Bilhetes para a Taça de Portugal no Restelo Contra o Real
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Vamos por partes, como diria Jack The Ripper.
Objectivamente, o Benfica cumpriu a primeira etapa desta época, apuramento para os 1/8 de final da Champions League conquistado. Não me peçam para desvalorizar esta qualificação por causa da derrota, que é outra conversa a que já lá vamos.
Eu lembro-me de conquistar 10 pontos na fase grupos desta competição e ficar de fora. Agora, passamos com 8 pontos e só ganhámos a um adversário. Não se pode considerar uma vergonha ficar atrás deste Nápoles na classificação final, e não devemos esquecer a reacção dos jogadores do Besiktas na altura do sorteio, todos contentes por estarem no nosso grupo. Os turcos evitaram perder duas vezes connosco nos instantes finais dos dois encontros e acabaram cilindrados em Kiev, onde o Benfica ganhou bem.
Portanto, o apuramento é muito importante financeiramente e precioso do ponto de vista desportivo mantendo o Benfica onde deve andar, nos últimos 16 clubes da competição mais importante de clubes.
Agora, o jogo deixou sinais preocupantes mas também teve duas faces. Benfica e Nápoles partiam para este desafio com a responsabilidade de definir o seu destino, uma vez que era expectável que o Besiktas fosse vencer a Kiev o Dínamo já relegado para o último lugar.
Assim, tivemos um começo de jogo muito vivo, bastante aberto e com as duas equipas a procurarem chegar à vantagem. Nesta fase, o Benfica demonstrou problemas a nível defensivo para travar os ataques do Nápoles mas conseguiu criar duas boas oportunidades na baliza contrária. Sempre com Raul Jimenez como dominador comum, o mexicano ganhou uma bola em pressão que sobrou para Gonçalo Guedes que não conseguiu fazer golo e depois num remate forte, Reina negou o golo a Raul.
Ou seja, o Benfica esteve dentro do jogo e a disputar os 3 pontos olhos nos olhos com o Nápoles.
Fotogaleria de João Trindade
Só que na Ucrânia começou a nascer uma inesperada goleada que eliminava os turcos da competição. Quando a equipa do Benfica percebeu que o apuramento já não fugia, estava 4-0 para o Dínamos ao intervalo, o ritmo abrandou a olhos vistos.
E aqui é que me custou compreender o excessivo relaxamento em campo. É que o Nápoles também soube do resultado ao intervalo e voltou a todo gás para a 2ª parte. E bem.
Os primeiros minutos da 2ª parte foram muito preocupantes pela atitude. Nada justifica tirar assim o pé do acelerador num jogo desta dimensão, ainda por cima, depois da derrota do Funchal.
Rui Vitória sentiu o jogo a fugir e mexeu na equipa mais cedo do que é costume. Lançou Rafa para o lugar de Guedes mas a o resultado prático foi nulo. Aos 60' Callejón fez o anunciado golo dos italianos. A vitória do Nápoles era tão justa quanto clara. 20 minutos depois Mertens, vindo do banco, aumentou a vantagem.
A sensação confortável de um apuramento conquistado deu lugar a grande apreensão nas bancadas. É que todos esperavam mais da equipa depois do acidente na Madeira e, sobretudo, pediam-se sinais de confiança para o importante derby que aí vem.
O futebol é o momento, os resultados dependem dos contextos, a alta competição é assim. Se por um lado, a derrota podia ser minimizada por um apuramento europeu importantíssimo, por outro, a qualidade do futebol do Benfica após o conhecimento da derrota do Besiktas desceu a níveis preocupantes.
O Benfica adiou para o derby a resposta do real valor do seu futebol no estado actual. Espera-se que este abrandar de ritmo em virtude do resultado, seja compensado no jogo de domingo onde a equipa vai defender a liderança no campeonato.
Não foi uma noite agradável, devido à derrota, mas cumpriu-se um objectivo e, por isso, não se deve ignorar a má exibição só por causa do apuramento, como não se pode olhar só para a derrota ignorando a qualificação para a próxima fase da Champions League.
Reflectir, pensar, alterar, afinar e preparar bem o derby, é o que se pede a partir de agora. Em Fevereiro a Champions volta e nós estamos lá.