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Red Pass

Rumo ao 38

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Covilhã 1 - 1 Benfica: Consolação Mínima no Golo de Jota

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Hoje foi mais um episódio de um capitulo que o Benfica tem urgentemente de rever. Falo do capítulo de jogos oficiais contra equipas de escalões inferiores. O Benfica está a criar um ciclo de estranhas dificuldades contra clubes da 2ª e 3ª divisão nos últimos anos. Isto não é um problema deste plantel e desta equipa técnica. Isto arrasta-se e tem vindo a confirmar-se como um problema a cada jogo. Já o tinha escrito por altura do jogo com o Vizela para a Taça de Portugal, a eliminatória com o Cova da Piedade foi a excepção que confirma a regra, os compromissos do Benfica têm sido sempre superados com ares de serviços mínimos, com exibições fracas e resultados escassos, alguns tirados a ferros. Foi assim com Real, Vianense, Cinfães, 1º Dezembro, Arouca, entre outros. No final tem-se aproveitado sempre o resultado final e o apuramento para a fase seguinte. Ainda há um ano na Vila das Aves o Benfica só confirmou a ida à Final Four da Taça da Liga nos minutos finais do jogo com o Aves com um golo de Seferovic.

São demasiados jogos a cumprir serviços mínimos e a colocar o clube a jeito para uma eliminação prematura de uma das Taças. Na verdade não voltou a acontecer "Gondomar" ou "Varzim", e espero que não tenha de voltar a ver tal coisa na minha vida, mas tem havido demasiadas lembranças desses momentos cada vez que o Benfica está a perder contra uma equipa de uma divisão inferior. 

Escrevo isto porque tenho ideia que num passado não muito distante o Benfica apresentava-se na Taça da Liga e na Taça de Portugal nestes jogos com equipas teoricamente inferiores com uma personalidade e uma atitude que lhe valiam noites tranquilas e e vitórias naturais. Aconteceu com Jorge Jesus, aconteceu também com Rui Vitória e mostrava uma equipa forte em todas frentes independentemente das mudanças naturais na Taça de Portugal e obrigatórias na Taça da Liga. Foi assim que o Benfica equilibrou e até se afirmou como clube com mais competições conquistadas em Portugal, as sete Taças da Liga vinham compensar a ausência de vitórias na Supertaça. 

Sinto que nos últimos tempos a intensidade na abordagem a estas partidas diminui e a qualidade de jogo também. Não pode ser esse o caminho. O Benfica tem que ter como prioridade ir somando conquistas, principalmente na Taça de Portugal onde só apresenta três tardes felizes no Jamor nas últimas duas décadas. E agora corremos o risco de entrar no quarto ano de jejum na Taça da Liga. 

Como não ouvi nem li nenhuma declaração de ninguém ligado ao Benfica explicando que o clube desprezava as competições secundárias em Portugal, os jogadores precisam de perceber a importância das mesmas. Os jejuns são perigosos e as ausências no Jamor doem a qualquer adepto. 

Isto não significa que na Covilhã a equipa técnica devesse ter lançado mais jogadores "titulares", mesmo porque a ideia da Taça da Liga é dar espaço aos mais jovens e menos rodados. A questão é que os menos utilizados do Benfica têm que ser sempre melhores que a melhor equipa do Covilhã. Têm que fazer pela vida, mostrar que o clube pode contar com eles, têm que assegurar a qualidade que difere entre o Campeão Nacional e um clube que luta para subir à primeira divisão. E o problema é que dificilmente sentimos isto a acontecer nestes jogos. 

Quando é preciso lançar Pizzi, Vinicius e Taarabt para tentar revirar um resultado na Covilhã é porque o colectivo não funcionou e o objectivo não foi conseguido. Salvou-se Jota que merecia uma noite de contexto mais feliz para celebrar o seu primeiro golo na equipa principal. 

Nada disto deverá pesar na preparação para o jogo do Bessa mas fica uma imagem muito pálida da ambição do Benfica na terceira prova do calendário português. 

Insisto que depois do clube ter somado sete Taças da Liga, o passo seguinte não pode ser o afastamento da prova. 

