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Red Pass

Rumo ao 38

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Rumo ao 38

Oriental 0 - 1 Benfica: À Antiga!

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(Fotos: João Trindade)

 

Eu já era nascido quando o Benfica visitou Marvila pela última vez. Foi há 40 anos, obviamente, não me lembro de nada. Há 12 anos vi o Oriental na Luz, treinado pelo nosso Chalana, num jogo para a Taça de Portugal, ainda Bruno Aguiar jogava pelo Benfica. Desse já me lembro bem, o Benfica ganhou com tranquilidade, 3-1 com bis de Sokota, mas a exibição não entusiasmou e até acabou com queixas dos homens do Oriental sobre a agressividade de Paulo Almeida.

 

Todas as épocas aguardo com grande expectativa os sorteios das taças internas na esperança que nos saia uma deslocação a um campo mítico. Penso sempre na Tapadinha e em Marvila. Desta vez saiu mesmo o Oriental e o responsável do clube quis manter o jogo em casa. Agradecemos esta oportunidade porque foi a prova que o futebol à antiga está vivo. Futebol a meio da tarde de um dia de trabalho num estádio velhinho e no inverno, resultado? Enchente! Imagens de pessoas em cima dos prédios, adeptos em cima de muros e de pé em todos os cantos das bancadas, a essência do futebol.

 

Almoço na Floresta Oriental em Marvila, boa comida por preços reduzidos e muita simpatia no atendimento. Depois, caminho a pé para o estádio subindo a mítica Azinhaga dos Alfinetes até ao Estádio Engº Carlos Salema. Sente-se que a história do futebol já passou por ali.

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Como já tinha ali assistido ao derby Oriental - Atlético na época passada sabia onde queria ficar. A curva entre a central e o topo dos adeptos visitantes onde há um passeio em pedra com uns muros onde nos podemos encostar. O Benfica regressava às origens do futebol, a emoção fora de campo é muito maior do que lá dentro. Gerações mais novas nunca pensaram ver o Benfica jogar num estádio tão humilde, o olhar era constantemente desviado para os telhados dos prédios cheios de adeptos, para o bar atrás das bancadas que esteve sempre concorrido e para o horizonte atrás da baliza sem bancada onde se vislumbrava o bonito Rio Tejo como cenário.

 

O jogo não foi nada de especial, aliás não se esperava um grande espectáculo. Por norma, esta fase da competição não oferece jogos memoráveis em termos de qualidade de jogo. O objectivo é rodar a equipa e vencer. A festa fez-se de fora para dentro.

 

Das escolhas de Rui Vitória o maior destaque vai para a ausência de Grimaldo, talvez a maior desilusão da tarde devido à enorme expectativa que há em volta do espanhol. Jogou Sílvio com a braçadeira de capitão.

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Aproveitaram bem esta oportunidade Ederson, Talisca e Lindelof. Especialmente estes.

O guarde redes brasileiro foi mesmo a figura do jogo ao negar por duas ou três vezes o golo do Oriental, novamente decisivo tal como tinha acontecido na primeira jornada da competição com o Nacional.

Talisca fica sempre ligado ao jogo por ter marcado o golo da vitória e ainda atirou uma bola à trave.Confirma-se que o baiano tem golo.

O defesa sueco cumpriu na perfeição o papel de substituir Jardel, e isto já é dizer muito da sua exibição.

 

Depois, Djuricic tentou mostrar serviço sem ser muito convincente, Samaris cumpriu no meio campo e Gonçalo Guedes voltou à titularidade sem grande sorte. Nelson Semedo regressou mas ainda longe da forma com que se apresentou na Selecção.

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As entradas de Pizzi, Jimenez e Renato deram frescura e novas ideias ao ataque do Benfica que acabou por chegar ao golo à entrada do último quarto de hora do jogo.

A vitória é natural mas o Oriental fez por merecer melhor resultado, sem dúvida.

 

O objectivo foi cumprido, o sonho de ir a Marvila ver o Benfica concretizou-se. Do jogo vai ficar na memória o golo e a exibição de Ederson mas aquilo que ficará mesmo para a história é a experiência vivida nas bancadas e à volta do campo.

Maravilhoso.

 

PS e o equipamento todo branco do Benfica na tarde de Marvila? Lindíssimo!

 

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