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Red Pass

Rumo ao 38

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Foi Só Mais Uma "Varridela"

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Verdadeiramente vergonhosa a carga policial que se viu na bancada dos adeptos do Benfica em Coimbra. Entrada de vários elementos do Corpo de Intervenção para "varrer" adeptos que pagam para ir apoiar o seu clube. A razão de tal intervenção? A mesma de sempre. São adeptos barulhentos que merecem apanhar. Em anos e anos a acompanhar o Benfica por esses estádios do país já vi isto vezes sem conta. Nunca me deram uma razão válida. Só lamentos.

Pior, se tivesse sido numa qualquer manifestação ou em frente à Assembleia da República não faltariam indignados e revoltados. Assim, foi só mais uma "varridela" numa bancada de futebol. Ali as crianças, e as senhoras já não são alvos vergonhosos, são só adeptos de uma equipa de futebol.

Não querem apanhar? Não fossem para ali!  (já ouvi isto, juro!)

Nojo!

 

Preços Para Belém e Gil Vicente na Luz

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 Para quem não tem RedPass, estão aqui os preços para sócios e adeptos referentes aos dois últimos jogos do ano para o campeonato na Luz. Ano de 2014, em que festejámos o título de campeões nacionais, campeonato nacional que lideramos à entrada do mês de Dezembro. Mês de Dezembro que é mês de subsidio de Natal. Ainda não é inverno mas faz frio, esta pode ser uma boa desculpa para a metade do estádio que costuma estar vazia.

O Fracasso Europeu Tem Que Ser Compensado Internamente

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 Cá estamos naquela que deve ser a pior sexta feira desta época até ao momento. O triste e prematuro adeus europeu, ainda com uma jornada por fazer, devolveu o pior que rodeia o Benfica nos últimos anos.

Hoje em dia não sei o que me incomoda mais além da mágoa por uma derrota:

A comunicação social que dispara logo a palavra crise, como se vê numa capa de jornal de hoje.

Os rivais eufóricos esquecendo-se que o Jamor só no sofá, no caso dos azuis que até investiram bem no verão, e da malta do 8º lugar na tabela que tiveram os primeiros 5 jogos europeus ao fim de um ano de seca.

Os benfiquistas que tudo desculpam à Direcção de Vieira sem sentido critico

Os benfiquistas que tudo desculpam a Jorge Jesus.

Os benfiquistas que no minuto a seguir à derrota ironizam focando-se apenas e só em Vieira e nos 85% que nele votaram.

Os benfiquistas que no minuto a seguir à derrota gritam Jesus rua.

 

Ainda mais complicado é encontrar algum sentido no meio destas facções que seja realmente pertinente porque cada um defende a sua teoria de forma a que se possa contra argumentar com facilidade não se levando a conclusão nenhuma.

 

Eu levo 4 décadas de benfiquismo e nunca me senti prisioneiro de nenhuma convicção pró Direcção, pró jogador ou pró treinador. Tenho as minhas preferências mas sei que acima de todas elas há um emblema mais importante.

Por exemplo, eu adorava o checo Karel Poborsky mas de vez em quando o homem das mangas compridas passava completamente ao lado do jogo. Não o desculpava, era o primeiro a criticá-lo. Outro exemplo, Sven Göran Eriksson foi o melhor treinador que vi no nosso banco mas fiquei capaz de o matar na final contra o Anderlecht em casa, já para nem falar na segunda passagem dele na Luz em que apesar, de gostar muito dele, ficava irritado com tanto equivoco táctico. Ainda mais um exemplo, Fernando Martins foi um Presidente de quem eu gostava muito mas a divida à Teixeira Duarte, onde o meu pai trabalhou, desgraçou a minha admiração.

São curtos e insignificantes exemplos pré Vieira para se perceber que no Benfica sempre foi assim.

Ainda o clube não tinha batido no fundo com as épocas fora da Europa e campanhas ridículas que acabavam logo nas pré eliminatórias de acesso à Champions League e já o Benfica tinha desleixos inesperados aos pés de HJK, Bastia, Liege ou Dukla. Sempre houve e sempre haverá épocas europeias menos conseguidas.

Já no reinado de Jesus esteve para acontecer uma saída prematura mas aconteceu um milagre que nos manteve na Liga Europa.

 

Esta época a campanha europeia é amarga muito por culpa de um discurso oficial que não se percebe. O clube fez questão de preparar os adeptos para este fim anunciado. É isto que se deve criticar, é disto que o clube deve retirar a lição que não se pode ir para uma Champions League, onde o Benfica tem grandes responsabilidades, anunciando que na Europa é para poupar porque o campeonato é prioridade.

