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Red Pass

Rumo ao 38

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Benfica 1 - 0 Borussia Dortmund: Ederson Lendário!

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 É de noites destas que se fazem lendas. A exibição do guarda redes do Benfica foi soberba, a Europa do futebol ficou a conhecer  o valor do jovem brasileiro Ederson que segurou uma vitória épica do Benfica.

 

Claro que é injusto colocar o foco apenas na baliza quando a equipa fez um jogo de resistência tremenda e soube marcar um golo que deixa a nação benfiquista a sonhar com uma proeza daquelas à altura do passado europeu glorioso do clube.

Luisão fez um jogo monstruoso, Nelson e Eliseu foram incríveis nas alas, Fejsa foi incansável no meio e Mitroglou fez explodir a Luz com o seu oportunismo. Toda a equipa esteve bem quando se olha para o poderio do adversário.

 

Durante muito tempo tive o sonho de jogar no Benfica. Depois o tempo passa e aos poucos passei a olhar para o banco de suplentes e a desejar um dia estar ali a treinar a equipa. Se me dessem essa oportunidade, eu escolhia a noite de ontem para realizar esse sonho.

Eu acompanho tão de perto a Bundesliga, gosto tanto do futebol germânico, selecção incluída, e vejo tantos jogos do Borussia que sentia-me capaz de desenvolver uma táctica e escolher uma equipa para lutar com os amarelos. Até à hora do jogo passei horas a discutir sobre o modo como Tuchel viria jogar na Luz e , ao mesmo tempo, desenvolvia a minha ideia de jogo para surpreender o Dortmund.

Como é possível ignorar a magia destas noites europeias, da adrenalina de termos de lutar contra clubes de uma dimensão financeira de outro planeta que não o nosso? Foi em noites como esta que o Benfica se fez Glorioso aos olhos do mundo. O Benfica tem que ser sempre Campeão Nacional, certo. Mas também tem que andar nesta alta roda europeia para que no dia seguinte a cada jornada, o seu nome seja falado em todo o lado.

 

(Fotogaleria de João Trindade)

 

Voltando ao sonho de ser treinador por um dia. Ainda bem que não passa de um sonho. Eu estava convencido que Thomas Tuchel vinha à Luz jogar de uma maneira mais conservadora, com um quarteto defensivo e com menos posse de bola. Mas os alemães não abdicaram do seu plano jogo, mesmo que não tenho dado certo nos últimos jogos de competições internas. O Borussia veio à Luz com um principio de jogo idealizado pelo seu treinador, com os tais três centrais, arriscando tudo na posse de bola e na velocidade de alguns dos melhores futebolistas da actualidade, Dembélé, Reus ou Aubameyang. Que maravilha ver gente deste calibre a competir na nossa casa. Mais discreto, Julian Weigl, é só por si merecedor do valor do bilhete para o ver actuar. O médio defensivo mais elegante e encantador do futebol actual. Que jogador!

Felizmente, o futebol não é uma ciência exacta e por razões que só os deuses do jogo podem explicar, os craques do Dortmund também têm apagões. Foi o caso de Pierre-Emerick, a lenda do Gabão, que teve dois falhanços históricos e falhou um penalti, aqui com mérito para Ederson que estudou as últimas conversões de Aubameyang e deixou-se ficar de pé.

 

Thomas Tuchel no final do jogo dizia, incrédulo, que o resultado foi ridículo. Compreendo a frustração dele mas como os germânicos costumam dizer: ganha quem é mais eficaz. O Benfica foi incrivelmente germânico deste primeiro duelo na Champions League.

Geralmente, o Glorioso costuma aproveitar estas noites de sorte para aumentar o seu prestigio internacional com mais proezas. Foi assim nos duelos, já neste novo estádio, com Manchester United, Liverpool ou Juventus, só para citar alguns.

Foi uma enorme vitória que dá moral e confiança, além de visibilidade internacional. Isto sem Jonas, note-se!

Vamos entrar na Alemanha em vantagem e, por isso, tudo é possível.

Agora é descer à terra e pensar no campeonato. Acrescentámos mais um capítulo bonito na nossa maravilhosa história europeia. Isto sim, é honrar o passado vivendo com dignidade o presente. Estas noites mágicas também são nossas e precisam do Benfica.