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Red Pass

Rumo ao 38

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O Renato é o Benfica, o Benfica é o Renato

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Sabíamos que esta época ia ser um tempo de mudança no futebol do Benfica. Nova liderança no banco, e uma maior aposta na prata da casa. Chegados que estamos à recta final da temporada já é possível identificarmos uma das maiores realidades reveladas nesta época 2015/16, o Renato simboliza o futebol do Benfica, dentro e fora de campo.

 

Apesar das primeiras apostas terem sido Nelson Semedo e Gonçalo Guedes, as grandes revelações até estavam guardadas mais para a frente. Na baliza Ederson mostra estar à altura das responsabilidades, Lindelof surpreendeu pela facilidade com que se impôs no centro da defesa e Renato Sanches ascendeu num ápice a figura central deste novo Benfica.

Pelo caminho ficaram Vítor Andrade, a rodar em Guimarães e Clésio Baúque, transferido para o clube grego Panetolikos.

Apesar da boa conta que a maior parte dos miúdos tem dado, é preciso ter ciente que Júlio César, Luisão ou Lisandro, por exemplo, são titulares em circunstancias normais. O que fica é a valorização imediata de jovens que mostravam ter potencial e passaram a ser verdadeiras opções para os vários lugares. Esta é uma novidade do Benfica desta temporada, tem dado bons resultados e empolgado os adeptos.

 

Não será exagero dizer que Renato concentra em si todas as atenções. A forma como entrou na equipa já com o campeonato bem lançado, a maneira como se impôs no meio campo e a rapidez com que se tornou uma referencia imprescindível no sistema de jogo do Benfica é algo muito raro, não só no futebol do Benfica como no jogo de uma maneira global.

 

Ainda no outro dia víamos o Renato a dinamitar a defesa do Galatasaray na Youth League e agora olhamos para ele,  orgulhosos, na equipa principal de Portugal. Uma ascensão merecida, justificada e acarinhada.

 

Houve o cuidado de proteger o miúdo na primeira parte do campeonato, ir preparando o seu lançamento entre os maiores e depois acompanhar da melhor maneira a sua "explosão".

 

Neste momento, Renato é destacado pelos mais importantes observadores do futebol internacional sendo escolhido para estar entre os melhores médios da Champions League, está na Selecção A com naturalidade, é titular indiscutível do Benfica. Está a fazer uma época incrível, inesperada e surpreendente.

O mesmo podemos dizer do Benfica. Vai entrar em Abril na liderança da Liga, entre as 8 melhores equipas da Champions League e ainda a defender o título na Taça da Liga. Isto depois de uma pré época tensa e uma primeira parte de temporada acidentada é uma autentica proeza que poucos estavam à espera.

O futebol do Benfica escolheu o seu caminho e tem lutado por ele de forma convincente, os benfiquistas estão cada vez mais unidos à volta da sua equipa querendo fazer parte de um grupo que pode ficar na história.

 

Fora de campo também há semelhanças entre Renato e o Benfica. Desde o começo da época que o Benfica se vê envolvido numa guerra sem limites com o "novo" rival na luta pelo título. Nem o Porto nos seus tempos áureos de terrorismo mediático movido a fina ironia foi tão longe como o que se tem visto e ouvido por parte do Sporting esta temporada.

Tem sido uma loucura descontrolada dos rostos mais conhecidos e com maiores responsabilidades num clube que se dizia diferente e liderado por cavalheiros. Tudo o que foi vomitado ao longo de meses desde o verão é bem conhecido e continua a ser veiculado. No meio de tanta verborreia houve um espalhanço, que pode ter sido fatal, por parte do treinador verde ao ultrapassar todos os limites no tratamento com Rui Vitória. Desde aí que os novos hooligans venerados pela imprensa nacional tentam acertar o passo e minimizar estragos.

 

Se dúvidas houvessem quanto à falta de escrúpulos e limites por parte daquela gente, ficaram todas dissipadas quando o novo nível de ataque foi centralizado no nosso Renato. Lá está, o Renato é o Benfica 2016, por isso é preciso "matá-lo".

Já que os vouchers, as teorias dos cérebros e afins não estavam a resultar, montou-se uma campanha, com pré aviso de bomba e tudo, contra Renato Sanches. O impensável aconteceu.

Se Jesus foi mesmo longe demais quando ofendeu Vitória, agora é a vez de responsáveis do clube, dirigentes, doutores e índios se atirarem sem dó a um puto!

