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Red Pass

Rumo ao 38

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Gil Vicente 0 - 5 Benfica: Este Campeonato Não Merece Este Benfica

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Depois do circo à volta do nome de um treinador rival, passou-se uma semana a falar do árbitro escolhido para este jogo do Benfica. O tal Capela, que a mim só me faz lembrar uma expulsão a Pablo Aimar em Olhão, antes de um importante clássico, e outra expulsão épica de Cardozo num derby na Luz em que CarDeuz deu um murro na relva e foi de vela, expulso pelo Capela.
Uma festa, rosnaram os azuis, choraram os verdes e até Zé Mota ouviu vozes do outro lado do mundo!

Depois começa o jogo e acontece mais um recital de bola do Benfica, com um futebol de ataque irresistível, jogadas bonitas ao primeiro toque e golos para todos os gostos e feitios.
Fico chateado com este tipo de exibições do meu clube porque acho que são mesmo pérolas a porcos, o futebol português não merece uma equipa a jogar futebol deste nível. Claro que nós, adeptos benfiquistas, merecemos isto tudo e muito mais mas todos os outros não! Mereciam é que o Benfica não mostrasse mais do que duas ou três jogadas vistosas por encontro e chegasse à vitória de penalti. Podia ser com um daqueles sete que o Capela deu ao Porto em 12 jogos que arbitrou.

 

Felizmente, nos últimos anos o Benfica voltou a estar sempre na luta pelo primeiro lugar. Voltámos ao nosso lugar de conviver em busca da glória semana a semana, jogo a jogo e por isso a conversa de colinho já não tem qualquer efeito negativo no clube ao contrário do que acontecia até há pouco tempo. Habituámo-nos a ver o nosso excelente futebol ser reduzido por rivais, imprensa, observadores e comentadores a ... colinho.

Quando se ganha um campeonato nacional com David Luiz, Aimar, Saviola, Di Maria, Ramires, Fábio Coentrão e Cardozo, tudo rapaziada que não joga mal à bola, convenhamos, e a justificação para o sucesso é colinho, em vez de nos questionarmos como é que um Braga conseguiu lutar até ao último minuto contra esta equipa, está tudo dito sobre o futebol português.

A partir daqui foi remédio santo, quando se levanta a questão do colinho, como tanto se tem feito este ano, e o Benfica responde com uns meros 0-5 no Minho é a maior prova que estamos vacinados. Repito, não merecem este futebol.

 

Já nós, adeptos, sabemos a equipa que temos e sentimos que grandes dias estão para acontecer. Por isso, vivemos cada jogo como se vivem os grandes momentos da vida.

Acredito que qualquer benfiquista prefira assistir as estas jornadas no estádio ao lado da equipa, embora saiba de quem não tenha paciência para a logística envolvente e não se importe de ver confortavelmente na televisão mas são uma minoria.

Da minha parte, se pudesse, via todo e qualquer jogo do Benfica ao vivo. Entre outras razões, odeio ver na televisão porque não gosto das realizações, dos comentários e tudo me deixa nervoso, além de saber que vou saber que o meu clube marcou uns bons segundos depois de a coisa ter acontecido no local.

 

Decidir ir para Barcelos a meio de um fim de semana prolongado pode trazer um certo desconforto caseiro. Está bom tempo a sul, a minha mulher é lá que tem a família, e seria uma óptima oportunidade para um retiro ao sol e um regresso calmo com passagem por casa da minha mãe para lhe dar um beijo neste dia que alguém resolveu dedicar a elas. Felizmente, que tenho uma mulher que lida com toda a naturalidade do mundo à explicação do "eu tenho de ir para Barcelos" e uma mãe que me avisa "oh, filho o importante é o Benfica ganhar". Caminho livre para Barcelos.

 

Amigos reunidos, carros organizados e objectivo definido: ir apoiar o Maior e atacar a gastronomia local. Sendo que "local" aqui é em sentido alargado. Sair de Lisboa de manhã e parar em Torres Vedras para uma sandes de cozido com umas minis. Que pequeno almoço à campeão!

