Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Red Pass

Rumo ao 38

Red Pass

Rumo ao 38

Um Canto, Um Golo, Uma Vitória ?

 

2-0 , 4-3, 2-0, 1-0, 2-1, 2-0, 2-0, 2-0.

 

Esta é a série de vitórias que o Benfica tem na Luz nos últimos derbis disputados em provas oficiais. Do 2-0 de Fevereiro deste ano, seguindo-se o 4-3 para a Taça de Portugal em Novembro do ano passado até ao último 2-0 da sequência distam seis anos só com vitórias!

Junte-se mais dois empates, 0-0 em Setembro de 2007 e 1-1 em Abril também de 2007 e chegamos ao dia em que Sporting fez um golo na Luz a contar para o campeonato pela última vez!

 

Portanto, o Sporting está sem marcar um golo na Luz para a Liga há mais de 7 anos e não vence um jogo em nossa casa desde Janeiro de 2006, há mais de 8 anos!

A história diz-nos que em termos de campeonato nacional os derbis na Luz registam este "equilíbrio": 14 vitórias do Sporting e 45 do Benfica.

Neste momento a sequência de vitórias no estádio da Luz vai em 6 nos últimos 6 derbis.

 

Portanto, o que importa saber é se no domingo o rival consegue fazer um golo.

Bem, se quisermos baixar um pouco a fasquia, para não criar muita pressão, fica o desafio de conseguirem ganhar um canto, vá. Em Fevereiro nem isso conseguiram e estavam a fazer a melhor época dos últimos largos anos.

 

Tudo isto para dizer que os números revelam uma superioridade arrasadora na última década de derbis. Basta dizer que desde que Jesus chegou à Luz só por uma vez em 13 jogos é que perdeu. Uma derrota em treze confrontos !

Isto é mais do que suficiente para justificar a tranquilidade com que os benfiquistas encaram estes jogos nos últimos anos. Há sempre a hipótese de uma noite má e acontecer uma surpresa? Pois há! Esse é o encanto do futebol e por isso é que assistimos divertidos a mais uma semana de euforia verde a prometerem a vitória que não acontece há mais de 8 anos. Mas a confiança está lá e isso é muito bom porque esta última década de vitórias na nova Luz tem muito mais piada com aquela mancha verde a murchar sempre até ao fim de cada jogo.

 

Esta época o derbi da Luz acontece muito cedo e não traz nenhuma carga emotiva extra porque não decide rigorosamente nada. Até aqui o Benfica fez o que não costuma fazer, venceu os primeiros dois jogos da Liga, e por isso o descanso para mais um derbi é total.

A vitória neste jogo tão especial tornou-se tão banal que a ansiedade, a expectativa, o nervoso miudinho desapareceram nos últimos tempos. A confiança é total e só esperamos que não aconteça nenhuma surpresa. Mas esta é a expectativa normal para todos os jogos do campeonato contra qualquer equipa, pode sempre acontecer algo inesperado. Já vi a Académica ganhar na Luz, o Marítimo a empatar, o Estoril ... nem me quero lembrar disso.

Enfim, há sempre aquela dúvida que anima isto. Mas perante estes registos não há argumentos que nos tirem o sono.

Domingo lá estaremos para mais um jogo especial , que sempre o será, e preparados para mais um resultado normal porque aqui ninguém se cansa de ganhar ao rival.

 

Sejamos, pois, normais.

 

O Problema Não é o Benfica, é a Primeira Liga

 

«Obrigado ao Benfica e ao seu presidente, mas prefiro esperar uma outra oportunidade num outro campeonato.»

Foi assim que Abel Hernández, 24 anos, recusou a hipótese de vir para o Benfica. O uruguaio está no Palermo desde 2008 e até esteve na 2ª divisão na última temporada, 28 jogos / 14 golos,  mas tem sido opção na Selecção tendo jogado no Mundial do Brasil.

 

Nem estamos a falar de um craque de topo do futebol europeu, como se vê. Nem sei se seria este atacante a melhor solução para reforçar a equipa. O que interessa é que foi o alvo escolhido pelos responsáveis e não veio porque prefere outro campeonato.

A recusa suscitou diferentes reacções, os rivais riem-se, os benfiquistas ora ficam intrigados (como é possível recusar o Benfica?), ora desprezam o jogador pela escolha.

