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Red Pass

Rumo ao 38

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Cova da Piedade 0 - 4 Benfica: Começo Convincente

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A Taça de Portugal como deve ser. Assim faz todo o sentido. O Benfica jogar na casa do clube da divisão inferior, neste caso o Cova da Piedade, com os jogadores a perceberem que é preciso respeitar o adversário, a competição e os adeptos. 

Foi o melhor arranque que me lembro do Benfica na Taça de Portugal nos últimos largos anos. Uma vitória tranquila e esclarecedora por 0-4 com vários pontos de interesse. O mais relevante, sem dúvida, é o regresso de Florentino à equipa. O meio campo voltou a ter Gabriel e Florentino, muito boas notícias. 

Pizzi e Vinicius bisaram e fizeram o resultado marcando em momentos determinantes do jogo garantindo um apuramento natural, lógico e sem sustos no estádio de uma equipa profissional da segunda Liga, portanto, superior a outros adversários de escalões mais baixos que defrontámos em edições recentes.

Um momento delicioso aconteceu mesmo à minha frente. Pizzi e Gustavo estendidos na relva. O jogador da casa aproveita o cumprimento de Pizzi para lhe pedir a camisola no final do jogo. Pizzi respondeu que sim e todos os que olhávamos para eles percebemos o momento. Futebol também é isto.

Lembro-me de ver o Cova da Piedade duas vezes na Luz a jogar para a Taça de Portugal. Em 1985, o Benfica venceu pelo mesmo resultado mas não serviu para entusiasmar o Terceiro Anel que já estava em guerra aberta com o treinador Csernai. O Benfica venceu a prova. 
Uns anos mais tarde, em 1989, nova vitória do Benfica, desta vez por 9-1. Nessas tardes lembro-me de imaginar como seria jogar na margem sul no campo do Cova da Piedade. Em 2019 concretizou-se essa curiosidade, boa vontade do clube de Almada, da FPF e do Benfica, que assim proporcionaram uma noite diferente aos adeptos dos dois clubes. 

Deve ter sido a viagem mais curta que fiz para ver o Benfica a jogar fora de Lisboa. Uma visita que marcou a minha estreia no Estádio Municipal José Martins Vieira e que mostrou ser possível realizar estes jogos em recintos mais modestos. 

Uma noite em que tudo correu bem, até o silencio no minuto dedicado ao grande Jordão, e que marca o arranque do Benfica na Taça de Portugal que todos esperamos que só acabe no Jamor no final da época. 

Tudo certo nesta rara incursão pela margem sul. Na memória fica a vista para a baliza onde o Benfica marcou os golos na segunda parte. Bola a entrar, festejos e um olhar que se perdia até às costas do Cristo Rei no horizonte a abraçar Lisboa.