Importa mesmo reflectir sobre estas exibições nas últimas épocas e voltar a assumir e a cumprir o óbvio e natural favoritismo que o Benfica historicamente tem que ter contra adversários destes. Não é um pedido, é o desígnio do clube mesmo numa prova com um formato de terceiro mundo, com uma calendário aberrante e com uma final four desajustada do contexto do futebol europeu. 

Covilhã 2 - 3 Benfica : Ola Jonas!

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Comecemos por olhar bem para a foto que ilustra o texto. Aquelas quinas ali no meio entre o símbolo da Adidas e o emblema do Benfica não ficam muito melhor do que aquela coisa que a Liga impõe ao campeão? Fica, pois. Aliás, não era ali que deviam estar, era na manga. Até podia ser na direita que tem espaço, já que na esquerda há Moche e o luto do Eusébio.

 

Estreia na Taça de Portugal depois de dois anos seguidos a chegar ao Jamor. Confesso que não achei piada à convocatória de Jesus para este jogo. Uma coisa é rodar grande parte da equipa, outra bem diferente é não levar praticamente nenhum titular, nem para o banco. Achei exageradamente optimista a abordagem a um jogo contra um adversário que faz parte do reduzido universo do futebol profissional em Portugal.

Eu confio plenamente na rodagem que o treinador do Benfica costuma fazer, aprendi a confiar ao longo dos últimos anos porque na verdade o Benfica raramente perde a atitude competitiva colectiva como já vimos em vários jogos de taças. Mas hoje, sinceramente, achei demais.

 

O jogo começou com o penalti mais rápido a nosso favor que me lembro de ver marcado. Ola John bem pela esquerda a sofrer falta na área e Jonas a marcar. Parecia que ia ser uma noite tranquila mas rapidamente se percebeu que havia muitas pontas soltas no Benfica e o Covilhã aproveitou enquanto teve forças para castigar erros primários de uma defesa assustadora, primeiro de bola corrida, depois de bola parada, levando para o intervalo um ameaçador 2-1.

O facto de sofrermos um golo de um jogador chamado Traquina despertou em mim fantasmas de outros tempos em que jogos destes eram maus e acabavam pior com heróis improváveis como Reguila, por exemplo.

 

Artur na baliza não inspira a maior confiança do mundo, como se sabe. Na defesa a grande desilusão, para mim, é Benito. Esperava muito mais do lateral esquerdo e hoje pareceu-me demasiado fraco. André Almeida é isto, muito útil e acima da média quando joga entre os melhores, mediano quando é rodeado de segundas escolhas. Lisandro ainda não conseguiu fazer aquela exibição que o promova a companheiro de Luisão sem margem para dúvidas e César não parece ser alternativa credível por enquanto.

Depois no meio campo gostei mais de Pizzi do que de Cristante. O português mais avançado pode evoluir, o italiano está com dificuldade em definir o seu estilo mais atrás embora tenha aparecido bem na 2ª parte com a fadiga do Covilhã.

Começo a perder as esperanças em Tiago "Bebé" porque o acho inconsequente neste sistema. Parece que não sabe tirar o melhor proveito da velocidade que tem e não melhora na hora de cruzar. Pode ser útil para um jogo em contra ataque em que fique com o objectivo de agarrar na bola para correr em direcção à baliza contrária.

Ola John começou muito bem na ala esquerda mas a lesão pode cortar o interessante ascendente de forma que vinha a revelar.

Na frente, continuo a achar Derley um avançado muito digno, lutador, útil na luta com as defesas. Uma boa contratação.

Para o fim deixo os dois jogadores que ficarão ligados à partida para sempre. O puto Gonçalo Guedes aproveitou muito bem o azar de Ola John e entrou cheio de personalidade, procurou a bola, agarrou no jogo e teve papel determinante no bom resultado. Bem na condução de bola das alas para o meio procurando linhas de passe desequilibrantes. Tem 17 anos, joga como um homem. Só não foi a figura da noite porque estava lá Jonas, uma sobra do tal Valência que nos ia dizimar mortalmente. Afinal, foi de lá que chegou o melhor reforço da época.

Jonas chegou tarde já depois de encerrado o mercado e carregava algumas dúvidas próprias de um dispensado. Nestes primeiros minutos de águia ao peito o brasileiro já convenceu os mais cépticos! Hoje com tempo e espaço para mostrar toda a sua qualidade no meio de muitos jogadores longe do seu patamar.

