Taça de Portugal a Abrir 2013
Benfica-Desportivo das Aves marcado para 2 de Janeiro.
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Benfica-Desportivo das Aves marcado para 2 de Janeiro.
O encontro entre o Olhanense e o Benfica, da 1.ª jornada da 3.ª fase da Taça de Liga de futebol, está agendado para quarta-feira, 19, às 19:45 horas.
Era o Ajax e nem se falava mais nisso.
(Foto: Joaquim Martins Araújo)
O Sporting parece caminhar a passos lentos rumo à Segunda Divisão. Nesta segunda-feira, jogando em casa, parecia que os Leões teriam sorte diante do rival Benfica, que sofreu o primeiro gol, mas se recuperou, vencendo o clássico lisboeta por 3 a 1 no encerramento da 11ª rodada do Campeonato Português.
Com o resultado, os Encarnados retomaram a liderança, ficando com os mesmos 29 pontos do Porto. Já o Sporting se manteve na 11ª posição com 11 pontos, a apenas dois da zona de rebaixamento - por causa do baixo número de participantes (16), apenas duas equipes são rebaixadas em Portugal.
Podia ter sido eu a escrever isto. Mas não fui. Estes dois parágrafos estão publicados no site de desporto da Globo no Brasil. Deve ser desta notoriedade internacional que os viscondes tanto se orgulham, tão grande como os maiores da Europa. É isso aí.
Chegar a Alvalade com 15 pontos de avanço para o primeiro derby da temporada é épico. Sair de lá com 18 à 11ª jornada é bíblico!
Tanto chorou o nosso querido Godinho que a rapaziada resolveu dar 45 minutos de avanço para que o LOL recuperasse o fôlego depois daquele enorme e importantíssimo jogo europeu que fizeram contra o colosso Videoton. Compreensão também é isto, ninguém atendeu o telefone ao homem mas a mensagem passou e lá tiveram as 72 horas de descanso. Infelizmente ficou outra parte do jogo para disputar e a lagartada ainda chegou a pensar num milagre quando viu Rojo, o tal que o Benfica queria mas o Sporting convenceu-o, fazer um golo. Coisa rara. Lamentavelmente foi na própria baliza e empatou o jogo. Podia ter sido do Cardozo que saía assim com um hat trick do WC mas vamos deixar o golo para o Rojo. Ele merece. E o tosco do "7" já leva uma dezena de golos espetados na lagartagem.
Com 1-1 a equipa da casa reagiu fortemente e caíram que nem leões em cima do Benfica tentando a todo custo um golo que fizesse reduzir a diferença pontual. Não reagiu nada, estava no gozo. Depois do empate foram atropelados e literalmente empurrados para a sua baliza. É com alguma pena que digo que me senti a ver um qualquer Feirense (com todo o respeito pelos feirenses) a receber o gigante Benfica. A sensação que tive na segunda parte foi igual a que já senti várias vezes por esses estádiozinhos fora quando o Benfica está com dificuldades em dar a volta a um resultado. Nem faltou o contra ataque manhoso que ia dando um golo que o poste de Artur negou. Foi o Insúa, podia ter sido o Reguila...
O golo tardou em aparecer mas obviamente apareceu. Salvio faz tudo bem feito e remata para golo. Boulahrouz faz de Patrício em grande estilo e defende com a mão. Muito estranhamente o árbitro depois de marcar canto aponta para o penalti. Ia jurar que nesta liga é perfeitamente possível defender remates na área sem se ser guarda redes ou então é só Alex Sandro que pode. É isso. Azar do holandês.
Cardozo marcou com classe e bisou. Não bisou nada que o primeiro já tínhamos combinada que fica para o convencido Rojo. Mas Cardozo confirmou a remontada.
Nesta altura deviam estar a oferecer grandes brindes de Natal fora do Estádio o que justifica o abandono rápido e atabalhoado de muitos dos 30 mil lagartos que tão contentes estavam uma hora antes disto tudo. Com a crise há que aproveitar estas dádivas. Fizeram bem porque assim não tiveram de ver o Cardozo a fazer o seu terceiro... segundo, desculpa Rojo, segundo golo da noite deixando o marcador numa habitual chapa 3 para aqueles lados do Lumiar. O nono derby de Jesus no Benfica terminou como já tinham acabado outros seis: com olés, cânticos de abuso sexual, mais olés e um apropriado tema natalício. De lamentar aquele que as bancadas encarnadas gritavam e o Sporting vai acabar. Pá, isso não! Acabar é que não. Godinho, vê lá isso que a malta gosta da vossa existência.
