Moreirense - Benfica: Equipas Prováveis
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Ando a fazer um esforço para não comentar nada que tenha origem no ruído que o circo do Campo Grande levantou desde o verão. Meses e meses de ruído que não tem tido eco por aqui. Agora que começam a ser arquivadas queixas, a aparecer processos disciplinares, que se começa a perceber que tudo aquilo que tem sido atirado ao ar pode cair naquelas cabeças, queria só destacar este pormenor delicioso que se encontra n'A Bola de hoje. Abriu-se um processo disciplinar a Slimani, nada mais natural depois de vermos as agressões do argelino. Podemos questionar algumas coisas como o tempo que o Conselho de Disciplina da FPF demora nestas coisas mas nunca a decisão.
Achava eu.
Fico a saber, pois, que os deputados da Assembleia da Republica simpatizantes do Sporting acham o processo disciplinar a Slimani uma afronta!
Primeiro, nem sabia que havia um Núcleo do Sporting Clube de Portugal da Assembleia da República! Depois, achava que era naquela casa que tinha de vir o exemplo de comportamento para o país. Afinal, a Assembleia da República está minada de bruninhos. Bonito.
Quando se realiza o sorteio da fase de grupos da Taça da Liga, agora CTT, todos os anos há as mesmas reacções. Os representantes dos clubes mais importantes avisam que desta vez é mesmo para ganhar a competição. À medida que as jornadas passam, a prova começa a ser desdenhada, as desculpas sucedem-se e acabamos sempre por concluir que, afinal, isto é uma Taça que não interessa a ninguém. Só três clubes assumem que esta é uma prova oficial que envolve todos os clubes dos campeonato profissionais de futebol nacional e que é digna de figurar nos respectivos museus, Vitória de Setúbal, Braga e Benfica.
O Benfica encontrou há muito tempo o perfeito equilíbrio entre rodar o plantel e competir com qualidade na Taça da Liga. Os resultados estão à vista e parecendo fácil não é uma fórmula que já tenha sido encontrada ou repetida noutros clubes com obrigações de lutar pelas provas nacionais.
O que se viu em Moreira de Cónegos foi a confirmação da boa fase que o futebol do Benfica atravessa. Até aqui o maior mérito de Rui Vitória foi potenciar um "11" órfão de Luisão, Sálvio, Nelson Semedo ou Gaitán. Ao conseguir apresentar soluções alternativas credíveis fortaleceu as opções individuais para cada posição e aumentou o nível de qualidade de jogo que pode vir a ser reforçado com os regressos dos lesionados.
Ontem o regresso de Nico Gaitán como titular da equipa teve efeitos estrondosos. Agora sim, a 100%, o "10" argentino aproveitou a oportunidade para inspirar companheiros, como Talisca, e assinar uma daquelas exibições inesquecíveis.
Apesar de ter sido com um penalti de Talisca que o caminho para as meias finais da Taça da Liga ficou aberto, foram as jogadas de Gaitán que deixaram a nação benfiquista em êxtase numa 3ª feira à noite. Marcou um golo Maradoniano, fez uma finta de roleta à Zizou no meio do campo, teve pormenores incríveis à ... Gaitán. Só por si valia o preço do bilhete. Gaitán de volta é uma notícia tão bombástica quanto a sua exibição no Minho.
Para o argentino brilhar desta forma tinha que haver entrega e vontade do resto da equipa. Foi isso mesmo que aconteceu, apesar das mudanças nos titulares. Jonas e Mitroglou nem entraram, Ederson voltou à baliza e não teve culpa no único golo sofrido, mérito todo para Iuri Medeiros, Sílvio cumpriu mais uns minutos na esquerda da defesa, Lindelof voltou a não comprometer ao lado de Jardel e Nelson Semedo deixou excelentes indicações a caminho da melhor forma à direita.