Acho que poucas pessoas estão a perceber a recusa simples e óbvia do Hernández. Não é para rir, antes pelo contrário, nem se pode condenar o jogador.

 

Se o Benfica no ano da glória absoluta interna e depois de duas presenças seguidas em finais europeias não consegue convencer jogadores como este uruguaio é preocupante. E mais preocupante se torna se nos lembrarmos que o jovem alemão Yannick Gerhardt também preferiu ficar no Colónia, assim como Loris Karius optou por continuar no Mainz em vez de vir para a Luz. E estes são os que sabemos terem recusado educadamente.

 

A questão aqui não é o facto de recusarem jogar no Benfica, trata-se de preferirem actuar na Bundesliga, no caso dos alemães, e na Premier League, no caso do uruguaio. Quem os pode criticar? Jogam em clubes de menor prestigio mas que competem em ligas de topo.

O campeonato português é mal organizado, tem equipas a mais, não é promovido, não tem visibilidade, é zero em termos atractivos!

 

Bem se podem rir os adversários, bem podem ficar indignados os benfiquistas, bem pode apregoar Jorge Jesus que a nossa Liga é a 4ª melhor da Europa, bem podem os dirigentes falar em maior clube do mundo que nada disso vai mudar uma evidência, a Liga portuguesa é fraca.

 

Como aqui disse na semana passada, o que é preciso é tirar o chapéu a quem consegue trazer para cá jogadores de nível superior, daqueles que vemos um jogo e perguntamos logo o que estará a fazer por cá?

O que é de estranhar é a capacidade financeira do Porto para convencer Casemiro, Tello ou Brahimi a virem para cá e manter Jackson (pelo menos até 31 de Agosto). O que é de destacar é a capacidade do Sporting em apelar ao sentimento de Nani e trazer para cá uma figura da Selecção que vive noutra dimensão no Manchester United.

O que é realmente espantoso é olhar para os jogadores que jogaram no Benfica nos últimos anos e pensar que se o mundo fosse perfeito a equipa ainda hoje podia ter jogadores como Oblak, Fábio Coentrão, David Luiz, Javi Garcia, Garay, Matic, Witsel, Rodrigo, Cardozo, Saviola, Di Maria, Markovic entre outros. São casos que servem futuramente para atrair jovens jogadores em ascensão, isso mais o facto do clube ter voltado a ganhar internamente e estar entre os melhores da Europa. Mas não chega porque haverá muitos jogadores/empresários que na hora de decidir vão ponderar: é melhor ir para Lisboa jogar meia dúzia de clássicos e derbis, mais uma dezena de jogos europeus e passar o resto da época a visitar estádios como os do Penafiel, Paços de Ferreira, Moreirense, etc (com todo o respeito pelos clubes mencionados) ou ir para o Hull City e visitar Anfield Road, Old Traford, Etihad e afins? Pois.

 

O que temos de lamentar é  sentirmos o tempo a passar e o nosso campeonato a ficar cada vez mais para trás em termos competitivos e organizativos. O Benfica, apesar destas negas, ainda é dos clubes que consegue atrair jogadores de nível superior devido à sua mística. Além dos craques que referi em cima e que brilham ao mais alto nível no futebol mundial temos ainda a registar a chegada de um guarda redes de prestigio internacional como é o caso de Júlio César. Ele vem pelo Benfica, não pela liga portuguesa. É isso que dá que pensar. Quem não quiser ver isso merece o triste campeonato que temos.

Boavista 0 - 1 Benfica : Batalha no Sintético Resolvida por Eliseu

 

Sabia-se que ia ser complicado mas talvez não se esperasse que fosse assim tão duro. O piso sintético fez mesmo uma vítima, Ruben Amorim, o Bessa revelou-se mesmo um palco difícil e o Boavista cerrou fileiras compensando em entrega e atitude o que lhe faltava em técnica e experiência individual.

