Como é Que é Possível Não se Ser do Benfica ?
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Camisola Principal do Sport Lisboa e Benfica 2017/2018.
Tecnologia CLIMACOOL: controle total do calor e suor. Tecido engineered, 100% rec. Poliéster.
O Badge de campeão nacional nesta época, devido aos botões na gola, deve ser colocado na manga esquerda da camisola principal (não incluído). Está à venda a partir de hoje.
Há exemplos tristes de como se pode andar para trás em termos de mentalidade em vez de evoluirmos. As cores dos clubes de futebol sempre foram uma das questões mais básicas em discussões, provocações, opções e brincadeiras entre adeptos.
Quem nunca optou em criança por um objecto usando o critério da cor?
- Oh mãe quero um daqueles rebuçados.
- Está bem, toma este. Só um que o açúcar faz mal.
- Mãe, este não!
- Então porquê?
- É verde/azul. Quero o vermelho.
Todos já passámos por isto dando preferência às cores do nosso clube. E Isto é replicado em todas as infâncias. Não ofende ninguém.
Quando comecei a ver futebol achava piada a um pormenor na camisola do Porto, os números nas costas eram vermelhos. Nunca os vi incomodados com isso e brincava-se dizendo que levavam o Benfica às costas. Também me lembro de ver um avançado a brilhar na Antas com o nome de ... Vermelhinho.
Dava para brincar, mesmo porque no Benfica também me habituei a ver o grande capitão, e a minha maior referência no clube, Manuel Bento a equipar de verde. Também usava muito o azul. E ficava-lhe bem. Sem problemas nem complexos. E havia piadas dos rivais, claro que havia. Mas incomodavam zero.
Na nossa gloriosa história há imagens de conquistas de taças que estão ao alcance de qualquer pessoa numa rápida pesquisa no google. O grande goleador Nené levantou uma Taça de Portugal no Jamor com a camisola do Porto vestida.
O gigante dinamarquês Michael Manniche aparece numa fotografia de vencedores no Jamor equipado à Porto. O Manuel Fernandes após um derby na Taça Guadiana trocou de camisola com o amigo Miguel Veloso e deixou-se fotografar com ela vestida na entrega de prémios.
Não consta que nenhuma das fotografias tenha sido alvo das novas tecnologias, ninguém usou o Photoshop para apagar aquilo que hoje em dia parece uma ousadia. Aceitamos sem complexos de inferioridade.
Até já jogámos com uma equipamento alternativo que ficou conhecido por azul à Benfica e ninguém morreu.
Hoje rimos disso.
Nos guarda redes do Benfica de vez em quando vem a discussão porque os guarda redes jogam de verde ou azul. Não tem discussão, até faz parte da nossa história como já aqui expliquei.
Um dado novo é a cor das chuteiras dos jogadores. Nos últimos anos abandonou-se o preto e cada marca passou a ter uma palete de cores à disposição dos craques. Irrita um bocado ver jogadores do Benfica com verde ou azul nos pés mas é apenas um pormenor, tal como era o vermelho nos números das camisolas do Porto. É uma questão de bom senso, não é um caso de polícia que mereça regras em contratos.
Nunca vi no meu clube nenhum jogador ser castigado ou multado por usar verde ou azul nos pés, na cabeça, nos pulsos ou na baliza. Nem por ter trocado de camisola com um rival e vesti-la.
Era o que faltava. O Benfica que teve eleições democráticas em tempos de ditadura, o Benfica que tinha a palavra Avante no seu hino em tempos de proibição, palavra bem recuperada pela bancada agora, o Benfica que passou ser identificado como os Encarnados por uma comunicação social sempre medrosa mas que exibiu sempre o vermelho onde brilha a luz intensa do sol que lá no céu risonho vem beijar com orgulho muito seu.
As cores para nós nunca foram um problema, antes pelo contrário, foram sempre um orgulho.
Isto contrasta com a mudança de mentalidades a norte e ali ao lado. Os nossos rivais foram consomando um ódio ao vermelho, ou encarnado, como preferirem, até ao nível do rídiculo.
O Benfica nem chega a esse problema porque se tivesse que banir a cor de um rival tinha logo um dilema; qual deles?! É que eles têm um alvo comum, nós não. Também por isso é que a diferença no apoio das bancadas é tão grande. Enquanto as claques de Sporting e Porto em momentos de euforia, longe de clássicos ou derbys, dedicam cânticos ofensivos ao rival comum, atrás do Benfica só se ouve apoio.
Nos últimos anos a cor vermelha tornou-se uma doença em Alvalade. O líder faz questão de legislar contra a cor do rival. Nem é preciso comentar mais nada.
Qualquer dia estão a embirrar com as cores da Selecção Nacional e a pedir para os seus jogadores não vestirem a camisola principal...
