Feirense 1 - 2 Benfica
Vitória importantíssima num terreno onde tudo foi feito para que nos corresse mal a noite, desde a escolha do próprio terreno, passando pelos preços dos nossos bilhetes, acabando no sofrimento de um jogo muito complicado de resolver.
Quando entrei na bancada atrás da baliza estava o guarda redes do Feirense a aquecer. Enquanto olhava em volta vendo como estava o renovado Marcolino de Castro reparei que o guardião era o mesmo que há uns anos defendeu a baliza do Trofense quando lá fomos jogar. Foi um Déjà vu horrível de sentir. Um estádio muito pequeno, uma noite bem fria, o Benfica sob pressão de ter que ganhar... Tudo aquilo me soava a Trofa.
Ao longo da primeira parte vejo mesmo à minha frente Paulo Lopes voltar a brilhar com duas ou três daquelas defesas que me levam ao desespero. Rodrigo isolado do meu lado direito manda bomba mas sai por cima, Witsel, Aimar e Javi pareciam sem espaço para o seu futebol, sentia a falta de Nolito a romper na esquerda.
E é aqui que há a grande diferença deste Benfica para aquele que perdeu na Trofa ( e que perderia aqui na Feira também ) um banco de onde podem sair Nolito ou Gaitán é uma grande segurança para os planos alternativos para quando o jogo não nos corre bem.
E por falar em diferença houve um momento a meio da primeira parte que jamais esquecerei, nos prédios mais altos colados ao estádio um grupo de benfiquistas que optou por não pagar os altos preços dos bilhetes consegue subir ao telhado e colocar faixas, frases e até acender uma tocha. Foi lindo. Infelizmente ficaram a fazer serão na esquadra da PSP local por invasão de propriedade privada e acender a tocha, um crime. Um gesto que será sempre lembrado.
A 2ª parte começa com o Feirense possuído em busca do golo que acaba mesmo por conseguir a partir de uma bola parada. Temi o pior. Tenho fantasmas de muitas noites más ao longo de anos pelos estádios deste país. Mas também tenho uma enorme confiança neste Benfica que ultimamente arranca sempre os seus jogos sofrendo golos.
E mais uma vez não me deixaram mal, foram para a frente em busca do empate e conseguiram mesmo que com um auto golo do homem que tinha dado antes vantagem ao Feirense. A sorte estava a mudar e Jesus agarrou-a bem ao lançar Gaitán e , principalmente, Nolito cheio de vontade em resolver o jogo para o nosso lado.
Quando vejo o lance que dá o penalti nem esbocei um sorriso, nem festejei. O tempo que passou entre o assinalar da falta e a corrida do Cardozo para o golo da vitória pareceu-me uma eternidade. Já nem sabia o que fazer na bancada. Senti o coração a saltar-me, lembrei-me que confio no Óscar mas ele já deu alguns arrepios como em Guimarães ou Choupana ou Setúbal só para falar de alguns momentos da nossa caminhada para o título em 2010.O sofrimento acabou com a bola no fundo da baliza de Paulo Lopes.
Finalmente sorri, finalmente a digestão dos excelentes rojões do Ceboleiros em Aveiro ficou bem feita. Senti que os 3 pontos já não nos escapavam e que estávamos a transferir toda a pressão para a rapaziada azul e branca mas mais a norte. Esses que durante uns minutos sonharam ultrapassar o Benfica agora entram em campo com menos 5 pontos.
Óptima resposta do Benfica, enorme vitória contra a Liga e o Feirense que não quiseram jogar no estádio onde defrontaram Porto e Sporting, por exemplo. Grande triunfo para recompensar todos os que tiveram que se esforçar para gastar mais uns valentes euros só para estar perto do seu Benfica.
Terá sido um dos desafios mais duros que tivemos esta temporada, vencer assim por 1-2 é de grande valor.
Fico à espera de saber o que a zelosa Liga tem a dizer de uma bancada que não aguenta festejos de golos e também fico à espera de ver o Feirense fazer jogos destes contra os nossos rivais. Principalmente recorrerem aqueles truques de jogadores "lesionados" a pararem o jogo 5 minutos de cada vez.
Excelente e muito saborosa vitória em Santa Maria da Feira.
Continuamos em primeiro para nossa alegria e apreensão de quem não contava com esta reviravolta. E a julgar pelo que tenho ouvido aqui pelo norte eram muitos.