Repito que Jesus em 9 derbys ganhou 7, Cardozo espetou já 10 batatas aos desgraçados. Por mim chega. É correr com os dois.
Lagartada, coragem para o resto da época agora que passou a vossa grande oportunidade de ressuscitarem.
Bom Natal, LOL's! E leiam o Globo, aquele pessoal percebe disto.
PS:
(Foto: Joaquim Martins Araújo)
André Gomes- um abuso de jogador!
Não são só os 3 pontos, rapazes. É muito mais do que isso. O que está aqui em causa é a minha boa disposição da ceia de Natal. Obrigado, boa sorte e bom dia.
A 30 de Agosto no site da Vueling a viagem Lisboa - Barcelona - Lisboa estava a 60€. Enquanto hesitava com a marcação a minha mulher faz o seguinte comentário: "É mais barato do que ir ao Algarve e voltar..."
Foi assim que começou esta viagem. Marcação no dia do sorteio com meses de antecedência. Depois foi esperar e ver a evolução dos acontecimentos à espera de termos o apuramento garantido antes deste jogo e sempre a desconfiar que o melhor arranque de campeonato na história do Barça não fosse selado com um resultado pesado para nós.
Terça feira de manhã lá estávamos nas partidas do aeroporto para voar para Barcelona. Era preciso fazer o mesmo resultado que o Celtic para continuarmos na Champions League mas íamos com a certeza que em 2013 continuamos a viajar pela Europa nos primeiros meses.
Já tinha ido para Barcelona em 2007 apoiar o Benfica no Montjuic contra o Espanhol e no ano passado em Abril regressei para passar o meu aniversário, altura em que aproveitei para conhecer o museu do Barça com atenção. É fácil perceber que Barcelona e Londres são duas das minhas cidades preferidas.
Londres é mais futebol, Barcelona é mais tapas & cañas.
A vantagem de regressarmos a uma cidade que gostamos é já termos pontos de referência importantes e estarmos familiarizados com transportes e orientações. Foi sem grande dificuldade que voltámos a Rambla para matar saudades e a fome. Ao fim da tarde ensaio geral na deslocação Praça da Catalunha - Camp Nou para ver o treino do Benfica e encontrar mais companheiros de viagem. Embora o acesso às bancadas tenha sido mais complicado do que imaginava (obrigado Gustavo pelo empréstimo das credenciais!) lá ficámos na bancada central a ver os convocados de Jesus em acção. Mal sabia eu o frio que ia passar no dia seguinte no topo da montanha.
Noite fria e por isso abandonámos o estádio rapidamente em direcção à Cervecería Catalana onde aconteceu um jantar épico de tão bom que foi.
No dia do jogo era obrigatório começar o dia no Mercat de La Boqueria com os sumos naturais e os bocadillos obrigatórios. Mais do que um pequeno almoço foi um ponto de encontro de benfiquistas. Mas o momento maior aconteceu quando estava a conversa com outros companheiros de bancada e reparamos que um casal com casacos e cachecóis do Videoton estava atrás de nós. Aconteceu humor do bom com o ar deles incrédulos por estar ali pessoal português a reconhecer o estranho emblema do Videoton. Agradecemos os cómicos 3-0 ao LOL e demos conselhos valiosos para a estadia em Lisboa. Irem à Luz, lavarem as mãos depois de ir ao WC, etc. Depois ainda apareceram mais húngaros. Tudo boa gente.
A título de curiosidade diga-se que pelas ruas de Barcelona também vimos alemães do Hanôver que ia jogar com o Levante. Cabe tudo nas Ramblas.
O almoço foi nas Cuines Santa Caterina no mercado de Santa Caterina onde acontece uma das várias feiras de natal que em Barcelona são a loucura de miúdos e graúdos a comprarem adereços para os presépios. Uma verdadeira azáfama natalícia! O restaurante foi indicado por um dos bravos conhecedores de boas iguarias e que já em Londres há um ano tinha brilhado nas suas sugestões. Novo repasto cinco estrelas e com uma turma de benfiquistas do melhor.