Ah, esperem! Afinal, um qualquer advogado sportinguista já deu o mote no Record.
Estamos conversados.
Por esta altura na década de 80 o que mais desejava era ter uma prenda que me parecia sempre inalcançável. Sonhava todos os anos, falo de 1980 a 1989, em receber, quase que como por magia, uma camisola do Benfica. Mas não era uma camisola qualquer. Queria a camisola oficial, como se dizia na altura. Pode parecer estranho nos dias de hoje que já tivéssemos vivido num tempo em que o clube não tinha uma grande loja onde vendesse a camisola da equipa de futebol mas aconteceu. O objecto do manto sagrado era de tal maneira cobiçado que todos nós víamos a grande , e única, oportunidade de ter um quando se invadia o relvado no final das épocas. A loucura atrás dos jogadores era tanta que as camisolas acabavam completamente rasgadas. Ninguém conseguia exibir no dia a seguir uma camisola inteira, mostravam-se pedaços orgulhosamente guardados após árduas lutas.
Nas lojas de artigos desportivos em Lisboa havia camisolas do Benfica para venda mas nem se podia chamar aquilo de réplicas. Eram tentativas de aproximar ao que a Adidas fazia. Isto explica alguns fenómenos daquela década. A atracção que todos os miúdos que gostavam de futebol tinham por camisolas de clubes estrangeiros, por exemplo. Sempre que um adulto viajava pela Europa conseguia facilmente comprar camisolas dos maiores clubes que conhecíamos das competições europeias. Era mais fácil vermos equipamentos do Real Madrid, Bayern, Liverpool, etc, nos jogos de rua do que de clubes portugueses. Lá fora já havia sensibilidade para a venda de equipamentos e o cuidado com os pormenores porque já havia fortes patrocínios nas principais equipas. Por cá, até foi o Porto o primeiro a ter e a causar alguma inveja entre nós. A camisola azul e branca com Revigrés na frente era o que mais se aproximava ao que víamos no estrangeiro.
Quando o Benfica aparece com a Shell na camisola foi a loucura. Um orgulho porque sentíamos o clube a ficar moderno. As voltas que o mundo dá... Passados vários anos e alguns patrocínios depois vemos que se chegou a andar em guerra com o marketing do clube por causa do azul da TMN ou os quadrados coloridos da PT. É sinal que a exigência continua a ser uma boa base de orientação dos benfiquistas.
Voltando aos anos 80, nunca consegui ter a tal desejada camisola oficial. Tive algumas que eram só parecidas e até valiam logo reprimendas dos companheiros de jogo na rua. As crianças são muito cruéis e dizem tudo sem filtros. Quando apareci a jogar com uma camisola a dizer Fnac no parque de estacionamento do centro comercial Fonte Nova, ouvi das boas. Não era adidas portanto não fazia sentido usar aquilo. Deixei de usar.
O futebol progrediu em Portugal, de repente passámos a estar ao nível do topo europeu no que diz respeito a qualidade de estádios, de exploração de marketing e patrocínios. Hoje qualquer pessoa pode comprar a camisola oficial do Benfica. A primeira e a segunda. A adidas ou a réplica mais barata na megastore do Benfica. Deixou de ser um desejo impossível. Passou a ser um capricho caro mas concretizável. Perdeu-se a magia. Já não há invasões de campo atrás das camisolas, agora os jogadores atiram para a bancada quando estão bem dispostos ou oferecem aos putos das cartolinas à boca do túnel. Não é pior nem melhor, é diferente.
Esta época comprei a camisola oficial branca. Tinha saudades de um manto sagrado assim, simples e tradicional. Gosto de o vestir mas ainda penso naquela camisola adidas vermelha, com o símbolo antigo da marca, o número às riscas branco nas costas, o emblema antigo na frente e a Fnac com o A em modo de estrela. Há pouco tempo o Benfica passou a vender réplicas destas camisolas dos anos 80. Finalmente. Mas ainda não é bem a mesma coisa, falta o logo da adidas.
Foram precisos muitos anos para alinhar várias amizades sólidas e o Benfica é sempre um importante dominador comum. Por causa deste blog tive a sorte de começar a conhecer mais de perto alguns profissionais que sempre admirei da rádio, da televisão, da música, do futebol, do jornalismo, etc. Autênticas referências que se tornaram acessíveis por causa do Benfica. É esta também a magia de pertencer à tal família benfiquista.
Uma das pessoas que mais tinha receio de conhecer era o Pedro Ribeiro. Sempre gostei da boa disposição dele, dos relatos de futebol, da apresentação de concursos e no Curto Circuito, das piadas ribeirinhas, dos comentários de futebol no canal de desporto e , claro, do enorme trabalho à frente da Rádio Comercial. Tinha receio que acontecesse aquilo que leva os ingleses a dizerem: never meet your heroes.
