Shakhtar 2 - 1 Benfica: Para Resolver na Luz
Que fase má do Benfica! A terceira derrota em quatro jogos sem ganhar é um ciclo horrível mas é preciso detalhar este resultado que pode não ser assim tão mau como a derrota anuncia.
Tal como em Famalicão o empate foi muito melhor que a exibição e cumpriu um dos objectivos da época, voltar ao Jamor, hoje o Benfica deixou em aberto a resolução da eliminatória europeia para daqui a uma semana na partida da Luz.
Mas o momento não é bom. A equipa só reage a espaços e mete-se a jeito de ficar em desvantagem com facilidade. Um dos grandes mistérios do Benfica actual é a posição do Seferovic. É sempre a primeira escolha a ir a jogo e hoje foi a preferência para o ataque do Benfica. Em troca dá uma mão cheia de nada. Perto dele esteve Pizzi, ficando no lado direito Chiquinho e na esquerda Cervi. No meio Taarabt e Florentino que andaram numa montanha russa na primeira parte a acudir no espaço entrelinhas que o Shakhtar conseguia explorar com facilidade.
O Benfica não conseguiu impor o seu jogo e acabou por ter que andar atrás do futebol da equipa de Luís Castro.
O nulo ao intervalo era a notícia menos má. O 0-0 e a exibição de Odysseas que continua a ser determinante para agarrar a equipa em alturas em que parece tudo perdido.
Na 2ª parte esperava-se uma atitude diferente do Benfica mas acabou por ser mais do mesmo. Os ucranianos ameaçaram, na 1ª parte até marcaram um golo anulado rapidamente pelo VAR, e aos 56' marcaram mesmo. Um passe para a baliza de Alan Patrick assistido por Marlos depois de uma jogada fácil do ataque do Shakhtar.
Estranhamente, o golo fez bem ao Benfica e a equipa, finalmente, tentou jogar o seu jogo. E 10' depois chega ao golo numa jogada de insistência de Tomás Tavares e Cervi. Golo anulado e penalti visto pelo VAR e confirmado pelo árbitro por falta sobre Cervi. Pizzi aproveitou e empatou o jogo. De repente, o Benfica ficava por cima da eliminatória com a vantagem do golo fora. Era uma boa altura para tomar conta do jogo e tirar proveito da falta de ritmo competitivo do adversário. Mas não.
Rúben Dias facilita incrivelmente na linha de fundo e Junior Moraes aproveita para dar o golo ao Kovalenko que fez o 2-1. Precisamente na altura em que Vinicius foi chamado e antes de Rafa ir a jogo.
Curiosamente, o Benfica acaba por cima, a fazer pressão, a trocar a bola e a procurar atacar, o que levanta a questão sobre a atitude da primeira parte. Pareceu ser uma equipa demasiado passiva e na expectativa.
Da Ucrânia o que de bom se traz é o golo de Pizzi, 1-0 na Luz basta para seguir em frente, mas o Shakhtar tem qualidade mais do que suficiente para marcar também em Lisboa.
Cabe à equipa mostrar em casa o que quer da Europa em 2020. Hoje viu-se muita hesitação nessa vontade.