Benfica 3 - 0 Braga: Fechámos a Celebrar, Começamos a Conquistar
Em Maio festejámos 35º título em casa numa festa que se espalhou pelo país. Continuámos em festa até Coimbra onde fechámos a época com uma goleada que garantiu a conquista da Taça da Liga. Saíram Gaitán e Renato. Veio o Europeu de França e, apesar da teimosia inicial, o seleccionador rendeu-se a Renato Sanches e o caminho ficou aberto para uma conquista inesquecível. Mais festa.
Depois entrou o verão e começou a tentativa de nos explicarem que devíamos entrar em depressão. Porque o rival do norte tinha acertado, finalmente no seu treinador e agora é que é a sério e, sobretudo, porque o rival do Campo Grande é o maior favorito a ganhar tudo porque mantém tudo igual. Como sempre, nós é que tínhamos que ficar apreensivos a cada jogo da pré época que corria menos bem, a cada notícia de saídas do plantel. O costume.
Como sabem, por aqui assim que termina a temporada afasto-me de dar opiniões e fazer previsões. Aproveito o intervalo entre temporadas para manter a minha sanidade mental, acompanho com interesse relativo o que se vai passando mas à distância. Guardo-me para o primeiro jogo a sério da temporada. Felizmente, connosco tem sido quase sempre primeiro que os outros. Ainda andam os grandes favoritos a tentar definir os plantéis já andamos nós a festejar novas conquistas.
E vamos lá ao que interessa. O Benfica começa 2016/17 como acabou a última, a ganhar.
Primeira nota impressionante deste Benfica, o banco de suplentes. Além de Paulo Lopes, Lisandro, Samaris, Salvio, Guedes, Jimenez e Carrillo! Quanto a opções, a qualidade destes nomes fala por si.
Então e o onze? Como ia Rui Vitória lidar com as ausências de Ederson, André Almeida, Eliseu ou as partidas de Gaitán e Renato? Fácil. Com a qualidade do plantel.
Júlio César na baliza continua a ser uma garantia de qualidade.
Grimaldo da esquerda continua a crescer de maneira espectacular, Luisão mesmo longe do seu melhor é uma autoridade, Lindelof mesmo atrasado na condição física é um esteio, Nelson Semedo na direita vive a sua segunda vida e corre para atingir o bom nível que o levaram à Selecção há um ano.
Fejsa no meio é... Fejsa. Pizzi na direita vem em crescendo e acabou o jogo de forma épica, Jonas e Mitroglou na frente são a dupla que se sabe, o brasileiro já abriu o livro e inaugurou a sua conta pessoal de golos.
Até aqui nada de novidades.
As boas novas estão nos lugares que mais preocupavam. Na esquerda, Cervi em poucos minutos mostrou ao que vem. Rapidez, improviso, velocidade, técnica e um golo assombroso a abrir a época. Foi Cervi que mostrou o caminho para a primeira conquista da época. Não consigo imaginar melhor forma de suceder a Nico Gaitán que estará orgulhoso da exibição do pequeno Franco Cervi. Tem tudo para fazer história no Benfica. A sua estreia foi um abuso.
Finalmente, falemos de André Horta, o número 8. Um puto que conheci por força do nosso benfiquismo, uma amizade que nasceu como tantas outras na minha vida, por causa do Benfica, pelo Benfica e a ir ver o Benfica. Neste caso fomos no mesmo carro a Oliveira de Azeméis ver um jogo de hóquei. Parece mentira que aquelas conversas de imaginar o puto a sair do Vitória de Setúbal para titular do Benfica se tenham tornado realidade. A verdade é que está mesmo a acontecer. O André foi à luta, conquistou o seu espaço e na estreia oficial pelo Benfica foi um dos melhores jogadores em campo. É uma sensação incrível ver um dos nossos a jogar e a festejar daquela maneira.
Eu não quero amigos, companheiros ou conhecidos na equipa do Benfica, eu quero é que os melhores jogadores estejam do nosso lado e se forem benfiquistas, então melhor! O André Horta é isto tudo e entusiasma a bancada.
Não consigo imaginar melhor arranque de época. Foi perfeito? Não. Há muito para trabalhar. Depois da obra prima de Cervi o Braga reagiu e mostrou bons argumentos que Rafa desperdiçou na melhor oportunidade que tiveram numa bola lançada pelo guarda redes. Um lance que não deve acontecer na nossa defesa. Devíamos ter resolvido o jogo nos primeiros 20 minutos onde a equipa jogou um futebol incrivelmente sedutor. Não conseguimos e tivemos que sofrer.
O Braga não conseguiu aproveitar os desacertos naturais desta altura da época e isso fez toda a diferença porque além de Rafa não ter sido decisivo, Boly também não conseguiu evitar com os seus companheiros o aparecimento da inspiração de Pizzi e Jonas que resolveram o jogo de maneira poética. O português com um chapéu superior e uma assistência maravilhosa que Jonas agradeceu fazendo golo.
Depois havia aquele pormenor do banco do Benfica estar recheado de opções de um nível insultuoso para Peseiro. O técnico do Braga acabou a época a perder a Taça e começa esta a perder a Supertaça. Só lamento que não tenha lançado o Ricardo Horta que ia proporcionar um encontro de irmãos dentro do jogo. Não quis, perdeu e lamentou-se como é seu hábito.
Está aberta a temporada, o Benfica continua forte como nos tem habituado esta década onde não conseguimos parar de ganhar troféus.
Estamos preparados para o ataque ao tetra.