Renato Sanches confirma-se como imprescindível e teve a companhia de Samaris. Uma dupla obrigatória no meio campo devido à falta de opções. Talisca aproveitou para confirmar tudo o que tenho dito dele, o baiano tem golo e com ritmo de jogo torna-se útil nas opções de ataque. Gonçalo Guedes esteve uns furos acima do que tem vindo a mostrar nos últimos tempos e Raul Jimenez continua a mostrar apetite pelo golo que foi compensado com o belo chapéu a Nilson, no entanto aquele pé esquerdo mantém-se como uma nulidade na hora do remate e o instinto finalizador ainda não corresponde ao seu preço.
Ainda participaram na festa André Almeida, entrou para o meio campo, Carcela, tentou brilhar inspirado por Gaitán mas sem grandes resultados. O destaque da noite vai para a estreia de Grimaldo que entrou muito bem no corredor esquerdo. Teve alguns cruzamentos de muita qualidade e parece estar apto para ser opção no lugar de defesa esquerdo.
Uma noite perfeita só com boas notícias, uma exibição excelente, uma goleada fora de casa como já não se via desde o jogo em Torres Novas com o Monsanto e, o mais importante, presença nas meias finais da Taça da Liga. Como sempre, o Benfica leva as competições a sério e não se fica pelas palavras de promessas para depois as deixar cair no esquecimento.
No Benfica é sempre para ganhar.
Inesquecíveis.
(Fotos: João Trindade)
Este jogo começou como acabou o da primeira volta, com o Benfica a marcar golo. Só que desta vez o pontapé de Pizzi valeu mesmo e o golo não foi anulado sem justificação como aconteceu em Aveiro. Na altura voltámos para Lisboa com menos um ponto e sem perceber aquele final de jogo. Hoje para não haver dúvidas o Benfica entrou forte e passou para a frente no marcador logo na abertura da partida.
Estava assim aberto o caminho para uma vitória obrigatória e tranquila sem dar espaço para que se repetisse o anti jogo da equipa do Arouca.
Rui Vitória foi obrigado a mexer no "11", Samaris entrou para o lugar do lesionado Fejsa e, desta vez, foi Mitroglou o escolhido para começar ao lado de Jonas na frente. Gaitán ficou no banco e Nelson Semedo manteve-se de fora.
A resposta do Benfica ao magnifico ambiente instalado nas bancadas da Luz foi a melhor, a equipa conseguiu a melhor exibição que vimos na Luz esta época. Futebol de ataque, pormenores técnicos deliciosos de Jonas, Carcela, Mitroglou, Pizzi e Samaris, por exemplo. Uma grande exibição que começou no golo de Pizzi e teve o ponto alto no calcanhar de Mitroglou a fazer o 2-0. Que momento!
Vivem-se momentos de harmonia entre adeptos empolgados e equipa motivada, estamos no ponto mais alto da época em termos exibicionais. Hoje, a vitória nunca esteve em dúvida.
O Arouca que tinha surpreendido em contra ataque no jogo da primeira volta, hoje só na teoria mostrou os mesmos argumentos. É uma equipa bem orientada, muito organizada e mostra saber o que quer mas hoje não teve a menor hipótese de discutir o jogo.
Na 2ª parte esperavam-se mais golos, Jonas queria aumentar a sua conta pessoal e conseguiu fazer o 3-0 num lance disputado ao sprint com Mitroglou. Houve varias oportunidades para dilatar o resultado, deviam ter sido marcados mais golos mas o triunfo estava conseguido e Vitória aproveitou para dar minutos a Gaitán, lançar Talisca e Raul.
Hoje pedia-se que o Benfica mostrasse sinais de confiança, mantivesse a senda vitoriosa e tudo isto foi conseguido perante mais de 51 mil adeptos nas bancadas que também provaram que estão prontos para uma longa luta nesta 2ª volta do campeonato.
Era assim que se devia ter jogado em Aveiro mas desde esse dia até hoje muito mudou, sendo que o principal facto é podermos dizer que agora temos uma equipa.
Apesar de continuar sem perceber porque é que aquele golo no final do jogo de Aveiro não contou, saí descansado da Luz com o que vi. Hoje deu prazer ver o Benfica jogar, os tais pormenores técnicos a resultar em belas jogadas foram de encontro ao que queremos sempre do Benfica, vencer e convencer.
Que seja para manter.