 

Felizmente, o Benfica levou o desafio mesmo a sério e percebeu que os avisos ao longo da semana não eram só teoria. A equipa aceitou o repto do regressado Boavista e foi à luta num jogo muito mais de combate do que bem jogado. Quando não dá para colocar a bola na relva e explorar a velocidade de Salvio, a genialidade de Gaitan a profundidade de Lima e assumir o controlo do meio campo e do jogo, há que lutar pela bola, há que correr atrás do adversário e há que mostrar as garras nas lutas individuais. Muitas vezes é nesta luta que se perdem pontos, ou porque os jogadores são surpreendidos ou porque não estão preparados ou porque facilitam. Não se pode acusar o Benfica de nenhum destes pecados.

 

Isto resulta numa exibição longe de ser agradável e de nota artística reduzida mas o trabalho foi recompensado com os três pontos.

 

No Benfica duas peças (ainda) estranhas no funcionamento da equipa. Talisca a fazer dupla no meio campo com Ruben Amorim, e depois com André Almeida, e Jara como segundo avançado acompanhando Lima. Se o brasileiro tem a desculpa de estar a chegar agora a esta nova realidade sendo importante tentar ver algo de positivo na sua exibição esperando que chegue a padrões de qualidade aceitáveis para ser titular, o mesmo já não se aplica a Jara que já leva quase trinta jogos , ainda que espaçados, pelo Benfica. Para se insistir no argentino mais valia começar a testar Tiago (Bebé) naquela posição porque Franco Jara nunca poderá ser titular do Benfica, se for é muito mau sinal.

 

O Boavista entrou muito forte e em superioridade numérica no meio campo com uma atitude muito vincada onde o colectivo funcionava bem ao nível da pressão sobre a bola e fechando espaços na defesa. Não foi nada fácil ao Benfica construir jogadas de ataque nem dar a bola em boas condições a Lima. Primeiro a equipa do Benfica adaptou-se ao piso, depois tentou impor o seu futebol e quando percebeu que ia ser complicado entrar na área para criar perigo optou por cruzamentos e remates de fora. Aqui foi Eliseu que assumiu protagonismo, já que Talisca ao nível do remate pouco ou nada assusta o adversário. O lateral esquerdo ensaiou um grande pontapé fora da área que Arturo Monllor defendeu como pôde. Antes do intervalo Eliseu voltou a tentar e foi feliz fazendo um golo precioso que vale 3 pontos e que na altura fazia respirar fundo o Campeão nacional aliviado com a abertura de marcador antes do intervalo.

 

Pensou-se que a 2ª parte podia ser bem mais pacífica para o Benfica mas começa logo mal ao intervalo quando Jesus acaba expulso do jogo e vai para a bancada.

O Boavista veio ainda mais determinado em equilibrar o jogo e com intenção de chegar à baliza de Artur, o único objectivo que não atingiram já que o resistente guarda redes nem uma defesa teve que fazer. O Benfica podia ficar com espaço para partir para o contra ataque tirando proveito da velocidade nas alas ou conduções pelo meio mas acabou por não acontecer muito.

O 0-2 não aparecia e assim o Boavista esteve sempre na luta pelos pontos até ao fim do jogo fazendo sofrer os benfiquistas dentro e fora do Bessa.

 

Com a ausência de Enzo faltou o ponto de referência e de equilíbrio do meio campo encarnado, ficando evidente que o clube não pode dobrar o dia 31 de Agosto partindo para uma longa época só com estes argumentos hoje à disposição de Jesus. Não chega.

Hoje valeu pela entrega, pela atitude e por perceberem de que tipo de jogo se tratava. Mesmo sem resolver de vez a questão a equipa liderada por Gaitán tentou sempre arrumar a questão. A aposta em Ola John foi falhada e Derley entrou só para queimar tempo. Lima precisa de companhia e alternativa à altura, se Enzo sair é preciso repor uma qualidade que não existe ao alcance do clube no mercado. Entre os reforços, Eliseu ganha relevância e valeu hoje 3 pontos.

 

Quanto ao Boavista, excelente réplica muito à imagem do seu treinador e muita motivação que não sei se será a mesma quando tiverem que defrontar adversários de dimensão bem inferior à do Benfica. É um grande desafio que Petit tem pela frente, hoje deixaram uma mensagem de entrega e dedicação, o que é bom sinal para os seus adeptos.

 

Depois de vencida a Supertaça, de quebrada a malapata na estreia do campeonato com uma vitória, 3 pontos num estádio tradicionalmente muito complicado. Melhor arranque oficial era impossível de pedir!

Pág. 1/4