Benfica - Bayer Leverkusen : Equipas Prováveis
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Lista de convocados para o jogo com o Bayer:
Guarda-redes: Artur Moraes e Paulo Lopes;
Defesas: Lisandro López, César, Jardel, Sílvio, André Almeida e Benito;
Médios: Gonçalo Guedes, Ola John, Talisca, Pizzi, João Teixeira e Cristante;
Avançados: Derley, Lima, Bebé e Nelson Oliveira.
Aleksei Kulbakov, da Bielorrússia, vai arbitrar o Benfica - Bayer Leverkusen.
À terceira foi de vez, o Bayer venceu um jogo ao Benfica que caiu com estrondo em Leverkusen.
Jorge Jesus mexeu na equipa, como é habitual nestes jogos europeus, só que as alterações revelaram-se ineficazes e o factor surpresa/motivação que costuma resultar na Liga Europa teima em dar mau resultado na Champions League. Uma entrada muito macia que deixou a equipa à mercê do intenso pressing do Bayer logo à saída da área do Benfica não deixando a equipa portuguesa entrar no jogo.
Uma primeira parte tão má que chegou a lembrar Paris do ano passado! O Bayer chegou ao 2-0 e só não ampliou porque houve bola ao poste, falhanço inacreditável de Çalhanoğlu e outros que tais. Quando ao fim de uma hora de jogo o Benfica consegue entrar na disputa do resultado com um belo golo de Salvio permitiu a imediata reacção dos alemães que sacaram um penalti a Jardel e resolveram o jogo.
Jorge Jesus optou por fazer descansar Maxi Pereira, Lima e Samaris, curiosamente todos chamados ao jogo na 2ª parte e lançou Júlio César na baliza. Cristante passou ao lado do jogo, assim como Talisca, Derley lutou como pode na frente e André Almeida foi o menos mau tanto na direita como depois no meio campo. A grande desilusão foi mesmo Júlio César.
Não querendo ser injusto e basear a opinião num só jogo, Júlio César foi tudo aquilo que a equipa não precisava e deixou uma imagem absolutamente assustadora para quem ficou órfão de Oblak e entregue a Artur. O reforço brasileiro em nada fez esquecer Artur. Fez asneira ao defender para a frente permitindo a recarga do inevitável Kießling, pareceu antecipadamente derrotado no pontapé de Son, onde não podia fazer muito, diga-se, e até no penalti deixou os adeptos a suspirarem por Artur que já brilhou nessa situação esta época. Depois, não se vê em Júlio César um ar motivado, um sinal de inspiração, parece abatido e ainda a pensar na tragédia do Mundial. Se calhar não foi boa ideia ter posto o homem em contacto com alemães tão cedo, a goleada do Brasil ainda deve estar naquela cabeça. Fiquei muito desiludido com o guarda redes. Fico muito preocupado com a nossa baliza.
Do lado do Bayer brilharam todos os craques de que falámos aqui nos últimos dias, além dos marcadores dos golos, o colectivo do Bayer foi muito forte fisicamente e bastante coeso tacticamente. Tudo o que se sabia deles vimos hoje em prática. Preocupante é o Benfica não ter dado sinais de conseguir contrariar tudo o que já se sabia do adversário. Foi má a entrada do jogo, foi horrível a sensação ao intervalo de impotência, houve uma pequena esperança na altura em que Salvio reduz mas depois do 3-1, com mais de 25 minutos para jogar, a imagem de baixar os braços e desistir da partida foi o pior da noite.
Tudo bem que a prioridade é o campeonato mas não podemos fazer exibições destas na maior prova de clubes do mundo. Claro que tenho de voltar a bater na mesma tecla que bati no Estoril, Jardel e Eliseu quando estão no mesmo raio de acção defensiva são assustadores e não inspiram confiança nenhuma. Muito preocupante que em noite de mudanças e novas oportunidades não tenhamos visto nem Lisandro Lopez a sair do banco, nem Benito nos convocados. Passar de Garay para Jardel é deprimente e dá muitos desgostos, sendo que o brasileiro é um óptimo suplente.
Noites destas deixam um rasto de tristeza e pouca esperança num futuro europeu. Um Benfica tão espectacular na Liga Europa e tão tristonho na Liga dos Campeões, não dá para equilibrar a fórmula? Não peço uma utópica candidatura à vitória em Berlim mas exige-se uma participação digna nesta fase. Se a Europa estiver a atrapalhar muito o objectivo Bi-Campeonato, sem dúvida o mais importante, então evitem a Liga Europa. De preferência seguindo em frente na Champions League, algo que já não me parece nada acessível.
