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Red Pass

Rumo ao 38

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Benfica 6 - 0 Vitória de Setúbal: Os Pontos nos Is

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 Se não se importam, vou voltar ao outro jogo com o Vitória F.C., aquele para a Taça de Portugal onde levantei várias questões que ninguém quis discutir nem responder. Não só ninguém quis discutir como, cada vez mais, o espaço de comentários deste blog se tornou um convite a insinuações e insultos que me levou a tomar a decisão que mais à frente explicarei.

 

O Vitória de Setúbal voltou à Luz, agora para o campeonato, insistindo em usar o seu equipamento alternativo. Desta vez, confundia-se com o escuro dos equipamentos do árbitros. A resistência em usar o equipamento tradicional escapa-me.

Além das questões que levantei no anterior encontro acrescento uma curiosa história dessa partida. Quando os responsáveis sadinos perceberam que as cores do seu guarda redes confundiam-se com o equipamento do Benfica, resolveram a questão enviando um carro a Setúbal para trazer um equipamento de outras cores. Isto, durante o jogo para que na 2ª parte o guardião pudesse fazer a troca. É assim o futebol português. Deve ser destes pormenores que Couceiro se queixou na conferencia de imprensa depois do jogo.

Por outro lado, o treinador vitoriano insistiu na rábula de quebrar a tradição ao Benfica de atacar primeiro para a baliza norte.

Couceiro, já percebemos que no Vitória F.C. está tudo descontrolado, nem Presidente há, e mostram o belo exemplo nos equipamentos que preferem usar. Mas com o Benfica, isso de quebrar tradições, costuma resultar mal. Foram afastados da Taça e hoje levaram um cabaz jeitoso para Setúbal. Sendo que a maioria dos golos até foi na baliza norte, mais perto do banco de Couceiro e de Edinho que tanto prometeu antes do encontro da Taça de Portugal.

Não tenho pena nenhuma do Vitória F.C. depois disto.

 

Apesar dos adeptos sadinos mostrarem todo o seu ódio para com as cores benfiquistas sempre que recebem o Benfica no Bonfim, na Luz há espaço para cachecóis do Vitória em plena bancada central. Sem dramas e para memória futura:

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O Benfica hoje alcançou a sua 6ª vitória seguida em provas internas. Desde o empate do Funchal que a equipa da Luz ganhou todos os jogos. Ora, como o Porto perdeu pontos em Aves (onde o Benfica venceu por 1-3) o mês de Novembro termina com o tetra campeão a 3 pontos do 1º lugar. Para uma equipa que foi dada como morta e enterrada até nem está mau este cenário na Liga NOS, convenhamos.

Mas nem esta goleada por 6-0 mostrou uma equipa perfeita, nem as exibições mais apagadas em resultados anteriores, bem mais curtos, revelavam um drama tão profundo que se traçou.

 

Quem chegou até esta parte do texto é porque está mesmo interessado em o ler e, por isso, deixo aqui uma explicação importante que só os leitores mais fieis merecem.

Nos últimos tempos, toda e qualquer crónica é motivo para vários comentários desagradáveis entrarem no blog. Nem falo dos (bem) pagos rivais que enchem o espaço com comentários imbecis de teorias orquestradas. Falo dos vários benfiquistas que acham que têm o direito de insultar e fazer juízos de valor só porque respiram. Estão enganados em tudo.

 

O facto de eu colaborar com a BTV não me retira o discernimento para escrever as minhas crónicas. Eu publico crónicas desde 2003 na internet. Já tive outras páginas antes de 2009, altura em que abri este Red Pass. Não me lembro de ter assinado um único texto que fosse encomendado ou condicionado. Já passei por ciclos muito negativos na vida do Benfica em que escrevi que acreditava que a situação ia melhorar, já aconteceu estarmos em senda vitoriosa e eu publicar textos desconfiados. Até já aconteceu ter estado uma época inteira sem escrever nada depois de tudo perdermos, vejam lá. Ah, e nessa altura não estava exposto na BTV.