Buscar agasalhos apanhar o metro para Maria Cristina e parar por ali para umas cañas e mais um bocadillo. É aí que penso na pressão que a imprensa catalã fez no pré jogo para que Messi batesse o recorde de golos num ano. A poucas horas do jogo é que me dá para pensar no pior. E se o Barça arranca um daqueles jogos infernais sem respeito por ninguém como tantas vezes já vi na tv? Não me servia de muito pensar nisto, o melhor era caminhar para o estádio, procurar o cachecol do jogo nos arredores e perceber onde era a nossa entrada. Muitas caras conhecidas no caminho, muita confiança e aquele sentimento de que realmente o Benfica jogue onde jogar parece sempre que estamos perto de casa.
Passámos o tempo à conversa nos arredores do enorme estádio a recordar outros jogos, outras viagens ganhando moral para a noite que se adivinhava complicada. De repente tudo muda. Um sms no telemóvel avisa que no Barça não há Messi. Boa! Mas há Puyol, Villa, Song, Tello . . . Confesso que foi um alívio e bem à portuguesa passei do estado de apreensão para o de confiança total na vitória.
Chegava a hora de entrar naquele gigantesco monumento e tivemos que ir dar a volta toda ao estádio para encontrarmos a nossa porta no outro topo. A mensagem simpática de boas vindas aos adeptos do Benfica colocada no portão de entrada pareceu primeiro simpática mas depois irónica. O contraste da frase com a atitude de polícia e seguranças era evidente. Pior só mesmo quando depois de escalados os vários pisos chegámos a um cume que mais parecia o telhado de um arranha céus com vista para um minúsculo relvado com um rede à frente a atrapalhar a vista. O vento gélido sentido na cara era mais próprio da Serra da Estrela no Inverno do que ambiente para um jogo de futebol.
Por falar em ambiente, o Camp Nou é uma casa de Ballet. A sua equipa costuma jogar o melhor futebol do mundo para uma assistência fria, inerte que só a espaços grita pelo Barça de maneira snob. As excepções são o hino e quando querem Messi em campo. De resto aquela gente estar ali ou não estar vai dar ao mesmo. Nós no cume do Camp Nou conseguimos fazer ouvir a nossa voz lá em baixo e em casa de quem via o jogo.
Aquela distância do solo é obra.
O começo do jogo confirma um Barcelona de reserva longe do que se viu na Luz mandão e controlador. A sensação que a missão era possível crescia de minuto em minuto e o facto dos jogadores do Benfica darem a entender que queriam aproveitar a soberana ocasião animou o cume gélido do estádio. O pior veio depois. Que raio de noite para a linha avançada do Benfica resolver dar um recital de má finalização! Passados estes dias ainda não estou conformado com tanto falhanço.
Apeteceu-me obrigar o Rodrigo a regressar a casa a pé. E descalço. Apeteceu-me gritar com o Lima. Apeteceu-me refilar com as substituições do JJ e no fim apeteceu-me insultar o Cardozo. Pior que falhar é nem tentar por medo de... falhar. Não vou perdoar Cardozo pela sacanice que fez no último suspiro do jogo ao conservar a bola para o pobre Maxi rematar em vez de ter definido logo a jogada e disparar de primeira à baliza de Pinto. Foi feio e não esperava isso dele.
Assim ficou Maxi Pereira estendido no relvado incomodado com o falhanço do golo que dava a vitória e Cardozo saiu tranquilo. Não gostei.
Se me dissessem a 30 de Agosto que ia a Camp Nou empatar a zero assinava por baixo, nunca me passou pela cabeça sair dali sem sofrer nenhum golo e vir tão frustrado.
Outro momento do jogo é quando entra Messi. Realmente o melhor jogador do mundo mexe com qualquer partida. Até as bancadas ganharam vida e notou-se logo que a equipa do Benfica encolheu-se. O facto de Maxi, Luisão e Matic terem tido umas entradas duras não anula que o mesmo tenha acontecido ao contrário. Fiquei com a impressão que em termos de entradas duras e faltas feias até tinha sido uma noite equilibrada.
