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Red Pass

Rumo ao 38

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Tondela 0 - 4 Benfica: À Terceira Foi de Vez

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Importante resposta após um resultado que abalou toda a nação benfiquista. Era uma deslocação perigosa devido às próprias amarras que este Benfica tem vindo a construir desde o verão. O que se viu ontem à noite em Aveiro foi aquilo que também devia ter acontecido na 2ª jornada quando ali se defrontou o Arouca. Se pensarmos que na jornada anterior o Tondela e o Arouca empataram a um golo num jogo equilibrado, percebemos que a anterior visita a Aveiro foi mesmo um desastre.

 

Agora, à 9ª jornada, Rui Vitória continua sem um "11" forte, estabelecido e convincente. O treinador já usou 23 jogadores, 8 deles em estreia absoluta no campeonato português. Isto diz muito dos problemas de construção e crescimento que temos visto neste arranque de época.

Nesta jornada foram promovidas mais duas estreias, uma há muito aguardada, outra completamente inesperada.

Rui Vitória precisava injectar sangue novo na equipa depois do domingo negro e também necessitava fazer alguns ajustes devido a lesões.

Na defesa só os centrais mantiveram o lugar cativo. Na esquerda, Eliseu foi trocado por Sílvio sem que se notassem grandes diferenças para melhor.

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Na direita apareceu a grande surpresa. Se a aposta em Nelson Semedo foi arriscada mas baseada em argumentos sólidos trazidos dos escalões jovens, esta promoção de Clésio é uma incógnita. Por um lado, basta ouvir a explicação do treinador afirmando que o jogador tem sido aposta nos treinos com bons resultados para não duvidarmos da sua validade. Por outro lado, não me parece que seja uma aposta sólida para o futuro, a menos que se revele uma surpresa ainda maior que a positiva promoção de Nelson. O moçambicano até cumpriu e não comprometeu na sua noite de sonho mas está longe de prometer consistência naquela posição para desafios mais exigentes. Fica o sinal positivo da sua estreia e a interrogação se  será aposta para continuar. Só não se percebe como é que no dia do jogo havia jornais a saberem que seria ele a surpresa no onze. Parece-me que aquele balneário já esteve mais blindado.

 

Gaitán e Gonçalo Guedes já são dupla intocável nas alas, Samaris é, cada vez mais, o ponto de referência no meio campo ficando por acertar no homem que lhe fará companhia. Desta vez, a aposta foi Talisca. Não foi uma má opção dando um claro sinal que a equipa ia estar muito mais concentrada em atacar do que preocupada em defender, daí que ter ali Talisca ajudou a desequilibrar dando mais projecção para o ataque encarnado. Foi assumir que o Benfica é realmente muito superior ao Tondela e arriscar trocar agressividade defensiva por alternativa atacante. Correu bem.

Na frente a ausência de Mitroglou renovou a parceria entre Jonas e Raúl Jimenez. Se o brasileiro começa a parecer mais talhado para estes jogos contra equipas menos cotadas do que para os grandes embates, o mexicano começa a preocupar no capítulo da finalização. Raúl tem excelentes movimentações fora da área, adapta-se bem nas manobras de ataque, vem buscar jogo, faz tabelas, cria desequilíbrios e até tenta jogar bonito mas na altura de finalizar mostra hesitações incompreensíveis. Ontem resolve rematar de pé direito numa jogada pela esquerda que pedia outra eficácia. Preocupante.

Jonas voltou aos golos e às boas exibições, ou seja, à normalidade. Só é pena que nos jogos mais exigentes não mostre a mesma disposição. Ainda vai a tempo de brilhar, claro, numa dessas partidas mais fortes.

 

O jogo acabou por ser muito simpático para o Benfica que fez por o simplificar com uma entrada forte a fazer um golo muito cedo, o que faltou no jogo com o Arouca, por exemplo, e aproveitou o desacerto total do Tondela de Rui Bento. Até dá vontade de perguntar se foi para isto que afastaram Vítor Paneira?

Ao Benfica tudo correu bem, ao Tondela tudo correu mal. O auto golo de Berger tirou-os, praticamente, do jogo e a lesão do guarda redes Matt Jones, entrou Claudio Ramos a partir do 0-3, simbolizava a noite triste desta estreia do Tondela em jogos com o Benfica.

Da primeira parte fica também uma nota de espanto para Fábio Veríssimo, o árbitro conseguiu amarelar os centrais do Benfica num jogo de sentido único em que o Benfica vencia por 0-3 em meia hora. É obra!

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Sobram destaques para as entradas de Carcela e a estreia de Renato Sanches. André Almeida acabou por ir para defesa direito após saída por lesão de Clésio.

Carcela mostrou em poucos minutos todos os argumentos para ser uma enorme incógnita deste plantel. Esteve para ser riscado do jogo ainda no aquecimento ao atrasar-se na altura de ser chamado a entrar, lembrei-me dos tempos negros de Sabry, para depois entrar para a direita e mostrar mais uma vez como pode ser determinante naquela movimentação de driblar para dentro e rematar para golo. Ensaiou e depois concretizou. Sabe mais que aquilo? Tem mais vontade que aquilo? A ver vamos.

Renato Sanches será uma das figuras do Benfica a breve prazo. Poucas dúvidas sobre isso. Merecia ter entrado muito mais cedo num jogo que esteve resolvido antes do final da primeira parte mas só entrou aos 75'. Fica o registo dos primeiros minutos na equipa principal. Fica a dúvida no critério do lançamento dos jovens por parte do treinador, protege tanto Renato que já todos os benfiquistas conhecem e lançar Clésio praticamente do nada é estranho.

 

A exibição podia ter sido bem melhor mas o resultado era aquele que se exigia, vitória clara, a primeira fora em três tentativas nesta liga, depois de uma semana depressiva. Que tenha sido o mote para um ciclo vitorioso a começar já na próxima 3ª feira na Luz com o Galatasaray.