Ora, o Pedro é tudo aquilo que mostra profissionalmente e ainda mais atento, sensível e amigo quando permite uma amizade mais próxima. Já me tinha surpreendido numa parceria com a minha irmã quando me ofereceram um manto sagrado de Cardeuz autografado pelo plantel, e com outras ofertas sempre desarmantes.
Este Natal fica marcado pela chegada à minha mão da camisola vermelha da adidas com fnac na frente e o número 5 atrás. O Pedro Ribeiro surpreendeu-me assim com a oferta da camisola mais desejada desde infância. O ciclo agora fica completo, posso arranjar uma moldura para guardar tão valioso manto sagrado. Só quem é da nossa geração pode perceber a emoção e alegria que é receber algo assim. O Pedro sabe e é daquelas pessoas que não luta só pela sua felicidade porque só está realmente feliz quando vê os seus felizes.
Queria partilhar este oferta tão especial com os benfiquistas, e não só, que seguem as minhas prosas porque tenho a certeza que muitos deles compreendem e partilham estas emoções de gestos tão especiais.
Bom Natal, Viva o Benfica!
Quando nos recordamos da noite épica de Anfield Road em 2006 e revemos os golos de Simão Sabrosa e de Fabrizio Miccoli, o que é salta à vista como imperfeição daquele jogo? As cores do equipamento do Benfica. Quantas vezes pensámos como teria sido perfeito que o Benfica tivesse alinhado naquela noite com as cores que exibiu nas duas visitas a Liverpool nos anos 80 ?
Tem sido uma longa luta dos adeptos, aqui neste espaço sempre se pediu o regresso às origens, para que o Benfica voltasse a ter só branco e vermelho nos seus equipamentos.
Este ano, finalmente, temos um equipamento a roçar o perfeito. Tanto o principal como o alternativo. As cores certas, o patrocinador bem enquadrado na camisola, e isto de ter patrocínio na camisola não é para todos, como sabemos, os pormenores impecáveis.
Faltava uma grande exibição para imortalizar este equipamento alternativo. Os jogadores escolheram a capital de Espanha para assinarem um recital inesquecível ficando para sempre as imagens de um branco e vermelho a brilhar na casa dos vermelhos e brancos de Madrid.
Que combinação perfeita! Valeu a pena esperar e insistir neste equipamento.
Gostei de ler este artigo de Bagão Félix n'A Bola de hoje e estou de acordo com ele em quase tudo. Aliás, junto a minha indignação em relação a outra aberração dos tempos modernos que é ver as equipas a mudarem as cores tradicionais dos seus equipamentos a propósito de nada. Este ano o Estoril sem sido incrível, já deve ter jogado mais de branco e azul do que de amarelo, passe o exagero.
Quanto às chuteiras, um tema que eu foquei há umas crónicas de jogo atrás quando falei das verdes que o capitão usa, parece que a indignação aqui mexeu com a marca que resolveu alterar as cores. Pena ter sido uma iniciativa da Nike e não do jogador ou do clube. Mas sei que estamos sempre a falar de pormenores.
Por isso, agradeço que o consócio Bagão Félix tenha dedicado uma crónica a pormenores porque me faz sentir menos sozinho neste futebol moderno.
Vou ter é que discordar quando atribui a culpa a Silvino pela cor verde nos equipamentos de guarda redes do Benfica em tempos. Devo dizer que o Silvino limitou-se a seguir uma tradição que começou antes dele chegar ao Benfica. Um dia ele explicou porque continuava a jogar de verde. O Bento disse uma vez que vestido verde quando ia ao chão a cor do equipamento confundia-se com a com cor do relvado e baralhava os adversários.
Sou fã incondicional de Manuel Bento, para mim o eterno Nº1 do Benfica, e por isso olho sempre com carinho para o equipamento verde dos nossos guarda redes. Aliás, também chegaram a ser azuis. Sem complexos. Ficam umas fotografias para ilustrar o esclarecimento e matar as saudades.
Ao fim de tantos anos a pedirmos um segundo equipamento branco de acordo com a tradição do Benfica aí está ele.
Hoje já é possível comprar a camisola branca, mais os calções encarnados e meias brancas.
Era muito bom que o entusiasmo verificado nas redes sociais se transformasse em número de vendas para que o clube e a Adidas percebam que não estávamos enganados.
Com o Pedro Candeias do Expresso, agora que a Emirates oficializou o patrocínio, façamos uma viagem pelas marcas que estiveram estampadas nos equipamentos da Luz. Tudo começou em 1984/85, com a Shell. É seguir este link para o Expresso.
Cá está a confirmação do acordo entre Benfica e Emirates. A nova camisola do Benfica passa a ter como patrocinador a Emirates. Falta confirmar que a segunda camisola seja branca.
Luís Filipe Vieira ofereceu a nova camisola a Sir Tim Clark, CEO da Emirates.