Cometi o erro de comprar no dia seguinte o Mundo Deportivo e fiquei espantado com a maneira como reduziram o Benfica a meia dúzia de caceteiros que foram ali "matar" o Messi e pouco mais. Salvaram-se os elogios rasgados a André Gomes. Mais do que merecidos. Aquela gente não sabe ver bola. Tudo o que vai além de Messi e companhia eles não querem saber. Se não ganharam foi porque os portugueses são bárbaros a defender. Está bem.
O que eu vi foi o Benfica a jogar para ganhar o jogo mas com erros incompreensíveis e inaceitáveis ao nível da finalização. Foi pena pois teria sido uma vitória histórica, uma excelente recompensa para os adeptos que foram à Catalunha e um merecido castigo pela maneira como nos trataram e encararam.
Perto do fim do jogo estava convencido que íamos continuar na Champions por causa do resultado em Glasgow. Depois soube do penalti que apurou o Celtic e ainda acreditei que marcávamos no final. Não deu. Paciência. Seguimos na Liga Europa de preferência com equipas de cidades atraentes para visitar e onde possamos repetir convívios como o que aconteceu após o jogo com jantar e posterior gin maravilhoso com pessoal vindo Portugal, residentes na Catalunha e até os grandes irmãos benfiquistas de Londres.
É sempre bonito ver as camisolas e cachecóis do Benfica a passearem por Barcelona. Ontem, sexta feira, nas partidas do aeroporto de Barcelona lá estavam mais umas dezenas prontos a regressar e a preparar a visita ao rival no derby com a sensação de missão cumprida na Catalunha. Se não ganhámos o jogo não foi por falta de convicção nem de apoio no cume gélido do Camp Nou. Fica a memória de um jogo visto aos quadradinhos num dos estádios mais conhecidos no mundo.
Em vésperas de inciar a terceira visita a Barcelona recupero a crónica que fiz em Abril do ano passado quando fui conhecer por dentro o nosso adversário da próxima 4ª feira. Mais para trás fica a recordação da 1ª ida à Catalunha quando defrontámos o Espanhol ainda no Olímpico de Montjuic.
Ao longo dos últimos anos tenho partilhado aqui e nos anteriores projectos as minhas experiências em viagens por essa europa fora. Principalmente as aventuras a acompanhar as deslocações do Benfica como aconteceu recentemente na Holanda.
De há uns anos para cá resolvi que o meu dia de aniversário é para ser festejado longe de casa a conhecer novos espaços. Sempre com o Benfica em pensamento o mês de Abril não é fácil para se marcar viagens encaixando no calendário de jogos, este ano , felizmente, ainda mais difícil foi devido À presença em várias frentes.
Há um ano vim de Salamanca no próprio dia de anos para ver o Benfica golear o Olhanense no caminho para o título, este ano marquei a viagem de partida para o dia de anos porque na véspera havia a final da Taça da Liga para ganhar. O regresso ficou marcado para quinta feira com chegada a Lisboa pelas 17h30. Na altura que marquei não fazia a menor ideia se estariamos nas meias finais da Liga Europa mas como acreditava tomei as devidas cautelas. Só na Luz é que soube que ontem corri o risco de perder o jogo por atrasos em vários vôos devido a uma greve dos homens das malas no aeroporto de cá. Felizmente não me calhou nenhuma má surpresa.
Este ano escolhi Barcelona para o aniversário. Para mim um destino terá que ser minimamente interessante em termos de futebol local, música ou gastronomia e lugares míticos. Convenhamos que Barcelona tem isto tudo em doses altamente intensas. Por isso resolvi regressar lá depois de ter conhecido a cidade por alturas da eliminatória com o Espanhol que o Fernando Santos não quis ganhar. Como a minha mulher não conhecia a capital da Catalunha foi sem hesitar que regressei lá. Desta vez levava a vantagem de já conhecer um dos estádios locais e ter a ajuda do amigo Tiago que por lá vive e deu dicas muito valiosas para que a experiência fosse inesquecível.