Convém lembrar ou esclarecer que colaborar com o canal do clube não é a mesma coisa que ser funcionário do mesmo. Acho que se percebe a diferença. Eu comecei por ser convidado a dar os meus testemunhos num documentário chamado Vitórias & Patrimónios que teve mais de 100 episódios dedicados a todas as vertentes da vida do clube. Já agora, esse programa não foi produzido pela Benfica TV, foi uma produtora independente que o fez, e foi com eles que colaborei em vários episódios que ainda hoje vão passando em repetição na grelha do canal. Não tenho dúvidas que só fui convidado por ter um historial de crónicas e textos sobre o Benfica em blogues pessoais e colectivos desde 2003. Foi o único argumento válido para me convidarem e foi por isso que aceitei.

 

Depois, naturalmente, surgiram convites desde 2010, altura da gravação do documentário, para programas, esses sim na BTV. Aceitei sempre os convites para debates com outros sócios com blogues, para painéis de comentários, para análises pré e pós jogos, para um programa sobre o Mundial 2014. Isto sempre de uma maneira muito natural.

Como se sabe, sempre mantive o blog activo, sempre dei aqui as minhas opiniões e sempre fiz crónicas de jogos. É verdade que a colaboração com o canal passou a ser mais intensa e profissional a partir do momento que aceitei um convite para fazer um programa semanal, no qual tenho imenso orgulho, e que ainda se mantém no ar. A partir daí, acabei por ser solicitado para mais espaços do canal, convites que aceito sempre por achar que posso acrescentar qualquer coisa a nível de conhecimento, informativo e de memórias.Felizmente, esta ligação tem servido para testemunhar os maiores feitos do futebol do Benfica dos últimos anos. O inédito tetra à cabeça.

 

Não precisava de explicar isto, porque é público. Sempre confessei que estas crónicas não pretendem ser um espaço de discussão com ninguém, são apenas um exercício egoísta de documentar o que acho de cada jogo para minha memória futura. Uma espécie de dossier dos jogos do Benfica pessoal mas aberto ao público. Não me interessa se gostam ou não. Ninguém é obrigado a vir aqui ler. Ninguém me paga para publicar nada, portanto nem isto tem de ser lido, nem eu tenho de aturar gente imbecil. É muito simples.

Nos últimos três anos o Benfica tropeçou muitas vezes, perdeu muitos pontos, andou várias ocasiões longe do título, foi dado como morto inúmeras vezes e eu sempre dei a minha opinião. O melhor exemplo é a crónica de um 0-0 com o União da Madeira, que até figura no livro oficial do clube que assinala o Tri. Quase sempre recusei entregar-me ao derrotismo e ao drama. Tive sempre razão nos últimos três anos em quase todas as competições. Só que depois nos meses de Maio dos últimos anos nunca vejo ninguém chegar aqui e escrever nos comentários: desculpa lá o que te insultei durante a época, somos campeões, correu bem. Não, nunca ninguém reconhece que afinal havia um rumo que teve um bom fim.

Esta época ultrapassou todos os limites. Fizemos uma campanha miserável na Europa e eu nunca escrevi aqui que estivemos bem. Mas as reacções iam sempre no mesmo sentido. Coisas como "agora estás na BTV não podes dizer mal" aqui não pegam. Publico sempre a minha opinião, seja depois de levar 5 em Basileia, seja depois de dar 6 ao Vitória. O que as pessoas não podem esquecer é que o autor desta página tem muitos anos de ver o Benfica. Pago as mesmas quotas mensalmente desde Maio de 1984, mantenho o meu lugar cativo em dia época após época, vejo os jogos na Luz na mesma bancada há muitos anos e vou atrás do Benfica por esse país, e Europa, fora sempre que posso, sem favores de ninguém. A novidade aqui é: O Benfica não nasceu com os routers e modems. Já houve muito Benfica vivido antes da Internet. Pensem nisso.

Por a minha vida profissional passar por uma colaboração com a BTV, que muito me orgulha, repito, não quer dizer que o Benfica seja a minha vida profissional. Não é mesmo. E por isso não estou para levar com palermas que julgam que tudo sabem e que todos podem insultar. Daí que tenha acabado aqui o espaço para comentários. Não me preocupa absolutamente nada o que acham ou deixam de achar. Só estou a ter deste desabafo no meio de uma crónica porque respeito muito todos os companheiros benfiquistas, e não só, que gostam de visitar este espaço e sempre respeitaram o que aqui foi publicado.

A nível pessoal ainda menos tenho para explicar. Basta dizer que fiz dois anos de casado no dia deste jogo e estive na Luz. Não é preciso acrescentar muito mais.