Gosto sempre de ver o Benfica jogar com equipas alemãs porque são do campeonato que mais admiro, além da Premier League. Costumo dizer que nunca é bom desportivamente ter desafios com germânicos porque do lado de cá só se dá valor ao Bayern de Munique ou, recentemente, ao Borussia Dortmund. A falta de cultura futebolística geral leva sempre a multidão a pensar que os jogos contra as equipas que não tenham Bayern ou Borussia no nome são de vitória obrigatória ignorando toda uma realidade de brutal poder financeiro que acontece na, exemplarmente organizada, Bundesliga.
No caso do Bayer a ilusão é maior porque o Benfica nunca perdeu com a equipa de Leverkusen tendo passado as duas eliminatórias disputadas. Como aqui escrevi em Fevereiro de 2013, o último duelo entre as duas equipas será ultrapassado na memória colectiva pelo peso romântico do jogo fabuloso de 1994 que terminou empatado 4-4.
Na verdade os adeptos do Bayer devem estar bem mais apreensivos do que nós. A sua história com equipas de Lisboa não é nada favorável. Em Maio de 1988 o Leverkusen ganhava a Taça UEFA mas uns meses após a grande conquista calham com o Belenenses na ronda inaugural da UEFA 1988/89. Todo o favoritismo alemão caiu com duas derrotas por 1-0 com os azuis! Estive no Restelo na 2ª mão a ver os detentores da Taça UEFA a serem afastados com um golo de Adão aos 84 minutos depois de Mladenov ter dado a vitória na Alemanha!
Uns anos depois, em 1994, voltei a ver o Bayer em Lisboa. Tinham uma senhora equipa com Schuster (ausente na 1ª mão), Kirsten, Thom, Worns, e o excelente guardião Vollborn mais o romeno Lupescu e o brasileiro Paulo Sergio! Assustaram a Luz com o poder atacante e o jogo colectivo. Thom fez o 0-1 aos 66 minutos e a partir daí parecia mais ou menos fatal a saída do Benfica daquela Taça das Taças. Só que antes do apito final Isaías reacendeu a chama da esperança com o empate que mesmo assim era um mau resultado.
Na Alemanha já todos conhecem a história, uma noite mágica e um apuramento por mais golos fora de casa.
No ano passado aconteceu o reencontro, agora na Liga Europa. Em 2010 o Benfica já com Jesus ao comando acabou com a maldição de décadas sem ganhar um jogo na Alemanha. Em Estugarda o Benfica venceu.
Em 2012/13 o duelo com o Bayer foi ainda mais épico em termos de resultados, 2-1 na Luz, 0-1 em Leverkusen! Mas os 4-4 é que ficarão para sempre em destaque.
Este primeiro encontro com o Bayer para a Liga dos Campeões é um duro teste para o Benfica. Na Alemanha fala-se que o campeão português vendeu muito e devido à austeridade reforçou-se com jogadores de segunda linha. É isso que se quer, eles que pensem que vai ser fácil. Recordo que na última visita a Leverkusen Jesus deixou de fora do 11: Lima, Rodrigo, Maxi, Enzo e Salvio! E ganhámos 0-1 como podem recordar aqui.
Já sabemos que o treinador vai mexer na equipa do Benfica, importa olhar para o outro lado e ver com o que podemos contar.
Desde logo salta a vista o reencontro com o guarda redes Leno, o atacante Kießling, os médios Bender, Castro e Rolfes. Na verdade não vamos rever Gonzalo Castro que está lesionado tal como o polaco Sebastian Boenisch.
A estes velhos conhecidos juntam-se dois dos maiores craques actuais da Bundesliga, o avançado coreano de 22 anos Son e o médio atacante turco de 20 anos Çalhanoğlu, ambos com passado no Hamburgo. Há ainda o eficaz avançado suíço Drmic, o veterano defesa bósnio Spahić e jovens de grande qualidade como Reinartz ou Bellarabi no meio campo.
É uma equipa muito competitiva e com grande qualidade, forte a jogar na BayArena. Na Bundesliga estão em 3º com 3 vitórias, 2 empates e 1 derrota, 11-9 em golos. Na Taça passaram com facilidade a 1ª eliminatória contra adversário secundário e chegaram à fase de grupos da Champions League afastando o Copenhaga sem dificuldades. A estreia correu mal com uma derrota no Mónaco mas onde tiveram as melhores oportunidades de golo.
Contra o Benfica o técnico R. Schmidt deve apostar em: Leno; Hilbert, Jedvaj, Spahic e Wendell; Bender, Reinartz; Bellarabi, Çalhanoğlu, Son; Kießling.
* o Bayer já ganhou por 3 vezes ao Sporting mas isso é outra conversa