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Red Pass

Rumo ao 38

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Porto 0 - 2 Benfica : Lima Limpou !

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 (Foto: João Trindade) 

O que achei mais extraordinário no lançamento do clássico foi a ideia que se passou sobre de que lado estaria a maior pressão. Pensava eu que quem jogava em casa, com três pontos de atraso, já eliminado da Taça de Portugal por outro rival, estaria fortemente pressionado e com obrigação de ganhar.

Afinal, enganei-me. A imprensa resolveu não pressionar muito Lopetegui. Retive um artigo espectacular do Record que explicava bem o problema em que o Benfica se ia meter neste domingo só pelo jogo estar agendado para dia 14. Atentem:

"O Benfica não costuma dar-se bem quando defronta FC Porto ou Sporting a 14 de dezembro, dia em que se realiza o clássico referente à 13.ª jornada de 2014/15. Totaliza uma vitória e quatro derrotas, uma delas o famoso 7-1 de Alvalade."

 

Para ajudar a festa, hoje assistimos a mais um fabuloso dia de celebração dos nossos amigos verdes assinalando o dia em que nasceram. Ah, não... O dia em que ganharam mais um campeonato... Ah, não... Campeonatos há muitos! O dia em que deram 7-1. Naquela época em que acabaram em 4º, foram os cabeçudos de serviço na Luz na 2ª volta consagrando o Benfica campeão e ainda foram ao Jamor servir de bombos da festa na dobradinha dessa época. Grandes 7-1. Festejem sempre isso com força. Depois veio um Cardozo...

 

Portanto, o Benfica chega ao Dragão na frente do campeonato mas num dia azarado, com o Porto a crescer de forma, enquanto Jesus se preparava para ceder a liderança. Foi isto que aprendi com o pré clássico.

 

O que aconteceu foi uma exibição perfeita a nível táctico! Uma demonstração de experiência, controlo, qualidade e de conhecimento do adversário, tão clara que deu sempre uma sensação confortável a quem estava a assistir torcendo pelo Benfica.

Pressão alta e muito forte à saída da grande área portista, obrigando a equipa azul e branca a ter que passar a bola para o seu guarda redes várias vezes em fase de construção! Muito bem posicionada a equipa encarnada obrigando o Porto a recorrer a lançamentos longos para as costas da defesa que eram facilmente controlados.

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  (Foto: João Trindade)

 

André Almeida começou da pior maneira o duelo com Tello e foi amarelado no primeiro minuto. Não acusou a pressão e cumpriu na esquerda. No meio, Luisão teve a companhia de Jardel que justificou plenamente a confiança de Jesus. A esta hora ainda deve andar atrás de Jackson, tal foi o empenho.

Maxi esteve bem na direita a gerir o seu esforço. Foi essencial o apoio de Samaris e dos argentinos a fecharem sempre bem os flancos. O segredo do sucesso passou por este acerto defensivo. O grego hoje esteve em plano já muito interessante, apesar de algumas faltas precipitadas perto da área defensiva.

 

Quando se soube do "11" escolhido foi ver nas redes sociais a indignação benfiquista pela escolha de Lima deixando Jonas no banco. Como se viu, a dupla Lima - Talisca voltou a ser a escolha de Jesus e não correu mal...

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  (Foto: João Trindade)

 

Foi uma exibição grandiosa sem bola. Sim, isso também existe. Saber ocupar os espaços, defender, estar sem bola e quando se fica em posição atacante há que saber o que fazer e aproveitar tudo. Até bolas paradas.

 

Há uns anos ali perto de onde Maxi lançou para o golo inaugural, vi um empate 2-2 transformar-se num 3-2. Era Fernando Santos o nosso treinador. Faltava muito pouco para o final do jogo e havia uma substituição que ficou por fazer.

Felizmente, hoje dali nascem golos que dão vitórias no Dragão. 

 

Era de esperar forte reacção do Porto e do seu muito elogiado banco. Mas mesmo com as entradas de Quaresma, Quintero e Aboubakar, o jogo não mudou muito.

Quando na 2ª parte Talisca resolve rematar rasteiro e Fabiano defende para a frente aparecendo Lima a bisar, o dia estava feito! A jogada foi tão natural que todos sentimos que os 3 pontos já não fugiam.

No entanto, o minuto 76 é o da confirmação da noite feliz. Luisão sai lesionado, entra César, há canto para o Porto, a bola vai à trave e na recarga Jackson é apanhado a ajeitar a bola com a mão antes de reduzir. Uns minutos depois Jackson cabeceia e a trave volta a devolver.

Lima não falhou, o colombiano não estava nas suas noites. Óptimo.

Aliás, Lima arrisca-se a ter mais golos marcados no Dragão do que o rico reforço Adrian que tanto deu que falar na pré época.

 

O Benfica confirmou que quando acerta nas marcações defensivas vira o jogo a seu favor e depois é só contar com o talento de Nico Gaitán, Salvio, Enzo, um trio argentino de luxo que se junta à inspiração da dupla brasileira da frente. Hoje saiu um jogo perfeito com Júlio César a nem precisar de ter muito trabalho.

 

O Dragão emudeceu e ouviu-se bem a rapaziada sempre presente que foi ao ponto de desejar um bom natal aos rivais. Provavelmente, um gesto que vai valer reparos de Bruno de Carvalho evocando a tal aliança que juntou Vieira lado a lado com Pinto da Costa. O quê? Não aconteceu nada disso apesar das divagações da imprensa durante a semana? Lamentável!

 

Esta é só mais uma prova de como é tão fácil ser do Benfica. Quando se perde está tudo errado, está tudo mal, há crise, não há identidade nem exigência, o treinador é fraco, o plantel cheio de lacunas. O estádio não enche por causa da crise mas quando se ganha com esta categoria em pleno Dragão há um mar vermelho orgulhoso de ser Benfica. E é tão bom ser do Benfica. Sempre.

 

Para quem gosta do minuto 92 é só somar os minutos dos golos do Benfica, 36 e 56.

 

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