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Red Pass

Rumo ao 38

Red Pass

Rumo ao 38

Sporting 1 - 0 Benfica

Faz hoje uma semana estava a começar a viajem até Stamford Bridge. Lembro-me disto agora que estou a escrever já fora de horas e após chegada de mais um derby. Olho para os talões de visa, lembranças trazidas de Londres, penso nos dias de férias que gastei e recordo o que foi a aqui a Páscoa: chegar no fim do dia de 5a feira a casa cansado e para compensar a minha ausência trouxe uma bruta gripe que me deixou ko até domingo. Muito apreciada pela cara metade como se pode calcular. No entanto qual foi a preocupação nestes dias? Combater a gripe com medicamentos e descanso tudo para que na 2ª feira não falhasse o dia de trabalho e, claro , para poder estar presente no derby. E é isto o Benfica na minha vida.

Por isso estou tranquilo a esta hora tardia porque fiz o que queria dei o que tinha para poder estar entre Stamford Brigde e Alvalade a apoiar a minha equipa no período mais delicado da época.

 

Pelo meio um factor mudou toda a disposição trazida de Londres. Sábado à noite enquanto jantava olho para a tv incrédulo e vejo Hugo Viana sozinho em frente à baliza do Porto a disparar a bola para o Bom Jesus de Braga, que não é o Jorge, claro está. Fiquei admirado porque é precisamente aquele jogador que costuma carimbar os golos com que o Braga trama o Benfica. Depois o mesmo Viana perde a bola que dá o 0-1 do Hulk. Ok, campeonato entregue. A ida a Alvalade perde o encanto todo e torna-se apenas uma obrigação. Tive esperança que os jogadores não sentissem o mesmo que eu e fossem capaz de ignorar a matemática lutando para chegarmos à 8ª vitória nos últimos 9 derbys. Mas foi uma esperança muito ténue porque já ando cá há uns anos e sei como isto funciona. Confidenciei durante o dia que não sentia emoção nenhuma pré derby. Só mesmo a obrigação de lá ir.

 

Curioso como em menos de uma semana entramos em dois estádios de equipas que já nem lutam pelos lugares de topo dos seus campeonatos e pegamos logo no jogo mas acabamos por ser nós a sofrer um golo de... penalti. Curioso também porque é que não se marca penaltis para os dois lados e só vale contra nós.

E acabam aqui as curiosidades para entrarem as lamentáveis cenas previsíveis.

Sem Aimar o futebol do Benfica foi uma confusão enervante, ninguém pegava no jogo, nada parecia resultar e depois de estarmos em desvantagem entrámos numa montanha russa de bolas paradas que davam sempre em nada.

 

Lá estava a aberração no lado esquerdo da defesa como se fosse uma regra nossa ter de usar Peixotos, Robertos e Emersons só para dar aquele toque diferente. Quanto nos custou estas insistências nestas aberrações? E em Janeiro porque é que ninguém deu um murro na mesa dentro do nosso clube quando do alto daquele 5 pontos de vantagem na liderança se lembraram de assinar com o Yannick? Circo. Foi o que tivemos hoje em Alvalade para euforia daquela triste gente. Ficou hoje bem demonstrada a utilidade da contratação de Yannick.

 

A minha palavra de agradecimento para Artur que foi enorme e teve uma das melhores noites da temporada, merecia outro empenho dos restantes colegas que parece que não perceberam que era hoje a última oportunidade para não fechar já a época. Não entenderam.

 

Jesus também deve ter fechado o seu ciclo. Foi teimoso até ao fim. Tenho pena que em três anos o clube não tenho tido a inteligência de o tentar equilibrar à força com alguém a dizer-lhe "não" aos emersons desta vida. Saímos todos a perder, ele, o Presidente e o clube que não ganhou mais títulos do que devia.

 

Se depois dos brindes de Viana o título já estava mais que entregue agora resta a dignidade de tentar não perder mais pontos até ao fim e segurar o apuramento para a Champions League e vencer a competição que falta.

 

Uma semana depois, mais de 4 mil KM depois, aqui estou com uma poderosa gripe em cima, com o sentimento de ter cumprido o meu desejo de ir apoiar o Benfica e a conclusão que no fim o melhor do Benfica está sempre do lado de fora do campo porque são esses que daqui a meses começam tudo de novo com a mesma convicção estando lá ou não o mesmo Presidente, treinador ou capitão.

A turma dos festejos que siga para Coimbra que eu passo. A turma do Benfica-Eu-Não-Disse? que entre em cena a todo o gás que agora até Outubro é tudo vosso. A turma dos habituais companheiros de viagem ou do Estádio do Luz vai continuar por aí como sempre mas agora a meio gás que a época já vai longa e já não dá para muito mais. Aliás, à imagem da equipa.