Nolito
Foi chegar guardar as malas e correr para ... Camp Nou. Não para ver o campo principal mas sim para ir ao Mini Estádio, o recinto onde joga o Barcelona B que no meu dia de anos jogava ao meio dia com o Betis de Sevilha empenhado no regresso à liga principal espanhola. Mesmo em passo de corrida só consegui chegar ao campo já na 2ª parte e deparei-me com uma lotação esgotada! E digo-vos que o Mini Estádio do Barça é bem melhor que alguns dos recintos das nossas ligas profissionais. A minha mulher confirmou que este campo ganha de goleada ao estádio do Trofense onde ela viu o Benfica de Quique.
Ambiente fantástico porque metade das bancadas eram sevilhanas que vibraram com a vitória por 0-3. Vi uma enorme festa à volta do relvado e uma equipa do Bétis forte contra os putos do Barça que têm realmente pinta de jogadores. O tal Nolito esteve discreto mas deu para ver o quanto os culés gostam dele. Eu consegui entrar na bancada 15' antes do fim do jogo porque abriram simpaticamente as portas à malta, como eu, que via o jogo cá de fora entre umas colunas. E dava para ver perfeitamente. Foi aí que perguntei a um senhor que estava ao meu lado qual era o número de Nolito. Depois de me dizer que era o "9" perguntou-me se eu era português com ar desconfiado. Disse-lhe que sim mas não gostava da armada tuga do Real, ele sorriu. Acrescentei que estava ali só para ver o Nolito jogar porque o meu clube o ia roubar para o ano. Foi-se embora.
Engraçada experiência de ver um jogo da 2ª Divisão espanhola e ouvir ao vivo um dos meus sons favoritos do mundo da bola; oportunidades de golo falhadas que provocam um ruidoso coro: UUUUUUUHHHHHI! Adoro.
Respeito pelo Benfica no Museu do Barça
Desta vez fiz a visita ao Camp Nou e ao seu Museu.
A experiência custa 19€ e é parecida com o que já tinha feito no Santiago Bernabeu há 3 anos ou com o que se faz na Luz. A diferença está no conteúdo e na maneira como nos é apresentado.
A passagem pelo corredor dos troféus ganhos é incrível, aproveitei para me concentrar junto da Supertaça Europeia e deixo aqui a foto acreditando que também a vamos ter em Agosto no nosso Museu.
O grande trunfo deste espaço são as paredes e as mesas multimédia interactivas. Podemos tocar no mosaico que mais nos interessa para ver detalhes, fotos e até vídeos da chegada de Cruyff ou Maradona, de noites inesquecíveis de Lineker, Stoitchkov ou de conquistas imortais desde as mais antigas às mais recentes. É um regalo para os olhos e para a memória desfilar tantos momentos marcantes da história do futebol.
No meio de tanta conquista esmagadora a minha alma enche-se de emoção e orgulho ao perceber que a única final europeia que o Barcelona não venceu e tem direito a fotografia em destaque é a de Berna. Uma final a que eles chamam de Final dos Postes! Não dá para acreditar que no meio daqueles craques todos que fizeram a história do Barça está a imagem do grande José Águas a levantar a Taça dos Campeões Europeus. Está numa mesa dedicada às finais e basta um toque na imagem para aparecer uma janela maximizada com a história do jogo que eles lamentam ter perdido pela falta de sorte mas que nunca metem em causa a justeza da vitória do Benfica de Coluna, Águas, Simões, Costa Pereira... Eu fico eufórico e vejo várias vezes o vídeo e desabafo alto: Muito grandes, muito ganhadores mas o meu Benfica ganhou-lhes a Taça dos Campeões!
Um senhor italiano que estava por perto sorriu e apontou para a foto de Águas e disse qualquer coisa como: que grande equipa esse Benfica, meu deus!
Depois citou mais de meia equipa para meu espanto e com delicadeza deu-me uma palmada enquanto me dizia ser do AC Milan. Tudo isto para acalmar a minha alegria e explicar que podemos ter vencido o Barça mas com o Milan dele nunca lhes demos a volta. Verdade. Mas em compensação em não sei o nome de metade do Milan dele dos anos 60 e ele sabe do meu Benfica.
O respeito com que é tratado esta conquista do Benfica é impressionante. Depois há mais uns sinais ao longo do Museu como o gabinete Presidencial ter um galhardete com o emblema do Benfica e Eusébio estar homenageado junto ao autocarro antigo do clube.
