Académica 2 - 2 Benfica
Durante o fim de semana o Presidente veio explicar que temos de vender mais, comprar menos e aproveitar mais a formação mesmo que tenhamos que baixar a qualidade ao nível da competição. Pareceu-me que foi uma tentativa de explicar que antes do campeonato parar tínhamos um núcleo central no "11" que hoje já não temos, como que a preparar o pessoal para o que aí vinha.
Na parte do comprar menos pareceu-me ouvir o Ola John a rir, entre outros.
No entanto, eu penso que o mais importante anda a escapar ao Presidente. Isso de vender mais ou menos é tudo muito verdade, a crise está aí e tal. Mas o que eu gostava de ouvir era o Presidente dizer que ia fazer tudo para terminar de vez com o jogo viciado que é este nosso campeonato desde meados dos anos 90. O problema é que ao fim de 10 anos de presidência sinto que o maior de todos os problemas do Benfica não é o "11" em campo. Há a idiotice do Luisão, há as saídas a frio de Javi e Witsel mas nada nos diz que mesmo com esses três em campo hoje somávamos 3 pontos em Coimbra. Isto porque o problema principal mantém-se inalterável. Uns dias depois de um auxiliar de Proença gozar connosco ao confessar que errou no golo do Porto na Luz no último campeonato, aparece um Xistra igual a si próprio a gozar com isto tudo.
Depois de ter visto o Presidente apoiar um homem que hoje dirige a Federação já não tenho esperança nenhuma que o meu clube consiga mudar este triste panorama.
De maneira que temos de jogar com o que temos. Isto significa que temos de marcar golos quando temos a bola ali a jeito, falhar três golos nos primeiros 10/20 minutos é o mesmo que dizer: oh Xistra, aqui estamos nós a jeito para mais um caldinho.
E assim num ápice passámos de uma possível vantagem confortável para uma situação de derrota correndo sempre atrás da esperança de dar a volta ao jogo. É triste mas é assim.
Hoje já com a equipa transformada na versão "Benfica de cara bem levantada" mostrámos e criámos oportunidades suficientes para ganhar o jogo mas continuamos a desprezar o factor X. Tal como aconteceu na última visita a Coimbra horas depois do jogo terminar apenas ouvimos o treinador denunciar o costume. A Direcção deve estar à espera do final de época para se desdobrar em entrevistas a chorar mais do mesmo.
Voltamos à incrível teoria de que para se ganhar um campeonato por cá temos de jogar muito mais do que o suficiente para ganhar. Claro que para isso acontecer tínhamos que contar com um planeamento de época sério, um plantel equilibrado, e andar livres de castigos idiotas. Como sabemos, infelizmente, isto não tem acontecido connosco por isso a outra alternativa era ter posto na ordem os corruptos que continuam a inclinar os campos de futebol.
Lamentavelmente não podemos contar com nenhuma destas situações por isso o sofrimento continua ao ver o mesmo filme vezes e vezes sem conta. Lá se foram 2 pontos, já temos que olhar para cima para o rival e está lançada a história do costume. As forças externas são as mesmas de sempre, os erros internos repetem-se dramaticamente e quando Maxi tem uma noite má, quando Aimar continua fora de forma, quando Cardozo não marca mais, quando Rodrigo não resolve, ter um Lima vindo do banco para um golo de estreia épica não chega para vencer.