O Atlético de Madrid por Rui Malheiro
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O circo continua forte fora de campo.
Basta agarrar numa capa qualquer, neste caso escolhi a do Record, para ser perceber que há algum problema com o pessoal que orienta os clubes rivais.
Pensava eu que ia ser uma época tranquila depois do verão quente. Recordo que depois do Benfica concretizar a conquista de seis troféus seguidos até Maio no futebol profissional, os adversários reagiram com determinação. Os vizinhos resolveram apostar tudo oferecendo uma fortuna pelos serviços da equipa técnica que tinha orientado o Benfica nos últimos seis anos.
Depois o rival do norte consumou o desvio do defesa direito que esteve no Benfica nos últimos oito anos.
Passadas seis jornadas ambos os rivais caminham na frente do campeonato e o vizinho até ganhou uma Supertaça ao Benfica.
Tudo mais calmo e a poderem deixar agora o nosso clube descansado no começo de um novo ciclo. Errado!
Tem sido um festival de declarações nas redes sociais, na imprensa, em meios de comunicação próprios e até em Assembleias Gerais !
O clube da nossa ex equipa técnica tem dado uma demonstração de força ao nível do choro com arbitragens. Onde eles sempre foram fortes estão agora imparáveis. Mesmo sendo a equipa com mais penaltis oferecidos na competição, quando o resultado não bate certo com o vencimento da equipa técnica seguem-se dias de escárnio e mal dizer contra tudo e todos. Cá e pela Europa fora. Já ninguém liga. Numa semana ganham no final de um jogo em casa após penalti oferecido e expulsão de um adversário e nada dizem sobre quem apita. Depois não acontece o mesmo milagre final e empatam a zero no Bessa e é o fim do mundo em cuecas. Até aqui nada de novo.
O pior é quando nos chegam ecos de reuniões magnas que não nos interessam nada mas passam para assunto na ordem do dia por tanto mencionarem o Benfica.
O homem que dirige o clube verde chama-nos Carnide, fica com a equipa técnica que tanto criticou durante anos e até descobriu que as percentagens de adeptos estão todas erradas.
Afinal, a nossa experiência de vida está toda enganada. Nas escolas primárias, nos liceus, nas universidades, nos nossos empregos, nos nossos bairros, de norte a sul, a diferença entre o número de benfiquistas e sportinguistas é mínima.
Isso de haver muitos mais benfiquistas é uma treta, segundo o anti benfiquista mais mediático do momento.
Somos 4,5 milhões, mais ou menos. Já eles são para cima de 3,5 milhões.
Boa. Então porque é que ninguém patrocina as camisolas do Sporting? Ora, porque os sportinguistas insistem em alimentar o mito dos mais de 6 milhões de benfiquista. Isto é tudo óptimo.
Ainda bem que são os sportinguistas os culpados de não verem o que só o seu presidente vê. Nós somos 4,5 milhões, eles 3,5 milhões. Nós não discutimos números, ele culpa os seus de alimentarem um mito com o número dos nossos adeptos. Isto é tão surreal que começa a ser historicamente bom.
Por outro lado, gostava de deixar bem claro que não podia estar mais distante desta contagem de adeptos. Nunca gostei que o meu clube andasse atrás de recordes do Guinness, nunca gostei do discurso dos 6 milhões em Portugal e 14 milhões pelo mundo, nunca entrei em nenhuma discussão que andasse à volta do tema milhões de adeptos. Não me interessa.
O que interessa ter milhões, três, quatro, seis ou dez, se só aparecem na Luz 40 mil para o campeonato e 10 mil para as taças? O que interessa isso dos milhões se os pavilhões não esgotam? O que interessa o nome no Guinness se só aparecem poucas centenas nas Assembleias Gerais?
Mas a vida ensinou-me que, realmente, somos muitos mais do que os outros todos juntos. Só não sabia que isso causava tanto transtorno nos antis. Desde os tempos em que brincava na rua no meu bairro, desde os tempos da escola primária, preparatória e liceu, desde os tempos de passagens por várias empresas na vida profissional, os benfiquistas sempre foram maioria. Sempre. Depois descobri que até no norte do país há tantos ou mais benfiquistas que portistas. Aliás, a militância dos benfiquistas do norte é apaixonante.
Ora, para a teoria do maior anti estar correcta era preciso que a norte houvesse quase tantos benfiquistas como verdes. Mas aqui quem desempata são os azuis. Perguntem a qualquer adepto portista qual é a rivalidade que tem com vizinhos verdes? Não tem porque existem muito poucos verdes na zona dos dragões. Ou então, perguntem a um benfiquista do norte se prefere ganhar ao Porto ou Sporting. Pois. Nem levam os verdes a sério.
Isto é o que a vida nos ensina. Mas isso não interessa nada a partir de agora. Somos 4,5 milhões e temos 3,5 milhões de rivais verdes.