Enquanto eu achar que devo partilhar estas minhas considerações de cada jogo mantenho o blog. Reparem que não alimento o Red Pass para ganhar dinheiro com publicidade, não tem, nem mantenho nenhuma agenda, como se diz agora, com nenhum fim obscuro. Isto aqui são só textos subjectivos sobre cada jogo do Benfica. Assim tem sido desde 2003 no blog Terceiro Anel, assim continua a ser no Red Pass. Sem truques.

 

O Benfica ganhou po 6-0, Jonas passou os 100 golos pelo Benfica. Íamos ao Dragão para sair de lá com uns 8 pontos de atraso, podemos acabar a jornada com os mesmo pontos do Porto. Ou ficar a 3 ou a 6. Já não é o mesmo do que 8. Tem sido sempre esta a minha postura nos últimos anos. Nunca achei que estivesse tudo bem e perfeito mas não contem comigo para achar que está tudo mal. E não procurem aqui politiquices, polémicas, mails, arbitragens e afins porque esse nunca foi o meu campeonato, nem há de ser. Eu sempre me comprometi a falar do jogo, de futebol. O compromisso comigo sempre foi esse. Sei que falar só de futebol em 2017 não interessa a ninguém. Não faz mal, já encontrei um nicho de companheiros que tem a mesma teimosia que eu. Vivo bem com isto.

 

E agora só peço que mantenhamos o ciclo vitorioso interno.

CSKA Moscovo 2 - 0 Benfica: A Confirmação de um Desastre Europeu

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 Se me dissessem em Dortmund que os próximos cinco jogos europeus iam acabar com cinco derrotas, recusava-me a acreditar.

A verdade é que a temporada europeia está a ser o maior pesadelo que me lembro. Pior só quando ficámos de fora da Europa. As primeiras quatro derrotas só não foram mais dramáticas porque, por uma questão matemática, o Benfica mantinha uma pequena esperança de seguir em frente na Europa. Para isso acontecer era preciso acertar as agulhas todas hoje em Moscovo.

Primeiro, pedia-se que a equipa tivesse uma reacção na Europa e recuperasse o próprio orgulho.

Segundo, pedia-se que a equipa arrancasse uma exibição convincente e que lutasse pela primeira vitória na prova.

Terceiro, era importante encarar a partida como se fosse uma eliminatória, ou seja, remontar o 1-2 da Luz em Moscovo para ficar em vantagem perante os russos.

Nada disto aconteceu. A única surpresa da noite em relação às outras quatro, foram as meias brancas no equipamento do Benfica.

Deu ideia que a equipa nunca acreditou verdadeiramente na possibilidade de seguir em frente e não arranjou motivação suficiente para limpar uma imagem negra. Para piorar o cenário, o CSKA chega à vantagem num golo em fora de jogo. O 2-0 é um auto golo do Jardel. Não havia mais nada para correr mal. Ponto final na carreira europeia. O mal já estava feito antes.

Que sirva para um foco a dobrar em todas as competições internas.

Benfica 2 - 0 Vitória de Setúbal: Os Mistérios do Futebol Português num Apuramento Lógico

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 Vou começar pelos pormenores que ninguém quer saber. Um jogo da Taça de Portugal no Estádio da Luz, o primeiro desta temporada. Ora, diz a regra, bem velhinha, que nesta competição em caso de semelhança nas cores dos equipamentos a equipa da casa muda o equipamento. Passei a minha vida toda a ver jogos entre Benfica e Vitória F.C. tanto no Bonfim como na Luz com os clubes a usarem as suas cores de equipamento normais. Aliás, em 2005 no Jamor o Vitória bateu o Benfica com as suas camisolas verde e brancas às riscas verticais.

Pois bem, expliquem-me lá qual é a necessidade de usar o equipamento alternativo. E se havia essa necessidade porque é que não foi a equipa da casa a mudar?

O mais engraçado é que com tanta preocupação em alterar as cores tradicionais, a equipa sadina conseguiu ir a jogo com um guarda redes equipado com cores que se confundiam com as camisolas do Benfica. Dizem-me que na televisão ainda era mais evidente do que no estádio. Tanto assim foi que Cristiano na 2ª parte aparece equipado de... amarelo!

