Sou sensível aos pormenores à volta de um jogo de futebol. Os equipamentos são uma das zonas de discussão mais quentes à medida que a modernidade toma conta do jogo. Se há coisa que me irrita é ver a minha equipa jogar com equipamento alternativo em jogos oficiais em casa. Ora, isto só acontece quando jogamos a prova organizada pela Federação Portuguesa de Futebol. O que eu desconhecia era a origem que levou os dirigentes a criarem esta regra. O companheiro António Araújo fez o favor de explicar:
A regra dos equipamentos na Taça de Portugal foi criada na famosa época de 1969. Nesse ano, em plena luta activa estudantil, a Académica foi jogar a Alvalade, e jogou de "branco luto" como forma de protesto. A FPF, para evitar protestos futuros dos estudantes fora de Coimbra, onde a repercussão seria maior, criou essa regra estúpida. Até hoje não foi mudada. Nesse ano, na final contra o Benfica jogaram com o equipamento habitual, mas com uma faixa branca por cima do símbolo, a representar o luto estudantil.
Ou seja, desde 1969 nunca mais se mexeu nesta regra. Estamos em 2015, podíamos actualizar os regulamentos ou ainda é cedo? É que já basta quando jogamos fora aparecermos de equipamento secundário sem razão aparente.
Não sei o que será preciso para pedir à FPF que se analise este pormenor mas fica a dica para o Benfica tomar a iniciativa.
Não consigo perceber a fixação dos benfiquistas em ter jogadores na equipa da FPF. Há muito tempo que não ligo nenhuma a isso porque é uma questão simples de entender. Os melhores jogadores portugueses rapidamente conseguem contratos em ligas melhores, por isso é natural que os 11 escolhidos para jogo de Portugal joguem no estrangeiro. Nas outras selecções mais jovens há muitos jogadores do Benfica como primeiras escolhas, isso sim é importante. Nos chamados A's há Ruben Amorim, André Almeida e , agora , Eliseu como seleccionáveis quando estão aptos. É isto e não vale a pena dar mais voltas porque os putos das equipas mais novas quando chegarem à principal já deverão estar em campeonatos bem melhores que o nosso. É a realidade.
Vem isto a propósito da maneira como a imprensa tratou Eliseu durante e após o jogo de ontem. Tanto na RTP , em directo, como hoje na imprensa escrita, a conclusão é só uma: o maior problema de Portugal é o Eliseu.
Por mim tirava-se dali o nosso defesa esquerdo para ficar longe das lesões e de gente como o Bruno Alves.
A propósito da oportuna presença de RAP ontem na BTV a abordar temas da actualidade futebolística, entre eles o momento da equipa da FPF, recupero uma peça que publiquei no blog que tive antes deste, Encarnado e Branco, em Agosto de 2007.Já lá vão sete anos!
segunda-feira, 27 de Agosto de 2007
Ricardo Araújo Pereira Responde ao Inquérito Pós Engenheiro
Por estes dias é desnecessário fazer uma grande apresentação de Ricardo Araújo Pereira. É o humorista mais seguido do país, seja entre os seus Gato Fedorento, seja nas crónicas da Visão, ou aos domingos n'A Bola. Ele já explicou ontem que no sábado o Benfica ganhou. Ganhou Miguel Vítor e Romeu Ribeiro. É um caso de rara alegria no universo benfiquista que nos enche de orgulho. Ricardo Araújo Pereira tem sempre tempo para falar do Benfica, e o facto de ter dispensado uns minutos para responder a este desafio é mais uma prova disso mesmo. As respostas de RAP:
Como é que sobreviveste a 15 meses de “Santismo”? Com a certeza de que, mais cedo ou mais tarde, acabaríamos por conquistar o Torneio do Guadiana.
A notícia da saída de Fernando Santos fez-te vibrar mais do que o golo do Petit de cabeça(!) no Bessa? É difícil haver qualquer coisa que me faça vibrar mais do que um golo do Benfica. Mesmo o nascimento das minhas filhas foi ela por ela.
Apesar de tudo Fernando Santos é benfiquista e por isso merece ser feliz. Achas que ele devia tentar contrariar o ditado “Santos da Casa Não Fazem Milagres” noutro espaço que lhe é caro como o Centro Desportivo de Fátima na Liga de Honra? Sinceramente, não sei. Sempre me fez confusão que uma equipa com tanta gente crente em Jesus tivesse tão pouca ajuda de Deus. Nem os atletas de Cristo nem o treinador nos valeram no 0-0 contra o Boavista em que acertámos 4 vezes no poste. O próprio engenheiro disse uma vez, salvo erro no “Prós e Contras”, que guardava uma imagem de Cristo no bolso e era a imagem que lhe dava umas picadas para indicar as substituições. O problema é que Cristo vai fazer 2007 anos em Dezembro próximo (é três semanas mais velho que o Trapattoni) e, de acordo com o Novo Testamento, não tem curso de nível IV. Assim, não admira.
Em que nomes apostas para melhores reforços desta época? Gostava que todos os reforços fossem muito bons, e que os melhores fossem o Miguel Vítor e o Romeu Ribeiro. Seria óptimo sinal.
E que jogadores gostarias de ver contratados até ao fim do mês? Uns de que o Berardo não goste. São sempre os melhores.
Camacho é a melhor aposta, ou preferias o regresso de Trappatoni? O italiano perdeu a Taça mas foi campeão… Por razões estritamente cardiovasculares, prefiro o Camacho. Creio que o meu coração não aguentaria outra época à Trapattoni.
Qual o melhor jogo do Benfica de Camacho na primeira passagem do espanhol pela Luz? Benfica-Inter. Empatámos em casa 0-0, mas podíamos ter ganho por três ou quatro. Lembro que chegámos a ter em campo, por exemplo, o Cristiano.
Vamos ser campeões com quantos pontos de avanço? Cento e setenta e quatro.
Há mais entrevistados em arquivo: Mário Lopes, Álvaro Costa, Pedro Ribeiro, Rui Malheiro e Nuno Calado. Podem recuperar aqui as respostas.