É tão divertido quanto ler Carnide associado ao Benfica. Come-se bem em Carnide, não sei se sabem. Gosto muito daquela zona, não me chateia nada. Só me faz confusão promover um local tão bem conceituado em Lisboa pela sua oferta gastronómica em vez de falarem do Colégio Militar ou Alto dos Moínhos, duas estações de metro com acesso directo à Luz. É um bocado forçado para quem joga algures entre a churrasqueira do Campo Grande e o Lumiar e tem modalidades espalhadas há anos por Odivelas e arredores. Mas Carnide é uma nobre zona, que não sobrem dúvidas sobre isso.
O grande líder anti ainda falou em prostituição nas ilhas e continente. Suponho que se tenha referido a pagamentos na ordem dos dois mil euros feitos pelo seu clube na Madeira. Mas isso é lá problema dele.
Quanto ao Cervi, ontem o João Gobern explicou tudo na RTP Informação. Procurem nas vossas boxes que está lá tudo. Vale a pena.
Para terminar, o eterno complexado com o Benfica veio explicar que o veterano defesa direito não saiu para o Porto por dinheiro. Pois não, deve ter sido por estar farto de ganhar títulos nos últimos anos e quis experimentar uma equipa que nada ganha há duas épocas por conselho de um Cebola. É isso. Desde que o Nelson Semedo pegou de estaca no lado direito da defesa do Benfica nem me lembro quem lá andou nos últimos tempos. Isso deve ser chato para quem está a gastar uma fortuna no vencimento de um veterano sul americano.
Isto tudo com dois pontos de avanço para o Benfica. Nem quero imaginar quando regressarmos à liderança...
No rescaldo do clássico do clássico ficaram duas ideias fortes no ar, Rui Vitória disse que gostou do que viu a equipa fazer no Dragão e que os adversários também iam perder pontos.
Ontem no final da noite vinha a certeza dos tropeções dos dois rivais na mesma jornada que foram a melhor notícia complementar à vitória do Benfica que começou com o mesmo onze do clássico. Uma grande resposta da equipa aquele infeliz final de jogo da semana passada e muito crédito para o treinador do Benfica que viu as suas convicções reforçadas.
Mantendo a mesma equipa, isto é, com André Almeida perto de Samaris no meio campo, o Benfica entrou para este sexto jogo do campeonato à procura de um golo cedo. Tomou conta do jogo e teve algumas oportunidades para abrir o marcador mas a equipa de Jorge Simão não se assustou e mostrava-se bem organizada a defender à frente de Marafona. João Góis a fechar na direita, o capitão Hélder Lopes na esquerda e a dupla de centrais Marco Baixinho e Miguel Vieira ia ganhando confiança à medida que o tempo passava. Depois na frente da defesa Romeu e Christian muito decididos na ajuda a tirar espaços ao ataque do Benfica e até conseguir sair em tentativas de surpreender os encarnados com lançamentos rápidos a partir das alas de Diogo Jota e Roniel à procura de João Silva, mais avançado, com André Leal a tentar guiar esses ataques. Perto da meia hora chegam a criar o maior susto na Luz ao aproveitar um livre para Miguel Vieira meter a bola na baliza de Júlio César mas em claro fora de jogo.
Foi o sinal de alarme a soar e Jonas a responder com uma classe incrível. Já que as jogadas colectivas não estavam a funcionar, o "17" pegou numa bola vinda de Gonçalo Guedes e fora da área inventa um pontapé em arco colocado junto à trave da baliza de Marafona para fazer um golão que abriu o caminho da vitória.
Já naquela baliza, a norte, Jonas tinha encantado num grande golo contra o Nacional há uns meses, agora assinou uma das maiores obras de arte que esta nova Luz teve o privilégio de ver.
Um jogo desbloqueado assim só pode ser o tal colinho a funcionar.
Até ao intervalo não houve muitas mais razões para nos esquecermos do momento Jonas, embora aos 39' o brasileiro tenha ameaçado seriamente voltar a marcar novamente com um belo remate de longe.
Feito o mais complicado, abrir o marcador, era preciso consolidar a vitória e a exibição. O Paços sentiu que ainda não estava fora do jogo e durante vinte minutos manteve a tensão no ar embora algo timido no ataque. Faltavam maiores argumentos a Jorge Simão para chegar ao empate e por isso lançou Edson Farias no lugar de Roniel. Enquanto pensava no resto das alterações o Benfica resolveu o jogo.