Eu sei que sou um chato do caraças com estes pormenores, mas também gostava de saber o que aconteceu às quinas de campeão nacional nas mangas das camisolas do clube campeão? Não era costume na Taça de Portugal o "ovo" da Liga desaparecer para dar lugar às quinas de campeão numa manga? Agora, só vejo lá outro "ovo", o da Taça de Portugal, presumo que seja devido ao Benfica ser o actual vencedor do troféu.

Mistérios do futebol português que não interessam a ninguém mas que eu gostava muito de saber as respostas.

 

 

 

Para entrarmos no jogo mais uma curiosidade, o Vitória F.C. de José Couceiro não perdeu a oportunidade de trocar o campo obrigando o Benfica a jogar para sul na primeira parte. Fica registado.

 

Depois de uma paragem para as selecções definirem as suas posições no próximo mundial, a competição regressou a Portugal. A 4ª eliminatória da Taça de Portugal, 2ª para estas duas equipas, foi disputada na Luz e resultou no apuramento do Benfica para a próxima ronda.

Curiosamente, foi a Taça de Portugal a abrir um novo ciclo positivo para o Benfica nas competições internas. Desde o desafio no Algarve com o Olhanense que a equipa de Rui Vitória só soma triunfos. Foi ao norte bater o Aves e o Vitória de Guimarães, ganhou ao Feirense em casa e agora confirmou o ciclo positivo com mais uma vitória. O próximo desafio interno é uma repetição do encontro de hoje mas a contar para o campeonato e será bem diferente do que vimos hoje.

 

O Benfica apresentou duas ideias fortes para esta partida, a manutenção na aposta do 4-3-3 que deu bons sinais em Guimarães e uma janela de oportunidade para vários jogadores menos utilizados. Ao que se acrescenta mais uma estreia de um miúdo trabalhado no Seixal, o norte americano Keaton Parks que até fica bem ligado ao jogo por acção sua no 2º golo da equipa.

 

Portanto, o desenho táctico manteve-se, as individualidades mudaram. Varela regressou à baliza, curiosamente bem menos ansioso do que no começo da época, Douglas na direita, Grimaldo na esquerda, Luisão e Jardel no meio, isto na defesa.

No meio campo, Samaris, Pizzi e Krovinovic, nas alas Cervi e Rafa, na frente Jonas.

O Benfica venceu o jogo mas voltou a demonstrar uma atracção pelo perigo algo incompreensível, isto porque chega ao 1-0 de maneira natural. Após muita posse de bola, vários ataques, pressão alta, velocidade e oportunidades de perigo até chegar o golo. Um original canto batido por Pizzi com a bola rasteira que vai até Cervi, o argentino agradece e remata convictamente para golo.

Antes de Pizzi bater o canto, o capitão do Vitória, Nuno Pinto, não tirou uma bola do relvado que estava ao seu lado a atrasar a continuação do jogo. Irritou Pizzi e a bancada. Acabou por sofrer golo. O futebol por vezes bate tão certo.

Depois de conseguida a vantagem a equipa caiu na tal tentação de recuar, ceder a posse de bola e voltar a procurar o segundo golo. É estranho e tem acontecido regularmente esta época.

 

A tendência manteve-se na 2ª parte e só com as entradas de André Almeida, Raul e Keaton é que se sentiu sangue novo na equipa. Estar a vencer por 1-0 é sempre intranquilo e se pensarmos que nos últimos três encontros com o Vitória de Setúbal o Benfica só venceu um que acabou com um grande susto que podia ter dado um dramático 2-2, temos o cenário que justifica os nervos vividos nas bancadas da Luz.

Por falar em bancadas, nem 30 mil benfiquistas acharam que este cartaz, um duelo entre clubes que já venceram Taças de Portugal e Taças da Liga, com bilhetes a preços reduzidos, era digno da sua presença. Os outros aguardam confortavelmente pelo Jamor.

 

É verdade que a vantagem era mínima mas também não se pode dizer que o Vitória tenha estado muitas vezes perto do empate. Varela respondeu muito bem a uma oportunidade que podia ter dado o empate com uma finalização de um jogador do Vitória em flagrante fora de jogo. Depois veio o lance que os entendidos vão falar para sempre e até, quem sabe, fazer livros. João Amaral isolado tenta meter a bola entre as pernas de Varela, só que este consegue parar o remate fazendo a bola ressaltar para as suas costas onde já estava Jardel a aliviar. Enquanto se virava para chegar à bola envolveu-se com o jogador sadino que caiu. João Capela podia ter apitado penalti mas interpretou que Jardel já tinha resolvido o lance antes. Foi isto que vi.

