nunca pensei assim. Sempre previ que ia ser um desastre porque sempre achei que faltava qualquer coisa ao Engenheiro para ser um brilhante treinador de clubes de topo. Olhava para trás e via uma Liga perdida contando com Jardel no auge como titular, uma eliminação em casa aos pés do Torreense nas Antas, uma substiuição mal pensada em Alvalade que permitiu Geovanni apurar o Benfica para a Liga dos Campeões, um afastamento europeu ainda hoje complicado de entender aos pés do Gençlerbirliği e mais uma eliminação da Taça contra um Vitória de Setúbal na 2ª divisão que venceu em Alvalade.

 

Explicado que está o meu ponto de vista sobre Fernando Santos como treinador de clubes de topo passo aos elogios. O Engenheiro nasceu para ser Seleccionador. Fez muito bem em aproveitar a oportunidade na federação grega e desenvolveu uma experiência muito importante no futebol internacional com presença em fases finais de forma meritória.

A passagem para a FPF foi mais do que justa e parece-me ser o homem certo no lugar certo. Repare-se que até aquela aura de loser se inverteu em estrelinha de vencedor! Na Dinamarca foi o que foi e agora na Albânia novamente uma vitória fora de horas para tirar dúvidas a todos.

Concordo com quem diz que o trabalho de Fernando Santos nem é complicado porque o campo de escolha para reunir 22 jogadores é tão limitado que nem cria grandes polémicas. É verdade que há jovens a pedirem oportunidades e o seleccionador não tem hesitado em lançar alguns.

O grande elogio que se deve fazer ao treinador é este: não inventa birras que excluam jogadores mais veteranos, não se arma em arrogante quando se vê que um miúdo como Bernardo Silva pode ter uma oportunidade, não afasta jogadores por convicções pessoais e , acima de tudo, não tem ido a correr naturalizar jogadores que nos possam dar jeito para uma fase ou outra como foi feito recentemente.

Isto parecendo simples não é nada fácil de executar e Fernando Santos tem tido este mérito. Não há polémicas dentro da Selecção, não há birras, não há amuos. O ambiente tem sido bom e as vitórias têm aparecido. Joga-se um grande futebol? Não mas qual é a Selecção no mundo inteiro que se junta oito dias e apresenta um futebol de sonho em competição? Isso não existe. É preciso é competência, simplificar e atingir objectivos. Neste aspecto, há muito que a Federação não estava tão bem servida.

 

RAP & Engenheiro em 2007

A propósito da oportuna presença de RAP ontem na BTV a abordar temas da actualidade futebolística, entre eles o momento da equipa da FPF, recupero uma peça que publiquei no blog que tive antes deste, Encarnado e Branco, em Agosto de 2007.Já lá vão sete anos!

 

segunda-feira, 27 de Agosto de 2007

Ricardo Araújo Pereira Responde ao Inquérito Pós Engenheiro

Por estes dias é desnecessário fazer uma grande apresentação de Ricardo Araújo Pereira.
É o humorista mais seguido do país, seja entre os seus Gato Fedorento, seja nas crónicas da Visão, ou aos domingos n'A Bola. Ele já explicou ontem que no sábado o Benfica ganhou. Ganhou Miguel Vítor e Romeu Ribeiro.
É um caso de rara alegria no universo benfiquista que nos enche de orgulho. Ricardo Araújo Pereira tem sempre tempo para falar do Benfica, e o facto de ter dispensado uns minutos para responder a este desafio é mais uma prova disso mesmo.
As respostas de RAP:

Como é que sobreviveste a 15 meses de “Santismo”?
Com a certeza de que, mais cedo ou mais tarde, acabaríamos por conquistar o Torneio do Guadiana.

A notícia da saída de Fernando Santos fez-te vibrar mais do que o golo do Petit de cabeça(!) no Bessa?
É difícil haver qualquer coisa que me faça vibrar mais do que um golo do Benfica. Mesmo o nascimento das minhas filhas foi ela por ela.

Apesar de tudo Fernando Santos é benfiquista e por isso merece ser feliz. Achas que ele devia tentar contrariar o ditado “Santos da Casa Não Fazem Milagres” noutro espaço que lhe é caro como o Centro Desportivo de Fátima na Liga de Honra?
Sinceramente, não sei. Sempre me fez confusão que uma equipa com tanta gente crente em Jesus tivesse tão pouca ajuda de Deus. Nem os atletas de Cristo nem o treinador nos valeram no 0-0 contra o Boavista em que acertámos 4 vezes no poste. O próprio engenheiro disse uma vez, salvo erro no “Prós e Contras”, que guardava uma imagem de Cristo no bolso e era a imagem que lhe dava umas picadas para indicar as substituições. O problema é que Cristo vai fazer 2007 anos em Dezembro próximo (é três semanas mais velho que o Trapattoni) e, de acordo com o Novo Testamento, não tem curso de nível IV. Assim, não admira.

Em que nomes apostas para melhores reforços desta época?
Gostava que todos os reforços fossem muito bons, e que os melhores fossem o Miguel Vítor e o Romeu Ribeiro. Seria óptimo sinal.

E que jogadores gostarias de ver contratados até ao fim do mês?
Uns de que o Berardo não goste. São sempre os melhores.

Camacho é a melhor aposta, ou preferias o regresso de Trappatoni? O italiano perdeu a Taça mas foi campeão…
Por razões estritamente cardiovasculares, prefiro o Camacho. Creio que o meu coração não aguentaria outra época à Trapattoni.

Qual o melhor jogo do Benfica de Camacho na primeira passagem do espanhol pela Luz?
Benfica-Inter. Empatámos em casa 0-0, mas podíamos ter ganho por três ou quatro. Lembro que chegámos a ter em campo, por exemplo, o Cristiano.

Vamos ser campeões com quantos pontos de avanço?
Cento e setenta e quatro.
 
 
Há mais entrevistados em arquivo: Mário Lopes, Álvaro Costa, Pedro Ribeiro, Rui Malheiro e Nuno Calado. Podem recuperar aqui as respostas.