Não são só os golos, o 2º absolutamente encantador com uma desmarcação e um toque soberbo para golo numa altura que a desvantagem já criava muito desconforto dentro e fora de campo. A movimentação de Jonas é o mais importante. Vem buscar a bola atrás, junto às linhas, a recepção, a viragem com bola, o domínio, a visão periférica, a cabeça levantada, a qualidade de passe, é tudo bom. Não engana, claro que neste contexto mais facilmente se destaca mas na verdade hoje foi ele o desbloqueador de um problema que podia dar um embaraçoso amargo de boca e levantar fantasmas desnecessários. Está motivado e mostrou ao que vem, excelente reforço!

 

Eu dou muito valor a estas vitórias, sabem-me tão bem como 3 pontos bem suados no campeonato. Já vivi o suficiente para ver jogos parecidos com este a acabarem em tragédia. Viagens à Póvoa de Varzim, Barreiros ou Matosinhos, para nem falar em Vitória de Guimarães na Luz já com Jesus ou a tarde negra do Gondomar.

Ganhámos bem embora se tenham corrido demasiados riscos. Agora que nos habituámos a ir ao Jamor não lidamos bem com a hipótese de não ir, como é natural.

Foi uma festa bonita de se ver num palco ainda distante da primeira divisão. Entretanto, um dos rivais já está fora da competição e , por mim, resolvíamos já a questão com o outro rival no próximo sorteio com uma ida a casa deles para ganhar. O Jonas ia gostar da experiência.

 

Covilhã - Benfica no Jamor ?

Sim, já aconteceu. A Taça de Portugal este ano, para o Benfica, começa na Covilhã já no próximo sábado mas houve uma época em que o encontro entre os dois emblemas foi o ponto alto da competição! Na temporada 1956/57 no Jamor a Taça foi disputada por Benfica e Sporting da Covilhã com vitória do Benfica por 3-1. A FPF tem o resumo do jogo que documenta o momento.

 

Bilhetes para a Covilhã a 9 e 20 euros

O Benfica vai iniciar na próxima segunda-feira, de forma faseada, a venda de bilhetes para o jogo da 3.ª eliminatória da Taça de Portugal com o SC Covilhã, agendado para sábado, dia 18, às 19.45 horas. Os ingressos, disponíveis a 9 e a 20 euros para a bancada topo sul e central, respetivamente, poderão ser adquiridos nas bilheteiras do Estádio da Luz e no departamento de Casas do Benfica pelos sócios detentores de RedPass nos dois primeiros dias. Na quarta e quinta-feira, dias 15 e 16, a venda será exclusiva para sócios, sendo alargada ao público na véspera do jogo até às 20 horas, ou até que esgotem.

Covilhã Quer Mudar o Estádio Para Receber o Benfica

 

Segundo o site da Rádio Cova da Beira, José Mendes, presidente do clube serrano adiantou que existem 3 hipóteses: "Temos 3 hipóteses. Podemos jogar no Estádio Santos Pinto, no Complexo Desportivo da Covilhã, ou no Estádio do Beira-Mar em Aveiro." Referiu José Mendes, justificando a possível alteração do local do jogo, por falta de apoios da autarquia covilhanense.

Relativamente à distância, o líder do Sp. Covilhã, diz que, "tudo isso seria ultrapassado com oferta de transporte aos sócios e adeptos." Concluiu José Mendes.

Recorde-se que, em termos de lotação, o "Santos Pinto", tem actualmente 1.774 lugares, enquanto o Complexo Desportivo Municipal da Covilhã, conta com 3.352. O presidente do Sp. Covilhã, vai entretanto reunir com a Federação Portuguesa de Futebol, esta 3ª feira, para decidir, em definitivo, o local e hora do jogo com o campeão nacional. Quanto aos bilhetes, só irão ser postos à venda, na próxima semana.

 

Lamento tudo isto. Os clubes deviam jogar nas suas casas garantindo um dia inesquecível às suas gentes e dar a conhecer a sua terra a quem lá quiser ir. Devia ser este o espírito da Taça. Por mim, se o jogo não for na Covilhã perde o interesse e vejo na televisão. É pena.