Além disto ainda fui surpreendido por um dos seguranças do Museu que ao ver o meu pólo do SLB veio fazer conversa. É português, já está há muitos anos em Barcelona e resume assim a sua vida: "tenho o melhor trabalho do mundo, sou empregado do grande Barcelona e sou benfiquista orgulhoso". Não lhe consegui tirar a dor da recente eliminação da Taça de Portugal, o homem tinha tudo programado para ir ao Jamor, estava de rastos. Por isso já disse e repito, os nossos profissionais é que deviam ir a Barcelona perceber a nossa grandeza e dar explicações a quem tanto sofre tão longe.
Com tantos sinais do Benfica presentes naquela visita acabei por me entusiasmar mesmo na sala de imprensa onde somos convidados a pousar junto da mãe de todas as taças europeias. Fui lá aproveitar para ensaiar a passagem de testemunho que se quer para breve, da Catalunha para a Luz. Fi-lo com convicção e não resisti a comprar a foto no fim da visita para poder guardar para sempre o momento em que um emblema do Benfica levantou a Taça dos Campeões. O empregado que me recebeu junto da Taça sorriu e identificou logo as cores sagradas aprovando a presença ali de um benfiquista.
O ponto alto da visita é a entrada nos balneários onde fui surpreendido por um mosaico de fotos de jogadores que iam mudando em jeito de moldura digital. Os maiores craques das equipas que já visitaram o Camp Nou estão lá. Todos! Até o nosso Rui Costa como se pode ver na fotografia acima. Mais Benfica em Barcelona.
Depois é a ida ao relvado, a passagem pelas bancadas e local de imprensa que proporcionam sempre boas fotos e momentos de reflexão onde tentamos imaginar o momento em que Simão falhou o 1-1 há poucos anos ou a noite em que José Carlos viu Stoitchkov passar por ele o jogo todo.
Aconselho a todos os amantes de futebol fazerem esta visita. Vão ver como mudam de opinião em relação ao clube catalão, nunca vi tanto respeito pela nossa história como ali. Arrisco até dizer que em Camp Nou sabem mais do nosso glorioso passado do que muito boa gente assalariada presentemente no Benfica.
O Grande Clássico visto por dentro
Não , não fui a Madrid ver o duelo para a Champions. Segui a sugestão do amigo Tiago que me marcou dois lugares ao balcão do La Terreta que é de um amigo dele independentista de Valência, tal como seu pai, e que já viveu em Portugal durante quatro anos. O grande Miguel recebeu-me, e à minha mulher, de braços abertos e apesar do enorme nervosismo à volta do jogão foi sempre dando notas interessantes acerca do local e dos clientes.
Vi o jogo no meio de adeptos absolutamente apaixonados pelo seu clube, pela sua causa e em loucura por estarem a defrontar o principal inimigo. O facto de sermos portugueses podia até causar algum mau estar, sim porque nesta altura não é fácil ser português na Catalunha devido às figuras que a armada lusa anda a fazer na capital espanhola, José Mourinho à cabeça. Mas bastou explicar que sou do Benfica e que não gosto de Mou porque em Portugal limpou tudo pelos Corruptos, pela mesma razão não gosto de Pepe nem de Carvalho e sobre CR7 é apenas um ex-lagarto, e fiquei logo entre amigos.
Antes de começar o jogo o Terreta vai enchendo, rapazes, raparigas, velhos, novos, engravatados ou em calções e geralmente de camisola com emblema do Barça. Quase todos de pé cantam o hino do Barça segundos antes de começar a partida. O anfitrião Miguel é dos mais empenhados e ainda tem tempo para aconselhar uma tapa valenciana, uma espécie de crepe aberto com recheio de atum e anchovas para acompanhar a cerveja de marca desconhecida por mim, Moritz. Divimos o crepe cortando com garfo e faca e no fim percebemos que aquilo era para enrolar e comer à mão. Da próxima já sabemos como é. Apostámos 2€ num 1-2 para o Barça que nos podia ter dado 70€ de prémio num totobola caseiro. Falhámos por 1...
Cada plano de José Mourinho originava um coro de insultos e muitos dedos espetados para as duas tv's do bar. Com CR7 acontecia o mesmo. Ambiente muito quente.