 

Para acabar com as dúvidas, Krovinovic fez o 2-0 que arrumou a questão e apurou a equipa para os 1/16 de final da Taça de Portugal.

Uma vitória lógica e natural, um ciclo de vitórias a nível interno muito interessante, um sistema táctico que parece que veio para ficar, algumas oportunidades agarradas, outras nem tanto e uma exibição que não deslumbrou mas suficiente para garantir o objectivo da noite.

Segue-se a Europa.

Vitória de Guimarães 1 - 3 Benfica: Minho Vermelho

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 Os sinais positivos da noite de Manchester foram aproveitados pelo treinador do Benfica para lançar uma equipa dentro da linha do que foi pensado para a noite europeia. Isto é, manteve-se a aposta em três jogadores no meio campo para o Benfica jogar num 4-3-3.

A nível individual também houve surpresas, desde logo com a inclusão de Filip Krovinović com Pizzi e Fejsa na linha média, mantendo as apostas em Salvo e Diogo Gonçalves na alas e com Jonas na frente.

Atrás, o regresso de Luísão ao centro da defesa, Eliseu e André nas alas.

 

Se há estádio, tirando os dos rivais directos, em que dá gozo ir apoiar o Benfica, em que sabe melhor festejar cada golo do Benfica, em que se sente um ambiente próprio dos grandes jogos, é o estádio D. Afonso Henriques.

Quando Jonas colocou o Benfica em vantagem aos 22 minutos a bancada atrás daquela baliza entrou em ebulição. O Benfica chegava à vantagem e estava bem no jogo.

Só que o Vitória respondeu com qualidade e o ambiente no estádio é incrível, aquela gente não desanima com um golo sofrido. Aliás, no começo da 2ª parte a força vinda das bancadas empurrou a equipa de Guimarães para um bom período no jogo, a fazer lembrar a espaços a exibição em Aveiro na Supertaça.

Mas o Benfica manteve a tranquilidade e ia tentando responder com ataques rápidos. Rui Vitória meteu Samaris na partida e a substituição foi muito acertada. O grego aos 76' faz o 0-2 para logo a seguir Salvio fazer o 0-3.

 

 

 

Mesmo assim o Vitória não desistiu, nem dentro, nem fora de campo e acabou por reduzir para 1-3. Só não ficou a um golo de distância porque Tallo desperdiçou um penalti mesmo a fechar a partida.

Boa vitória do Benfica no Minho num campo sempre complicado e ainda com um bónus dos vizinhos minhotos terem ido pontuar a Alvalade. Bela jornada.

 

Do ponto de vista pessoal, foi mais uma viagem ao norte com direito a almoço. Como isto anda tudo ligado fomos onde tínhamos acabado na última saída da Luz. Voltámos à Vila das Aves para almoçar arroz de pica no chão com o famoso vinho Boca Aberta. A simpatia e atendimento do costume, um almoço de domingo a mais de 300 km de casa mas... em casa. Sobremesa resgatada em Santo Tirso na Confeitaria Moura por um dos nossos. Limonetes e Jesuítas de grande qualidade. Tudo em forma para um grande noite de futebol.

Ganhar é sempre bom mas em Guimarães é especial.

Futebol com Talento para o... Desprezo Total.

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 Lembram-se do caso da conferência de imprensa do Rio Ave para um jornalista? Falei disso aqui:

O Que Estão a Fazer ao Futebol Português?

 

Pois bem, hoje foi a vez de Lito Vidigal cancelar a conferência de imprensa que antecedia o jogo com o Vitória FC porque apenas compareceu a Rádio Santo Tirso!

Isto duas semanas depois de sala cheia antes da recepção ao Benfica.

Ninguém quer saber do jogo, ninguém quer saber do encontro entre o Vitória de Setúbal e o Desportivo das Aves. Um jogo da Liga do futebol com talento. Uma partida no país do campeão europeu de futebol. O presidente da FPF terá alguma coisa a dizer sobre este desprezo pelo futebol ou só está preocupado em cursos para dirigentes?

E a culpa desta ausência de interesse por jogos da Liga é dos grupos organizados adeptos e das claques legalizadas? Os programas de televisão que poluem horas e horas o futebol português nada comentam sobre esta autentica anormalidade digna de um país culturalmente e desportivamente de terceiro mundo?