Não é que o fim da mensagem não esteja certo, todos temos noção que o "Bi" é essencial, a forma como se divulga é que não pode ser esta que coloca em causa a postura do clube perante uma prova de tamanha interesse como é a Champions.

A maneira como a equipa começou o jogo com o Zenit na Luz e como se apresentou em Leverkusen é um pesadelo que queremos esquecer rapidamente. Mas há que assumir que aconteceu por culpa de quem manda dentro e fora de campo. Mesmo porque não foi a primeira vez que vimos tão tristes prestações europeias com os mesmos responsáveis. Aqui tem que se exigir mais porque todos sabemos que a equipa não é aquilo que se viu nesses dois jogos ou noutros de má memória como em Israel, por exemplo. Aliás, basta olhar para a postura da equipa na outra competição da UEFA para percebermos que algo está errado na maioria dos jogos da primeira parte europeia de cada época. São os mesmos responsáveis que encaram de frente o Tottenham, a Juventus, o Everton, o PSV e tantos outros clubes dignos e com tradições europeias que têm caído aos pés do Benfica. É indesculpável e incompreensível esta mudança de mentalidade a cada ataque à fase de grupos da Champions. Começa no discurso do vamos com calma que o que interessa é o campeonato e acaba na véspera da tragédia com o discurso do queremos é estar aqui e seguir em frente.

 

Para mim é este o grande pecado das últimas épocas do Benfica.

Daí a colocar tudo em causa, em abrir uma crise e ficar tudo revoltado vai uma certa distância.

Não querendo desculpar nada, há que ser razoável e entender que não era assim tão fácil e evidente que o Benfica tivesse obrigação de chegar a Leverkusen e ganhasse a uma das melhores equipas da Bundesliga ou que fosse à Rússia vencer obrigatoriamente o Zenit que conta com Garay, Javi, Witsel mais Hulk, tudo pessoal resgatado a este cantinho da Europa nada por acaso. Sejamos realistas, o Benfica não tem melhor equipa que o Bayer ou o Zenit. Mesmo com o Mónaco não há assim uma grande diferença. Basta vermos que estamos a comparar a nossa equipa com clubes compradores, não há como negar isso.

Não temos culpa das regras da UEFA nos levarem para o Pote 1. Fizemos excelentes campanhas europeias nos últimos anos, as melhores dos últimos 20 anos de vida do clube, e naturalmente fomos subindo no ranking. Isso não é problema nem tem que ser motivo de ironias. Nestas coisas da UEFA é preciso ter sorteios equilibrados onde o factor sorte dá uma ajuda essencial nas caminhadas. É preciso que num grupo de 4 equipas haja uma muito forte, uma fraca e duas equilibradas. Não tivemos direito a Maribores daí a tarefa ter ficado complicada. Fizemos dois jogos maus, um mediano, um bem esforçado que nos valeu a vitória e outro digno que acabou em derrota. Devia ter sido melhor, é essencial ganhar em casa. Fazer 9 pontos na Luz é meio caminho andado para continuar na Europa. Mas agora, pergunto eu, onde está o interesse dos adeptos benfiquistas nos jogos europeus do clube na Luz? Não vejo nada. A diferença nas bancadas num jogo para a Liga contra o Arouca ou na Champions contra o Mónaco é precisamente o mesmo! Não há aquela motivação extra das grandes noites europeias que fizeram da Luz um dos palcos mais temidos da Europa. Está tudo banalizado, meia casa e que o Benfica ganhe. Se calhar por aqui também dá o que pensar.

 

Da Europa estamos falados, faremos a despedida de maneira digna, espero eu, contra o Bayer.

Agora é olhar para o que temos em mãos. Felizmente, não fomos eliminados da Taça de Portugal em casa à primeira chamada, somos os detentores da Taça da Liga e apesar da derrota de Braga, estamos na liderança do campeonato.

Como é? Vamos amuar de braços cruzados a apontar o dedo à substituição infeliz do Jesus na Rússia, a criticar o discurso errado pré Champions e a lamentar a ausência europeia em 2015? Não será melhor cerrar fileiras e ir para Coimbra conquistar mais 3 pontos, pensar em despachar o incómodo Braga da caminhada para o Jamor e torcer por mais uma grande época em Portugal? Eu prefiro a segunda opção,  sendo que não quis deixar de apontar os erros lamentáveis que se cometeram na gestão da carreira internacional.

Crise? Está bem. É isso. O Benfica está em crise, o país é que está espectacular.

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