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 Rui Malheiro escreve no jornal Record sobre o adversário do Benfica de amanhã:

 

O 4x3x3, partindo, muitas vezes, de um 4x1x4x1, fruto do recuo – nem sempre eficaz – dos médios-ala em momento defensivo, é a estrutura tática preferencial de Serhiy Rebrov. Apesar de se tratar de uma equipa habituada a assumir o jogo na competição interna, mostrando-se confortável a realizar uma circulação de bola muito direcionada aos corredores laterais, o Dínamo perde várias bolas em zonas de construção e de criação. Ao invés, revela-se letal no contragolpe, ao perscrutar o virtuosismo de Yarmolenko, incisivo a realizar diagonais para o espaço interior em busca do seu forte remate ou a procurar assistências para zonas de finalização através de cruzamentos e passes de rutura, bem secundado pela velocidade, aceleração e sagacidade na desmarcação de Derlis González, e pelo oportunismo e ataque feroz à profundidade do avançado Júnior Moraes, um ninja ardiloso a ganhar posição na área e a conquistar segundas bolas.

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Análise

A este trio juntam-se a revelação Tsygankov, habitual relevo do internacional paraguaio, e Garmash, extremamente sagaz a surgir em posições de remate dentro e fora da área, procurando dar sequência a passes atrasados ou bolas perdidas. Outro aspeto a ter em conta é a capacidade dos ucranianos para criarem oportunidades a partir de lances de bola parada. O Dínamo é forte na exploração de livres laterais, direcionados ao segundo poste, e apresenta inúmeras soluções na execução de pontapés de canto – curtos e atrasados –, o que abre a possibilidade a remates de fora da área e ao eventual ataque a segundas bolas (Moraes é um especialista). Além disso, apresenta soluções de qualidade na execução de livres diretos, como Moroziuk, Yarmolenko ou Antunes.

 

Além dos riscos assumidos em zonas de construção e de criação, que acabam por conduzir a perdas de bola, o Dínamo desequilibra com extrema facilidade em transição defensiva, sobretudo quando o rival ultrapassa uma primeira linha de pressão mais alta e busca os corredores laterais. Quando se apresenta com linhas mais recuadas, denotam-se arduidades na defesa do espaço entre a linha defensiva e intermediária, na definição da última linha e no controlo da profundidade, e na reação a segundas bolas, fruto de alguma falta de agressividade dos médios, convidativa à exploração de remates de meia distância.


Autor: Rui Malheiro