Gaitán continua imparável, assume o jogo, cria desequilíbrios e é decisivo quando ganha espaço na esquerda e assiste Gonçalo Guedes que finaliza com sorte, a bola ainda bate num adversário antes de entrar e enganar Marafona. Foi o primeiro golo de Gonçalo na equipa principal. Há uma semana tinha escrito que estava a faltar uma grande jogada, um passe para golo ou um golo ao miúdo para se afirmar de vez na equipa. Já tinha estado no primeiro golo marcou o segundo e ainda ofereceu o terceiro a Jonas depois de mais um passe excelente de Gaitán. Gonçalo Guedes estava a merecer uma noite assim, já dava sinais de instabilidade ao envolver-se em fintas sem sentido, em jogadas inconsequentes e até já despertava alguns nervos nas bancadas. Agora pode respirar fundo, olhar para o resumo e ver que fez parte da complicada decisão deste jogo. É um puto, está a crescer, tem estado impecável tacticamente, posicionalmente e na ajuda ao companheiro Nelson, que também evolui em competição. Chegaram os golos e as assistências, estamos a ganhar uma asa direita muito interessante.
Uma equipa que conta no ataque com Gaitán, Jonas, Mitroglou, que só não marcou porque Marafona fez uma enorme defesa, e Gonçalo, tem que ser levada a sério. Acho que há muito boa gente que se esqueceu da qualidade individual que existe neste Benfica. Na frente ainda há Raul Jiménez que entrou aos 64' e deu sinais de muita vontade em conquistar o seu lugar na equipa.
Este ataque já fez 16 golos em quatro jogos do campeonato na Luz. Jonas já leva 7 na sua conta.
Ainda houve tempo para as entradas de Carcela, também mostrou empenho e do habitual Talisca. Só se estranha a permanência de Gaitán e Jonas até ao fim quando estes dão sinais de não estarem a 100%.
Era preciso reagir ao desaire do Dragão que deixou um sentimento de injustiça no ar, o Paços de Ferreira até já tinha estado em Lisboa há poucas semanas a roubar pontos a um rival, por isso foi uma vitória muito importante antes da equipa partir para um sequencia de testes muito sérios longe de casa.
Vamos para Madrid, Madeira e Istambul, pelo meio há Taça de Portugal. Ganhar ao União é obrigatório para começar a acertar o rumo fora da Luz, e decidir o futuro na Champions League tentando pontuar entre Espanha e Turquia. Depois, o regresso a casa para acertarmos contas com o Sporting.
Belo fim de semana.
FOTOS: João Trindade
O Benfica B venceu na estreia na Premier League International Cup 2015/16. Os encarnados, comandados por Hélder Cristóvão, bateram a equipa Sub-21 do Celtic por 2-1, num jogo que teve lugar no Adams Park, casa habitual do Wycombe Wanderers. Destaque para o apoio de vários benfiquistas que disseram presente.
Os golos encarnados foram apontados por Diogo Gonçalves e Oliver Sarkic, aos 37 e 54 minutos, respectivamente. Aidan McIlduff reduziu já perto do fim para os escoceses mas o golo não foi suficiente para importunar o Benfica que lidera agora o Grupo A da prova, a par do Chelsea, ambos com três pontos.
Equipa titular do Benfica:
Miguel Santos; Alexandre Alfaiate, João Nunes, Lystcov e Rebocho; Dawidowicz (Pedro Rodrigues 78'), Renates Sanches (Gilson Costa 64'), Diogo Gonçalves, João Carvalho (Hildeberto 73'); Sancidino e Sarkic.
Gostei de ler este artigo de Bagão Félix n'A Bola de hoje e estou de acordo com ele em quase tudo. Aliás, junto a minha indignação em relação a outra aberração dos tempos modernos que é ver as equipas a mudarem as cores tradicionais dos seus equipamentos a propósito de nada. Este ano o Estoril sem sido incrível, já deve ter jogado mais de branco e azul do que de amarelo, passe o exagero.
Quanto às chuteiras, um tema que eu foquei há umas crónicas de jogo atrás quando falei das verdes que o capitão usa, parece que a indignação aqui mexeu com a marca que resolveu alterar as cores. Pena ter sido uma iniciativa da Nike e não do jogador ou do clube. Mas sei que estamos sempre a falar de pormenores.
Por isso, agradeço que o consócio Bagão Félix tenha dedicado uma crónica a pormenores porque me faz sentir menos sozinho neste futebol moderno.
Vou ter é que discordar quando atribui a culpa a Silvino pela cor verde nos equipamentos de guarda redes do Benfica em tempos. Devo dizer que o Silvino limitou-se a seguir uma tradição que começou antes dele chegar ao Benfica. Um dia ele explicou porque continuava a jogar de verde. O Bento disse uma vez que vestido verde quando ia ao chão a cor do equipamento confundia-se com a com cor do relvado e baralhava os adversários.
Sou fã incondicional de Manuel Bento, para mim o eterno Nº1 do Benfica, e por isso olho sempre com carinho para o equipamento verde dos nossos guarda redes. Aliás, também chegaram a ser azuis. Sem complexos. Ficam umas fotografias para ilustrar o esclarecimento e matar as saudades.