O futebol em Portugal é um circo à volta de três clubes, dois deles juntaram-se contra o que tem ganho mais e o resto é deserto como dizia o outro.

Alguém se vai preocupar com isto? Liga? FPF? Imprensa?

Claro que não.

Vergonhoso mas previsível. Ninguém gosta de futebol em Portugal. Tirando meia dúzia de "malucos" que ainda se indignam com isto. A minha indignação fica aqui testemunhada, tal como fiz quando aconteceu em Vila do Conde.

Manchester United 2 - 0 Benfica: Dignidade

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 A melhor exibição europeia da época não teve reflexo no resultado final do jogo. Não restava outra saída ao Benfica, tinha que chegar ao lendário Old Trafford e jogar um futebol de qualidade superior para lutar por um resultado positivo contra um Manchester United muito motivado.

Tal como já tinha acontecido na última passagem pelo Teatro dos Sonhos, em 2011, a força do Benfica começou por se evidenciar de fora para dentro. Novo festival dos adeptos do Benfica a mostrarem ao mundo o amor pelo seu clube e a transformar o estádio do United num mini Estádio da Luz. Estive lá em 2011 e já sabia que ia ser assim. As noites europeias do Manchester United são reservadas para adeptos "ricos" que preferem o conforto do seu lugar em detrimento do apoio vocal.

Nos primeiros 20 minutos de cada parte, adeptos e equipa estiveram em sintonia total. Boa atitude, boa exibição e uma reacção convincente. Mas esta é uma campanha europeia que está destinada ao fracasso. Tudo o que pode correr mal acaba mesmo por correr mal. Hoje até no aquecimento o titular Felipe Augusto fica fora de combate por lesão!

Rui Vitória optou Samaris no lugar do brasileiro. Voltou a deixar Jonas no banco para formar uma espécie de 4-3-3, com Raul Jimenez como referencia na área contrária, Salvio pela direita e Diogo Gonçalves pela esquerda. Pizzi, Samaris e Fejsa no meio campo, enquanto que atrás a dupla de centrais foi Ruben Dias e Jardel, Grimaldo na esquerda e Douglas na direita. Svilar voltou a ser titular.

Podemos começar pelo jovem guarda redes. Hoje, deu mais um importante passo para a sua afirmação no mundo do futebol. Defender um penalti em Old Trafford é um belo cartão de visita e compensava aquele erro da Luz. Só que o factor sorte não quer nada com o miúdo. Um remate de Matic leva a bola a bater no poste e bate nas costas do "1" acabando dentro da baliza. O Manchester fez dois golos ao Benfica sem ter marcado nenhum. E o 2-0 veio de outro penalti. Em jogo jogado, Svilar esteve sempre à altura dos acontecimentos. Não me parece exagerado afirmar que ganhámos um guarda redes.

Por falar em ganhar, Diogo Gonçalves pela rebeldia, pelo atrevimento, pela qualidade e pela irreverencia mostrou o seu nome à Europa do futebol. Ruben Dias fez uma exibição tranquila e parece que já ali joga há anos. São boas noticias para o Benfica.

O problema é que não chegou. A luta constante de Raul Jimenez merecia melhor sorte que acertar no poste, a atitude da equipa, mesmo depois de estar em desvantagem esbateu num De Gea em grande forma.

A qualidade do Manchester United é imensa, obviamente, e Mourinho percebeu que era pelo seu lado esquerdo que podia chegar ao ouro. A falta de rotina de Douglas como defesa direito é evidente, parar jogadores como Martial ou Rashford é utópico.

A exibição do Benfica foi positiva mas o resultado acaba por ser natural quando se percebe que nasce de mais valias individuais.

Era uma bela noite para se fazer história em Inglaterra mas nos momentos decisivos do jogo o factor azar atrapalhou o sonho.  Este é um ano não em termos europeus. Teoricamente ainda é possível continuar nas provas da UEFA mas na prática não parece que seja viável. Resta lutar nos últimos dois jogos.

Já fomos duas vezes campeões da Europa, a alma de campeões europeus mantém-se intacta na presença dessa massa adepta benfiquista maravilhosa que segue a equipa por todo o lado e cantando alto e em bom som o quanto ama o Benfica. Nas bancadas mantemo-nos, ano após anos, campeões de tudo.

É aproveitar as coisas positivas deste jogo para ir ganhar a Guimarães.