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Red Pass

Rumo ao 38

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O Dia Zero do Mundial


Já tinha saudades de dias (noites) assim. Desde que partilho emoções futebolísticas pela net (Terceiro Anel e Encarnado e Branco) que digo que os melhores momentos enquanto adepto de futebol são os vividos no verão dos anos pares.
O Benfica ocupa 100% da concentração futebolística. Mas de 2 em 2 anos há um período que funciona como um bónus na vida de adepto. Esteja o Benfica em alta ou em baixa, nos anos pares durante um mês consigo ver futebol apenas e só pelo prazer do jogo, da competição, e assistir ao evoluir da História deste desporto. Como tenho recordações claras desde o Mundial 1982 facilmente me entusiasmo com todo o tipo de documentários que nos fazem recordar Europeus e Mundiais.
Para mim a maior competição desportiva do mundo não são os Jogos Olímpicos, nem o Superbowl, nem outras que geram maiores receitas. Sem dúvida nenhuma que o campeonato mundial da FIFA é a maior de todas as competições e eu sou completamente fã das suas fases finais.
Costumo gerir os meus dias de férias em ano de Mundial conforme os horários e o calendário da 1ª fase da competição garantindo que assim não perco nenhum jogo. Tem sido sempre assim.
Em 2006 inaugurei o meu primeiro espaço na net para falar do Benfica e de futebol em geral. Ainda hoje há quem me fale do mês do Mundial, altura em acompanhei jogo a jogo todo o campeonato actualizando na hora o Encarnado e Branco.
Para quem quiser recordar o que foi o Mundial da Alemanha visite este arquivo do meu anterior blogue.

Ontem foi o dia zero do Mundial 2010. Jogos decisivos, surpresas à vista, emoção dentro e fora dos campos, e o obrigatório dedo da UEFA/FIFA a seleccionar uma das selecções que já ganhou a competição, tudo isto com Portugal em luta desesperada para não falhar uma presença em fases finais pela primeira vez desde 1998.

Vi o Argélia-Egipto com a equipa de Yebda e Halliche a conseguir o apuramento deixando de fora , outra vez, a equipa que mais domina as competições africanas nos últimos anos. Vi no Eurosport onde o prazer de ver um jogo emotivo se alia aos deliciosos comentários de Olivier Bonamici que com o seu sotaque gaulês desfila informação preciosa sobre futebol a uma velocidade impressionante.

Depois acompanhei a grande surpresa da noite com os gregos a irem à Ucrânia garantir mais uma presença em fases finais. O Otto Rehhagel é mesmo mítico!
Espreitei a reviravolta consumada da Eslovénia sobre a Rússia de Hiddink que finalmente perdeu a sua estrela da sorte a apurar selecções. Fui passando pelo jogo de Portugal na Bósnia que me pareceu o menos interessante de todos já que se percebia que o apuramento não ia falhar a Portugal, o que Meireles acabou por confirmar. Era mau de mais Portugal não se apurar. Foi a ferros mas lá conseguiu.

O destaque da noite vai para o jogo França -Irlanda. Grande jogo, grande ambiente, e enorme coração da Irlanda comandada pelo lendário Trapatoni. A Irlanda fez tudo para corrigir a derrota caseira e esteve grande parte do tempo em vantagem no Stade de France. Chegou mesmo a ter excelentes oportunidades para fazer o 0-2. Mas o que a Irlanda não merecia era sofrer um golo absolutamente escandaloso onde Henry controla a bola com mão à descarada numa joga em que há fora de jogo dos avançados franceses e ainda uma falta sobre o guardião irlandês. Inacreditável a maneira como empurraram a França para a África do Sul. Mas já sabemos que isto também faz parte das regras da FIFA basta pensarmos na Coreia do Sul, ou da maneira com a Itália afastou a Austrália há uns anos.

E a noite acabou com o Uruguai de Maxi Pereira a confirmar a presença no Mundial. Agora é só esperar pelo verão, marcar os dias certos de férias e viver mais um campeonato do mundo. E que Portugal vá lá fazer boa figura fazendo esquecer a horrível fase de qualificação, e acima de tudo, que não se voltem a tempos vergonhosos de fases finais tristes.