Benfica 5 - 0 Vitória de Guimarães: Tetra Campeões !
Por um lado, é a crónica mais fácil de fazer, por outro sinto que nesta altura só o Cervi deve estar mais ressacado que eu. Abraço, puto!
Lembram-se de ter aqui publicado a teoria da monotonia? Algo como o que eu quero na minha vida é jogos completamente desprovidos de emoção. Pronto, estava a pensar em algo como um 4-0 ao intervalo num jogo decisivo. Assim mesmo, só com a emoção de festejar os golos e olhar para o relógio. Daqueles resultados que mesmo que me digam que podemos sofrer 4 golos na 2ª parte já não me conseguem preocupar.
É esta monotonia que quero, isto que contrasta com o sofrimento atroz das bancadas de Vila do Conde enquanto o golo do Raul não chegava.
Ah mas é mais emocionante festejar assim um só golo perto do fim. Ok mas mesmo assim prefiro um 4-0 ao intervalo, dá mais saúde.
Começar um jogo decisivo na Luz com o estádio cheio, sentir o cheiro de História a acontecer, olhar para o marcador ao fim de dois minutos e achar que não está fácil marcar. E depois constatar que os onze escolhidos estão determinados em corresponder às expectativas do povo. O Benfica resolveu arrancar para uma exibição fabulosa. Das melhores que já vi nos nossos estádios, seguramente uma das melhores que assisti num jogo decisivo.
Uma resposta forte às nossa dúvidas, um sinal para os aliados que espreitavam na secreta esperança que isto durasse mais uma semana, uma demonstração de qualidade e competência para fechar um campeonato que teve sempre o Benfica como farol.
Golos para todos os gostos e feitios, futebol para divertir e apreciar, sorrisos em todo o estádio, trocas de sms durante o jogo. O tetra chegou assim, arrebatador, num ápice passámos da tensão pré festejo para o sentimento único de sermos campeões.
Mais do que falar do jogo e dos golos, quero agradecer ao meu Benfica pela exibição de gala que nos levou ao céu em tempo recorde. Foi do domínio do sonho.
Ainda quero agarrar na teoria da monotonia para a transportar para isto da conquistas de títulos. Estamos a festejar a conquista de um campeonato pela quarta vez seguida. Quatro anos seguidos a terminar o campeonato desta maneira. Ontem, depois dos dois primeiros golos senti que o Estádio da Luz vive uma maioridade maravilhosa, os benfiquistas estão habituados a ser campeões, crescemos de forma gigante nos últimos anos, é emocionante ver como a repetição dos festejos se tornaram monótonos. Mesmo para quem organiza já não é fácil surpreender.
Portanto, aquilo acaba, a malta abraça-se há invasão de campo só para intérpretes, monta-se o palco, chamam-se os jogadores, entrega-se o troféu, festeja-se, espera-se pelo Paulo Lopes na trave, e por aí fora. A novidade foi o Eliseu de scooter. Eliseu com contrato vitalício, já!
É tudo isto. Para repetir todos os anos, por favor. Isto nunca cansa.
Permitam-me só um reparo, dar olés com 5-0 contra o Vitória de Guimarães não é só de mau gosto, é uma manifestação de falta de cultura desportiva muito grande. Porque o Vitória não é um clube qualquer, como se viu pela falange de apoio que trouxe à Luz e, também, porque vieram para jogar futebol de maneira positiva contrastando com o anti jogo que se viu na época passada.
Depois, fora do estádio o que se me oferece dizer da festa do povo benfiquista é o seguinte; Lisboa fica tão bonita invadida pelas nossas cores que eu até apelo aos companheiros que saem uma noite por ano de vermelho e branco, para andarem assim mais vezes. Andemos assim o ano todo várias vezes por semana, muito bem vestidos com as nossas cores e o nosso emblema.
Somos Tetra Campeões. Se alguém me dissesse isto na noite de 16 de Março de 1997 (vão ver a efeméride, vale a pena) eu mais depressa chorava deprimido do que me ria esperançado. Obrigado, Benfica!
Festejemos. E depois foco no Jamor. O Benfica é assim. É tão bom ser do Benfica.