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Red Pass

Rumo ao 38

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Besiktas 3 - 3 Benfica: Cair no Medo Cénico

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O futebol tem destas coisas. Depois de uma primeira parte de sonho, uma das melhores que já vi do  Benfica na Europa, veio uma segunda metade deprimente.

O resultado final foi um empate, na prática vamos para a última jornada obrigados a vencer o Nápoles em casa, algo que já se esperava antes deste jogo na Turquia.

A diferença está na maneira como o jogo decorreu. Imagine-se que o Benfica chegava ao intervalo a perder 3-0 e que na 2ª parte acontecia uma bela oportunidade para o 4-0. E depois o Benfica recuperava e acabava o jogo com um empate conquistado perto do fim. No fundo, invertíamos as partes e estávamos todos moralizados e felizes com o empate. Como aconteceu ao contrário, há um sentimento de frustração por termos visto o Benfica tão perto do apuramento. Mas o desfecho prático desta jornada é sempre o mesmo, com mais ou menos moral, é preciso não fazer pior do que o Besiktas fizer em Kiev.

 

A primeira parte deste jogo merecia um resultado final favorável que podia ter ficado garantido no lance que Mitroglou falhou o 0-4. Grande golo de Gonçalo Guedes, golão de Nelson Semedo e golo de Fejsa após teimosia da bola em não entrar indo ao poste três vezes.

Na 2ª parte tudo a sair bem ao Besiktas. Logo a começar pela entrada de Tosun que resgatou a sua equipa com um belo golo.

O Valdano tem uma boa expressão para aquilo que a equipa, e todos nós, sentimos a partir daqui: medo cénico.

O medo de mexer mal na equipa, o medo da reacção, o medo de sofrer mais um golo que levasse o jogo a ficar decidido no fim. E aconteceu tudo porque o futebol às vezes parece sair um guião certo que valida o medo cénico.

 

Além do crescimento do Besiktas, as alterações de Rui Vitória foram todas infelizes. Rafa foi a jogo e nada de novo trouxe à sua equipa. Saiu Cervi para lhe dar o lugar mas Salvio pouco ou nada ajudou Nelson Semedo a domar Tosun. Samaris entrou no auge do tal medo cénico e também nada de bom trouxe, além de ainda tirar espaço a Fejsa. Finalmente, o jogo pedia Raul Jimenez mais cedo.

Isto tudo conclusões muito sábias de sofá e depois de saber o que aconteceu, claro. Na altura tudo parecia fazer sentido mas aquele golo no fim levanta todas as questões.

Foi duro sentir o apuramento nas mãos e acabar a pensar que vamos ter que ganhar ao Nápoles. Mas esta é a nossa vida, receber no nosso estádio os melhores e preparar-nos para vencer.