A primeira parte corria sem grande interesse mas a posse de bola do Barça ia aumentando brutalmente com os culés a ganharem cada vez mais confiança. O remate de Villa ao lado suscitou um dos melhores UUUUHHHI's que já ouvi. Confesso que também me juntei ao coro. Não me julguem por isto, sempre quis gritar isto em casa pela piada do som, ali é irresistível!
Entretanto o Miguel ia resumindo na perfeição estes clássicos: João, é isto!! O Real é isto! Só conversa fora de campo, dentro de campo não jogam nada de nada, só defendem , não querem a bola, não atacam, nada! Ganharam a Copa nem sabem como, hoje voltámos ao normal. Mourinho é um palhaço, e o Cristiano também!
Concordei.
No intervalo tudo lá para fora fumar e disfarçar os nervos mas a confiança era altíssima.
Recital de bola na segunda parte com muitos cânticos dentro do bar e euforia com a expulsão de Pepe seguido de um cântico muito na moda entre os adeptos do Barça: Ese portugués , hijo puta és!
Até que aparece Messi e aí entramos numa nova dimensão. Quando Leo embala os adeptos vão com ele, sentem que vai haver magia. Ele faz o primeiro golo e a explosão de alegria no Terreta foi brutal! No meio de vénias ao argentino, abraços, saltos surge nas colunas o hino do Barça agora cantado por todos!
E não mais pararam os cânticos e a respectiva cerveja para matar a sede e aguentar as gargantas. No segundo golo ainda foi mais impressionante. O amigo Miguel tinha acabado de me avisar que Messi sempre aparece nestes momentos, e foi com espanto que vejo o pequeno génio a fintar os merengues enquanto à minha volta todos gritavam GOL a cada nó do argentino até ao GOL final com a bola a entrar na baliza de Casillas. Tive a calma suficiente de filmar o momento que se viveu logo após o 0-2 e deixo aqui para verem como se festeja em Barcelona:
Noite ganha, até ao fim ambiente de festa, no final do jogo festejava-se como se tivessem ganho a Taça, e ouve-se o hino da Catalunha! Grande noite, grande ambiente e grande anfitrião.
Quando quiserem ver bola em Barcelona procurem o Terreta, digam ao Miguel que vão da minha parte.
O regresso de Grácia para o Bairro Gótico foi para testemunhar a loucura que se instala na cidade com toda a gente na rua com camisolas e cachecóis do Barça a festejar. Mais do que a provável presença em Wembley festeja-se a vitória contra o inimigo, as capas do Sport, jornal de referência da Catalunha, são bem a prova disso no dia do jogo e no dia a seguir.
Dizia a minha mulher que aquele ambiente fazia lembrar Lisboa na Altura do Euro 2004. Faz sentido, eles ali juntam-se em volta de um emblema que é mesmo mais que um clube, é como uma selecção nacional que só lhes dá alegrias. Contaram-nos que um estudo recente dizia que ali a esperança de vida é maior e uma das causas apontadas é toda a sucessão de triunfos do Barça!
As camisolas do clube estão espalhadas por toda a parte, da Boqueria ao metro, homens, crianças e mulheres, turistas, emigrantes ou locais, todos envergam a camisola do Barça que tem lojas oficiais em todo o lado da cidade, sendo a do estádio a maior e o exemplo do que deve ser uma loja de um clube grande de futebol. Aqui também podíamos ir lá aprender qualquer coisa.
Quando andei de camisola do Benfica vestida pela zona do Bairro Gótico e Ramblas fui cumprimentado por alguns catalães com um sorriso a dizerem Bénefica! Apenas um comerciante com ares de indiano hesitou ao olhar para o manto sagrado e perguntou se era do Liverpool. Respondi que não, mostrei melhor o emblema e disse Benfica. Atrapalhado emendou logo: Ah si si ... Benfica, Benfica... do Di Maria...!
Outros espaços ficaram por conhecer, como o novo estádio do Espanhol ou um bar onde se vê os jogos da nossa Liga. Fica para a próxima, porque de certeza que isto não foi uma despedida a Barcelona, foi apenas e só um até já.
Na memória ficou-me a parte de trás de uma t-shirt que vi um puto envergar quando já ia em direcção ao aeroporto e que dizia qualquer coisa como: não penses numa temporada. pensa na história!
... contra o FC Barcelona.
Regresso marcado à Catalunha a partir da próxima terça feira.