Bom mote para uma viagem até Poiares, São Roque, perto de Ponte de Lima. Taberna do Afonso, casa familiar com paredes de pedra que serve um bacalhau assado fortíssimo com azeite, tal como umas costeletas de tamanho xxl de óptima qualidade. Broa a acompanhar e malga de vinho verde tinto sempre cheia. Antes da abaladiça, um pouco de queijo com marmelada e maçã. Agora, sim, a ida para o estádio Cidade de Barcelos estava acautelada.

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Entrar na bancada e perceber que Sulejmani está no lugar de Salvio em vez de Ola John ou Talisca. Parecia boa ideia. Foi boa ideia.

De estômago bem forrado, ali de pé preparado para sofrer na penúltima saída do campeonato rapidamente deu para perceber que o cinzento do céu não ia alastrar à nossa exibição.

Portugal é assim, nós ali em pleno Minho à chuva, com temperatura fresquinha, o céu bem carregado no seu cinzentismo tão nortenho e no telemóvel uma fotografia de uma praia do Algarve cheia de sol e céu azul com um irónico aviso: aqui também chove. Sim, também gosto muito de ti, mulher!

 

Fácil, bonito, empolgante, contagiante, assim foi o futebol do Benfica que rapidamente tratou de pôr as bancadas em festa total. Tanta ganância barcelense em sacar dinheiro aos adeptos deu num triste cenário de bancadas com muitas cadeiras vazias. Mais uma vez, não merecem o futebol do Benfica.

 

A facilidade com que chegámos ao intervalo a ganhar 0-2 não me deixava tranquilo. Lembrava-me de duas ocasiões em que vi este confronto lá longe no Algarve. Ganhávamos 0-2 e acabou 2-2 acabnado eu a dar um murro na parede que assustou familiares menos preparados para finais dramáticos futebolísticos. O outro foi o da época passada, mais um dramático empate que nem é bom lembrar.

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A jogarem para a nossa baliza, os rapazes não abrandaram o ritmo, e mesmo com a triste saída de Gaitan, a equipa veio fazer 3 golos do nosso lado. Jonas e Lima, uma dupla que dá ainda mais gosto ver quando estamos tão perto do relvado de frente para eles.

Samaris, Fejsa, Ruben Amorim, Pizzi e Talisca, todos a tratarem a bola por tu e com vontade de a fazer circular rumo ao golo. Jardel e Luisão a subirem, sente-se que vem aí golo. E Maxi? que exibição!

São 90 minutos em que tudo parece estar correcto no mundo e que dão todo o sentido à vida. Se fizemos estas centenas de km's para ver o Benfica foi porque o clube só tinha coisas boa para retribuir. Uma viagem em que se festeja mais uma vitória sobre o rival em futsal. Mais uma facada no maior ecletismo do planeta e um excelente tónico para uma caminhada ainda mais animada. O golo de Xavier na vitória da equipa B e uma goleada a deixar o Benfica à beira do Bi-campeonato. Que dia!

Tão bom para nós e que deve doer tanto aos outros. O Colinho é isto, obrigado por terem inventado a expressão.

 

O regresso numa noite de inverno com paragem em Matosinhos para uma francesinha não podia ser mais épico. No Requinte sala cheia e durante a espera um encontro imediato entre dois grupos de adeptos apaixonados pelos seus clubes. Nós e cerca de 30 flavienses!

Uma turma que vinha de Olhão decepcionada com a derrota do Chaves na luta pela subida. Por 100€ cada um deles, homens e mulheres, tiveram direito a voo de ida e volta, carro alugado, alojamento e bilhete do jogo. Só a equipa falhou. Dizem ter saudades de Norton de Matos e prometeram depois do repasto uma viagem rápida para Chaves para receberem a equipa com alguns recados.

Lá dentro, a meio do jantar, da nossa mesa cantou-se "nós só queremos o Chaves na 1ª". Animámos aquela gente que comia em silêncio. Retribuíram a simpatia e saíram mais motivados.

Mais um dia à Benfica. Estou saciado. Gastronomicamente e futebolisticamente. Podem voltar para o vosso circo até ao jogo com o Penafiel.

 

 

 

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