O que se tem dito e insinuado sobre as origens humildes de Renato, sobre os seus pais, sobre a sua vida é algo inédito e explicativo de quão baixo se pode ir na ânsia cega de ver um "All in" tresloucado funcionar e dar um título ao fim de anos e anos de seca. Vale tudo. Mas mesmo tudo.

 

Como aquela teoria, pós trauma de derby ,em que se tentou transformar o nosso miúdo num carniceiro,  por causa de uma jogada com um jogador derrotado, não deu em nada passou-se para um outro nível de suspeita.

O que tenho lido e ouvido sobre Renato Sanches pela parte de sportinguistas conhecidos ou anónimos provoca-me náuseas. Nada que espante e que vem na sequencia do que tem sido esta nova liderança pautada pela raiva, inveja e ódio visceral a um só clube, o Benfica.

Neste novo figurino assanhado e ordinário, o Sporting esqueceu-se do que significa a coerência. Um conceito que já nada diz para aqueles lados.

Como é possível que um clube que passa a vida a apresentar "brunos paulistas" tendo como cenário dois miúdos formados no clube e que se auto promove como melhor academia de formação do mundo, se dê à vergonha de atacar um jovem futebolista com o talento do Renato só porque é do Benfica?

 

O clube que se aproveita de forma ridícula da fama das bolas de ouro que Cristiano Ronaldo e Figo ganharam lutando arduamente em clubes estrangeiros, miúdos que nada ganharam a nível individual a jogar pelo Sporting, é o mesmo clube que não tem o menor pudor em tentar "matar" a carreira de um jovem acabado de chegar ao nível mais alto enquanto jogador do Benfica. O único clube português que viu um jogador com a sua camisola ganhar uma bola de ouro, acrescente-se.

 

E a imprensa acha isto tudo normal dando eco a estas alarvidades sem se indignar, e a FPF recebe o nosso Renato de braços abertos sem fazer um único reparo aos ataques vergonhosos conhecidos publicamente. É tudo normal. Viva a hipocrisia.

 

Assim como o Benfica atingiu o ponto alto da sua temporada este mês, ao chegar ao 1º lugar da Liga e aos 1/4 de final da Champions, também Renato brilha no mais alto patamar da sua curtíssima carreira entre os maiores estreando-se na Selecção.

O que deveria ser um momento inesquecível e sem contestação aconteceu no meio da triste exibição de Portugal contra a Bulgária. O minuto em que um puto invade o relvado para dar um emocionante abraço ao Renato foi das imagens mais bonitas que o futebol tem para nos dar. Um puto que se está nas tintas para o lixo publicado sobre o registo de Renato e um jogador que correspondeu com todo o carinho mostrando que é só um miúdo feliz com o que está a viver.

Infelizmente, este quadro não chegou para fazer esquecer tanta atrocidade publicada sobre Sanches. Foi só mais um pretexto para nova investida. O invasor foi comprado, o abraço foi programado, o momento foi encenado. Isto foi sugerido, isto foi defendido publicamente para que todos possamos ler. Isto já não tem volta, não há retorno. É alucinar até ao fim.

E não há um, um só, representante daquele clube enlouquecido que diga basta. Até o João Mário, o único que tem o meu respeito neste caso, foi criticado por grande parte dos seus adeptos quando mostrou alguma sanidade mental em público.

 

O Benfica é o Renato, o Renato é o Benfica.

O Benfica se chegar ao fim da época com o objectivo do Tri conquistado vai olhar para trás e sorrir com os seus seguidores, o Renato se chegar ao fim da época campeão e no Euro vai continuar a mostrar aquele sorriso ingénuo e desarmante.

Se a época não acabar com os objectivos alcançados e voltarmos a ter que sofrer como no arranque da temporada, então o clube terá sempre o apoio dos seus adeptos e o Renato Sanches terá sempre os abraços daqueles que já o idolatram e acarinham porque nós sabemos que este é o caminho certo, a olhar para dentro e a cuidar dos nossos.

Ofender, achincalhar, insultar e "cortar pernas" a outros miúdos, só porque não são da nossa cor, pode dar um título ou outro mas não servirá para nada a longo prazo nem honra a nossa história. E isso não se compra, nem se vende, nem , muito menos, se troca por causa de um "All in" qualquer.