Hapoel Tel-Aviv FC: Relatório de Rui Malheiro
equipa-base (4x4x2): Enyeama - Kende, Badier, Douglas da Silva, Ben-Dayan - Vermouth, Rocchi, Yadin, Zahavi - Shechter, Ben Sahar.
- linha defensiva com 4 unidades; uma dupla de médios-centro, de vocação defensiva (Rocchi e Yadin); uma dupla de médios criativos, com grande liberdade para se movimentarem das alas para o meio (Vermouth e Zahavi); uma dupla de avançados de grande mobilidade.
- Vermouth é o jogador-chave da equipa do Hapoel Tel-Aviv. assume um papel determinante no lançamento de ataques rápidos, tirando partido da sua capacidade de passe e boa visão de jogo, como também é quase sempre ele a assumir as acções de ataque organizado, explorando essas características, como também a sua boa capacidade técnica. é, igualmente, um bom executante de lances de bola parada - forte nos livres laterais - e possui um remate forte e colocado, principalmente de pé direito - mas o esquerdo está longe de ser cego.
- a nível ofensivo, o Hapoel aposta muito em saídas rápidas para ataque, procurando aproveitar a velocidade e mobilidade da sua dupla de avançados: Shechter e Ben Sahar. Shechter é um jogador muito forte nos últimos 30 metros, já que consegue aliar um bom poder de desmarcação a uma boa capacidade de condução de bola, criando alguns desequilíbrios no um para um. possui também um remate forte, principalmente de pé direito, mas o esquerdo também não é cego. Ben Sahar, ainda uma grande promessa do futebol israelita, apesar das suas passagens muito intermitentes pelo futebol inglês, holandês e espanhol, é muito inteligente a desmarcar-se sem bola e a aparecer em situações de finalização, como também revela capacidade para criar desequilíbrios em movimentos curtos no um para um, tirando depois partido do seu forte remate de pé direito.
- em ataque organizado, Vermouth explora, muitas vezes, o envolvimento ofensivo e as desmarcações dos dois laterais, ambos com características marcadamente ofensivas. Kende é um jogador de grande disponibilidade física, que compensa limitações técnicas com grande entrega ao jogo e velocidade nas acções, mostrando, ainda assim, atributos interessantes a nível dos cruzamentos; Ben-Dayan é um lateral mais técnico e com maior leitura de jogo, capaz de aliar uma boa capacidade nos cruzamentos a um remate forte de pé esquerdo.
- quando não é Vermouth a assumir o lançamento e a condução das acções ofensivas, o Hapoel revela algumas dificuldades. a dupla de médios-centro - Rocchi e Yadin - sente-se mais cómoda em saídas curtas e médias, enquanto que Zahavi destaca-se mais pela sua capacidade para se movimentar sem bola e aparecer em posições de remate - ponto forte - do que pela sua visão de jogo e qualidade de passe.
- por isso mesmo, em algumas situações, o Hapoel opta por saídas longas desde trás, aproveitando os lançamentos manuais e com os pés do guardião Enyeama - nem sempre preciso - ou do central brasileiro Douglas da Silva - perigoso nesse tipo de situação.
- a nível defensivo, o Hapoel apresenta algumas dificuldades: os laterais dão algum espaço nas suas costas e o companheiro de Douglas - seja o veterano Badir, bastante lento, ou o sul-africano Fransman revelam bastantes fragilidades. Enyeama, o guarda-redes nigeriano, é bem mais sólido entre postes e nas saídas pelo chão do que nas saídas aéreas. a dupla de médios centro recorre, diversas vezes, a jogo faltoso, o que permite que o adversário beneficie de vários livres em zonas frontais.
- na defesa de bolas paradas, o Hapoel evidencia também lacunas: são notórias as dificuldades a defender quando o adversário aposta na antecipação, como também a zona frontal - para as segundas bolas - fica, diversas vezes, desprotegida.
- o guarda-redes Enyeama é o especialista da equipa na marcação de grandes penalidades. bate muito bem: quase sempre a meia altura, bem junto a um dos postes.
principais alternativas:
- Badier, veterano central de 36 anos, de origem médio, não atravessa um bom momento e poderá ser substituído no «onze» pelo sul-africano Fransman, contratado, este Verão, ao Maccabi Netanya.
- há um despique curioso à direita da defesa: Kende, um lateral de vocação ofensiva, é o habitual titular; mas Bondarv, a sua principal alternativa, foi titular da Selecção AA israelita nos últimos 2 jogos, mesmo não jogando no clube.
- Shivhon é a principal alternativa para o sector intermediário e garante, quando necessário, as variações para 4x1x3x2 - abdicando de um dos médios defensivos - ou 4x2x3x1 - abdicando de um dos avançados -, os modelos alternativos do Hapoel. Trata-se de um jogador versátil, capaz de actuar como médio ala direito ou médio centro ofensivo. Abutbul - médio defensivo - e Fransman - que pode jogar como central ou médio defensivo - são outras opções para a zona central do terreno, normalmente utilizados nas segundas partes para refrescar o sector ou na defesa de um resultado. Outra opção, principalmente para a ala esquerda, é o experiente Tuama, internacional AA israelita, com passagens pelo futebol turco, belga e grego. Contudo, tem jogado pouco, já que não atravessa um bom momento de forma.
- Toto Tamuz, promessa do futebol israelita de origem nigeriana, contratado há poucos dias ao Beitar, é a principal alternativa ofensiva e poderá até surgir no «onze» no lugar de Ben Sahar. Trata-se de um avançado possante e muito agressivo - 1.78/82 -, que nunca dá uma bola por perdida e é muito astuto a aparecer em zona de finalização e a ganhar posição aos defesas adversários. Victor Mare, internacional sub-21 israelita, é outra opção ofensiva: é um extremo/avançado veloz e móvel, capaz de actuar a partir das alas ou nas costas de um avançado mais fixo. Com a aquisição de Toto Tamuz, Lala, conhecido por ser um «suplente de ouro», já que marcou vários golos como suplente utilizado, perdeu espaço na equipa.
variações:
4x1x3x2: Enyeama - Kende, Badier, Douglas da Silva, Ben-Dayan - Yadin - Shivhon, Vermouth, Zahavi - Shechter, Ben Sahar.
4x2x3x1: Enyeama - Kende, Badier, Douglas da Silva, Ben-Dayan - Rocchi, Yadin - Shivhon, Vermouth, Zahavi - Shechter (Ben Sahar).
em ambos os esquemas, são normais as constantes variações de posição do «tridente» de médios criativos.
Rui Malheiro