O Benfica - Borussia Dortmund de 1963
O Benfica reencontra amanhã o Borussia Dortmund, mais de 53 anos depois da única vez em que os dois clubes se defrontaram nas competições europeias. Na segunda eliminatória da Taça dos Campeões Europeus, os encarnados caíram aos pés dos alemães (2-1 e 5-0), tendo o duelo na Luz ficado marcado pelos seis disparos de Eusébio e companhia aos ferros.
Na edição de 9 de novembro de 1963, três dias depois da primeira mão, Record assinalou que Tilkowski, guarda-redes do campeão alemão, foi "bafejado por uma sorte invulgar, que chegou a ser... escandalosa!"
Autor do primeiro golo das águias, aos 47’ (Eusébio faria o segundo, aos 67’), Simões foi o homem do jogo, realizando exibição que, mais de meio século depois, não esquece. "Inspiramo-nos, transpiramos, o grande jogo é reconhecido, mas tudo isso é igual a zero", lamenta o antigo extremo, hoje com 73 anos, de quem o nosso jornal disse ter "alma de gigante em corpo de menino". A verdade é que o sonho da equipa que um ano antes se sagrara bicampeã europeia bateu nos ferros.
Embora reconhecendo a infelicidade dos comandados pelo húngaro Lajos Czeizler, Simões admite que o Benfica poderia ter sido "mais rigoroso na finalização". O nosso jornal classificou a exibição como "portentosa", sublinhando que o Benfica "tinha direito absoluto a ganhar a eliminatória em Lisboa". Não o fez e caiu na segunda mão, com uma goleada (0-5). "Faltaram-nos alguns elementos nucleares", refere Simões, esperando "um duelo renhido" entre duas equipas que "transportam qualidade para o jogo". "O Benfica tem uma palavra a dizer."
A época de 1963/64, a do duelo com o Borussia, terminaria com a vitória das águias no campeonato, no que foi o segundo título do tricampeonato conseguido na seguinte.
Simões, que juntamente com Eusébio tem três tricampeonatos , recusa ver o título como vingança. "A eliminação não beliscou o valor dos jogadores, mas sentíamos que tínhamos de ganhar o campeonato."
in Record